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GABARITO DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES E CONTRATOS PROFESSORA ANA ALVARENGA

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GABARITO

DIREITO CIVIL – OBRIGAÇÕES E CONTRATOS PROFESSORA ANA ALVARENGA

1. O que acontece quando o objeto da obrigação é impossível?

A impossibilidade absoluta concomitante à formação torna a obrigação gravemente defeituosa (nulidade). A impossibilidade relativa não gera óbice à obrigação.

A impossibilidade superveniente pode liberar o devedor, se advier de caso fortuito ou força maior, ou torná-lo responsável pelo correspondente pecuniário se ocorrer por fato que lhe possa ser imputado.

2. Analisando a estrutura do vínculo obrigacional, pode haver débito sem responsabilidade?

Sim, na obrigação natural, por exemplo. 3. E responsabilidade sem débito?

Sim, como nos casos em que existe responsabilidade alheia pela satisfação do débito do devedor – ex: fiança e aval.

4. O que é o princípio da identidade da coisa devida?

A coisa deve ser entregue conforme o teor do contrato. O credor não é obrigado a aceitar coisa distinta da pactuada, ainda que mais valiosa, e nem pode exigi-la, mesmo que menos valiosa.

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.

5. Como se diferenciam as obrigações alternativas das obrigações cumulativas? Em ambos os casos, há múltiplas prestações. Nas obrigações alternativas, o objeto é composto de duas ou mais prestações, que se excluem no pressuposto de que somente uma deve ser satisfeita. Todas as prestações estão in obligatione, mas apenas uma in

solutione. A determinação se dá no momento do cumprimento. Nas obrigações

cumulativas, a determinação se dá no momento da formação. Não se trata da reunião de diversas obrigações simples. Não é o caso de pluralidade de obrigações. É o caso de pluralidade de prestações, advindas da mesma causa. O devedor está obrigado a entregar todas as prestações. Todas as prestações estão in obligatione e in solutione.

6. Como se diferenciam as obrigações alternativas das obrigações facultativas? Nas obrigações alternativas, o objeto é composto de duas ou mais prestações, que se excluem no pressuposto de que somente uma deve ser satisfeita. Existe obrigação facultativa quando, por escolha das partes, ao devedor assiste o direito de substituir a prestação. Na alternativa, há pluralidade de objetos. Na facultativa, não. Na alternativa, duas ou mais prestações estão in obligatione e uma in solutione. Na facultativa, uma prestação está in obligatione e uma in facultate solutione. A prestação in facultate solutione não constitui objeto da obrigação. Em relação a ela, não há direito de crédito. A impossibilidade de satisfazer a prestação devida, extingue a obrigação. A subsistência da obrigação facultativa é irrelevante.

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7. Qual a diferença entre solidariedade e indivisibilidade?

Elas se diferenciam pela causa. A indivisibilidade resulta de obstáculo ao fracionamento (causa fática). A solidariedade resulta da lei ou da vontade das partes (causa jurídica). Obrigações indivisíveis deixam de o ser quando se convertem em perdas e danos. As solidárias, não.

8. Qual a diferença entre obrigações conjuntas e obrigações solidárias?

Nas obrigações conjuntas, os devedores respondem juntos por toda a dívida e a pluralidade de credores atua como uma unidade. Nas obrigações solidárias, cada devedor responde por toda a dívida e qualquer credor tem direito de exigir a prestação por inteiro.

9. Em que hipóteses pagamento feito a quem não é credor pode ser válido?

Quando feito a credor aparente ou a pessoa indicada pelo credor. Quando há ratificação. Quando reverte em proveito do credor.

10. Quando devem ser utilizadas as regras legais sobre imputação do pagamento? Quando, perante o mesmo credor, houver pessoa obrigada por dois ou mais débitos, da mesma natureza, todos líquidos e vencidos, sem que se indique a qual deles se refere o pagamento.

11. Quando pode ser realizado o pagamento em consignação?

Quando houver recusa do credor, dificuldade de encontrá-lo, ou quando estiver em local de acesso difícil ou perigoso. E somente quando a prestação for idônea. Nem todas as dívidas o admitem.

12. Como diferenciar pagamento com sub-rogação de cessão de crédito?

A cessão de crédito é diferente da sub-rogação, pois esta pressupõe a satisfação do crédito. A cessão, ao contrário, deriva do negócio que lhe serve de base. Pagamento com sub-rogação é forma de extinção das obrigações. Cessão de crédito é forma de transferência das obrigações.

13. Como diferenciar datio in solutum de datio pro solvendo?

Dação em pagamento (datio in solutum) é o modo de extinção das obrigações mediante a entrega, pelo devedor, com aceitação do credor, de coisa diversa da coisa devida. A dação em função de pagamento (datio pro solvendo) é apenas um modo de facilitar o recebimento do crédito. Não extingue a dívida antiga, que permanece, embora enfraquecida. A obrigação antiga só se extingue quando se extingue a nova. 14. É possível haver cessão de posição contratual em contratos de obrigações unilaterais?

Não. Nesse caso, se o que se transfere é o crédito, haverá cessão de crédito, e se o que se transfere é o débito, haverá assunção de dívida. Só há necessidade de usar o instituto da cessão da posição contratual quando um sujeito for, ao mesmo tempo, credor e devedor, e isso só ocorre nos contratos de obrigações bilaterais.

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15. Que semelhanças existem entre cláusula de não indenizar e cláusula penal? Ambas implicam em modificações nas conseqüências do inadimplemento. Pela primeira, há um bloqueio no dever de pagar perdas e danos. Pela segunda, o valor da indenização é pré-fixado.

16. Quando há entrega de arras, há direito de arrependimento?

Depende. Só quando as arras são penitenciais. Ao contrário, quando as arras são confirmatórias, ante o inadimplemento, o interessado, além de retê-las, pode exigir o cumprimento coativo da obrigação.

17. Quais os elementos caracterizadores do enriquecimento sem causa? a) Enriquecimento de um sujeito;

b) Empobrecimento de outro sujeito;

c) Nexo de causalidade entre enriquecimento e empobrecimento; d) Falta de causa jurídica.

18. Quais os elementos caracterizadores da mora?

Mora é inadimplemento parcial. Só existe quando a prestação ainda for possível e útil ao credor. Em nosso Direito, não tem a ver apenas com tempo, mas também com modo e lugar de cumprimento da obrigação. A configuração da mora exige comportamento culposo do devedor (ou credor). Exige que decorra de fato a ele imputável. Se o descumprimento derivar de caso fortuito ou força maior, não existe inadimplemento. 19. Quais os efeitos da mora do devedor?

• Responsabilidade por perdas e danos

Ao interessado reserva-se o direito de cumular o pedido de execução da prestação com o de perdas e danos. Mas ele pode escolher fazer apenas uma coisa ou outra, como, de resto, pode quedar-se inerte.

• Perpetuação da obrigação

O devedor responde pela impossibilidade da prestação ainda que ela derive de caso fortuito ou força maior, a menos que prove que o evento teria comprometido a utilidade da prestação ainda que realizada a tempo e modo.

20. Em que hipóteses, a colocação do devedor em mora dispensa qualquer ato do credor?

Quando há termo certo, quando se trata de obrigação de não fazer e quando se trata de obrigação decorrente de ato ilícito.

21. Há problema em se apresentar o contrato como “fato que envolve duas pessoas”?

Contratos são negócios jurídicos bilaterais. No entanto, bilateral significa ‘presença de duas partes’, sendo que parte não possui identidade imediata com pessoa. Em uma parte, pode haver uma ou mais pessoas, de todo modo que em um contrato podem estar envolvidas, em cada parte, um sem número de pessoas.

22. Quanto ao direito contratual, aponte e explique dois de seus princípios norteadores.

Autonomia privada – aptidão que qualquer sujeito de direitos possui de definir, para si,

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Pacta sunt servanda , ou princípio da obrigatoriedade – os sujeitos se obrigam pelos

negócios que travam. Significa que há vinculação à palavra dada. No entanto, não é mais um princípio absoluto, eis que são várias as formas de sua derrogação.

Boa-fé objetiva – princípio de natureza ética, que vincula as obrigações e contratos à

obediência de deveres laterais, ou anexos (transparência, lealdade, informação etc.), inspira a interpretação (dá força e respeito à confiança legítima) e é apta a gerar responsabilidade por atos pré e pós contratuais que distorçam as obrigações assumidas.

Relatividade dos contratos – o contrato somente vincula as partes que o compõe, não

sendo apto a gerar obrigações a terceiros estranhos a eles.

Função social – muito embora os contratos somente vinculem as partes, e em tese não

gerem repercussão perante terceiros, essas mesmas partes devem portar-se de modo a não gerar prejuízos a terceiros (terceiro prejudicado). Terceiros, também, têm o dever de não prejudicar, impedir ou onerar a relação jurídica existente entre as partes (terceiro infrator). Manifestações (exs.): art. 473, § único; art. 413; art. 423; art. 720; art. 726. 23. O que é o princípio do consensualismo no direito contratual?

A regra significa que os contratos são formados a partir do acordo de vontades, independentemente de atos posteriores a dar-lhes validade. Desse princípio,nascem tanto a excepcionalidade dos contratos reais (para os quais é necessária a entrega do bem para o seu aperfeiçoamento) quanto dos contratos formais (nos quais a forma prescrita em lei é exigência para sua validade).

24. O que são contratos inominados?

São contratos que não possuem denominação legal própria, ou definição de normas a lhes reger o adimplemento.

25. O que são contratos de adesão? Aponte uma das consequências daí derivadas. São contratos nos quais uma das partes estipula todas as cláusulas contratuais (estipulante), sendo que à outra (aderente) não cabe negociar, rejeitar ou adaptar essas cláusulas.

São consequências deste tipo de contrato, POR EXEMPLO:

- interpretação em favor do aderente quanto a cláusulas ambíguas ou contraditórias (art. 423);

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

- a nulidade das cláusulas que signifiquem renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio;

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

- a competência do juízo de domicílio do réu, em razão da nulidade de cláusula de eleição de foro, quando determinada em contrato de adesão.

CPC - Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa.

Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.(Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)

26. O que são vícios redibitórios? Quais suas consequências?

São vícios ocultos que tornam a coisa – objeto de contrato COMUTATIVO - imprópria para o uso ao qual se destina ou que de tal forma lhe diminuem o valor que o contrato não teria sido celebrado acaso conhecidos.

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A resolução do contrato, com devolução integral do valor pago, acrescido de juros e correção monetária, além de perdas e danos acaso conhecidos pelo vendedor – ação redibitória.

Abatimento do preço – ação quanti minoris

Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.

Prazos, nos contratos civis – 30 dias para bens móveis e 1 ano para bens imóveis, diminuídos pela metade se o adquirente já se encontrava na posse do bem quando da alienação.

Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

27. Na evicção, quem é o evictor?

Evicção: perda da coisa adquirida, total ou parcialmente, em razão de direito anterior,

em favor de terceiro, na existência de contratos onerosos (falar da perda de um carro ganhado em bingo ou rifa).

Partes na evicção: alienante, evicto (quem perde o bem) e evictor (3º titular do direito

anterior, verdadeiro proprietário do bem).

Quem responde: em regra, o alienante direto, ou qualquer dos anteriores, desde que

devidamente notificado pelo evicto, a tempo, quanto ao litígio.

Responde em que medida: devolução do preço integral da coisa ao tempo da perda do

bem ou das quantias pagas, mais frutos, mais despesas e prejuízos resultantes diretamente da evicção, mais custas judiciais e honorários, mais benfeitorias necessárias e úteis. Exceções: cláusula exoneratória ou limitadora da evicção, desde que informado e responsável pelo risco (art. 448 e 449); ciência, pelo adquirente, de que o bem era litigioso ou alheio (art. 457, CC)

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

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Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.

28. O que é a cláusula rebus sic stantibus?

É a chamada teoria da imprevisão, que permite a alteração ou resolução do contrato acaso sobrevenham eventos imprevisíveis e extraordinários que causem alteração da situação em que as partes contrataram.

Adota-se no Brasil uma sua vertente – a teoria da onerosidade excessiva – que significa uma autorização implícita nos contratos bilaterais (ou sinalagmáticos), de trato sucessivo (prestações contínuas, p. ex., mês a mês) ou execução diferida (prestação única ou múltipla, mas diferida no tempo), segundo a qual, alterada a base contratual num contrato é possível o reequilíbrio da obrigação (art. 317), ou mesmo a sua resolução (art. 478), desde que o fato que gerou o desequilíbrio seja imprevisível ou extraordinário, bem como os efeitos desse fato; e que haja extrema vantagem para a outra parte.

Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

29. A alienação de um apartamento, devidamente construído e visitado pelo potencial adquirente, dá-se ad corpus ou ad mensuram?

Dado ser o apartamento um corpo certo e determinado, a venda dá-se ad corpus.

Ad corpus: alienação de imóvel como corpo certo e determinado. Se a área não

corresponder à medida correta, o comprador não poderá exigir o complemento da área.

Ad mensuram: alienação de bem descrito por suas medidas, ou o preço correspondente a

essas mesmas medidas. Se esta não for adequada, o comprador poderá exigir complemento da área, ou reclamar resolução do contrato ou abatimento do preço.

Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.

§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.

§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.

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§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.

Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.

Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.

30. É possível a alienação de bens entre cônjuges? E entre ascendentes e descendentes?

Cônjuges: sim, quanto aos bens excluídos da comunhão. Quanto aos integrantes da comunhão, é nula (art. 166, VII).

Ascendentes e descendentes: há anulabilidade na venda de ascendente a descendente, quando não consentirem os demais descendentes e o cônjuge do alienante. Para a venda de descendente a ascendente, não há qualquer óbice legal.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.

Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.

31. Qual é a diferença entre a venda a contento e a venda sujeita à prova?

Venda a contento: realizada sob condição suspensiva, que somente se reputará perfeita

após a manifestação do agrado do comprador. Não é possível a supressão do consentimento ou a execução forçada do negócio.

Veda sujeita à prova: realizada sob condição suspensiva, que somente se reputará

perfeita quando a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea ao fim a que se destina. Havendo tais requisitos, o comprador não pode negar-se à celebração do negócio.

Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.

Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.

Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.

Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.

32. É lícita a penhora de bem de família do fiador, em razão da inadimplência do devedor principal?

Em regra, não. A Lei 8.009, que trata da impenhorabilidade legal do bem de família, não coloca o contrato de fiança como uma das suas exceções. Somente se faz possível a penhora nos casos de fiança em contrato de locação regido pela Lei 8.245/1991, situação para a qual existe exceção legal expressa (art. 3º, VII).

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