Julia Trindade Alves de Carvalho (Mestre em Economia PPGE/UFBA);
Gervasio F. Santos (Prof. Dr. Depto. de Economia, PPGE e Grupo de Pesquisas em Economia
Aplicada da UFBA);
Luiz Carlos S. Ribeiro (Cedeplar/UFMG e UFS)
Henrique Tomé C. Mata (Prof. Dr. Depto. de Economia e PPGE/UFBA)
Motivação do estudo
• Promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010;
• Necessidade de definição, por parte de estados e município, de Rotas
Tecnológicas de Reciclagem para os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos, de
acordo com os princípios da PNRS.
• Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos – Cabe às
empresas garantir a reciclagem dos resíduos pós – consumo, independente da
sua posição na cadeia produtiva do produto e do serviço publico de limpeza
urbana.
Motivação do estudo
• Promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010;
• Necessidade de definição, por parte de estados e município, de Rotas
Tecnológicas de Reciclagem para os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos, de
acordo com os princípios da PNRS.
• Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos – Cabe às
empresas garantir a reciclagem dos resíduos pós – consumo, independente da
sua posição na cadeia produtiva do produto e do serviço publico de limpeza
urbana.
PNRS – ASPECTOS CONTRADITÓRIOS
Art. 9º
“Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser
observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução,
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. ”
“Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação
energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido
comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a
implantação de programa de monitoramento de emissão de gases
tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. ”
PNRS – ASPECTOS CONTRADITÓRIOS
Ordem de prioridades do gerenciamento de Residuos Solidos Urbanos:
1º não geração
2º redução
3º reutilização
Introdução
• Problema de pesquisa
Qual é a melhor rota tecnológica de reciclagem a ser
adotada no âmbito da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, para recuperação ecoeficiente dos Resíduos
Sólidos Urbanos, no município de Salvador?
• Objetivo geral
Simular a mudança tecnológica na estrutura de
absorção de insumos decorrente da adoção de duas
rotas tecnológicas de reciclagem pelo município de
Salvador
Introdução
Objetivos específicos
(i) Construir um referencial teórico da economia do meio
ambiente relacionada à PNRS e à problemática dos
resíduos sólidos
(ii) Construir um modelo de Insumo Produto para o estado
da Bahia, para simular uma mudança tecnológica
refletida na estrutura de insumos das rotas tecnológicas
(iii) Comparar os resultados econômicos das duas rotas
Resíduos sólidos – Caracterização quanto à origem
Fonte: Dados da pesquisa, 2014, a partir de IBAM (2001), Delmont (2007),
Freitas (2007), PNRS (2010).
Residuos Sólidos
Residuos Sólidos
Urbanos
Domiciliares
Domésticos ou
Residenciais
Comerciais e entulhos
de pequeno porte
Publicos
Residuos Solidos de
Fontes Especiais
Industrial
Portos, Aeroportos e
Terminais Rodoviários
Agricola
Radiotivo
Serviços de Saude
Domiciliares especiais
Definições de Rotas tecnológicas de reciclagem
de RSU
Reciclagem mecânica: Produção de matéria- prima
secundária para insumo industrial a partir de
material reciclável
Reciclagem energética: Incineração de resíduos
para a produção de energia elétrica.
Pressuposto empírico: As rotas tecnológicas são
mutuamente excludentes, devido às necessidades
de escala. São rotas concorrentes
Logística reversa simplificada - Fluxos do RSU
Energia
perdida com
Destino dos RSU no Brasil e principais países da
Europa (%)
Referencial teórico da Economia Ambiental
1.
Economia do Meio Ambiente Neoclássica (Arthur Pigou) (CÁNEPA, 2012; MILLER,
2004)
•
Principio do Poluidor – pagador
-
Analise baseada na Física Mecânica Clássica (atemporal)
-
Reversibilidade dos processos
-
Análise Custo –Efetividade
-
Instrumento econômico: Taxas sobre a poluição X custo de reduzir a poluição
-
Economia engloba o meio ambiente
2.
Economia Ecológica (BOULDING, 1996; GEORGESCU – ROAGEN, 1966)
•
Principio da Ecoeficiencia
•
Principio do Poluidor Protetor – recebedor
-
Analise baseada na Física Termodinâmica (Seta do tempo e analise entrópica dos
materiais e energia)
-
Irreversibilidade dos processos
-
Meio ambiente engloba a economia
Geração RSU Brasil
RSU / ano: 55,3 milhões toneladas
RSU / dia: 2,7 mil toneladas
RSU per capita / dia: 1,10 kg
Variação 2007 – 2011: 10%
50
51
53
53
55,3
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
2007
2008
2009
2010
2011
Quantidade coletada Brasil
8%
26%
37%
20%
9%
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro - Oeste
Fonte: SNIS
Geração RSU Salvador
RSU / ano: 828 mil toneladas (2010)
RSU / dia: 2,7 mil toneladas
RSU per capita / dia: 1,10 kg
Participação no total do estado : 30%
Variação 2004 – 2011: 26%
701.480
807.595
882.820
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
800000
900000
1000000
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
42,1%
22,1%
12,8%
4,7%
0,3%
0,2%
17,7%
Matéria Orgânica
Plásticos
Papel e Papelão
Têxteis e Couro
Madeira
Borracha
Inertes / rejeitos (metal +
vidro + outros rejeitos)
CNAE 2.0 dos setores ofertantes de matéria prima- virgem
que sofreriam redução da sua demanda, e portanto,
redução da sua produção
• Metal: Outros da indústria extrativa (Divisões 05, 07, 08 e
09)
• Papel: Fabricação de celulose e produtos de papel (Divisão
17)
• Plástico: Fabricação de resina e elastômeros (Grupo 203)
• Energia: Geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica (Grupo 351)
Valoração dos materiais recicláveis
ROTA 1 - Reciclagem mecânica
i) Calculo da quantidade de RSU reciclável mecanicamente = 128.684
toneladas (42% dos RSU secos, em média)
ii) Multiplicação da quantidade de cada material reciclável pelo seu respectivo
preço de venda à industria recicladora: Total: R$ 83,093 milhões
ROTA 2- Reciclagem energética
i) Calculo da quantidade de RSU reciclável energeticamente: 681,14 toneladas
ii) Calculo do PCI do RSU Salvador : 2.579 Kcal / Kg ou 0,65 MWh
ii) Estimativa do potencial energético do RSU em MWh: 442. 741 MWh
iii) Multiplicação do total de MWh pelo preço de venda do MWh em leilão = R$
45,223 milhões
50%
42%
Plástico total
Papel
Metais
Tecnologia de reciclagem energética: Incineração Mass Burn
• De 0,45 a 0,70 MWh/ Tonelada de RSU
• PCI mínimo para geração de energia: 2000 kcal / kg
8.633
8.193
2.729
2.490
1.921
712
-
-
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
Borracha
Plásticos
Papel e
Papelão
Madeira
Têxteis e
Couro
Matéria
Orgânica
Inertes /
rejeitos
(metal + vidro
+ outros
rejeitos)
PCI (Kcal por kg de material)
Metodologia
3
– Simulação da mudança tecnológica na estrutura de Insumos da
Matriz de Relações Intersetoriais (MRI) estadual - Método de
comparação de MRIs
• A MRI 1 é gerada com vetores VBP originais das Contas
Regionais
• A MRI 2 é gerada com vetores VBP reduzidos pela utilização de
insumos recicláveis (valor do CI e VA dos setores ofertantes de
matéria prima reciclável
• A diferença entre as MRIs 1 e 2 indica o quanto de Consumo
Intermediária pode ser economizado com a redução na produção
de matéria prima virgem
Resultados
Setor
1 - Proporção
Reciclável / VBP
original
2 - Proporção CI /
VBP
3 - Valor VBP
descontado
4 - Valor CI
descontado
5 - Valor do VA
descontado
Fabricação de resina e
elastômeros
2,24%
77%
51,16
39,58
11,57
Celulose e produtos de papel
0,73%
60%
24,85
14,90
9,95
Outros da indústria extrativa
0,39%
69%
7,09
4,91
2,17
Total reciclagem mecanica
0,04%
49%
83,09
59,40
23,69
Geração, Transmissão e
distribuição de energia
eletrica
0,47%
49%
45,23
23,08
22,14
2,24%
0,73%
0,39%
0,04%
0,47%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
Fabricação
de resina e
elastômeros
Celulose e
produtos de
papel
Outros da
indústria
extrativa
Total
reciclagem
mecanica
Geração,
Transmissão
e distribuição
de energia
eletrica
Resultados – Reciclagem mecânica
Total de Consumo Intermediário poupado pela reciclagem mecânica: R$ 59,40 milhões
Produtos químicos
Produtos químicos
Resultados – Reciclagem mecânica
Transporte
Outros ind. extrat.
Celulose e papel
Agricultura,
silvicultura,
exploração
Resultados – Energética
Total de Consumo Intermediário poupado pela reciclagem energética: R$ 23,1 milhões
Energia
elétrica
Serv. empresas
Extração e
Refino
petróleo
• O valor da tonelada de material para reciclagem mecânica
é ate dez vezes maior do que na reciclagem energética
(R$ 645 x R$ 66)
• Economia de recursos (CI) em relação ao valor dos
materiais recicláveis:
Mecânica 72%
Energética 51%
• A triagem dos resíduos para reciclagem mecânica poderia
gerar entre 5 a 10 mil empregos formais para os catadores
• A reciclagem energética poderia gerar cerca de 2% da
energia elétrica consumida anualmente no estado da
Bahia, mas não gera empregos
• Sugestões para Políticas publicas:
Incentivos econômicos e institucionais à cadeia produtiva da
reciclagem mecânica
Aumentar a taxa de coleta seletiva e reciclabilidade dos
materiais, através da capacitação de geradores e catadores, e
conscientização da sociedade como um todo
Adequação da tecnologia de incineração para complementar a
reciclagem mecânica
Promoção do ecodesign de produtos e processos
• Futuras extensões
Modelos Equilíbrio Geral Computável (EGC) inter-regionais, com
restrições de recursos, mudanças nos preços e os processos de
substituições nos mercados de bens, serviços e fatores de
produção
Conciliação de modelos de Insumos Produto com modelos de
analise do ciclo de vida do produto
Considerações finais
• Para uma analise mais detalhada da conservação de energia
liquida, faz-se necessário uma Analise do Ciclo de Vida do
produto. Em alguns casos, uma logística mal planejada pode
tornar a reciclagem mecânica mais poluente do que a energética
• Faz-se necessário a projeção de uma maior gama de cenários
onde possam coexistir reciclagem mecânica com incineração.
Obrigada pela sua atenção!
Contatos:
juliatac81@gmail.com
(71) 9158-0670
(71) 3115-7941
S6 Produtos do fumo 78,47 57,44 21,03 S7 Têxteis 813,59 611,84 201,75S8 Artigos do vestuário e acessórios 851,23 488,76 362,47
S9 Artefatos de couro e calçados 1.705,88 1.065,98 639,90
S10 Produtos de madeira - exclusive móveis 156,07 86,09 69,99
S11 Celulose e produtos de papel 3.385,89 2.030,63 1.355,26
S12 Jornais, revistas, discos 143,86 68,09 75,77
S13 Refino de petróleo e coque 19.688,71 15.839,80 3.848,91
S14 Álcool 71,41 49,92 21,49
S15 Produtos químicos 12.871,88 9.866,39 3.005,50
S16 Fabricação de resina e elastômeros 2.279,05 1.763,50 515,55
S17 Produtos farmacêuticos 43,90 32,60 11,30
S18 Defensivos agrícolas 971,00 786,68 184,32
S19 Perfumaria, higiene e limpeza 238,41 169,51 68,89 S20 Tintas, vernizes, esmaltes e lacas 37,40 27,66 9,74 S21 Produtos e preparados químicos diversos 190,25 142,06 48,20
S22 Artigos de borracha e plástico 3.705,37 2.636,69 1.068,68
S23 Cimento 189,67 122,09 67,58
S24 Outros produtos de minerais não-metálicos 820,06 502,74 317,32
S25 Fabricação de aço e derivados 1.455,83 1.024,64 431,19
S26 Metalurgia de metais não-ferrosos 5.130,75 2.053,23 3.077,52 S27 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 1.048,62 543,74 504,87 S28 Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos 764,24 320,58 443,66
S29 Eletrodomésticos 407,56 302,35 105,21
S30 Máquinas para escritório e equipamentos de informática 1.942,95 1.558,56 384,39 S31 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 634,27 431,50 202,78 S32 Material eletrônico e equipamentos de comunicações 260,60 181,08 79,53 S33 Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico 60,83 24,83 36,00 S34 Automóveis, camionetas e utilitários 5.310,28 4.793,61 516,67 S35 Peças e acessórios para veículos automotores 1.554,21 1.092,51 461,70 S36 Outros equipamentos de transporte 14,22 10,94 3,28 S37 Móveis e produtos das indústrias diversas 611,25 411,89 199,35 S38 Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana 9.744,43 4.973,65 4.770,78
S39 Construção civil 16.422,44 7.293,06 9.129,38
S40 Comércio e Manutenção e reparação 24.119,57 7.304,59 16.814,98
S41 Transporte, armazenagem e correio 11.713,33 5.942,87 5.770,46
S42 Serviços de informação 5.639,31 3.091,67 2.547,65
S43 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados 7.528,42 2.636,01 4.892,40 S44 Atividades imobiliárias e aluguéis 10.918,43 929,84 9.988,59 S45 Serviços de alojamento e alimentação 6.750,39 2.956,44 3.793,96
S46 Serviços prestados às empresas 6.758,21 1.877,26 4.880,95
S47 Educação e Saúde mercantil 6.191,01 2.599,38 3.591,63
S48 Serviços prestados às famílias e associativas e serviços domésticos 6.756,55 2.335,29 4.421,27 S49 Administração Saúde e Educação Públicas e seguridade social 30.469,25 9.949,95 20.519,30