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INFLUÊNCIA DE MÉTODOS DE SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL EM SEMENTES DE Ipomoea grandifolia

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Academic year: 2021

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29 e 30 de outubro de 2019

INFLUÊNCIA DE MÉTODOS DE SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA NA

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL EM SEMENTES DE Ipomoea

grandifolia

Larissa Vinis Correia1, Gustavo Delabio da Silva2, Ana Luiza Wagner Zampieri3,

Paulo Vinicius Moreira da Costa Menezes4,Lindamir Pastorini5

1 Mestranda em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá-UEM. Bolsista CAPES. Larissa.vinis@gmail.com 2 Mestrando em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá-UEM. Bolsista CAPES. gustavodelabia@gmail.com

3Doutoranda em Biologia celular e Molecular, Universidade Estadual de Maringá-UEM. Bolsista CAPES. analuizawagner@hotmail.com 4 Doutorando em Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá-UEM. Bolsista CAPES. pvmcmenezes@hotmail.com

5Docente, Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada, Universidade Estadual de Maringá-UEM.

lindamirpastorini@yahoo.com.br

Resumo

Este trabalho teve como objetivo a avaliação da germinação e crescimento inicial de Ipomoea grandifolia submetidas às diferentes condições de superação de dormência. Foram utilizadas quebra de dormência mecânica (com lixa ou corte), dormência física (utilizando água fervente durante 5, 15, 30, 45 e 60 minutos) e química (com ácido sulfúrico concentrado por 5, 15, 30, 45 e 60 minutos). A lixa e o corte acarretaram em inibição do comprimento total bem como a redução da biomassa. As plântulas tiveram seus crescimentos afetados e raízes anormais. O tratamento com água fervente durante 5 minutos gerou inibição de todos os

parâmetros avaliados, resultando na morte e extravasamento do embrião. A escarificação química com

ácido sulfúrico concentrado, por 15 minutos, ocasionou em inibição do comprimento das raízes primárias. Já nos tempos de 45 e 60 minutos, verificou-se estímulo da porcentagem de germinação e da biomassa seca. Conclui-se que a quebra de dormência química, com ácido sulfúrico concentrado por 45 e 60 minutos é o melhor método, uma vez que aumenta a porcentagem de germinação das sementes de Ipomoea grandifolia e não prejudica a viabilidade das sementes.

Palavras-chave: Corda-de-viola; Escarificação; Plântulas; Viabilidade. 1 INTRODUÇÃO

A espécie Ipomoea grandifolia é uma dicotiledônea pertencente à família Convolvulaceae, sendo conhecida popularmente como Corda-de-viola. Esta planta é muito apreciada como espécie ornamental por apresentar flores vistosas e intensamente coloridas e por crescer sobre obstáculos (AZANIA et al., 2003). Nas ultimas décadas, entretanto, a Corda-de-viola tornou-se uma importante espécie infestante em diferentes culturas anuais de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (RIZZARDI et al. 2004), trazendo grandes prejuízos às produções agrícolas e dificultando no processo de colheita (LORENZI, 2000). Entre as características de suas sementes destaca-se um resistente tegumento impermeável à água, que permite as sementes manterem-se viáveis durante anos no solo sem germinar (AZANIA et al. 2003).

Essa dormência das sementes representa uma das principais habilidades das espécies vegetais para garantir a sua sobrevivência e perpetuação, estando relacionada com a duração do ciclo e rusticidade da espécie (MCIVOR & HOWDEN, 2000).

Segundo LABOURIAU (1983), existe uma variedade de tratamentos pelos quais se elimina a impermeabilidade do tegumento, como a escarificação com lima, lixa ou outros instrumentos metálicos; aquecimento e fervura em água; pressões hidrostáticas elevadas (até 2.000 atm); vibrações de alta frequência; ataque por ácido sulfúrico e lavagem em etanol. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi o de avaliar a influência de diferentes métodos de quebra de dormência (mecânicos, físicos e químicos) sobre os parâmetros de germinação e crescimento inicial em sementes de Ipomoea grandifolia.

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O experimento foi conduzido no Laboratório de Oxidações Biológicas na Universidade Estadual de Maringá-PR, utilizando-se sementes de Ipomoea grandifolia adquiridas comercialmente da empresa Cosmos Agrícola Produtos e Serviços Rurais LTDA-Brasil.

As sementes de Ipomoea grandifolia foram previamente selecionadas quanto ao tamanho e à forma, e submetidas à escarificação química, física e mecânica, como métodos de superação de dormência, antes de se avaliar a germinação. Para o controle, as sementes foram apenas lavadas com água destilada, sem nenhum tratamento prévio.

Para a quebra de dormência por escarificação mecânica, um dos tratamentos consistiu em lixar as sementes com o auxílio de uma lixa d'água Vonder (LDV 0023) por 5 minutos e o outro em cortar um fragmento das sementes na região oposta à micrópila utilizando um estilete. A quebra de dormência física foi realizada utilizando-se água fervente (em ebulição), submetendo as sementes à imersão na mesma pelos períodos de 5, 15, 30, 45 e 60 minutos. Finalmente, com a utilização de ácido sulfúrico concentrado, foi realizada a quebra de dormência química, colocando as sementes em contato com o mesmo pelos períodos de 5, 15, 30, 45 e 60 minutos.

Após a realização dos métodos de superação da dormência, todas as sementes foram lavadas abundantemente com água destilada e semeadas em caixas gerbox (11 cm x 11 cm) contendo duas folhas de papel germitest, previamente autoclavadas, e 10 mL de água destilada. Foram semeadas 50 sementes de Ipomoea grandifolia por gerbox, sendo cada tratamento composto por cinco gerbox. Após a semeadura, as caixas gerbox foram submetidas à luz UV na câmara de fluxo laminar por 20 minutos, fechadas com plástico filme e distribuídas aleatoriamente em uma câmara de germinação vertical. O fotoperíodo utilizado foi de 12 horas claro / 12 horas escuro, à temperatura constante de 30 ºC.

Após a semeadura, realizou-se a análise dos parâmetros de germinação em intervalos de 24 horas, contabilizando para os cálculos de porcentagem de germinação somente as sementes que emitiram no mínimo 2 mm de radícula além do tegumento. Após 72 horas, o crescimento das plântulas foi avaliado através da medição das mesmas com o auxílio de papel milimetrado. Para obtenção da biomassa seca, as plântulas foram levadas para estufa à temperatura de 70 ºC, por 48 horas, e posteriormente pesadas para obtenção dos valores de matéria seca.

Análise estatística: Os dados apresentados no gráfico foram expressos como médias ±

erros padrão (EP) e foram analisados por meio de análise de variância, com diferenças significativas entre as médias identificadas pelo teste de Duncan. As comparações são apresentadas no texto, sendo p ≤ 0,05 o critério mínimo de significância. As análises foram realizadas utilizando o pacote de software StatisticaTM.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes, submetidas aos tratamentos com lixa e corte, apresentaram estímulo na porcentagem de germinação de +7,62% (Figura 1a). Em relação aos parâmetros biométricos, os tratamentos com lixa e corte causaram, respectivamente, inibições de -48,86% e -51,22% no comprimento total das plântulas (Figura 1b). No tratamento com corte, houve uma redução da biomassa seca de -23,62% (Figura 1c). O estímulo na porcentagem de germinação sugere que houve uma ruptura da camada impermeável das sementes, promovendo uma germinação mais rápida (AZANIA et al., 2003). Foi constatado que as plântulas dos tratamentos com lixa e corte apresentaram anormalidades: suas raízes mostraram-se escurecidas e o crescimento foi significativamente reduzido. Possivelmente os resultados observados sejam reflexos do tempo e intensidade da escarificação com lixa e corte. Eventualmente podem ocorrer fissuras no tegumento, lesando o embrião e prejudicando germinação (AZANIA et al.,

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2003). Em virtude dos tratamentos baseados na quebra de dormência física, acarretarem alterações no crescimento e viabilidade das plântulas germinadas, estes podem não ser apropriados para a quebra de dormência de Ipomoea grandifolia.

Figura 1. Efeitos dos diferentes tratamentos de superação de dormência sobre (a)

germinação, (b) comprimento total das plântulas, e (c) biomassa seca total de Ipomoea grandifolia encubadas por 72 horas. Os valores são as médias ± EP (n=5). (*) indica diferenças significativas entre os tratamentos e o controle de acordo com ANOVA e teste de Duncan (p ≤ 0,05).

Nas sementes tratadas com água fervente (5’), observou-se uma notável inibição (-96,41%) da porcentagem de germinação (Figura 1a). As poucas plântulas que conseguiram obtidas destas condições tiveram uma redução de -73,20% do comprimento total (Figura 1b). Sua biomassa seca foi reduzida em 32,84% (Figura 1c). Todas as sementes submetidas ao mesmo tratamento, mas por períodos prolongados (15, 30, 45 e 60 minutos) não germinaram, uma vez que houve extravasamento do embrião e consequente morte celular. O estresse térmico sofrido pelas sementes pode causar danos nas membranas celulares, gerando extravasamento de eletrólitos, desnaturação de enzimas da respiração celular e morte dos tecidos. Em um estudo realizado por SCHIMIZU et al. (2011) demonstrou-se a morte de embriões quando suas sementes foram submetidas à água fervente. Ainda, em sementes de I. lacunosa, temperaturas maiores que 70 °C já foram suficientes para causar a morte dos embriões (EGLEY, 1990). Logo, a redução da porcentagem de germinação neste tratamento ocorreu, pois a maioria das sementes estava morta devido ao extravasamento do embrião. Desta forma, para Ipomoea grandifolia, a temperatura exerce influência na germinação e no crescimento das

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plântulas, havendo alteração na viabilidade das sementes nos tempos 5, 15, 30, 45 e 60 minutos em água fervente.

A utilização de ácido sulfúrico concentrado por 15 minutos causou um aumento da biomassa seca total de +7,96% (Figura 1c). Quando submetidas ao ácido sulfúrico por 45 e 60 minutos, a porcentagem de germinação das sementes foi estimulada em +6,73% e +8,07%, respectivamente (Figura 1a). Houve aumento da biomassa seca em +11,14% e +11,34%, nestes mesmos tratamentos, respectivamente (Figura 1c). Em contrapartida, o tratamento com ácido sulfúrico durante 45 e 60 minutos acarretou em um aumento da porcentagem de germinação, corroborando com a quebra de dormência mecânica, uma destruição da camada impermeável das sementes, entretanto sem causar danos ao embrião, possibilitando uma germinação mais rápida (AZANIA et al., 2003). Possivelmente, as sementes tratadas com ácido durante 45 e 60 minutos, geraram plântulas mais espessas justificando o aumento da biomassa seca total (+7,96%), sem haver alteração no comprimento das plântulas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos diferentes resultados obtidos para os diversos tratamentos de superação de dormência, podemos constatar que alguns tratamentos, como com lixa, corte e água fervendo, podem alterar o crescimento e a germinação das sementes, de modo que as plântulas crescidas não são viáveis. Já os tratamentos com ácido sulfúrico concentrado por 45 e 60 minutos, se mostraram mais praticáveis, uma vez que aumentam a porcentagem de germinação, sem afetar a viabilidade das sementes.

REFERÊNCIAS

Azania, A.A.P.M., Azania, C.A.M., Pavani, M.C.M.C., Cunha, M.C.S. Métodos de superação de dormência em sementes de Ipomoea e Merremia. Planta daninha, v. 21, n. 2, p. 203-209, 2003.

Egley, G.H. Hight temperature effects on germination and survival of weed seeds in soil.

Weed Science, v. 38, n. 4/5, p. 429- 435, 1990.

Labouriau, L.F.G. A germinação de sementes. Washington: Secretaria Geral da Organização dos Estados Unidos, 1983. 174 p.

Lorenzi, H. J. (2000) Plantas daninhas do Brasil. 3.ed. São Paulo: Instituto Plantarum, 2000. p. 127-137.

McIvor, J.G., Howden, S.M. Dormancy and germination characteristics of herbaceous species in the seasonally dry tropics of northern Australia. Austral Ecology, v. 25, n. 3, p. 213-222, 2000.

Rizzardi, M.A., Roman, E.S., Borowski, D.Z., Marcon, R. Interferência de populações de Euphorbia heterophylla e Ipomoea ramosissima isoladas ou em misturas sobre a cultura de soja. Planta daninha, v. 22, n. 1, p. 29-34, 2004.

Schimizu, E.S.C., Pinheiro, H.A., Costa, M.A., Santos Filho, B.G. Aspectos fisiológicos da germinação e da qualidade de plântulas de Schizolobium amazonicumem resposta à escarificação das sementes em lixa e água quente. Revista Árvore, v. 35, n. 4, p. 791-800, 2011.

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