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OS SISTEMAS GEOGRÁFICA DE INFORMAÇÃO NOS NEGÓCIOS INFRA-ESTRUTURA DE INFORMAÇÃO PARA A TERCEIRA GERAÇÃO DE APLICAÇÕES NO INÍCIO DO TERCEIRO MILÉNIO

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Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)

pelas suas características aplicacionais multidisciplinares e pela profusão de outros sistemas de características seme-lhantes são de difícil definição. É possível, no entanto, conceber uma definição que englobe a tecnologia que os apoia (hardware e software), a base de dados (incluindo a informação geográfica e outra com ela relacionada), os métodos utilizados na exploração dos dados e ainda a infra-estrutura que inclui o pessoal, as instalações e outros elementos de apoio. Neste sentido e de acordo com a figura 1. um SIG poderá ser definido como um sistema

composto por hardware, software e um ambiente institu-cional que permite armazenar, processar, visualizar e anali-sar dados de natureza geo-espacial (referenciados à superfí-cie da terra). Este tipo de definição mais funcional é

con-Por Marco Painho, Professor Associado, Director do Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação

da Universidade Nova de Lisboa.

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siderada a mais tradicional. Uma definição mais alargada e actual deverá olhar para os SIG como o conjunto dos saberes associados ao conhecimento do comportamento geo-espa-cial de fenómenos (Ciência de Informação Geográfica) que permitem uma integração quase perfeita de dados de natu-rezas diversas possibilitando uma interacção via WEB.

Contexto Nacional e Internacional

O desenvolvimento em boom dos Sistemas de Infor-mação Geográfica desde o início da década de 80, espe-cialmente nos Estados Unidos da América, pode ser ex-plicado como tendo uma origem multifacetada que vai das grandes mudanças no pensamento contemporâneo a necessidades técnicas muito práticas em várias áreas do conhecimento.

A tendência mais recente de descentralização do poder, ou a distribuição do poder por áreas geograficamente dis-persas, tem também como consequência uma descentra-lização e democratização em quase todos os sectores da ciência e da vida modernas. Um exemplo muito concreto desta tendência é a generalização em massa da utilização do microcomputador que, há apenas alguns anos, exigia o recurso a especialistas ainda que para desempenhar tarefas muito simples.

Simultaneamente ocorreram mudanças importantes nos sistemas naturais e humanos. O crescimento rápido dos grandes centros urbanos e o consumo e degradação ace-lerados dos recursos naturais criou uma necessidade cada vez maior de informação sobre o estados desses sistemas de modo a permitir uma gestão eficiente. O computador e a tecnologia a ele associada têm demonstrado ser um excelente meio de gerir e analisar essa informação, tornan-do-a facilmente acessível àqueles que dela necessitam.

Apesar de historicamente Portugal apresentar nalgumas áreas algum isolamento em termos tecnológicos, também

é verdade que nalgumas ocasiões se têm adoptado, ainda que por imitação, tecnologias de uma forma relativa-mente rápida. Contudo a adopção desta tecnologia por imitação ocorre sem que tenham também ocorrido as modificações sociais que levaram em primeira mão ao aparecimento dessa mesma tecnologia. Este fenómeno produz normalmente um início rápido, mas raramente leva a desenvolvimentos subsequentes. Este foi de facto o caso da primeira fase da implementação da tecnologia SIG em Portugal. A partir de meados dos anos 80, verificou-se um aumento acelerado do número de licenças de soft-ware SIG, primeiro na área do ambiente e dos recursos naturais, que depois se alastrou à administração central e local e também nas área dos serviços como na banca e nos seguros. Neste último caso com uma vitalidade relativa-mente baixa quando comparada com outros países da União Europeia e sobretudo dos EUA.

Tal como foi referido acima, é relativamente difícil im-plementar uma tecnologia fora do contexto social em que esta foi desenvolvida. Ora um dos pressupostos de desenvolvimento do SIG nos EUA foi que a informação infra-estruturante (neste caso gratuita) produzida pelos organismos públicos norte americanos existe e é facil-mente acessível. Esta disponibilidade permite que uma instituição adquira o SIG e simultaneamente a informa-ção base, podendo iniciar de imediato os projectos. O que aconteceu em Portugal foi que a tecnologia chegou antes de existir informação de base suficiente que per-mitisse o uso generalizado da tecnologia. Só nesta déca-da começa a existir informação pública de qualidéca-dade, ainda que com problemas no seu acesso que, em con-junto com a informação existente nas empresas, per-mite explorar de forma eficiente as potencialidades ofe-recidas pelos SIG.

Os SIG passaram por numa primeira fase funcionando apenas como repositórios de dados, meros inventários in-ternos de organização de dados (anos 80). À medida que foi aparecendo informação disponível por outros organis-mos, foi possível começar a efectuar análise e exploração de dados (anos 90). Caminha-se hoje em dia para a inte-gração do SIG com o Sistema de Informação da empresa dando apoio às várias funções (por exemplo empréstimo, valor das apólices, cálculo de risco, relações com o cliente – CRM – entre outras)

SIG, negócios, geomarketing

e a importância da geografia

O interesse dos SIG para o mundo dos negócios, incluin-do a Banca e os Seguros, traduz-se numa miríade de

apli-Marco Painho, Professor Associado, Director do Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa

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tacto com os clientes (agências). O termo mais em voga nas empresas de negócios é de geomarketing, ou seja, o marketing realizado com base em informação geográfica. O relativo desenvolvimento desta disciplina advém da constatação de que a maioria dos negócios tem uma ma-triz de natureza geográfica. A localização da empresa e agências é importante para os clientes e para atrair cola-boradores qualificados. Por outro lado, as empresas pla-neiam campanhas, fazem entregas, visitas, propaganda e manutenção a clientes em determinadas zonas.

Nestes casos e em muitos outros a tecnologia associada à Ciência e aos Sistemas de Informação Geográfica apoia de forma eficaz as operações de natureza geográfica das empresas.

Para tirar proveito dos SIG, as empresas necessitam ter acesso a dados sobre clientes, o mercado, a concorrência e o território. Este tipo de dados tem normalmente duas origens distintas: (1) dados geográficos associados a car-tografia com uma origem externa às empresas e (2) dados alfanuméricos detidos pela própria empresa (por exemplo clientes) ou comprados a outras empresas (por exemplo clientes potenciais).

O processo de aquisição e edição de dados de raiz (referido na figura 1) é extremamente caro (até 80% do total do investimento), moroso (vários anos), tecnica-mente intensivo e na generalidade com pouco interesse para a maior parte das empresas. É por isso de extrema importância que existam no mercado conjuntos de dados produzidos pelos organismos do Estado e por empresas especializadas – é necessária uma infra-estrutura de infor-mação geográfica. Estes dados com interesse para os negócios e passíveis de exploração e análise em ambiente

É de extrema importância que

exis-tam no mercado conjuntos de dados

produzidos pelos organismos do

Estado e por empresas especializadas

– é necessária uma infra-estrutura de

informação geográfica.

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SIG devem ser acessíveis, baratos, geográficos e descritivos e estarem disponíveis pelo menos para os principais aglo-merados urbanos.

Em termos da área global de geomarketing, a infra-es-trutura de informação mais importante é aquela que com-preende os seguintes conjuntos de dados: dados censitá-rios, códigos postais, eixos de via – rede viária, dados so-bre clientes e soso-bre a concorrência.

Os dados censitários contêm informação sobre popu-lação e habitação referida a uma cartografia pormenoriza-da cobrindo todo o território nacional – BGRI (Base Geográfica de Representação de Informação). A BGRI é produzida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e tem como data de referência Março de 2001. Esta base está organizada hierarquicamente, sendo possível extrair informação sobre qualquer unidade administrativa (região, distrito, agrupamento de concelhos, concelho, freguesia) ou estatística (secção e subsecção). É uma base compatível com outra semelhante existente para 1991 e é relacionável com qualquer base de dados empresarial organizada em unidades administrativas ou estatísticas que utilize a codificação do INE.

A informação alfanumérica que o INE disponibiliza é toda aquela que é recolhida durante as operações cen-sitárias desde que não quebre o segredo estatístico. A informação inclui para cada unidade espacial contagens de população por sexo, idade, educação, situação perante o emprego, tipos de edifícios, entre outras.

A informação socio-económica e geográfica prove-niente do INE pode mostrar-se bastante útil na análise de padrões e na classificação e zonamento de acordo perfis de clientes.

Outro conjunto de informação interessante é o prove-niente do código postal de 7 dígitos dos CTT. No SIG on-de é gerido o código postal, na sua componente on-de

seg-mentos, a base de dados contem informação sobre o códi-go postal 4+3, nome e tipo de via, nº de polícia inicial e final, nº de giro do carteiro, freguesia, pontos de distribui-ção entre outros.

O SIG postal pode ser utilizado por exemplo para a opti-mização da distribuição (logística), sistemas de navegação para veículos, marketing, address matching e análise de lo-calização de clientes e concorrência. Constitui uma base de dados relacionável com qualquer base de endereços de clientes e/ou concorrência. Infelizmente não existe uma relação directa entre o Código Postal 4+3 e as divisões estatísticas do INE.

Existem também no mercado empresas que fornecem informação estruturante ao nível dos eixos de via e edifí-cios, normalmente actualizada de 6 em 6 meses.

Comentários finais

Uma infra-estrutura de informação geográfica constituída por uma base socio-económica (por exemplo secções e subsecções do INE) e uma base linear (por exemplo

Có-digo Postal e eixos de via) em conjunto com dados de clientes permite potenciar um conjunto alargado de apli-cações com interesse para a área do geomarketing. Dessas aplicações e a título de exemplo podemos destacar as seguintes:

a) Determinação da área de mercado: Qual a área de influência de uma loja? Quantas das pessoas que visitam a loja moram a uma distância de 500 m? 1 km?

b) Localização: Qual o melhor local para localizar uma loja? Se fôr necessário fechar ou relocalizar uma loja, quais serão os impactos dessa acção?

Segmentação de mercado: Quais são as características dos clientes que mais frequentemente utilizam uma loja? Existem zonas com indivíduos com as mesmas caracterís-ticas que não estão a utilizar as lojas?

O número de aplicações possíveis é apenas dependente da imaginação de cada um.

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O que aconteceu em Portugal foi que

a tecnologia chegou antes de existir

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da tecnologia.

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Referências

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