• Nenhum resultado encontrado

Simulação da dispersão de poluentes na atmosfera em condições de vento fraco pelo método GILTT

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Simulação da dispersão de poluentes na atmosfera em condições de vento fraco pelo método GILTT"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Simulação da dispersão de poluentes na atmosfera em condições de vento

fraco pelo método GILTT

Kelen Berra de Mello, Marco Túlio de Vilhena

Departamento de Matemática Aplicada, UFRGS,

Cep 91509-900, Porto Alegre, RS

E-mail: kelenber@yahoo.com.br, vilhena@mat.ufrgs.br

Davidson Martins Moreira

Programa de Pós-graduação em Engenharia: Energia, Ambiente e Materiais, ULBRA, Cep 92425-900, Canoas, RS

E-mail: davidson@ulbra.tche.br

Introdução

Nas últimas décadas vem aumentando consideravelmente a preocupação do homem com a emissão de poluentes na atmosfera terrestre. Enquanto o nível de poluição natural pode ser considerado constante no tempo, o nível de poluição ocasionada pelo homem está em aumento contínuo.

Devido aos problemas ocasionados pela poluição do ar, é necessário estudar e entender o processo de dispersão de poluentes para prever as possíveis conseqüências do impacto ambiental sobre os diversos ecossistemas. Sendo assim, a simulação de dispersão de poluentes se torna uma boa opção visto que, as observações de campo

sofrem muitas dificuldades (problemas

operacionais e alto custo).

Atualmente muitos estudos são realizados para resolver a equação de difusão-advecção que rege a dispersão de poluentes na camada limite planetária. Mas, normalmente, estão voltados à condição de vento forte e moderado.

Assim, neste trabalho é proposta uma solução da equação de difusão-advecção para uma das situações críticas para a dispersão de poluentes e que ocorre freqüentemente: a condição de vento fraco (U < 2m/s). Nestas condições os poluentes não são capazes de dispersarem-se para longe da fonte e então as áreas próximas são as mais afetadas [1,3,4,6,7]. Vale salientar também, que a complexidade da camada limite planetária cresce com a diminuição dos ventos e aumenta o grau de

estabilidade atmosférica. Além disso,

instrumentos de medidas convencionais não funcionam adequadamente abaixo de algumas velocidades críticas e as tradicionais técnicas de modelagem são inadequadas para trabalhar em condições de ventos fracos [8,9,10].

Neste trabalho é resolvida a equação (1) que representa a dispersão de poluente na atmosfera em condição de vento fraco, pela técnica da GILTT [11]. Este é um modelo estacionário considerando-se a difusão longitudinal na equação de difusão-advecção.

Solução da equação de difusão-advecção A equação de difusão-advecção considerando a difusão longitudinal é ¸ ¹ · ¨ © § w w w w ¸ ¹ · ¨ © § w w w w w w z z x c K z x z x c K x x z x c U z x ) , ( ) , ( ) , ( (1)

para 0 < x < f, 0 < z < zi,com condições de

contorno: °¯ ° ® -w w 0 ), ( ) , 0 ( , 0 , 0 ) , ( x Hs z Q z c U z z z z x c Kz i G (2)

onde x é a distância longitudinal, z é a altura,

c

é

a concentração de poluentes integrada em relação a y (distância transversal), U é a velocidade média

longitudinal, Kx é o coeficiente de difusão

longitudinal e Kz é o coeficiente de difusão

vertical.

Para resolver esta equação será utilizada a técnica GILTT (Generalized Integral Laplace Transform Technique), que consiste em resolver a equação via GITT (Generalized Integral Technique) resultando numa EDO, a qual será resolvida pela Transformada de Laplace. Assim, será aplicada a técnica da GITT em z, pois as condições em z são homogeneas, a equação

(2)

apresenta o termo difusivo e o domíno em z é finito (condições necessárias para a aplicação da GITT).

Assim, aplicamos a regra da cadeia em (1) e

dividimos em ambos os lados por Kz:

¸ ¹ · ¨ © § w w w w w w ¸ ¹ · ¨ © § w w w w w w w w z z x c z K z z x c K x z x c x K x z x c K x z x c U z z x x ) , ( ) , ( ) , ( ) , ( ) , ( 2 2 2 2 (3) Assim escolhendo 2 (2, ) z z x c w w como o operador de Sturn-Liouville , e sendo

^ `

( ) q(z) (z) z z k z L ¸ < ¹ · ¨ © § w < w w w < , onde k( z) 1 e q( z) 0, logo

^ `

22 z L w < w < e assim as

condições de contorno se tornam 0

z ) 0 ( ' w < w e 0 z ) z (' i w < w .

Para determinar as autofunções de qualquer operador usamos <''(z) O2<(z) 0, tendo 0< z < zi temos: ° ° ¯ °° ® -< < < < 0 ) (' 0 ) 0 (' 0 ) ( ) (' ' 2 i z z z O (4)

cuja solução é <i(O,z) cosOiz e i i iSz

O , com i = 0, 1, 2...

Substituindo a fórmula da inversa

¦

f < 0 ) ( ) ( ) , ( i i i i N z x c z x c , onde Ni

³

0zi<i2dz em (3) 0 ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( 0 0 0 0 2 2 0 0 2 2 ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w ¸ ¸ ¹ · ¨ ¨ © § < w w

¦

¦

¦

¦

¦

¦

f f f f f f i i i i z i i i i z i i i i z x i i i i z x i i i i z z i i i i N z x c x K N z x c x K U N z x c x K K N z x c x K K N z x c z K K N z x c z Z (5)

Como as funções são suaves podemos reescrever a equação (5) 0 ) ( ) ( ' ) ( ) ( ' ) ( ) ( ' ' ) ( ) ( '' ) ( ' ) ( ' ) ( '' ) ( 0 0 0 0 0 0 < < < < < <

¦

¦

¦

¦

¦

¦

f f f f f f i i i i i i i i i i i i x i i i i x i i i i z i i i i z N z x c N z x c U N z x c K N z x c K N z x c K N z x c K Z (6)

onde <'i(z)representa a derivada primeira de

) z (

i

< e <"i(z)a derivada segunda.

Multiplicando ambos os lados por j j N

<

(3)

0 ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( ' ) ( ' ) ( ) ( ) ( '' ) ( ) ( ' ' ) ( ) ( ) ( '' ) ( 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 < < < < < < < < < < < <

³

¦

³

¦

¦

³

¦

³

¦

³

¦

³

f f f f f f i z j i j i i i i z j i j i i i i i z j i j i x i i i z j i j i x i i i z j i j i z i i i z j i j i z i dz N N z z x c dz N N z z U x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c Z (7) Lembrando que <'('z) O2<(z) 0

então <''(z) O2<(z), substituindo a equação

0 ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( ) ( ) ( ' ) ( ) ( ' ) ( ' ) ( ) ( ) ( '' ) ( ) ( ' ' ) ( ) ( ) ( ) ( 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 < < < < < < < < < < < <

³

¦

³

¦

¦

³

¦

³

¦

³

¦

³

f f f f f f i z j i j i i i i z j i j i i i i i z j i j i x i i i z j i j i x i i i z j i j i z i i i z j i j i z i i dz N N z z x c dz N N z z z U x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c dz N N z z K x c Z O (8)

Reorganizando a expressão (8) temos

0 ) ) ( ) ( ) ( ) ( ' ' ( ) ( ) ( ) ( ) ' ( ) ( ' ) ( ) ( ) ( '' 0 2 0 0 0 0 0 0 < < < < < < < <

³

¦

³

³

¦

³

¦

f f f i z j i j i z i i i z j i j i z i i z j i j i x i i i z j i j i x i i dz N N z z K dz N N z z K x c dz N N z z U K x c dz N N z z K x c O Z (9) Tomando

^

`

^ `

^ `

^ `

) ) ( ) ( ) ( ) ( ' ' ( 1 , ) ( ) ( ) ' ( , ) ( ) ( , ) ( '' 0 2 0 , , 0 , , 0 , ,

³

³

³

³

< < < < < < < < i z j i j i z j i z j i j i z x j i j i i z j i j i x j i j i i z j i j i x j i j i j dz N N z z K dz N N z z K K c onde c C dz N N z z U K b onde b B dz N N z z K a onde a A x c Y O Z (10)

Substituindo (10) na equação (9), temos

AY '' BY' CY 0 (11)

Multiplicando ambos os lados pela inversa na matriz A, temos

0 ' '' 1 1 1AY A BY A CY A e renomeando C A G B A F 1 1 .

Temos a seguinte equação diferencial Y '' FY' GY 0, (12) onde F e G são funções dependentes de x.

(4)

Para resolver esta equação fazemos a seguinte mudança de variável

' 2 1 ¯ ® -Y S Y S o ¯ ® -'' ' ' ' 2 1 Y S Y S , então S'1 S2oS'1 S2 0 (13) Assim nos resulta no seguinte sistema

¯ ® -¯ ® -0 ' ' 0 0 0 ' 0 ' 0 ' 0 ' 2 1 2 1 2 1 2 1 1 2 2 2 1 GS FS S S S S S S GS FS S S S (14)

Escrevendo (14) na forma matricial

» ¼ º « ¬ ª » ¼ º « ¬ ª ˜ » ¼ º « ¬ ª » ¼ º « ¬ ª ˜ » ¼ º « ¬ ª 0 0 0 ' ' 1 0 0 1 2 1 2 1 S S F G I S S (15) Resultando na EDO 0 ' H˜S S , onde » ¼ º « ¬ ª F G I H 0 (16)

Para determinar qual é a condição inicial da EDO (16), aplicamos GITT na condição inicial da equação (1) em relação a x e para isto façamos a substituição da fórmula da inversa

¦

f < 0 ) ( ) ( ) , ( i i i i N z x c z x c , onde Ni

³

0zi<i2dz em (2), resultando em ) ( ) ( ) 0 ( 0 Hs z Q N z c U i i i i <

¦

f G . (17)

Multiplicando ambos os lados por j j N < e integrando de 0 a zi temos

³

¦

³

< < < f i z j j i i z j i j i i dz N Hs z Q z dz N N z z U c 0 0 0 ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0 ( G (18)

Pela propriedade de G temos

j j i i z j i j i i N Q Hs dz N N z z U c (0) ( ) ( ) ( ) 0 0 < < <

¦

f

³

. (19) Seja dz N N z z U W zi j i j i

³

0 < < ) ( ) ( e então P W N Q Hs c j j i < ( ) 1 ) 0 ( e portanto, temos ° ¯ ° ® -w w 0 2 1 R x x y S P S (20)

onde R é muito distante da fonte.

A partir de agora utilizaremos o método GILTT onde faremos o uso da transformada de

Laplace1 na equação (16), vale salientar que H é

uma função de x, assim para podermos aplicar a transformada de Laplace, dividimos H em subintervalos e em cada intervalo pegamos valores médio de H.

Aplicando a transformada temos

^

S' H˜ S 0

`

L o L

^ ` ^ ` ^ `

S' L HY L0

osS(s) S(0) HS(s) 0

o (sI HS(s) S(0) (21)

onde S(s) significa o S transformado.

Para facilitar a inversão da matriz )

(sI H chamamos H X˜D˜X 1, onde X é a

matriz dos autovetores de H, e D a matriz diagonal de autovalores de H, e lembrando que a matriz identidade pode ser escrita como

1 ˜X X I . A equação (21) se tornará ) 0 ( ) ( ) (sX˜X 1 X˜D˜X 1 ˜S s S ) 0 ( ) ( ) (sI D X 1 S s S X˜ ˜ ˜ ) 0 ( ) ( ) ( 1 1 1 X sI D X S s X S X ˜ ˜ ˜ ˜ ˜ ) 0 ( ) ( ) ( ) ( ) ( 1 1 1 1 S X D sI s S X D sI D sI ˜ ˜ ˜ ) 0 ( ) ( ) ( 1 1 1 S s X sI D X S X X˜ ˜ ˜ ) 0 ( ) ( ) (s X sI D 1X 1 S S ˜ (22)

1 Se continuássemos a utilizar o método de GITT

resolveríamos a equação (18) numericamente. A vantagem de utilizar o método GILTT é que esta equação será resolvida analiticamente.

(5)

onde » » » » » » » » ¼ º « « « « « « « « ¬ ª n s s s D sI O O O 1 0 0 0 1 0 0 0 1 ) ( 2 1 1

Aplicando Laplace inversa em (22) temos

^ `

( ) 1

^

( ) 1 1 (0)

`

1S s L X sI D X S L ˜

^

( )

`

(0) ) (x X L 1 sI D 1 X 1 S S ˜ ˜ ˜ (23) onde

^

`

i x i n e s L s s s D sI L O O O O O ¿ ¾ ½ ¯ ® -» » » » » » » » ¼ º « « « « « « « « ¬ ª 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 ) ( 1 2 1 1 1

Denominamos E como a matriz

E=

^ `

e xOi e assim, a equação (26) se torna

S(x) X˜E˜XS(0) (24) Como » ¼ º « ¬ ª 2 1 ) ( S S x S então descobrimos que é S1 Y ci(x)

Portanto a solução da equação (1) é ) ( ) ( ) ( ) ( ) , ( 0 0 1 z x c N z x c z x c i i i i < <

¦

f (25) ) ( ) ( ) ( ) , ( 0 1 x c N z x c z x c i i i i <

¦

f (26) Conclusão

Neste trabalho foi obtida a solução analítica da equação de difusão-advecção bidimensional estacionária em situações de ventos fracos representada pela equação (26). Esta solução será

futuramente implementada e validada utilizando dados experimentais existentes na literatura [2,5]. Referências

[l] P. Arya. Modeling and parameterization of near-source diffusion in weak winds. Appl. Meteor, 34, 1112-1122, 1995.

[2] M. L. Barad, Project Prairie Grass. Geophysical Research Paper, Vols I e II, GRD, Bedford, MA, 59, 1958.

[3] G. Brusasca, G. Tinarelli, D. Anfossi. Particle model simulation of diffusion in low Wind speed stable conditions. Atmos. Environ, 26, 707-723, 1992.

[4] M. C. Cirillo, A. A. Poli. An inter comparison of semi empirical diffusion models under low wind speed, stable conditions. Atmos. Environ., 26, 765-774, 1992.

[5] S. E. Gryning. Elevated source SF6 – tracer dispersion experiments in the Copenhagen area. Report RISOE-R-446, Risoc National Laboratory, Roskilde, Denmark, 1981. [6] D. Oettl, R. A. Almbauer, P. J. Sturm. A new

method to estimate diffuion in stable, low-wind conditions. Atmos. Environ., 40, 259-268, 2001.

[7] J. F. Sagendorf, C. R. Dickson. Diffusion under low wind-speed, inversion conditions, U.S. National Oceanic and Atmospheric Administration Techinical Memorandum ERL ARL-52, 1974.

[8] M. Sharan, M.P. Singh, A.K., Yadav. A

mathematical model for atmospheric

dispersion in low winds with eddy diffivities as linear functions of downwind distance. Atmos. Environ., 30 (7), 1137-1145, 1996a. [9] M. Sharan, M.P. Singh, A.K., Yadav, P.

Agarwal, S. Nigam, A mathematical model for dispersion of air ollutants in low wind conditions. Atmos. Environ., 30 (8), 1209-1220, 1996b.

[10] P. Zannetti, Air pollution modeling, em

Computional Mechanics Pubications,

Southeamption, pp. 444, 1990.

[11] S. Wortmann, M.T. Vilhena, D. M. Moreira, D. Buske, A new Analytical Approach to Simulate the Pollutant Dispersion in the PBL. Atmos. Environ., 39, 2187-2194, 2005.

Referências

Documentos relacionados

(Enem PPL 2019) Para dar conta do movimento histórico do processo de inserção dos povos indígenas em contextos urbanos, cuja memória reside na fala dos seus sujeitos, foi

Este capítulo aborda a elaboração de um mecanismo de alocação online de máqui- nas virtuais nos servidores de um centro de dados de computação nas nuvens, considerando as demandas

Média mais desvio padrão (%) das aplicações de bioinseticida de extrato etanólico de nim em floração sobre cupins, Feira de Santana-BA.. Ajudando à agricultura familiar

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

Projeto elétrico para a modernização do sistema elétrico existente no precipitador eletrostático visando a substituição dos transformadores de alta tensão convencionais

Se você deseja cozinhar apenas os legumes, adicione 5 medidas de água na panela antiaderente e coloque o botão de botão de cozimento para baixo (função “cozinhar”).. 17

Feliciano Sodré, 675-Centro, nesta, das 12:00 às 18:00 horas, mediante a entrega de 02 (duas) resmas de papel ofício 2 e carimbo contendo o CNPJ da Empresa, ou pela internet

Para este trabalho foi escolhido avaliar as propriedades físico químicas não somente do cimento endodôntico à base de óxido de zinco e eugenol (Endomethasone N) como