PROGRAMAÇÃO INTERNA DO GT‐TG
MESA 1
CONTATO E
GRAMÁTICA NAS
LÍNGUAS DO
BRASIL: PESSOA, VOZ E
NEGAÇÃO
29 DE JUNHO – Quarta-feira 15:00-16:00
.PESQUISADORES ENVOLVIDOS:
Danniel Carvalho (UFBA)
Claudia Roberta Tavares Silva (UFRPE)
Fernanda Maciel Ziober / Vrije Universiteit Amsterdam/ CAPES João Paulo Lazzarini-Cyrino (UFBA)
Filomena Sândalo (Unicamp) Lílian Teixeira de Sousa (UFBA) RESUMO DA MESA:
Essa mesa tem como objetivo reunir trabalhos realizados sob uma perspectiva formal que buscam mapear a constituição das línguas do Brasil. Assim, serão abordados tanto o português brasileiro em contato com línguas africanas e em comparação com outras variedades, quanto línguas indígenas faladas no país. Dentre os temas em estudo estão o papel do contato na estrutura da sentença negativa no português brasileiro, a subespecificação de traços de pessoa em variedades do português e o sincretismo morfológico antipassivo/médio na língua kadiwéu.
Títulos dos trabalhos e respectivos autores:
.Traços de pessoa e duplos sujeitos no português
Danniel Carvalho
Claudia Roberta Tavares Silva Fernanda Maciel Ziober
.Construções reflexivas e antipassivas em kadiweu
João Paulo Lazzarini-Cyrino Filomena Sândalo
.Sobre o papel do contato na distinção negação de evento versus negação de proposição no Português Brasileiro
Lílian Teixeira de Sousa
Mesa 2
Cisão de Caso, concordância e marcação diferencial de
objeto em libras e em línguas indígenas brasileiras.
29 DE JUNHO – Quarta-feira 16:15-17:15
.PESQUISADORES ENVOLVIDOS:
Fábio Bonfim Duarte (UFMG) Nasle Cabana (UFRR)
Quesler Camargos (UNIR) Guilherme Lourenço (UFMG)
.CONSTRUÇÕES BITRANSITIVAS EM LIBRAS: ESTRUTURA ARGUMENTAL, CASO E CONCORDÂNCIA
Guilherme Lourenço/UFMG
Em Libras (Língua Brasileira de Sinais) é possível identificarmos dois tipos de construções bitransitivas: i) aquelas que introduzem um núcleo aplicativo do tipo FROM (Pylkkänen, 2008), tais como construções com os verbos ROUBAR, PEGAR, COMPRAR,etc.; e ii) construções que apresentam um núcleo aplicativo TO, tais como DAR, ENSINAR, EMPRESTAR, ENVIAR,etc. Nessas construções o
verbo concorda sempre com o sujeito da sentença e com o objeto indireto, mas nunca com o objeto direto. Adicionalmente, têm-se duas possibilidades de ordenação dessas sentenças: Sa-OD-aVb-OIb ou
Sa-aVb-OD-OIb. O presente estudo objetiva, portanto, discutir as construções bitransitivas em Libras,
assim como o padrão de concordância encontrado, as diferentes ordenações possíveis e, também, a atribuição de Caso nessas sentenças.
.DERIVANDO SISTEMA INVERSO EM TENTEHAR
Quesler Camargos/UFMG
Este trabalho tem por objetivo examinar o sistema de concordância verbal na língua Tenetehára (família linguística Tupí-Guaraní) com base essencialmente nas propostas de Rezac (2003), Béjar (2000ab, 2003) e Bejár & Rezac (2009). Proponho que a concordância na língua Tenetehára realiza-se em dois domínios, a saber: vP e C/TP. Assumo a hipóterealiza-se de que os fenômenos de deslocamento de concordância que são sensíveis às hierarquias de pessoa (cf. DUARTE, 2007) surgem a partir dos mecanismos da operação Agree, os quais operam sobre as estruturas articuladas de traço-φ na sintaxe cíclica. Diante disso, esse fenômeno de deslocamento de concordância exibe pelo menos três classes de derivação, as quais correspondem aos contextos direto, inverso e direto-inverso.
.ASPECTOS SINTÁTICO-SEMÂNTICOS DA MARCAÇÃO DIFERENCIAL DE OBJETOS EM KA’APOR
Nasle Maria Cabana/UFRR / Fábio Bonfim Duarte/UFMG
O fenômeno que será abordado é conhecido na literatura especializada como DOM ‘differential
object marking’. Trata-se de um fenômeno linguístico exibido por algumas línguas, cujos argumentos
que ocupam a posição de complemento de verbo transitivo são marcados diferentemente. DOM ocorre em várias línguas do mundo, entre elas Urdu/Hindi, Cingalês, Hebreu e Ka’apor, e a motivação para tal marcação diferenciada se deve a determinados traços semânticos. A tendência é de que as línguas marquem morfologicamente os objetos [+definidos] e [+animados]. Isso porque estes traços são exibidos mais frequentemente por argumentos na posição de sujeito do que na posição de objeto, o que torna os objetos semanticamente mais marcados. A forma como as línguas acionam a marcação diferencial de seus objetos varia consideravelmente. Algumas usam morfemas ou partículas de Caso, enquanto outras acionam concordância diferencial no verbo para marcar objetos que estejam alto na escala de definitude/animacidade. Há ainda línguas em que a ordem sintática é fator determinante para que o objeto tenha leitura definida, situações nas quais o objeto tende a vir antes do verbo. Será foco da discussão e exemplificação do fenômeno a língua Ka’apor, da família Tupí-Guaraní. Nesta língua, é acionada a partícula [ke] junto aos objetos quantos estes forem altos na escala de animacidade e de definitude.
Mesa 3
Mesa inter‐GTs Psicolinguística e Teoria da Gramática:
Trabalho experimental em Psicolinguística e Teoria da
Gramática
30 de junho (quinta-feira) 08:00-10:30
COORDENADOR DA MESA: Eduardo Kenedy - UFF MEMBROS:
Cilene Rodrigues – PUC-Rio
Erica dos Santos Rodrigues - PUC-Rio Letícia M. Sicuro Corrêa – PUC-Rio Marcus Maia- UFRJ
Ruth Lopes – UNICAMP RESUMO DA MESA:
A mesa tem como proposta discutir como pesquisa envolvendo método experimental tem sido
conduzida em Psicolinguística e Teoria da Gramática (em particular, no âmbito da Teoria Gerativa), considerando diferenças relativas aos objetos de investigação, objetivos e especificidades teóricas e metodológicas de cada área. Pontos de aproximação e distanciamento entre as duas áreas serão
MESA 4: LÍNGUAS DE SUJEITO NULO PARCIAL E O PB
30 DE JUNHO – Quinta-feira 14:00-16:00 .PESQUISADORES ENVOLVIDOS: Mary A. Kato/Unicamp M. Eugenia Duarte/UFRJ Eloisa Pilati/UNB DEBATEDORES:Marcelo Modesto /USP Fábio Bonfim Duarte/UFMG
.O SUJEITO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E SUA TIPOLOGIA Mary A. Kato e M. Eugenia Duarte:
Nosso trabalho enfoca a realização pronominal ou nula do sujeito no português brasileiro, buscando refinar os contextos que aceitam nulos referenciais e os vários tipos de alçamentos de constituintes para a posição estrutural do sujeito expletivo. Partindo de uma comparação com o português europeu, que aponta semelhanças e diferenças, nossa análise qualitativa de dados da fala espontânea e da escrita (mais ou menos planejada) permite propor uma tipologia em que o PB se aproxima das línguas orientadas para o discurso no que respeita ao sujeito nulo e das línguas [-SN], como o inglês e francês, no que respeita aos pronomes expressos.
.SOBRE A ORDEM VERBO-SUJEITO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: 30 ANOS EM MIRADA CRÍTICA
Eloisa Pilati:
O presente trabalho apresenta uma retrospectiva crítica de pesquisas sobre a ordem Verbo-Sujeito, desenvolvidas nos últimos 30 anos. Reunimos estudos gerativistas e variacionistas e estudos diacrônicos (séc. XIX) e sincrônicos sobre o tema, entre os quais destacamos: Nascimento (1984), Kato & Tarallo (1988), Votre & Naro (1989), Kato (2000), Pilati (2006), Gravina (2014), Furtado (2015), Naves & Pilati (2013), Naves, Pilati & Salles (2016). O objetivo da pesquisa é o de argumentar a favor da existência de um consenso quanto aos dados empíricos presentes nos diferentes estudos analisados e verificar em que medida as propostas recentes explicam as propriedades sintáticas de tais construções.
MESA 5: ESTUDOS SOBRE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM
01 DE JULHO – SEXTA-FEIRA08:00-9:15
.PESQUISADORES ENVOLVIDOS:
Marina Augusto (UERJ) José Ferrari Neto (UFPB) Elaine Grolla (USP)
Teresa Wachowicz (UFPR) RESUMO DA MESA:
A mesa contará com quatro apresentações de pesquisadores da área de aquisição de linguagem, que reportarão os resultados de suas pesquisas mais recentes. Marina Augusto investiga o comportamento infantil com relação a três fenômenos linguísticos do Português Brasileiro (PB), a saber, (a) estruturas de deslocamento à esquerda com verbos meteorológicos e concordância manifesta no plural, (b) construções absolutivas e (c) retomada por pronomes manifestos ou nulos em sentenças de deslocamento à esquerda. Tais estruturas são problematizados em relação ao papel da variação linguística e da opcionalidade de estruturas na aquisição. José Ferrari Neto investiga o processamento correferencial anafórico em PB, buscando caracterizar aspectos do processamento de retomadas anafóricas, especialmente, os pronomes, os nomes repetidos e as categorias vazias, sob uma ótica do desenvolvimento linguístico infantil. Dois grupos de crianças (Grupo 1: 29 crianças entre 5 e 7 anos e Grupo 2: 21 crianças entre 8 e 10 anos de idade), além de um grupo de 24 adultos foram testados. Os objetivos foram atestar se as diferentes formas de retomada (pronome (PR), nome repetido (NR) e categoria vazia (CV)) impunham diferentes demandas procedimentais, bem como verificar se há diferenças entre as classes etárias estudadas. Elaine Grolla investiga a produção de perguntas-QU de longa distância por crianças adquirindo o inglês entre 4 e 6 anos de idade e observa que algumas crianças entrevistadas produzem estruturas não adultas que possuem um elemento-QU pronunciado no início da oração subordinada (além do elemento-QU em spec,CP da oração matriz). Esse tipo de produção é relacionado à baixa capacidade de controle de inibição das crianças que produziram tais estruturas. Teresa Wachowicz investiga construções criativas de causativização/transitivização encontradas nos dados longitudinais de três crianças entre 2;1 e 3;3, em aquisição do PB. Tais construções, genericamente nomeadas de “alternância causativa”, recebem uma análise baseada na nanossintaxe, ou sintaxe de primeira fase, que prevê uma representação sintática da estrutura argumental passível de flexibilização, baseada fundamentalmente na informação lexical aspectual, ou nos primitivos estruturais que compõem CAUSA: [init, proc, res], núcleos que correspondem a iniciador, processo e resultado, respectivamente. A hipótese do trabalho é a de que as crianças operam diferentes primitivos semânticos, numa estrutura argumental, inata e flexível, que dispõe CAUSA.
MESA
6:
FENÔMENOS DE PERIFERIA ESQUERDA E DE PERIFERIA DE VP EM
PB
01 DE JULHO – SEXTA-FEIRA 09:15-10:30
.PESQUISADORES ENVOLVIDOS:
Paulo Medeiros Junior (UnB)
Esmeralda Negrão (USP)
Simone Guesser (UFRR)
Lena dal Pozzo (Universidade de Florença/PUC-Rio)
.RESUMO DA MESA
O objetivo desta mesa redonda é discutir fenômenos relacionados à periferia esquerda e à periferia de vP no português brasileiro. Composta por quatro membros, terá uma dinâmica que envolve dois apresentadores de trabalho e dois debatedores. A primeira apresentação (Paulo Medeiros - UnB) versa sobre aspectos sintáticos de interrogativas-wh, em particular sobre a derivação de sentenças infinitivas que complementam verbos como ver e ouvir e que apresentam um sujeito-wh. Parte-se do fato de que apenas as sentenças com um stress focal no sintagma-wh sujeito constituem uma derivação convergente e, então, argumenta-se que: (i) o que aparentemente se configura numa construção com -wh in situ é, na verdade, uma construção com movimento curto do -wh para o Spec-FocP na projeção focal interna da sentença matriz (assumindo a ideia de BELLETTI, 2004); (ii) em português, o traço-wh de sintagmas-wh é valorado sincreticamente com o traço de foco em projeções focais (na linha de KATO, 2004); (iii) nessa língua, sentenças infinitivas são defectivas também quanto à projeção de uma periferia interna. O segundo trabalho (Simone Guesser – UFRR) aborda sentenças com a sequência Foco+que, as quais têm recebido na literatura duas linhas de análise. Uma hipotetiza que Foco+que é derivada de uma sentença clivada invertida (BRAGA et al., 2009; KATO, 1996), e a outra a analisa como uma frase simples. Essa segunda linha se subdivide: de um lado, é proposto que Foco+que tem uma representação em que o foco e o complementizador que se encontram em relação de adjacência (MIOTO, 2003; RESENES, 2006 e 2009) e, de outro lado, tal adjacência é negada (RIBEIRO, 2011). Tomando como base aspectos sintáticos e pragmático-discursivos de Foco+que, o trabalho a ser apresentado tem como objetivo propor uma análise alternativa: Foco+que deriva de uma sentença clivada mas, dependendo da interpretação focal em jogo, pode envolver uma clivada canônica ou uma invertida. Embora a mesa redonda se concentre sobre interrogativas-wh e sentenças Foco+que, pretende-se também ocasionar discussões a respeito de outros aspectos da sintaxe do português brasileiro, tais como a hierarquia dos núcleos funcionais que compõem as periferias esquerda e de vP, em contextos finitos e infinitivos, e o apagamento da cópula em diferentes tipos de sentenças copulares.
APRESENTADOR 1: Paulo Medeiros Junior (UnB)
Título do trabalho: Sujeitos-wh e movimento para posições focais em sentenças infinitivas do PB DEBATEDORA: Esmeralda Negrão (USP)
APRESENTADOR 2: Simone Guesser
Título do trabalho: Estruturas Foco+que do PB: na interface sintaxe-pragmática DEBATEDORA: Lena dal Pozzo (Universidade de Florença/PUC-Rio)
++++
A
PRESENTAÇÃO DE
P
ÔSTERES
01 DE JULHO – SEXTA-FEIRA 10:30-11:00
1. Contextos Sintáticos e Significados de Verbos
Miriam Lemle - UFRJ
Isabella Lopes Pederneira - PG-UFRJ Rafaela do N. M. Aquino - PG-UFRJ
2. Punha-se a mesa, punha a mesa, você punha a mesa: os sujeitos indeterminados
com verbo na terceira pessoa do singular no PB
Juliana Marins - UFRJ
Humberto Soares da Silva - UFRJ
Maria Eugenia Lammoglia Duarte - UFRJ
3. O constituinte-QU in situ no Português Brasileiro infantil
Clariana Lara Vieira – PG-USP Elaine Grolla - USP
4.
Padrão de lexicalização nos verbos de movimento do português brasileiro
Letícia Lucinda Meirelles - PG-UFMG
5. Sobre a existência de orações relativas livres reduzidas de gerúndio
Camila Guaritá –PG-UnB Eloisa Pilati -UnB
6. Estudo Teórico-Experimental sobre Estruturas de Concordância em Libras
Isaac Gomes –PUC-RIO
7. Tarefa de crença falsa em perspectiva: discussões metodológicas acerca de
Teoria da Mente e linguagem
8. A natureza biológica das raízes e a emergência do vocabulário humano na
evolução
Vitor Augusto Nóbrega – PG-USP
9. Toda menina abraçou a (sua) mãe x Toda menina abraçou a mãe dela:
estruturas possessivas inalienáveis quantificadas no português brasileiro
Fernanda Mendes – PG-Unicamp
10. O licenciamento do ele acusativo em PB
Fernanda de Oliveira Cerqueira/ PPGLINC / FAPESB