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Adequação das instalações elétricas de uma instituição de ensino à Norma Regulamentadora 10 (NR-10).

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Adequação das instalações elétricas de uma

instituição de ensino à Norma Regulamentadora 10

(NR-10).

Kaio César Silva Fernandes de Medeiros

Departamento de Engenharia e Tecnologia

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Mossoró, Brasil kaiocsfm2@gmail.com

Romênia Gurgel Vieira Departamento de Engenharia e

Tecnologia

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Mossoró, Brasil romenia.vieira@ufersa.edu.br

Maria Izabel da Silva Guerra Departamento de Engenharia e

Tecnologia

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Mossoró, Brasil izabel.guerra@ufersa.edu.br

Resumo — Adequar-se à Norma Regulamentadora significa

preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores, já que sua função é estabelecer os requisitos mínimos para a implantação de medidas de controle referente aos riscos decorrentes do trabalho com eletricidade. A Norma Regulamentadora 10 (NR-10), juntamente com as normas NBR 5410/2004, NBR 5419/2015 e NBR ISO/CIE 8995-1, estabelecem as condições de manutenção, segurança e conforto em uma instalação elétrica. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo elaborar um projeto elétrico predial buscando o alinhamento com as normas vigentes, para isso foi desenvolvido alguns modelos de cheklist para auxiliar na detecção das conformidades e não conformidades das instalações elétricas de uma instituição de ensino à NR-10 e outras normas vigentes e desenvolver maneiras de adequação.

Palavras-Chave — NR10; Projeto elétrico; Inspeção.

I. INTRODUÇÃO

A Norma Regulamentadora nº 10 – NR 10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade aplica-se às etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, englobando as fases de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, atentando-se as normas técnicas determinadas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas [1].

As normas NBR 5410/2004, NBR 5419/ 2015 e NBR ISSO/CIE 8995-1, foram criadas com o objetivo de oferecer maior qualidade e melhor desempenho para as instalações elétricas. Seu foco principal é auxiliar na elaboração de projetos e obras no intuito de fornecer um resultado seguro e funcional, bem como uma maior vida útil da instalação. Estas normas atuam em conjunto com a NR 10 proporcionando o desenvolvimento ocupacional com adequado nível de proteção, resguardando a integridade coletiva e individual.

A instituição de ensino, localizada na cidade de Mossoró-RN, foi fundado em 02 de Março de 1901, uma das mais tradicionais escolas do Rio Grande do Norte, uma vez que mantém uma história de 118 anos de existência [2].

O colégio iniciou a adequação de sua instalação elétrica visando melhorias no ambiente de trabalho da escola. Esse processo de modernização e atualização no padrão das

normas é justificável, pois ultimamente foi detectado entre colaboradores e alunos da escola algumas anomalias com relação as instalações elétricas de alguns setores da instalação, uma vez que vem dificultando alguns eventos que a escola proporciona.

O aumento da potência instalada, que vem crescendo ao longo dos anos, promoveram uma série de problemas, motivo pelo qual surgiram transtornos em decorrência das instalações atuais, como por exemplo, inutilização de equipamentos elétricos e eletrônicos, danos a estrutura, surgimento de perdas de energia elétrica por aquecimento dos cabos que acarretam aumento financeiro na conta de energia mensal e entre outros.

Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo o estudo referente à inspeção elétrica e verificação das adequações de acordo com a norma regulamentadora NR-10, no qual será comparado a instalação elétrica atual com o projeto elétrico estrutural realizado do mesmo.

II. REFERENCIAL TEÓRICO A. Normas regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras – NR’s, referentes à segurança e medicina do trabalho, são obrigatórias de serem seguidas pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados dirigidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na atualidade existem 36 normas regulamentadoras com abordagens diferentes [3].

B. Inspeção

A inspeção visual é uma investigação sucinta que está presente nas instalações elétricas de uma determinada edificação, essa prática tem como objetivo investigar a existência dos equipamentos básicos para proteção contra choques elétricos, sobretensão, sobrecorrente, entre outros fatores exigidos pela norma, sempre com objetivo de garantir o íntegro funcionamento da instalação. Contudo, somente a inspeção visual não é suficiente para atender as exigências da NR-10, então é necessária uma inspeção com auxílio de algumas ferramentas, como por exemplo o terrômetro e o

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luxímetro, uma vez que ajudarão em diagnósticos mais precisos [4].

A inspeção de uma instalação elétrica deve ser iniciada pelo ponto de entrada da concessionária e, em seguida pelos quadros elétricos, onde se concentram a maior parte dos dispositivos das instalações elétricas. Na inspeção visual básica não há necessidade de verificação de todos os quadros terminais, podendo assim verificar apenas alguns deles, por amostragem [5].

C. Projeto elétrico

Um projeto elétrico é a previsão vista em forma de desenho técnico ilustrando todos os detalhes, localização dos pontos de tomadas, iluminação, comando, trajetos e seções dos condutores, dispositivo de manobra e proteção, carga total, carga de cada circuito, entre outros [6]. Desse modo o projeto elétrico é dividido em quatro etapas:

 Conjunto de plantas, esquemas e detalhes – Deveram englobar os elementos necessários para execução do projeto.

 Especificações – Contém o material utilizado e as normas para aplicação.

 Memorial – O projetista descreve a solução.

 Orçamento – Levantamento quantitativo e o custo de materiais e mão-de-obra.

O principal objetivo de um projeto elétrico é garantir o fornecimento de energia adequado desde uma fonte, geralmente a rede da concessionária ou geração própria, até a carga consumidora. Diante disso, para a eficácia e segurança de um projeto elétrico é necessário que as normas técnicas sejam atendidas.

III. MATERIAIS E MÉTODOS A. Caracterização da área de estudo

A instituição localizada em Mossoró RN é o local de estudo para o desenvolvimento do projeto. Por ser uma escola centenária, sua instalação elétrica possui uma mescla de equipamentos e componentes antigos. Diante disso, o principal alvo do estudo será inspecionar as instalações elétricas da escola de acordo com as especificidades presentes nas normas NR10, NBR 5410:2004, NBR 5419/2015 e a NBR 8995-1 e posteriormente realizar um projeto para reforma das instalações elétricas que forem necessárias.

No Apêndice B ilustra a planta baixa arquitetônica da instalação, e a partir que a partir dela será elaborado o projeto elétrico completo.

B. Inspeção in loco das instalações elétricas

A inspeção na escola foi realizada com intuito de verificar as instalações elétricas com base nos critérios determinados pela norma NBR 5410/2004, uma vez que se trata das instalações elétricas de baixa tensão. Com base na análise foram encontradas inconformidades que serão discutidas ao longo do artigo.

Para uma análise mais prática da inspeção foi elaborado um checklist disponível no Quadro A.1 do Apêndice A, uma vez que ajuda a detectar se a instalação dos quadros contém alguma inconformidade no presente momento.

1) Entrada da concessionária

O ponto de entrada da concessionária de energia no local da instalação é conectado a uma subestação aérea de 225 KVA - Duzentos e cinquenta Kilo Volt-Amperes, protegido apenas para sobrecorrente com três chaves fusíveis, uma para cada fase e o encaminhamento dos cabos para o quadro geral de energia são subterrâneos, como mostra a Fig 1. Estes equipamentos estão localizados na entrada da edificação como ilustra o croqui do Apêndice G.

Fig. 1. Ponto de entrada de energia vinda da concessionária (Autoria própria).

2) Quadro Geral de Distribuição

Para a realização do estudo referente a inspeção elétrica do colégio Diocesano a princípio será realizada uma inspeção visual dos equipamentos e componentes elétricos no quadro geral.

O quadro geral da instalação está localizado próximo a faixada frontal da escola e para verificação de seus aspectos o Quadro A.1 mostra o cheklist aplicado, em que apresenta alguns requisitos para visualização referente a norma de instalações elétricas para baixa tensão NBR 5410/2004 [4].

O quadro em estudo apresenta fácil acesso, não está bem conservado, não há espaço para circuitos reservas, bem como não há identificação de circuitos. Diante disso, é necessário promover a identificação de cada circuito no quadro como sugere o item 6.5.4.9 da NBR 5410, em que todos os componentes de um conjunto devem ser identificados.

A Fig. 2 mostra o disjuntor geral por onde passam os condutores que alimentam o setor em estudo, onde é composto por apenas um disjuntor, e próximo a ele encontra-se um disjuntor com ligação em paralelo com aplicação exclusiva para o circuito de combate a incêndio.

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Fig. 2. Quadro Geral de Baixa Tensão (Autoria própria). Para o novo Quadro Geral de Baixa Tensão - QGBT, será construído um abrigo composto pelo disjuntor geral, juntamente com todos os demais componentes de proteção necessários para a instalação.

Para realização do projeto elétrico, foi utilizado o software Lumine V4, uma extensão do sistema da AutoQi, de modo que seja capaz de apresentar toda reforma de instalações elétricas, juntamente com os quadros de cargas, diagramas unifilares e multifilares com todos os componentes dimensionados e atualizados.

3) Quadros de distribuição

Segundo a norma NBR 5410, no item 5.1.1.1, que se baseia na proteção contra choques elétricos, estabelecendo que as partes vivas não devem ser acessíveis e não devem oferecer perigo, seja em condições normais ou em caso de alguma falha. Por isso, para evitar o contato direto com alguma parte energizada é necessário possuir a utilização de uma barreira ou invólucro [7].

No decorrer da inspeção foram observados que 6 dos 15 quadros de distribuição apresentavam barreira protetora metálica para proteção das partes energizadas, nenhum deles apresentavam identificação dos circuitos suficientes, não apresentavam placas de sinalização ou advertência e não

apresentavam digrama unifilares. A Fig. 3 mostra um dos quadros de distribuição que está conectado a montante de um dos setores do ensino infantil.

Fig. 3. Quadro de distribuição de um dos setores da educação infantil (Autoria própria).

Um ponto importante a se destacar é que nenhum dos quadros elétricos presentes no colégio apresentavam o esquema do diagrama uniflar conforme o item 10.2.3 da NR 10.

C. Inspeção in loco do SPDA

A inspeção do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - SPDA na escola foi efetuada tendo como base as especificações da norma NBR 5419/2015, uma vez que aborda as regras de proteção contra descargas atmosféricas.

Para uma análise mais intuitiva foi disponibilizado no Quadro A.2 do Apêndice A um cheklist aplicado na inspeção, visto que foi levantando algumas perguntas importantes em relação a alguns elementos que compõem esse tipo de sistema.

A partir de uma inspeção visual feita nas instalações do SPDA da escola, verificou-se que o mesmo apresentava dois captores de Franklin instalados um em cada estrutura de poste de iluminação na área de lazer e outro próximo ao ginásio de esportes. O Apêndice G ilustra a localização desses captores na edificação.

A Fig. 4 mostra as duas estruturas onde está localizado a instalação do sistema de SPDA e seus respectivos captores de Franklin.

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a) Estrutura da área de lazer onde está localizado o captor 1. b) Estrutura próximo ao ginásio de esportes onde está localizado o captor 2.

Fig. 4. Localização dos captores do SPDA (Autoria própria).

Cada sistema apresenta apenas um condutor de descida que é conectado a uma haste de aterramento situado no solo. Através dessa análise visual da instalação e consultando a norma, observa-se que a instalação do atual SPDA encontra-se fora dos padrões atuais da norma NBR 5419/2015.

1) Terrômetro

Para a verificação da resistência de aterramento no local, foram realizadas medições utilizando um Megger do modelo Megabras MTD-2000E. A Fig. 5 mostra o modelo do Megger utilizado para a medição da resistência do aterramento do local.

Este equipamento contém quatro pontas de prova de cores diferentes, no qual uma delas é usada como referência e as outras três são conectadas a cada haste, cada uma enterrada com distancias diferentes. A ponteira verde foi utilizada como referência, visto que foi conectada a haste de aterramento do SPDA atual, como mostra a Fig.6.

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Fig.6. Ponteira de referência para medição da resistência de aterramento (Autoria própria).

A ponta de prova vermelha foi conectada em uma haste enterrada a dois metros de distância da haste de referência e a ponteira azul foi conectada a seis metros da haste de referência. Para o projeto, devido as características estruturais de alguns setores do edifício, foi optado para o subsistema de captor a utilização do método das malhas ou método da gaiola de Faraday, onde o mesmo é ideal para superfícies planas, porém para alguns setores do edifício permaneceram captores de Franklin, devido a formação geométrica de outras partes da edificação [9].

D. Inspeção in loco da iluminância

Para a verificação da iluminância das salas de aulas do colégio, foi utilizado as especificações vigentes da norma ABNT NBR ISSO/CIE 8995-1, uma vez que trata-se dos valores mínimos da iluminância, ou seja, o fluxo luminoso que incide na direção perpendicular em direção a superfície e a sua área que um determinado ambiente deverá apresentar.

As medições foram realizadas por meio de um luxímetro digital, modelo Minipa LML1011 como mostra a Fig. 7, onde foram efetuadas a partir da superfície de trabalho das carteiras dos locais. As medições foram realizadas na sala de aula 6 e na sala de aula 7.

Como a escola funciona nos três turnos, para fins de estudo, foi considerado a iluminância de 500lux e as medições foram feitas a noite.

Fig. 7. Luxímetro Digital Modelo MLM-1011 da Minipa [10]. O subitem 4.2.1.2.2 da NBR 5410 do ano de 2004 afirma que cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação da NBR 5413 de 1992. Porém esta norma entrou em desuso e deu lugar a norma ISO 8995/2013 [7]. A Tabela I mostra os valores de iluminância exigidos para o ambiente de sala de aula, segunda a norma.

Tabela I. Valores de iluminância de sala de aula (Autoria própria).

Ambiente

Iluminância exigida (Lux)

Dia Noite

Sala de aula 300 500

IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Mediante os dados coletados durante a inspeção das instalações e as medições obtidas serão apontadas medidas para as adequações das irregularidades encontradas.

Durante todas as análises foram encontradas várias irregularidades tanto no tocante da NR-10 quanto no tocante das NBR’s 5410/2004, 5419/2015 e ISSO/CIE 8995-1.

A. Adequação à NBR 5410/2004

A adequação das instalações à NBR 5410/2004, além de ser um requisito estabelecido pela NR-10 para instalações de baixa tensão, é também necessária para garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação de bens. Diante disso, nota-se o quão importante é a conformidade das instalações da edificação com a norma.

O quadro de cargas presente no Apêndice F mostra que a potência aparente total instalada depois da realização do projeto elétrico é de 461.188 VA, o transformador comercial com potência nominal mais próxima da nova carga instalada é um de 500 kVA ou seja, de acordo com a norma da concessionária local NOR.DISTRIBU-ENGE-0023 do ano de 2017, para o caso de subestações maiores do que 225 KVA, essa deverá ser abrigada. Estas subestações deverão conter três etapas, tais como medição, proteção e transformação. A etapa de medição consiste nos equipamentos que realizam medições de grandezas elétricas do sistema, como por exemplo os transformadores de potencial e de corrente; a etapa de proteção consiste nos dispositivos que realizam a proteção do sistema como

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disjuntores e relés; e por fim a etapa de transformação onde ocorre a transformação da tensão do sistema realizada pelos transformadores [11].

Para realizar a adequação do quadro geral de distribuição é necessário primeiramente verificar as inconformidades presentes no cheklist exposto no Quadro A.1 do Apêndice A.

Diante da inspeção, constatou-se a necessidade de atualização dos diagramas unifilares do prédio, identificando as cargas elétricas que não foram previstas no projeto inicial.

Os quadros de distribuição devem apresentar os diagramas unifilares, conforme item 10.2.3 da NR 10 e item 4.2.5.7 da NBR 5410. Todavia, os quadros de distribuição do prédio não possuem diagramas unifilares, sendo necessária a implantação dos mesmos.

Diante do exposto, pode-se verificar o diagrama unifilar presente no Apêndice D, projetado para o quadro geral de baixa tensão, e também o diagrama multifilar, presente no Apêndice E, para uma análise mais detalhada das conexões do sistema.

Recomenda-se que a alimentação da edificação seja de três fases cada uma com três condutores paralelos de 185mm², um neutro com seção de 150mm² e toda instalação será protegida por um disjuntor caixa moldada de 800A, como mostra a Fig.8. Foram projetados 23 quadros de distribuição por toda edificação, todos eles sendo alimentados por novos cabos que serão encaminhados por eletrocalhas perfuradas pelos corredores da escola.

Fig.8. Disjuntor de caixa moldada 800A [12].

O abrigo em que se encontram as bombas de combate a incêndio de 15 cv, uma bomba à óleo diesel de 3 cv e uma bomba pressostato monofásica de 2 cv contém um quadro de distribuição especificadamente para as mesmas. No projeto a bomba de combate ao incêndio é alimentada por um cabo de seção 6mm² e protegida por um disjuntor de 25A, a bomba à óleo diesel é alimentada por um cabo de seção 6 mm² e protegida por um disjuntor de 10A e a bomba pressostato é alimentada por um cabo de seção de 2,5mm² e protegida por um disjuntor de 10A.

Para o projeto de adequação da norma em questão foi considerado vários pontos, tais como:

 Identificação correta dos circuitos;

 Atualização dos diagramas unifilares nos quadros de distribuição;

 Colocação de sinalização de advertência contra risco de choque elétrico;

 Aterramento de todos os quadros e circuitos;  Instalação de dispositivos DR (Disjuntor Residual);  Balanceamento de carga nas três fases;

 Instalação de disjuntores geral em todos os quadros de distribuição;

 Dimensionamento correto de cabos e disjuntores;  Especificação de fase, neutro e terra de acordo com o

código de cores.

O resultado do projeto de instalações elétricas da instituição de ensino está presente no Apêndice C.

B. Adequação à NBR 5419/2015

Para realizar a adequação do sistema de SPDA é necessário primeiramente verificar as inconformidades presentes no cheklist exposto no Quadro A.2 do Apêndice A. Para o projeto, devido as características estruturais do edifício, recomenda-se o subsistema de captação a utilização do método das malhas ou método da gaiola de Faraday para os blocos de salas, onde os mesmos são ideais para superfícies planas, entretanto, também foi optado o sistema de captores de Franklin em alguns locais, visto que a edificação apresenta algumas estruturas altas e pontiagudas, como por exemplo alguns postes de iluminação.

A instalação do atual do SPDA não apresenta Dispositivo de Proteção contra Surtos – DPS, e segundo a NBR 5419-1, o DPS faz parte das Medidas de Proteção contra Surto - MPS. Por isso, estes devem estar conectados a cada fase e ao condutor neutro, onde irão ser conectados ao aterramento. O esquema de ligação dos quatro DPS´s monopolares com tensão nominal máxima de 275Vca e uma corrente máxima de 45kA cada, são ilustrados na Fig. 9.

Fig.9. Esquema de ligação dos quatro DPS´s monopolares [13]. Todos os condutores de descida do sistema devem apresentar caixa de inspeção a uma determinada altura do piso, as mesmas também não possuem conectores de emenda e medição. De acordo com o subitem 5.5.3 da NBR 5419-3/2015 é de caráter obrigatório a instalação de conector para ensaios devendo ser instalados próximo ao solo, a uma altura sugerida de 1,5 m a partir do piso, proporcionando um fácil acesso para realização de ensaios. Diante disso, o sistema da escola não apresenta nenhuma caixa de inspeção. Como

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mostra a Fig. 7, o local que se encontra a haste de aterramento do SPDA também não apresenta a caixa de inspeção.

Para a medição da resistência de aterramento, o terrômetro digital mediu na haste localizada no captor 2, uma resistência de 6,87Ω como mostra a Fig. 10, e para a haste localizada no captor 2, o terrômetro mediu uma resistência de 12,10 Ω, como mostra a Fig. 11. Vale ressaltar que ambas medições tomaram como referência a ponta de prova da cor verde conectada à haste de aterramento atual de cada setor.

Fig. 10. Medição próximo ao ginásio de esportes (Autoria própria).

Fig.11. Medição próximo a área de lazer (Autoria própria). Em relação a resistência de aterramento, a norma caracteriza no item 5.4.1, que deve-se obter a menor resistência possível do solo onde será conectado a haste de aterramento. Diante disso, pode-se observar que a resistência do solo próximo do ginásio de esportes apresentou um valor inferior a resistência do solo próximo a área de lazer.

Então para que o sistema de SPDA da instituição entre em compatibilidade é necessário a adoção das seguintes sugestões:

 Adicionar caixas de inspeções que facilite o acesso das hastes de aterramento;

 Adequar o tipo de SPDA a geometria estrutural de cada setor da edificação;

 Adicionar conectores de ensaios;

 Realizar a troca dos equipamentos que não estejam em bom estado;

 Utilizar DPS para proteger o sistema contra surtos de tensão transitória;

 Adequar um projeto de SPDA a edificação;

 Deve ser instalado um barramento equipotencial (bep), pois há dois aterramento que não estão interligados.

C. Adequação à NBR ISSO/CIE 8995-1

Para execução das atividades exercidas pelos alunos, professores e funcionários na instituição de ensino, deve-se garantir conforto e segurança visual. De acordo com o subitem 10.3.10 da NR10, os locais devem usufruir de uma iluminação apta para determinada ocupação.

1) Medição da iluminância

Para medição da iluminância nas salas de aulas 6 e 7 e visando uma melhor posição do equipamento foi colocado o luxímetro digital o mais próximo possível do centro do cômodo, visto que o plano de trabalho onde está situado o objeto tem como referência as carteiras dos alunos. A Fig. 12 mostra com exatidão o ponto de medição do equipamento. Vale ressaltar que todas as medições foram realizadas durante a noite.

Fig.12. Local exato da medição do luxímetro digital na sala de aula 6 da instituição (Autoria própria).

A Fig. 13 mostra o valor iluminamento medido em lux fornecido pelo equipamento na sala de aula 6.

Fig.13. Valor da iluminância medido na sala de aula 6 (Autoria própria). Em seguida foi colocado da mesma forma o luxímetro digital centralizado na sala de aula 7 como mostra a Fig. 14.

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Fig.14. Local exato da medição do luxímetro digital na sala de aula 7 da instituição (Autoria própria).

A Fig. 15 mostra o valor medido em lux fornecido pelo equipamento na sala de aula 7.

Fig. 15. Valor da iluminância medido na sala de aula 7 (Autoria própria). Diante do exposto, pode-se concluir que na sala de aula 6 o luxímetro mediu um valor de iluminância de 131 lux e na sala de aula 7 mediu um valor correspondente a 212 lux, ou seja, as duas salas de aulas apresentaram valores abaixo dos padrões que a norma exige, visto que deveriam medir um valor mínimo de 500 lux durante à noite.

Para o projeto luminotécnico da escola foi utilizado o software Lumine V4, visto que o mesmo apresenta uma ferramenta que adequa a iluminância do local de acordo com a área e o tipo do cômodo. A sala 6 e a sala 7 da escola com área equivalente a 42 m² apresenta 6 luminárias duplas, cada lâmpada com 24W de potência, a partir da realização do projeto o software gerou nove luminárias duplas de 40W e para a sala 7, o mesmo gerou oito luminárias duplas de 40W com arranjo de lâmpadas diferente da anterior, cada lâmpada emite 1400 lúmens.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A NR-10 afirma que seu principal objetivo é garantir a segurança dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente com as instalações elétricas e equipamentos energizados. Contudo, a partir de um melhor conhecimento da norma, foi possível identificar que ela possui uma grande abrangência, garantindo também a saúde e segurança de todos os utilizadores da instalação. Com isso, é evidente a grande importância de seguir suas instruções. Além disso, observou-se que a NR-10 necessita relacionar-se com outras normas e regulamentos para conseguir abranger todo o seu conteúdo.

Através deste artigo foi possível adquirir uma visão mais crítica sobre a execução de projetos elétricos, dando maior atenção a critérios específicos que podem comprometer as instalações, tais como a previsão da carga instalada, o dimensionamento correto dos componentes e entre outros.

Com a análise através de inspeções, foi verificado inúmeras falhas para os quadros de energia, tais como a desorganização e má distribuição dos circuitos; erros na numeração dos circuitos no quadro de cargas; apenas seis dos quinze quadros de distribuição apresentavam invólucro de proteção. Para o sistema de SPDA não foram encontrados caixa de inspeção; caixa de inspeção para aterramento; não foi encontrado DPS e nem conectores de ensaio do sistema, e por fim o iluminamento das salas de aulas 6 e 7 apresentava iluminação fora de norma.

Diante do exposto, é recomendado o cumprimento das medidas da NR10 de adequação da instituição para que se possa garantir a saúde e segurança dos envolvidos no decorrer de suas tarefas de trabalho e uma operação sob boas condições de trabalho.

Para os trabalhos futuros desse artigo é interessante analisar o comportamento das grandezas elétricas da instalação com auxílio de um medidor de qualidade, onde resultará em um diagnóstico mais preciso de toda instalação; é interessante também fazer um levantamento de carga da instalação atual e comparar com a carga projetada; realizar um projeto de SPDA e verificar a iluminância de todos os cômodos da escola.

REFERÊNCIAS

[1] NORMA REGULAMENTADORA. NR 10: Segurança em

Instalações e Serviços de eletricidade. Rio de Janeiro, p. 13. 2004.

[2] CDSL. Sobre o Diocesano. Disponível em: <http://cdsl.com.br/o-diocesano/sobre-o-diocesano/>. Acesso em 05 Nov. 2018.

[3] MINISTÉRIO DO TRABALHO. Normas regulamentadoras. Disponível em <http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>. Acesso em 07 Jan. 2019.

[4] MORAIS, Edpo Rodrigues de. INSPEÇÃO ELÉTRICA DO

LABORATÓRIO DO CITED DA UFERSA CAMPOS

MOSSORO-RN. 2014. 106 f. TCC (Graduação) - Curso de

Engenharia de Energia, Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2014.

[5] CBPMESP. Manual de inspeção visual conforme a IT-41. Disponívelem<https://www.procobre.org/pt/wpcontent/uploads/sites/ 4/2018/03/ie09-manual-de-inspecao-visual-it41.pdf>. Acesso em 07 de Jan. 2019.

[6] LIMA, F. D. L. Projeto de instalações Elétricas Prediais. São Paulo: Érica, 1997.

[7] RODRIGUES, Bruna Luana Fontes. Análise das instalações elétricas

do Central de Aulas III baseada na Norma Regulamentadora 10.

2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró, 2018. [8] TECNOFERRAMENTAS. Terrômetro Digital Resistência Resistividade Tensão Espúrias 2KOhms Megabras MTD-2000E. Disponível em: < https://www.tecnoferramentas.com.br/terrometro- digital-resistencia-resistividade-tensoes-espurias-2kohms-megabras-mtd_2000e/p >. Acesso em: 02 fev. 2019.

[9] OLIVEIRA, Paulo Diego Varelo de. Projeto de sistema de

aterramento e SPDA para estruturas edificadas: Um retrofit aplicado em uma edificação da UFERSA, Campus Leste. 2018.

Monografia (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal Rural do Semi-àrido. Mossoró, 2018.

(9)

[10] MINIPA. Luxímetro Modelo LML-1011. Disponível em: <http://www.minipa.com.br/temperatura-e-ambiente/luximetros/138-mlm-1011>. Acesso em 11 de mar. 2019.

[11] NOR.DISTRIBU-ENGE- 0023 - Fornecimento de energia elétrica

em média tensão de distribuição à edificação individual. 2017.

[12] WEG. Disjuntor WP800L-800-3. Disponível em: < https://www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/Automa%C3%A7%C3%A3

o-e-Controle-Industrial/Controls/Prote%C3%A7%C3%A3o-de- Circuitos-El%C3%A9tricos/Disjuntores/Caixa-Moldada/Disjuntores-

em-Caixa-Moldada-DWP/DISJUNTOR-DWP800L-800-3/p/14256868> . Acesso em 14 de mar. 2019.

[13] FAZFACIL. O que é DPS – Dispositivo de Proteção (contra raios). Disponível em: <https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/que-e-dps/> . Acesso em 15 de mar. 2019.

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Apêndice A - Quadros de Cheklist

Quadro A.1 - Cheklist para o Quadros de energia.

Cheklist – Quadros de energia SIM NÃO

Os circuitos elétricos devem possuir proteção contra sobrecorrente (uso de disjuntores ou fusíveis); X Dispositivo de seccionamento dos circuitos (esta função geralmente é exercida pelos dispositivos de

proteção); X

Proteção contra contato direto das partes vivas, de forma a impedir o contato acidental das pessoas

com as barra energizada do quadro (uso de barreira ou invólucro); X

Todas as tomadas de corrente fixas devem ser do tipo com pólo de aterramento (2P+T ou 3P+T). X Existência do barramento de aterramento com os devidos condutores de proteção dos circuitos

(conduto terra). Para a devida identificação do condutor terra do circuito, o mesmo deverá ser

obrigatoriamente da cor verde ou verde com listras amarelas. X

Os quadros estão instalados em locais de fácil acesso. X

Verificação da existência de um ou mais dispositivos diferenciais residuais (DR ou IDR) que devem interromper automaticamente a corrente do circuito ou do equipamento ao qual ele protege, sempre que houver uma corrente de fuga nesse circuito superior ao especificado pelo DR (a NBR-5410 estabelece que o DR deverá atuar para correntes superiores a 30mA);

X Estado de conservação geral dos quadros. Os quadros sujos, enferrujados, antigos (de madeira), sem

tampa de isolamento, deveram ter manutenção corretiva ou substituídos por novos; X Os circuitos de corrente alternada estão separados dos circuitos de corrente continua. X

Todos os componentes dos quadros estão identificados de tal forma que a correspondência entre componentes e respectivos circuitos possa ser prontamente reconhecida (as identificações dos circuitos podem ser feitos por anilhas, ao qual deverá constar o número do circuito, seguido da fase em que o mesmo foi conectado). É recomendado que dentro do quadro contenha o esquema unifilar dos circuitos.

X

Quadro A.2 - Cheklist para o Quadro Geral de Baixa Tensão.

Cheklist - SPDA SIM NÃO

Existe documentações técnicas? X

Possui elementos de captação? X

Elementos de condução (cabos de cobre nú, barra de alumínio) X

Elementos de suporte e fixação X

Caixa de inspeção de aterramento X

Os quadros estão instalados em locais de fácil acesso. X

Existe DPS? X

Existe Haste? X

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Referências

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