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MACROECONOMIA & MERCADOS Relatório Iº Semestre Departamento de Estudos, Estratégia e Desenvolvimento

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Agosto, 2017

MACROECONOMIA

& MERCADOS

Relatório Iº Semestre 2017

Departamento de Estudos, Estratégia e Desenvolvimento

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2

Nota Editorial

O início do primeiro semestre de 2017 foi marcado por boas perspectivas no cenário económico mundial, a julgar pelas previsões do FMI que projectou um crescimento da economia mundial de 3,5%, embora este crescimento esteja naturalmente associado à um certo risco, sobretudo de índole político. Na base do mesmo, estará a aceleração das economias desenvolvidas e a manutenção do crescimento das economias emergentes.

Em relação aos países desenvolvidos, a semelhança do previsto, continuam a registar um crescimento moderado, como é o caso da economia americana que registou um crescimento no 1º semestre de 1,9%, impulsionado pelo consumo interno, que representa mais de dois terços da actividade económica do país, bem como a taxa de desemprego a rondar o pleno emprego. Por outro lado, a Zona Euro está a ser a marcada pela melhoria dos indicadores de actividade e de confiança económica, bem como pela desaceleração da taxa de inflação em algumas das principais economias que compõem o bloco.

As principais economias emergentes estão sendo marcadas por um ambiente de recuperação moderada, como é o caso das economias brasileira e russa, bem como um ajustamento mais complexo do que o esperado, no caso da China. No que concerne à economia angolana, perspectiva-se um cenário mais optimista, a julgar pelo OGE 2017 que perspectiva um crescimento de 2,1%, assente na recuperação do preço do petróleo que começou a se verificar no final do segundo semestre de 2016, e que ao longo do semestre em análise permaneceu dentro das previsões do governo de USD 46 por barril em média. A estabilidade do preço do barriu de petróleo que se verificou ao longo do período em análise permitiu ao governo honrar com os seus principais compromissos internos e externos.

Contudo, a economia angolana tem ainda muitos desafios. Entre os principais, apresenta-se a gestão eficiente das reservas internacionais líquidas tendo em conta que ao longo do primeiro semestre seguiram uma trajectória decrescente com o potencial de constituírem um risco acrescido aos compromissos do governo.

Disclaimer:Este documento foi elaborado com base em informação obtida em fontes consideradas fiáveis, mas a sua precisão não pode ser totalmente garantida. O conteúdo deste documento não constitui recomendação para investir, desinvestir ou manter o investimento nos activos aqui descritos ou em qualquer outro, bem como não constitui oferta, convite, nem solicitação para a compra ou venda dos instrumentos referidos. As opiniões expressas são da inteira responsabilidade dos seus autores, reflectindo apenas os seus pontos de vista e podendo não coincidir com a posição da COMISSÃO DO MERCADO DE CAPITAIS nos mercados referidos. Este documento não deve ser utilizado na avaliação dos instrumentos nele referidos, não podendo a COMISSÃO DO MERCADO DE CAPITAIS ser responsabilizada por qualquer perda, directa ou potencial, decorrente da utilização deste documento ou dos seus conteúdos. A reprodução

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ENQUADRAMENTO

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A economia americana continuou a registar uma evolução positiva no seu ritmo de crescimento ao longo do período em análise, assinalando uma taxa de crescimento semestral de 1,9%. Este crescimento foi suportado, maioritariamente, pelos gastos de consumo, que representam mais de dois terços da actividade económica do país, com um crescimento de 2,6% no segundo trimestre do período em análise. Portanto, espera-se que esse ritmo da actividade económica venha a se manter para o resto do ano, essencialmente assente na evolução favorável do consumo.

No que concerne ao mercado de trabalho, este atingiu em Maio o melhor desempenho dos últimos 10 anos, tendo-se fixado em 4,3%, o que representa, segundo o FMI, que a economia americana encontra-se em níveis próximos ao pleno emprego. Outro dado positivo a assinalar neste período foi a evolução da taxa de inflação que encerrou o período em 1,6%, ou seja 0,636% superior ao período homólogo de 2016 e próxima da meta de 2% estabelecida pela Reserva Federal (FED).

No primeiro semestre de 2017 a FED respondeu as expectativas do mercado e procedeu a dois aumentos na taxa de juros, fixando assim novos intervalos de 0,75% - 1% e 1%-1,25% no primeiro trimestre e segundo trimestre, respectivamente, enquanto o BCE tem optado pela manutenção das taxas de juros no nível mínimo de 0% visando estimular investimento e o consumo.

Donald Trump enquanto candidato a presidência dos EUA, prometeu um crescimento de mais de 3% ao longo do seu mandato, superior a previsão da FED para este ano, na ordem dos 2,1%. Comparando estas duas previsões, nota-se claramente que o desempenho da economia americana no primeiro semestre aproxima-se mais das previsões feitas pelo Banco Central norte-americano, o que significa que o impulso da administração Trump para o crescimento económico dos EUA não deve ser alcançado este ano, em parte porque o mercado de trabalho já está num nível consistente.

Crescimento do PIB

, Desemprego e

Inflação

Fonte: Bloomberg -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0

dez/03 dez/05 dez/07 dez/09 dez/11 dez/13 dez/15

Taxa de inflação EUA 2 4 6 8 10 12 -1 0 1 2 3 4

jun/06 abr/08 fev/10 dez/11 out/13 ago/15 jun/17 Taxa de Crescimento do PIB EUA Taxa de Desemprego (eixo a direita) -1,5 0,5 2,5 4,5

jun/06 abr/08 fev/10 dez/11 out/13 ago/15 jun/17

Taxa de inflação EUA

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6

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7

Embora tenha registado um crescimento moderado no último ano, o PIB da zona euro cresceu 2,1% no segundo trimestre face ao período homólogo de 2016 e 0,6% em relação ao trimestre precedente. Na base deste crescimento, estiveram a recuperação económica global, a boa condução da política monetária, bem como a melhoria dos indicadores de actividade económica que apontam para um cenário mais favorável.

Um dos principais aspectos a destacar na economia europeia tem que ver com a evolução favorável da taxa de inflação perto do objectivo dos 2% fixados pelo BCE, cifrando-se em 1,2% em Junho em termos homólogos. De realçar que, relativamente o segundo semestre de 2016, o crescimento registado foi de cerca de 0,4 pontos percentuais.

Crescimento do PIB,

Desemprego

e

Taxa de

Inflação

Fonte: Bloomberg

6 8 10 12 14 -3,2 -1,7 -0,2 1,3 jun /09 jun /10 jun /11 jun /12 jun /13 jun /14 jun /15 jun /16 jun /17 Taxa de Desemprego Taxa de Cres. do

PIB Zona Euro (eixo esquerda) -2 0 2 3 5 jun /09 jun /10 jun /11 ju n /12 jun /13 jun /14 jun /15 jun /16 ju n /17 Taxa de Inflação Zona Euro

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8

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Brasil

Recuperação gradual e moderada…

Rússia

Horizonte de recuperação a vista…

Índia

A economia com melhor desempenho…

No período em análise, as maiores economias emergentes apresentaram um sinal de recuperação económica moderada. Na base desta recuperação, estão o aumento do preço das commodities verificados no final do semestre anterior.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira voltou a registar um crescimento no seu PIB de 1,05% no primeiro trimestre de 2017, o que tecnicamente retira o país da pior recessão da sua história, após oito trimestres consecutivos de contracção na sua economia.

De acordo com o relatório do FMI sobre as perspectivas da economia global, divulgado no primeiro trimestre do ano em curso“…a recuperação gradual da

economia estará baseada na redução das incertezas políticas, alívio na política monetária e mais progresso na agenda de reformas…”. A expectativa é que a economia brasileira cresça 0,5% este ano contra a contracção verificada no ano anterior. A trajectória decrescente da inflação desde o início do ano contínua a surpreender tendo encerrado o semestre em 2,99% contra os 5,35% verificados no início do ano. Em meio a este cenário de recuperação, a taxa de desemprego aumentou de 11,8% para 13,6% no final do período em análise. O país deverá continuar com as reformas para que possa retomar o crescimento sustentado.

A economia Russa, após dois anos consecutivos de recessão, começa a apresentar os primeiros sinais de recuperação, com um crescimento de 0,5% no primeiro trimestre de 2017. Desde meados de 2014, ano em que teve início a queda abrupta do preço do petróleo nos mercados internacionais, a economia russa vive uma crise dolorosa, que tem-se traduzido no aumento dos preços e uma queda acentuada do poder de compra e do consumo das famílias. Os primeiros sinais de recuperação verificaram-se no quarto trimestre de 2016, período em que a Rússia registou o primeiro aumento do PIB desde o quarto trimestre de 2014 (0,3%).

De realçar que, o PIB russo recuou 2,8% e 0,2% em 2015 e 2016 respectivamente, como resultado da queda abrupta do preço do petróleo nos mercados internacionais e das sanções ocidentais impostas à Moscovo e como consequência da sua ingerência na Ucrânia. Porém, as previsões do governo apontam que a economia cresça 2% este ano.

A economia indiana continuou a registar uma das mais altas taxas de crescimento a nível mundial, apesar de seguir uma trajectória decrescente. No primeiro semestre de 2017 cresceu 6,8% o que representa uma diminuição de 0,1 ponto percentual em relação ao semestre anterior. Esta desaceleração continua a ser influenciada pela desmonetização da economia, com a retirada em circulação de notas de alto valor facial, visando entre outros objectivos expor a riqueza não tributada.

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China

Ajustamento mais complexo do que o esperado…

África do Sul

Recessão foi inevitável…

Como resultado da redução de liquidez, a taxa de inflação caiu, de 4,8% para 2,3% o que representa uma diminuição de 2,5 pontos percentuais em relação ao semestre anterior. Na presença de uma crise de liquidez, o consumo privado, um dos principais motores do crescimento nos últimos tempos, registou um abrandamento. Todavia, a economia indiana continua a registar uma das mais altas taxas de crescimento do G20 e estima-se que esta tendência deverá manter-se pelo menos durante este ano, segundo as projecções do governo indiano.

A china, segunda maior economia do mundo, apresentou um crescimento de 6,9% no segundo trimestre de 2017 de acordo com os dados do Gabinete Nacional de Estatística Chinês (GNE), superando as previsões dos analistas (6,8%).Este crescimento representa uma melhoria do PIB pela segunda vez desde o último trimestre de 2014. O mesmo foi suportado pelo sector industrial (7,6% em ritmo anual em Março), as vendas no retalho (10,9% em ritmo anual em Março) e os investimentos em activos fixos (9,2% em ritmo anual em Março).Um dos principais condicionantes para a sustentabilidade deste crescimento, é a transição de um modelo económico dependente do investimento para outro baseado no consumo, que se tem mostrado ser mais complexo do que o esperado. Outro condicionante tem que ver com o fim da aceleração do crédito, que ajudou a estimular a recente recuperação. No entanto, apesar destes condicionantes, o governo chinês prevê um crescimento da economia de 6,5% em 2017 contra os 6,7% verificados em 2016.

Após um longo período de fraco crescimento, a economia sul-africana entrou tecnicamente em recessão, pela primeira vez desde 2009, com uma descida do seu PIB de 0,7% no primeiro trimestre de 2017, depois de ter registado uma contracção de 0,3% no quarto trimestre de 2016, de acordo com os dados reportados pela agência oficial de estatísticas sul-africana StatsSA. Na base deste desempenho débil estiveram as fragilidades verificadas nos sectores da indústria 3,7%) e eléctrico (-4,8%). No entanto, apesar desta conjuntura difícil, verificou-se uma ligeira redução da taxa de inflação para 5,0% no final do semestre, comparativamente aos 6,7% verificados no início do semestre, enquanto a taxa de desemprego verificada no final do período foi de 27,7% contra os 26,7% verificados no período homólogo do ano anterior.

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BRICS

I

Taxa de Crescimento do PIB

e

Taxa de Inflação

Fonte: Bloomberg 0 2 4 6 8 10 12 -6 -4 -2 0 2 4 ju n /06 jun /07 jun /08 jun /09 jun /10 jun /11 jun /12 jun /13 jun /14 jun /15 jun /16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB Brasil (eixo esquerda) Taxa de Inflação Brasil

0 2 4 6 8 10 12 -6 -4 -2 0 2 4 jun /06 jun /07 jun /08 jun /09 jun /10 jun /11 jun /12 jun /13 jun /14 jun /15 jun /16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB Brasil (eixo esquerda) Taxa de Inflação Brasil

0 5 10 15 20 0 2 4 6 8 10 12 jun /06 jun /07 jun /08 jun /09 jun /10 jun /11 jun /12 jun /13 jun /14 jun /15 jun /16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB India (eixo esquerda) Taxa de Inflação India

-4 -2 0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10 12 14 16 jun /07 jun /08 jun /09 ju n /10 jun /11 jun /12 jun /13 ju n /14 jun /15 jun /16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB China (eixo esquerda) Taxa de Inflação China

-4 -2 0 2 4 6 8 10 0 5 10 15 20 de z/ 06 ju n /07 de z/ 07 jun /08 de z/ 08 jun /09 de z/ 09 jun /10 d ez /10 jun /11 de z/ 11 jun /12 de z/ 12 jun /13 de z/ 13 ju n /14 de z/ 14 jun /15 de z/ 15 jun /16 de z/ 16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB China (eixo esquerda) Taxa de Inflação China

-4 -2 0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10 12 14 16 jun /06 ag o /07 o ut /08 de z/ 09 fe v/ 11 ab r/12 jun /13 ag o /14 o ut /15 d ez /16

Taxa de Crescimento PIB China (eixo esquerda)

Taxa de Inflação China 0 2 4 6 8 10 12 14 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 jun /06 jun /07 jun /08 jun /09 jun /10 jun /11 jun /12 jun /13 jun /14 jun /15 ju n /16 jun /17

Taxa de Crescimento PIB África do Sul (eixo esquerda) Taxa de Inflação África do Sul

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Angola

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Comportamento da Taxa de Inflação I 2015 - 2017

Fonte: INE

Desempenho do Produto e da Inflação

A estabilidade do preço do petróleo verificada ao longo do primeiro semestre de 2017 favoreceu a condução da política económica em Angola, impedindo uma possível revisão do OGE. Esta estabilidade tem permitido o governo honrar os seus principais compromissos internos e externos, nomeadamente o pagamento da remuneração do sector público bem como o serviço da dívida. De lembrar que, o OGE para o exercício económico 2017, aponta para um crescimento da economia a rondar os 2,1% contra os 1,1% previstos no exercício anterior.

As previsões do governo contrariam as contidas no relatório do FMI sobre as “Perspectivas Económicas Regionais para África subsariana”, que previa a estagnação da economia em 2016 e uma recuperação na ordem de 1,3% este ano, estando na base deste crescimento o aumento da despesa pública em ano de eleições e uma melhoria nos termos do comércio.

A taxa de inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), ao longo do período em análise, tem apresentado uma trajectória decrescente como resultado das políticas monetárias e cambiais conduzidas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que priorizam a venda de divisas para importação de bens que compõem a cesta básica, bem como para matérias-primas necessárias a produção de bens visando reduzir a pressão cambial.

Assim, no final do período em análise, Junho de 2017, a taxa de inflação situou-se em 31,89%, contrariamente aos 41,95% verificados no final do período homólogo, isto é, em Dezembro de 2016, o que representa um decréscimo na ordem dos 10,06 pontos percentuais, estando nesta base além dos factores acima mencionados a manutenção da taxa de câmbio ao longo do período.

10,4 6,00 16,00 26,00 36,00 46,00

jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

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Reservas Internacionais Líquidas, mM USD

Política Monetária

No primeiro semestre deste ano verificou-se a manutenção das principais taxas de juros directoras. O semestre encerrou, com a decisão do comité de Política Monetária do BNA em manter a taxa básica de juros (Taxa BNA) em 16%, enquanto a taxa de absorção de liquidez foi reduzida de 3,25% para 2,75%, mantendo inalteradas as restantes.

Em relação as reservas internacionais, estas têm seguido um ritmo decrescente e acentuado desde o início do ano, atingindo o valor mais baixo desde 2011 situando-se em USD 18,026 mil milhões no final do mês de Maio, facto que se não for invertido poderá comprometer a manutenção da taxa de câmbio, contrariando a intenção do BNA em manter estáveis as taxas de câmbio conforme indicado nas últimas reuniões do Comité de Política Monetária.

Política Fiscal

O quadro fiscal angolano para o período de 2017 foi concebido num cenário mais optimista em relação ao período homólogo de 2016, prevendo-se um crescimento económico de 2,1% (1 ponto percentual acima do projectado para o ano de 2016), evidenciando-se o sector não petrolífero, com um crescimento esperado de 2,3% contra os 1,8% do sector petrolífero.

Ao longo do primeiro semestre de 2017, como resultado da estratégia da OPEP de diminuição da produção (incluindo Angola) e alguns problemas técnicos associados a nossa economia, a produção petrolífera registada foi inferior a produção verificada no primeiro semestre de 2016, no entanto, tal facto foi compensado pelo aumento do preço médio do barril, o que acabou por determinar o aumento das receitas petrolíferas arrecadadas pelo tesouro nacional comparativamente ao primeiro semestre do período homólogo.

24,49 23,97 23,98 22,72 21,93 20,97 20,30 21,40 20,31 20,889 19,202 18,435 18,026 15,00 17,50 20,00 22,50 25,00

mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17

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Receitas versus Despesas (mil milhões de kwanzas)

Estrutura Fiscal 2017

Fonte: MINFIN e BNA

50,00 150,00 250,00 350,00 450,00

I Trim. II Trim. III Trim. IV Trim. I Trim. II Trim.

2016 2017

Remunerações Bens e serviços

100 350 600 850 1100 I Trimestre II Trimestre Receitas Despesas Despesas Correntes ; 64,40% Despesas Capital; 35,80% Receitas petrolíferas 48% Receitas não petrolíferas 50% 44,6% 44,1% Receitas não petrolíferas Receitas petrolíferas 21% 79%

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No segundo Semestre assistiu-se uma considerável volatilidade nos mercados financeiros. O abrandamento das economias emergentes, a recuperação anémica da Zona Euro, os conflitos no Médio Oriente e a expectativas sobre o fim dos estímulos monetários nos Estados-Unidos e no Reino Unido, condicionaram a evolução das várias classes de activos, desde as acções às obrigações, passando pelas commodities.

DESEMPENHO

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Mercado Accionista

Fonte: Bloomberg

Mercado Accionista

No primeiro semestre de 2017, os principais índices bolsistas mundiais seguiram uma trajectória crescente, favorecida pelo bom desempenho dos indicadores económicos e financeiros mundiais. Na América do Norte, o índice accionista S&P500 tem vindo a alcançar níveis máximos sucessivos, tendo registado uma variação positiva de 8,24% no final de Junho de 2017 em relação ao final de Dezembro de 2016. Estas variações reflectem o conjunto de estímulos económicos prometidos pelo presidente norte-americano, Donald Trump, nomeadamente ao nível da reforma do sistema fiscal. Similarmente, na Europa, o índice Eurostoxx50 registou uma variação acumulada positiva de mais de 4,60% nos últimos 6 meses. A política monetária ultra expansionista do BCE acompanhada de taxas negativas na curva de rendimento até 1 ano justificam o alcance destes níveis máximos, tendo os activos de maior risco mantido a sua atractividade.

Por último, o índice MSCI dos mercados emergentes superou as expectativas, tendo terminado o semestre com uma variação acumulada positiva de 17,32% face ao final do semestre anterior que se fixou em 2,95%. O aumento dos preços dos metais no mercado mundial, alimentado pelo renovado apetite da China por bens do resto do mundo, figura entre as principais razões destes valores máximos. 95% 97% 99% 101% 103% 105%

mai/17 mai/17 mai/17 jun/17 jun/17 jun/17

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Mercado Cambial

Evolução do Kwanza, Dólar e do Euro

Fonte: Bloomberg 130 140 150 160 170 1,03 1,05 1,07 1,09 1,11 1,13 1,15

jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17 EUR/USD USD/AOA 130 135 140 145 150 155 160 165 170 1,03 1,05 1,07 1,09 1,11 1,13 1,15 1,17 EUR/USD USD/AOA

Na primeira metade de 2017, o BNA reafirmou o seu compromisso com a preservação do valor do Kwanza, tendo mantido a moeda nacional praticamente inalterada. A taxa de câmbio USD/AOA fixou-se em AOA 166,74 comparativamente ao semestre anterior houve uma ligeira valorização de cerca de 0,01%.

No mercado internacional, confirmaram-se e acentuaram-se as tendências dos câmbios que inicialmente pareciam improváveis, numa perspectiva de médio e longo prazo. A taxa de câmbio EUR/USD no final deste semestre acumulou uma variação positiva na ordem dos 6,62% face ao período homólogo de 2016.

A apreciação do Euro face ao dólar deveu-se, principalmente, as divergências de política monetária nos dois lados do Atlântico. Por um lado, os agentes económicos desconfiavam da capacidade do FED em implementar a trajectória implícita às suas previsões macroeconómicas e de taxas de juro, que parece indicar mais uma subida do intervalo de variação das fed funds rates até ao final do ano. Por outro lado, o risco político, na Europa, diminuiu de forma considerável com a vitória do candidato pró-europeu, Emmanuel Macron, libertando o Euro da incerteza e instabilidade relativa ao projecto europeu.

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Evolução das Taxas de Juro

Fonte: Bloomberg

Mercado Interbancário

No primeiro semestre de 2017, a taxa de juro a 1 dia (Luibor overnight) sofreu uma ligeira diminuição de 23,35% no mês de Dezembro de 2016 para 22,40% no final de Junho deste ano, representando uma variação negativa na ordem dos 4,07%.

A Luibor para as maturidades de 30, 90, 180, 270 e 360 dias aumentou de 17,41%, 18,23%, 18,30%, 19,65% e 20,17%, para 18,57%, 20,15%, 21,65%, 22,89% e 24,44%, respectivamente. O facto da taxa de juro overnight ser maior do que a Luibor para as maturidades mais longas, depreende-se de que ainda existe uma certa incerteza junto da banca quanto à concessão de créditos naquelas maturidades.

No mercado internacional, a taxa Libor 6M (Londres) registou um aumento, tendo-se fixado em 1,44% comparativamente aos 1,05% verificados em Dezembro do ano transacto. Por outro lado, a Euribor 6M (Zona Euro) manteve a sua tendência decrescente, reflectindo os efeitos da política monetária não convencional implementada pelo BCE, tendo fechado o mês de Junho em terreno negativo na ordem dos 0,27%.

0% 5% 10% 15% 20% 25% -0,30% -0,10% 0,10% 0,30% 0,50% 0,70% 0,90% 1,10% 1,30% 1,50% 1,70%

jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17 LIBOR 6M (Eixo à Esq.) EURIBOR 6M (Eixo à Esq.) LUIBOR 6M (Eixo à Dir.)

0% 5% 10% 15% 20% 25% -0,30% -0,10% 0,10% 0,30% 0,50% 0,70% 0,90% 1,10% 1,30% 1,50%

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 LIBOR 6M (Eixo à Esq.) EURIBOR 6M (Eixo à Esq.) LUIBOR 6M (Eixo à Dir.)

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Mercado de Dívida Pública

O mercado internacional dos títulos de dívida pública voltou a estar condicionado por factores de incerteza, desta vez, centrados em factores de ordem política relacionados com o calendário eleitoral europeu, com principal destaque para as eleições presidenciais francesas. Por exemplo, na Zona Euro, o rendimento dos títulos a 10 anos (yields) das economias avançadas continuam a transaccionar em níveis muito reduzidos, tendo a yield alemã se fixado entre 0,29%-0,43%. Por outro lado, o comportamento das yields dos países periféricos parece espelhar o diluir de alguns factores de risco, com a yield portuguesa e grega a fixarem-se em 3,01% e 5.36%, respectivamente. Nos Estados Unidos, a rentabilidade das obrigações a 10 anos ficou a volta dos 2,35% no final do primeiro semestre.

No mercado Angolano, a emissão de dívida pública cifrou-se em torno de AOA 745,38 mil milhões repartidos entre AOA 132,79 mil milhões e AOA 612,59 mil milhões em obrigações e bilhetes de tesouro, respectivamente, o que representa uma diminuição de 40% em relação ao semestre anterior. Este abrandamento na emissão de dívida pública era esperado visto que no semestre anterior o Estado endividou-se acima do esperado.

Similarmente, o mercado secundário de dívida pública, sob gestão da BODIVA, registou uma quebra na ordem dos 50% no volume de transacções face ao semestre anterior, tendo-se fixado em AOA 130,76 mil milhões distribuídos entre AOA 56,44 mil milhões no Mercado de Registos de Operações de Valores (MROV) e AOA 74,32 mil milhões no Mercado de Bolsa de Títulos de Tesouro (MBTT). Por seu turno, o rácio de obrigações emitidas sobre o stock de dívida (obrigações) seguiu uma trajectória descendente, finalizando o período nos 1,1% o que se traduz numa diminuição de 0,6 pontos percentuais face ao semestre anterior.

Evolução do volume de negócios transacionados no MROV (AOA, mil milhões)

Fonte: BNA, BODIVA e Bloomberg

-1,0% -0,5% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0%

jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17 0 10 20 30 40 50 60 70

Volume de Registos (MM AOA) Índice de Rotatividade

1,7% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 20 30 40 50 60

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Mercado de Commodities

Evolução das Commodities

Fonte: Bloomberg 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1000,00 1200,00 1400,00 1600,00

jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17 Trigo/bushel(Eixo à Esq.) Ouro/onça(Eixo à Esq.) Brent/barril(Eixo à Dir.)

Durante o primeiro semestre de 2017 as diferentes commodities apresentaram desempenhos díspares. O Brent, referência para as exportações angolanas, iniciou o semestre com o preço do barril acima dos USD 50 e que se manteve a este nível até final de Maio. Essa tendência começou a se verificar no fim do segundo semestre de 2016, em função dos acordos da OPEP de redução da produção e, adicionalmente, pelo facto de outros grandes produtores, como por exemplo a Rússia, acompanharem a estratégia da OPEP. Porém, no final do primeiro semestre, essa tendência foi invertida, com o preço a situar-se abaixo dos USD 50, justificado pelo aumento das reservas petrolíferas dos EUA, menor procura por parte das economias desenvolvidas, o incumprimento de alguns membros da OPEP em manter a estratégia dos cortes da produção e o aumento da produção da Nigéria e da Líbia, o que levou com que o preço do barril se situa-se no final do semestre em USD 47,92.

No que concerne aos metais preciosos factores de índole político, no cenário mundial, nomeadamente as eleições americanas, a tensão entre os EUA e a Coreia do Norte, o Brexit, bem como o período eleitoral na europa, geraram algumas incertezas no mercado o que motivou os investidores a refugiarem-se em activos como o ouro, resultando na valorização desta commoditty na ordem dos 8,15% ao longo do primeiro semestre 2017, fixando-se em 1.241,61 USD por onça no final do semestre. As restantes commoditties, mais concretamente as agrícolas, tiveram uma tendência decrescente, de acordo com os dados reportados pela FAO o índice de preço dos alimentos teve uma variação negativa de 1,3% até abril do período em análise.

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A trajectória das Reservas Internacionais Líquidas

A padronização do sistema financeiro internacional obriga os países a acumularem reservas em moeda estrangeira como forma de autoproteção contra crises económico-financeiras. Esta ideia deriva da percepção de que os países, maioritariamente aqueles em desenvolvimento, precisam de algum mecanismo autónomo de protecção contra a volatilidade dos fluxos de capitais. Assim, a acumulação de reservas tem um papel primordial para todas economias, especialmente para aquelas que possuem moedas não convertíveis, como é o caso de Angola.

Fonte: BNA

Num contexto em que a economia angolana tem sido severamente afectada pela baixa do preço do petróleo nos mercados internacionais, as RIL, cuja principal fonte são as exportações petrolíferas, têm seguido uma trajectória decrescente, tendo atingido os USD 18,43 mil milhões em Maio de 2017, valor mais baixo dos últimos 6 anos. Além da queda das receitas petrolíferas, a manutenção cambial, bem como as importações de matérias-primas de bens e serviços, têm contribuído, significativamente, para a variação negativa das RIL.

Estas medidas pretendem produzir um duplo efeito que, para além de garantirem a importação de bens e serviços, visam, também, combater a inflação que atingiu, em Dezembro de 2016, o seu cume na ordem dos 41,9%. Entretanto, estes dois factores têm explicado as quedas sucessivas das RIL uma vez que as mesmas têm funcionado como uma espécie de "colchão de liquidez".

18,43 17,51 166,74 112,36 47,92 15 40 65 90 115 140 165 190 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00

jun/13 dez/13 jun/14 dez/14 jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

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Fonte: BNA

Como proteger as Reservas Internacionais Líquidas num ambiente de crise

financeira?

Como acontece com qualquer activo financeiro, em momentos de turbulência na economia, a taxa de câmbio pode afastar-se do seu valor de equilíbrio caracterizando-se numa elevada volatilidade. Seguindo a lógica desencadeada nos parágrafos anteriores, podemos aqui identificar um problema. Normalmente, as reservas internacionais são aplicadas em activos com uma taxa de rentabilidade muito baixa, enquanto, por outro lado, o Estado paga taxas muito altas quando emite títulos de dívida pública. Assim, o custo de oportunidade de acumular reservas seria a diferença entre a yield que o Estado paga pelas suas dívidas e a taxa de retorno que recebe investindo as suas reservas.

Um dos mecanismos que alguns países utilizam para colmatar tais situações são as linhas de swap de reservas que consistem, basicamente, num empréstimo de liquidez entre bancos centrais. Outro mecanismo também utilizado por muitos países é a canalização de alguma parte das reservas internacionais para o Fundo Soberano do país. Os defensores desta frente justificam que estes fundos, no geral, possuem maior tolerância ao risco, visto que têm estratégias de investimento de mais longo prazo (buy and hold), não especulativas e bem menos arriscadas que as estratégias de fundos privados.

Por último, uma outra solução seria a criação de um fundo de compartilhamento de reservas a nível de uma integração regional que, no caso de Angola, poderíamos pensar a nível da SADC. O compartilhamento de reservas é uma forma importante de integração financeira apesar de apresentar diversos desafios, como conflitos comerciais entre membros, disputas de liderança e falta de suporte do sector privado. Contudo, se estas três alternativas forem adequadamente exploradas, diversos benefícios serão gerados e, ainda, deve ser possível reduzir parte do custo do acúmulo das reservas.

166,74 41,90% 31,89% 5,0% 20,0% 35,0% 50,0% 70,00 120,00 170,00 220,00

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Referências

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