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Regulamento Técnico do Programa Alimento Confiável
1.Objetivo
Este documento, tem por objetivo fornecer as organizações interessadas, informações detalhadas sobre os procedimentos de auditoria e certificação, bem como, os direitos e deveres das empresas que participarem do Programa Alimento Confiável.
2. Referências
Portaria MS nº 1428 de Novembro de 1993;
Resolução – RDC n° 275 de 21 de Outubro de 2002; Portaria SVS/MS n° 326 de Junho de 1997;
NBR ISO 17021:2011 – Avaliação da Conformidade – Requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificação de sistemas de gestão; NIT DICOR 054 – Documentos mandatórios do IAF para a aplicação da
ABNT/NBR ISO 17021-1;
NBR ISO 22000:2005 – Sistema de Gestão de Segurança Alimentar; ISO 19600:2014 – Compliance Management Systems;
Codex alimentarius (Opas,2008) ISO Guide 73:2009 – Gestão de riscos – vocabulário.
3. Termos e Definições
Avaliação da conformidade: demonstração de que os requisitos especificados relativos a um produto, processo ou sistema foram atendidos.
Auditoria do programa alimento confiável: Avaliação da capacidade da organização em atender requisitos legais de boas práticas de fabricação nas indústrias de alimentos.
Auditor: pessoa que realiza uma auditoria.
Ação Corretiva: ação para eliminar a causa de uma não conformidade. Guia: pessoa designada pelo cliente para auxiliar a equipe auditora. Imparcialidade: presença real e perceptível de objetividade.
Não conformidade: não atendimento há um requisito.
Requisito: necessidade ou expectativa que é expressa de forma implícita ou obrigatória.
Risco: Função da probabilidade da ocorrência de um efeito adverso à saúde e da gravidade desse efeito, causado por um perigo ou perigos existentes no alimento.
Pág. 2/10 4. Escopo do Programa Alimento Confiável
Reconhecer através de auditoria de avaliação da conformidade o cumprimento dos padrões instituidos pela legislação brasileira de boas práticas de fabricação nas indústrias da alimentação no Estado de Goiás.
5. Descrição do Produto:
O produto consiste em avaliar o cumprimento da legislação vigente e emitir um selo de certificação demonstrando o atendimento por parte da organização das Boas Práticas de Fabricação para indústria de alimentos. A saber:
Resolução – RDC n° 275 de 21 de Outubro de 2002; Portaria SVS/MS n° 326, de 30 de Junho de 1997; Portaria MS n° 1428, de Novembro de 1993.
Os critérios atendidos contemplarão o exigido na legislação conforme os seguintes itens:
1. A legalidade da indústria;
2. Instalações, edificações e saneamento 3. Equipamentos 4. Higienização 5. Produção 6. Embalagem e rotulagem 7. Controle de qualidade 8. Controle de mercado
A metodologia deste programa foi elaborada por um Grupo Técnico (GT) especializado, composto por representantes das instituições: Vigilância Sanitária Municipal, Vigilância Sanitária Estadual, Unifesp, Unicamp, ICQ Brasil (Instituto de Certificação Qualidade Brasil) e SIAEG (Sindicato das Indústrias de Alimentação do Estado de Goiás).
O GT categorizou os riscos utilizando a lista de verificação da RDC 275/02, para que os pontos checados durante a avaliação fossem classificados de acordo com o potencial para causar danos à inocuidade do produto.
5.1 Principais riscos elencados pelo GT: Categorização
Risco 1 Aspectos de tempo e temperatura
Risco 2 Contaminação direta por manipulador, equipamentos e utensílios
Risco 3 Água e ingredientes inadequados
Risco 4 Contaminação indireta (estrutura física)
Risco 5 Controle de pragas e roedores
Pág. 3/10 Os critérios instituídos na resolução – RDC n° 275/2002 foram avaliados e categorizados conforme os riscos acima apresentados e deste trabalho resultou na lista de verificação do Programa Alimento Confiável – FOR-LV 001.
Para estimular a melhoria das indústrias, uma escala evolutiva de atendimento aos critérios da lista de verificação foi criada para enquadramento das empresas participantes conforme seu nível de cumprimento a legislação sanitária.
Categorias Cumprimento % mínimo
Risco 1 Risco 2 Risco 3 Risco 4 Risco 5
A (Concessão do selo) 100 100 100 100 100 B 100 > 85 >75 > 80 > 75 C 100 > 85 > 75 > 75 > 50 D < 100 < 85 < 75 < 75 < 50
Apenas as indústrias classificadas na categoria “A” terão direito ao uso do selo. As indústrias classificadas como “B” e “C” apresentam baixo risco sanitário, porém devem realizar algumas adequações para ter direito ao uso do selo. As indústrias classificadas como “D” necessitam de maiores investimentos nas boas práticas de fabricação – BPF antes de serem novamente avaliadas.
5.2 Etapas do produto:
Para a emissão do certificado de conformidade e aprovação do uso do selo “Alimento Confiável” o projeto obedecerá as seguintes etapas:
Avaliação Inicial
Etapas Resultado N° de dias
1 Auto Avaliação Preenchimento da lista de verificação pela indústria, disponibilizada no site do projeto
Após a adesão, sete dias
2 Inspeção para diagnóstico (Auditoria fase 1)
Relatório técnico contendo as conformidades e não conformidades de acordo com a lista de verificação e regulamento técnico
Entre 1 a 3 dias, dependendo do porte
da indústria
3 Tratamento das Não Conformidades
Correção das não conformidades identificadas, utilizando soluções oferecidas pelo SEBRAE/SENAI
30 a 120 dias dependendo do grau de dificuldade para correção 4 Avaliação Final (Auditoria fase 2)
Relatório técnico demonstrando que a empresa está apta a utilizar o selo. (Vide regulamento)
Entre 1 a 4 dias, dependendo do porte
da indústria. 5 Autorização para uso do
selo.
Emissão do certificado de conformidade e autorização do uso do selo “Alimento Confiável”
15 dias após recebimento do relatório da avaliação
final
Nota 1: Caso a indústria na etapa 2 (Inspeção para diagnóstico) receba a nota A, não será
Pág. 4/10 5.2 Tratamento das Não Conformidades
O prazo para tratamento das não conformidades é de até 120 (cento e vinte) dias entre a entrega do relatório de auditoria da Fase 1 para realização da auditoria da Fase 2.
2º Avaliação – 1 ano após a avaliação inicial
Etapas Resultado N° de dias
1 Auto Declaração Preenchimento do formulário de auto
declaração. 7 dias
2 Análise laboratórial
Recolha de uma amostra por parte do OAC para análise fisíco química de pelo menos um produto do escopo.
30 dias 3 Análise da comissão Deferimento do processo pela comissão 30 dias
3º Avaliação – 2 anos após a avaliação inicial
Etapas Resultado N° de dias
Auto Avaliação
Preenchimento da lista de verificação pela indústria, disponibilizada no site do projeto
Após a adesão, sete dias Inspeção para diagnóstico (BPF,
APPCC e/ou FSSC 22000) (Auditoria Fase 1)
Relatório técnico contendo as conformidades e não conformidades de acordo com a lista de verificação e a categorização dos riscos
Entre 1 a 2 dias, dependendo do porte
da indústria
Tratamento das Não Conformidades
Correção das não conformidades identificadas, utilizando soluções oferecidas pelo SEBRAE/SENAI
Até 30 dias para correção Avaliação Final (BPF, APPCC e/ou
FSSC 22000) (Auditoria Fase 2)
Relatório técnico demonstrando que a empresa está apta a utilizar o selo. (Vide regulamento)
Entre 1 a 2 dias, dependendo do porte
da indústria. Autorização para uso do selo.
Emissão do certificado de conformidade e autorização do uso do selo “Alimento Confiável”
15 dias após recebimento do relatório da avaliação
final
6. Generalidades
O objetivo do programa alimento confiável é proporcionar uma maior confiança para o consumidor dos produtos goianos. Desta forma, a indústria participante que cumprir 100% da legislação de boas práticas de fabricação instituidas pela ANVISA terá direito ao uso de um selo para utilização em seus rótulos.
Pág. 5/10 O processo de avaliação é sistemático, estabelecido por meio de uma avaliação competente e imparcial, gerida pelo Sindicato da Indústria de Alimentação no Estado de Goiás – SIAEG em parceria com o ICQ Brasil.
6.1 Processo de Certificação
O processo sistemático está demonstrado detalhadamente no Anexo A deste documento.
6.2 Solicitação da Certificação
A solicitação será realizada mediante preenchimento da ficha de solicitação e do formulário de auto avaliação. Será necessário também o envio dos seguintes documentos comprobatórios:
Alvará de funcionamento;
Projeto arquitetonico versão atual (aprovado pela prefeitura ou Estado); Registro de comunicação do inicio de fabricação dos produtos na
SUVISA, que estarão no escopo da auditoria.
Cópia dos rótulos com a informação nutricional dos produtos do escopo. 6.3 Análise da Solicitação
Antes do agendamento da auditoria in loco, será realizado a análise e conferência dos documentos comprobatórios, bem como os formulários de auto avaliação e a ficha de solicitação preenchida.
6.4 Seleção da Equipe Auditora e Designação de Tarefas
O SIAEG selecionará a equipe auditora levando em consideração a competência necessária para alcançar os objetivos da auditoria, para tanto a competência técnica minima da equipe foi definida conforme quadro abaixo:
Escolaridade Experiência Treinamento
Formação superior em: Engenharia de alimentos, Veterinária, Nutrição, Ciências Biológicas.
No mínimo dois anos na área da formação.
Treinamento no Programa Alimento Confiável.
- RDC 275 e NBR ISO 19011 e NBR ISO 17021.
A equipe auditora receberá um treinamento especifico e assinará um código de ética, bem como, um termo de compromisso de confidencialidade. O comportamento desejado do mesmo está descrito no Anexo B deste documento.
Pág. 6/10 6.5 Determinação do Tempo de Auditoria
As auditorias serão realizadas in loco e o tempo de avaliação foi determinado conforme quadro abaixo:
Porte da Indústria
Número de H/D (Fase 1)
Número de H/D (Fase 2)
Pequena 1 dia 1 dia
Média 2 dias 2 dias
Grande 3 dias 3 dias
6.6 Coleta e Verificação de Informações
A auditoria é realizada por amostragem apropriada através de uma análise formal e imparcial, as informações serão coletadas através de entrevistas e verificadas nos locais definidos no Plano de Auditoria – FOR–PL 001.
6.6.1 As seguintes etapas devem ser obedecidas:
Inspeção para o diagnóstico e/ou Auditoria de Fase 1 – Nesta etapa a equipe auditora avaliará integralmente a RDC 275/2002 utilizando a lista de verificação
– FOR–LV 001 nos produtos cobertos pelo escopo, conforme definido no plano de
auditoria – FOR-PL 001.
Caso identificado não cumprimento à requisitos legais contemplados na RDC 275, os mesmos deverão ser apontados como não conformidade na lista de verificação FOR-LV 001 e no relatório de auditoria – FOR-RE 001.
A instrução para tratamento de não conformidade – IT NC 001 deverá ser entregue
juntamente com o relatório final – FOR-RE 001 durante a reunião de encerramento.
Tratamento das não conformidades – Caso tenha sido identificado não conformidade durante a auditoria de Fase 1, nesta etapa, a empresa deverá propor ações para sanar o que não está atendendo referente a legislação (RDC 275), uma planilha será fornecida pelo SIAEG para preenchimento por parte das indústrias para tratamento das não conformidades –FOR–NC 001, somente após
análise e parecer favorável da equipe auditora é que as ações propostas deverão ser implementadas.
Avaliação final e/ou Auditoria de Fase 2 – Nesta etapa a equipe auditora irá retornar na indústria para dar baixa nas não conformidades que foram identificadas durante a auditoria da Fase 1 e deverá analisar cada tratamento implementado evidênciando essa análise no formulário de Tratamento das não conformidades detectadas – FOR-NC 001.
Pág. 7/10 Todas as evidências coletadas no decorrer da auditoria serão registradas e avaliadas pela equipe auditora, gerando também as constatações das conformidades com a legislação – RDC 275.
6.7 Decisão de Certificação
A decisão de certificação se dará a partir da recomendação favorável da equipe auditora no relatório final, análise e deferimento da comissão de certificação, que é composta por representantes de universidades, procon, organismo de certificação, conselhos, dentre outros.
6.8 Concessão do Certificado
Após deferido o processo pela comissão de certificação, a indústria receberá o certificado e autorização do uso do selo – Alimento Confiável, emitidos pela alta direção do SIAEG.
7. Obrigações das Organizações Certificadas
As indústrias de alimentos certificadas devem obedecer constantemente os critérios da legislação sanitária - Portaria 326 e RDC 275 instituídas pela ANVISA.
O uso do selo só poderá ser utilizado nos produtos que passaram pelo processo de auditoria e estão adequadamente cobertos no escopo. Os critérios do regulamento para uso do selo – alimento confiável, deverão ser obedecidos, e, caso não sejam atendidos a empresa poderá ser advertida, suspensa ou cancelada no Programa Alimento Confiável.
8. Advertência, Suspensão e Cancelamento.
Caso a indústria não obedeça esse regulamento, os requisitos contratuais, bem como o regulamento para uso do selo – alimento confiável, poderá ser advertida, suspensa e cancelada. Conforme IT – Advertência, Suspensão, e Cancelamento no Programa Alimento Confiável.
9. Manutenção da Certificação
A manutenção da certificação deverá ser feita anualmente, conforme etapas descritas no Item 5 - Descrição do produto.
10. Confidencialidade
Visando proteger os direitos de propriedade da organização, o SIAEG trata as informações a que tem acesso durante e após as atividades de certificação como
Pág. 8/10 estritamente confidenciais e não as revela a terceiros, sem prévio consentimento por escrito da organização, exceto quando for requerido pela legislação do País. Toda a equipe que participa direta ou indiretamente do processo de certificação, firma um termo de compromisso, intitulado “Código de Ética”, o qual contém questões de confidencialidade, conflito de interesses e regras de conduta. 11. Responsabilidade Legal
Este programa foi desenvolvido com o caráter informativo e com o intuíto de melhorar a qualidade nas indústrias de alimentos.
O SIAEG não pode ser responsabilizado pela organização ou por terceiros (consumidores), referente a qualidade dos produtos das indústrias avaliadas.
Elaboração: Análise: Aprovação:
Pág. 9/10 ANEXO A
Pág. 10/10 ANEXO B
Comportamentos pessoais desejados da equipe auditora
É importante que as pessoas envolvidas no programa alimento confiável mantenha o seguinte comportamento:
a) ético, isto é, justo, verdadeiro, sincero, honesto e discreto;
b) mente aberta, isto é, disposto a considerar ideias ou pontos de vista alternativos;
c) diplomático, isto é, com tato para lidar com pessoas;
d) colaborador, isto é, que interage com eficácia com os outros;
e) observador, isto é, ativamente atento à circunvizinhança e às atividades; f) perceptivo, isto é, intitivamente atento e capaz de entender situações; g) versátil, isto é, se ajusta prontamente a diferentes situações;
h) tenaz, isto é, persistente, focado em alcançar objetivos;
i) decisivo, isto é, chega a conclusões oportunas baseado em razões lógicas e análise;
j) autoconfiante, isto é, atua e funciona independentemente;
k) profissional, isto é, exibe conduta cortês, cautelosa e, em geral típica de negócios no local de trabalho;
l) moralmente corajoso, isto é, disposto a atuar com responsabilidade ética mesmo se estas ações puderem ne sempre ser populares e algumas vezes acarretarem discordâncias ou confrontos;
m) organizado, isto é, que apresenta uma gestão eficaz do tempo, priorização, planejamento e eficiência.