A influência da Missão Artística
Francesa na arte brasileira
Considerações gerais:
.Em 1808 chega ao Brasil a Família Real Portuguesa, após escolher ficar ao lado dos ingleses, diante do conflito entre a França de Napoleão Bonaparte e a Inglaterra – Bloqueio Continental.
. Ao se instalar aqui o monarca português D. João VI, realiza uma série de reformas para adaptar a nova capital do Império português às necessidades dos nobres – criação do Banco do Brasil, da Imprensa Régia, fundação do Jardim Botânico, da Escola de Belas Artes e a Biblioteca Real (futura Biblioteca Nacional).
. Nessa época o Brasil recebe forte influência da cultura europeia, que começa a assimilar e imitar e é nesse contexto que chega ao Rio de Janeiro, em abril de 1816, com o propósito de divulgar os aspectos louváveis da cultura francesa, tida como o ideal de civilização.
A Missão Artística Francesa no Brasil
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A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil
chefiada por Joachin Lebreton (um dos
fundadores do Instituto da França e do Museu
do Louvre) e dela faziam parte, entre outros
artistas, Nicolas Antoine Taunay, Jean-Baptiste
Debret e Auguste-Henri-Victor Grandjean de
Montigny, todos haviam servido ao governo de
Napoleão e caíram em desgraça após a derrota
do imperador e a restauração dos Bourbons ao
trono francês.
A Missão Artística Francesa no Brasil
‘Mas, afinal, o que seria essa “Missão Artística”? Um plano estratégico de D. João e de sua corte, ou uma espécie de exílio, um afastamento compulsório de artistas ligados a
Napoleão? Na verdade, parece ter existido uma
convergência de interesses. De um lado, imagine-se uma série de artistas, formados pela Academia de Artes Francesa, no mais estrito estilo neoclássico, vinculados ao Estado napoleônico e inesperadamente desempregados. De outro, uma corte estacionada nos trópicos, longe, portanto, da metrópole europeia e carente de uma representação oficial. Foi dessa maneira, e da conjunção dessas duas situações, que surgiu aquela que é hoje conhecida como a “Missão Francesa de 1816”.’
Morro de Santo Antônio em 1816, de Nicolas-Antoine Taunay. Museu Nacional de Belas Artes – Rio de Janeiro.
Barbeiros ambulantes – Lojas de Barbeiros
Vista do Largo do Palácio do Rio de Janeiro – Vista geral da cidade do lado do mar
Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny
(1772-1850)
Na arquitetura, a Missão Francesa desenvolveu o estilo neoclássico, abandonando os princípios barrocos. Principal arquiteto responsável e primeiro professor de arquitetura do Brasil.
Pórtico de entrada do prédio da Academia Imperial de Belas-Artes, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro – projetado por Grandjean de Montigny.
As Academias de Arte
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As academias de arte foram criadas em diversos países da América colonizada por espanhóis e portugueses. Essas instituições propunham-se a incentivar a vida artística e cultural dos novos países, ainda que as formas de arte desenvolvidas por elas reproduzissem as ideias estéticas da Europa.❖ Em geral, os professores e diretores das academias de arte
eram europeus e nelas faziam prevalecer tendências e regras da criação artística próprias dos seus países de origem.
Artistas europeus independentes da
Missão Artística Francesa
Além dos artistas da Missão Francesa,
outros pintores europeus vieram para o
Brasil, no século XIX, motivados pelas
paisagens
e
pela
existência
de
uma
burguesia rica que desejava ser retratada.
Entre esses artistas destacam-se Thomas
Ender e Johann-Moritz Rugendas.
Thomas Ender (1793-1875)
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Viajou pelo país retratando cenas do
cotidiano popular e paisagens urbanas e
naturais.
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Sua obra é composta de desenhos e
aquarelas.
Thomas Ender -Serra da Estrela na direção de Minas. Paisagem do início do século XIX. Thomas Ender. Aquarela sobre lápis.
Thomas Ender -Vila Rica, atual Ouro Preto no início do século XIX.Thomas Ender. Aquarela sobre lápis.