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O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA NO ALÉM TÚMULO O processo da Desencarnação

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O DESPERTAR DA

CONSCIÊNCIA

NO ALÉM TÚMULO

– O processo da

Desencarnação

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SUMÁRIO

1.

Introdução ... 1

1.1 O Viver e o Morrer – Perspectiva Espírita ... 1

1.2 A Terminalidade da Vida – Associação Médico Espírita/Brasil ... 6

1.3 O Desencarne x A Morte – Diferenças ... 9

1.4 O Que levamos para o Plano Espiritual ... 12

1.5 Temor da Morte – Causas ... 17

1.5.1 O instinto de conservação da vida ... 17

1.5.2 Predominância da Natureza Animal... 17

1.5.3 Temporário olvido da vida espiritual ... 17

1.5.4 Receio de aniquilamento da vida ... 18

1.5.5 Terrorismo do modo de vida após a morte ... 18

1.5.6 Insuficiência de conhecimento sobre a Vida Futura ... 19

1.5.7 Marketing negativo da Morte/Velório/Enterro/Cemitério ... 20

1.5.8 Censura às comunicações entre mortos e vivos ... 20

1.5.9 Apego as Coisas e/ou Pessoas ... 21

1.5.10 Temor de Você / do que Fez e/ou do que Não Fez ... 21

2.

Obreiros da Vida Eterna – 75 anos ... 23

2.1 A Série a Vida no Mundo Espiritual ... 23

2.1.1 Importância ... 23

2.1.2 Composição da Série ... 27

2.2 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – estrutura/histórico ... 28

2.3 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – resumo ... 29

2.4 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – síntese – por capítulo ... 31

2.5 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – Instrutores – biografia ... 35

3.

O Despertar da Consciência no Além Túmulo... 37

3.1 Fases/Estágios do Processo de Desencarne – Obreiros da Vida Eterna ... 37

3.1.1 Missões de Assistência ... 37 3.1.2 Quebra de Imantações ... 38 3.1.3 O Desencarne/ A Eutanásia ... 39 3.1.4 O Velório ... 40 3.1.5 O Enterro/Cemitério ... 40 3.1.6 No Plano Espiritual ... 41

(3)

4.

O Despertar da Consciência no Além Túmulo – Exemplos ... 42

4.1 O Caso Dimas ... 42 4.2 O Caso Fábio ... 46 4.3 O Caso Cavalcante ... 47 4.4 O Caso Adelaide ... 49 4.5 O Caso Albina ... 50

5.

Referências ... 51

(4)

1

O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1. Introdução

1.1 O Viver e o Morrer – Perspectiva Espírita

A morte nenhum temor inspira ao justo, porque, com a fé, ele tem a certeza do futuro; a esperança faz com que aguarde uma vida melhor e a caridade, cuja lei praticou, dá-lhe a certeza de que, não encontrará no mundo onde vai entrar, nenhum ser cujo olhar deva temer.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 941 Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o terror ou a esperança?

A dúvida nos céticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.

Allan Kardec – Livro dos Espíritos – Perg. 961

Prepare-se para a morte.

Desde hoje vença a dúvida, supere o temor, alente a esperança.

Ligado a Jesus-Cristo, o Protótipo da Idéia-Vida, renove-se hoje e sempre, pensando no bem, a fim de que o Bem Inefável conduza os seus dias na Terra.

Marco Prisco – Legado Kardequiano – Cap. 56 – Idéia

Todos os homens na terra são chamados a esse testemunho, o da temporária despedida.

Considera, portanto, a imperiosa necessidade de pensar nessa injunção e deixa que a reflexão sobre a Morte faça parte do teu programa de assuntos mentais, com que te armarás, desde já para o retorno, ou para enfrentar em paz a partida dos teus amores.

Joanna de Angelis – Sementes de Vida Eterna – Cap. 56 – Não há Morte

Em favor de você mesmo, inclua diariamente entre as suas preocupações a meditação em torno do fenômeno da desencarnação. O exercício mental sobre esta ocorrência ser-lhe-á muito benéfico. Dessa forma, revista-se de equilíbrio para o retorno à Vida Espiritual que pode dar-se inesperadamente.

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2

O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação Morrer é um processo complexo.

Do ponto de vista físico, até que é relativamente fácil, complicado, porém é desencarnar, desprender-se a alma dos laços que a retém ao plano material.

Embora obedeça a leis gerais que a tornam automática (1), a desencarnação, para efetivar-se completamente, envolve lapsos de tempo variáveis, conforme a evolução do Espírito. (2)

Allan Kardec detalhou o mecanismo de desprendimento da alma, valendo-se dos ensinos do Espírito da Verdade e das próprias entrevistas que fez com centenas de desencarnados. Vejamos os tópicos principais listados por ele: (3)

• A extinção da vida orgânica acarreta a separação da alma, em q consequência do rompimento do laço fluídico que a une ao corpo, mas esse desprendimento nunca é brusco e só se completa quando não mais reste um átomo do perispírito unido a uma molécula do corpo.

O número de pontos de contato existentes entre o corpo e o perispírito é responsável pela maior ou menor dificuldade na separação. Se a união permanecer, a alma poderá sentir a decomposição do próprio corpo, como frequentemente acontece nos casos dos suicidas. Na morte natural, resultante da extinção das forças vitais por velhice ou doença, a separação é gradual: para aquele que se desmaterializou durante a própria existência, completa-se antes da morte real; para o homem materializado e sensual, cujos laços com a matéria são estreitos, é difícil, podendo durar “algumas vezes dias, semanas e até meses” (LE 155 nota). Na morte violenta, o desprendimento só começa depois que ela se efetiva e não se completa rapidamente (LE 162 nota).

• Na transição da vida corporal para a espiritual, produz-se um fenômeno de perturbação, considerado como estado natural. Nesse instante a alma experimenta um torpor que paralisa momentaneamente as suas faculdades, neutralizando, ao menos em parte, as sensações. É por isso que ela quase nunca testemunha conscientemente o derradeiro suspiro. Quando sai desse estado, o Espírito pode ter um despertar calmo ou agitado, dependendo do tipo de sono no qual se envolveu.

• A causa principal da maior ou menor facilidade de desprendimento é o estado moral da alma.

Influem, pois, no processo de desencarnação: o número de encarnações já vividas, as conquistas mentais ou o patrimônio no campo da ideação, os valores culturais, o grau de apego aos bens terrenos, enfim, as qualidades morais e espirituais, que constituem seu patrimônio.

• A preparação para a morte incluiria todo um programa existencial: fé ativa, aceitação da vontade divina nos impositivos da existência, desprendimento dos bens terrenos, busca da expansão do amor, na vida diária.

• 1) Obreiros da Vida Eterna – cap. XI, p. 172. • 2) Ver O Livro dos Espíritos – todo o cap. III. • 3) O Céu e O Inferno – cap. I da segunda parte.

(6)

3

O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação Todos os dias chegam corações atormentados, além da morte.

E apesar do horizonte aberto, jazem no chão como pássaros mutilados... ̶ Loucos, sob a hipnose da ilusão.

̶ Suicidas, descrentes dos próprios méritos.

̶ Criminosos sentenciados no tribunal da consciência. ̶ Malfeitores que furtaram de si mesmos.

̶ Doentes que procuraram a enfermidade. ̶ Infelizes a se imobilizarem nas Trevas.

Ha quem diga que os chamados mortos nada têm a ver com os chamados vivos, entretanto, como os chamados vivos de hoje, serão os chamados mortos, de amanhã, com possibilidade de se perturbarem uns aos outros caso perseverem na ignorância —, cultivemos na Doutrina Espírita o instituto mundial de esclarecimento da alma, a fim de que o pensamento regenerado consiga redimir as suas próprias criações que substancializam a experiência da Humanidade nas várias nações da Terra.

André Luiz – Além da Morte – Introito – Uberaba, 13 de Janeiro 1960.

A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos.

Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte.

Emmanuel – Obreiros da Vida Eterna – Introdução

Berço – Existência – Desencarnação – Renascimento constituem quatro estágios de Evolução que cabem nas quatro letras da VIDA.

Emmanuel – Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita – Cap. 78 – Página aos Espíritas/ Anuário Espírita – 1968

A morte é, simplesmente, um segundo nascimento; deixamos o mundo pela mesma razão porque nele entramos, segundo a ordem da mesma lei.”

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4

O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação Há, no entanto, que considerar mortos e mortos.

Nem todos, porém, que vivem na carne são vivos e nem os considerados mortos são mortos.

Alguns vivem, é certo, mas poucos estão vivos para a vida... Não importa a condição social em que os encontres.

Uns deambulam, ilustres, embora a indumentária carnal, cadaverizados pelo egoísmo. Outros jornadeiam, bem acondicionados, mumificados pelo orgulho.

Mais outros passam, superficiais e inermes ante a ação corruptora da impudicícia. Alguns movimentam-se, hipnotizados pelo prazer, a ele entregues.

Diversos aparecem inertes, aprisionados na indignidade.

Outros tantos escorregam, dominados pelo torpor do gozo animalizante. Vários transitam aligeirados, abraçando a cobiça.

Grande número constitui-se de presunçosos, apodrecendo no ócio a que se entregam. Mortos, todos eles, embora estejam no corpo físico.

Joanna de Angelis – Dimensões da Verdade – Cap. 21 – Mortos e mortos

Senhor Jesus!...

Enquanto os irmãos da Terra procuram a nós outros – os companheiros desencarnados – nas fronteiras de cinza, rogando-te amparo em nosso favor, também nós, de coração reconhecido, suplicamos-te apoio em auxílio de todos eles, principalmente considerando aqueles que correm o risco de se marginalizarem nas trevas!...

Pelos que perderam a fé, recusando o sentido real da vida, e jazem quase mortos de desespero;

Pelos que desertaram das responsabilidades próprias, anestesiando transitoriamente o próprio raciocínio, e surgem quase mortos de inanição espiritual;

Pelos que se entregaram à ambição desmesurada a se rodearem sem qualquer proveito dos recursos da Terra, e repontam do cotidiano quase mortos de penúria da alma;

Pelos que se hipertrofiaram na supercultura da inteligência, gelando o coração para os serviços da solidariedade, e aparecem quase mortos ao frio da indiferença;

Pelos que acreditaram na força ilusória da violência, atirando-se ao fogo da revolta, e se destacam quase mortos de angustia vazia;

Pelos que se perturbaram por ausência de esperança, confiando-se ao desequilíbrio, e se revelam quase mortos de aflição inútil;

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Pelos que abraçaram o desânimo por norma de ação, parando de trabalhar, e repousam quase mortos de inércia;

Pelos que se feriram ferindo os outros, encarcerando-se nas cadeias da culpa, e estão quase mortos de arrependimento tardio!...

Senhor!...

Para os nossos irmãos que atravessam experiência humana quase mortos de sofrimento e agravos, complicações e problemas criados por eles mesmos, nós te rogamos auxílio e benção!...

Ajuda-os a se libertaram do visco de sombra em que se enredaram e trazei-os de novo à luz da verdade e do amor, para que a luz do amor e da verdade lhes revitalize a existência a fim de que possam encontrar a felicidade real contigo, agora e para sempre.

Emmanuel – Na Era do Espírito – Cap.21 – Oração pelos quase Mortos

“(...) E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (...).”

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

1.2 A Terminalidade da Vida – Associação Médico Espírita/Brasil

Considerando:

a. Que o nosso paradigma é o Personalista Espírita (contempla a dignidade ontológica do ser humano) ;

b. Que a vida é um bem indispensável, uma doação do Ser supremo;

c. A imortalidade da Alma, evidenciada na literatura mediúnica, nas pesquisas científicas como as EQMs (Experiências de Quase Morte), nas vivências de terapia de vidas passadas e nos relatos históricos de casos de reencarnação;

d. O artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal, que elegeu o princípio da dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil; e. O artigo 61 do Código de Ética Médica “... o médico não pode abandonar o paciente

por este ser portador de moléstia crônica ou incurável, mas deve continuar a assisti-lo ainda que apenas para mitigar o sofrimento físico ou psíquico” ;

f. A Resolução CFM nº 1.805/2006, que estabelece como terminalidade da vida, no artigo 1º, “... fase terminal de uma enfermidade grave e incurável...”, o momento para limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida e, no artigo 2º, que “... o doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar”;

g. Os avanços científicos e biotecnológicos modernos que possibilitam o prolongamento obstinado do morrer;

h. A necessidade de humanizar o processo da morte, evitando sofrimentos adicionais ao doente e aos familiares;

Estabelecemos que:

1. O limite das possibilidades terapêuticas não significa o fim da relação médico-paciente, devendo o médico assisti-lo com cuidados básicos de manutenção da vida, alívio físico, psíquico e espiritual. E, salvo por justa causa e comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o abandono do paciente portador de moléstia incurável constitui caso de omissão;

2. Somos CONTRÁRIOS à eutanásia ativa ou passiva e a qualquer meio intencional, como o suicídio assistido, que antecipe a morte do ser humano;

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

3. Somos CONTRÁRIOS à distanásia, entendendo-a como prolongamento da vida, por uma obstinação terapêutica ou diagnóstica, através de meios artificiais ou não, de forma precária e inútil, que não promova benefício imediato ao paciente, levando-o a uma morte agoniada com sofrimento orgânico, psíquico e espiritual;

4. Somos A FAVOR de uma MORTE NATURAL, ocorrendo no tempo certo, por evolução natural da doença, assegurando ao paciente o direito aos cuidados paliativos, necessários ao alívio do sofrimento, e o respeito pela sua dignidade;

5. Somos A FAVOR da criação e ampliação das unidades de cuidados paliativos (HOSPICES), com abordagem multidisciplinar, com maior atenção ao doente do que à doença; da adoção de medidas necessárias e indispensáveis à manutenção da vida (cuidados higiênicos, conforto, alimentação e reposição de líquidos e eletrólitos); e dos procedimentos que ofereçam uma melhor qualidade de vida ao paciente terminal;

6. Morte digna é a que ocorre sem sofrimento (físico, psíquico, social ou espiritual), com assistência multidisciplinar de equipe de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social) e apoio espiritual; em ambiente adequado (familiar quando possível); com direito a ser ouvido em seus medos, pensamentos, sentimentos, valores, crenças e esperanças; receber continuidade de tratamento; não ser abandonado e ter tanto controle quanto possível no que se refere às decisões a respeito de seus cuidados;

7. A fase terminal do processo de morte deve ser encarada como um período de ricas experiências para a evolução do Espírito imortal; os cuidadores não têm, pois, o direito de impedir que o paciente usufrua desses benefícios, antes, devem garantir-lhe esse tempo único de aprendizado, convencidos de que a vida é um bem indisponível;

8. A linha divisória entre a eutanásia passiva e a distanásia é muito tênue, competindo ao médico, no limite de suas responsabilidades, ouvir a sua própria consciência e buscar a inspiração correta que direcione sua conduta ético-profissional;

9. Em substituição ao termo ortotanásia, que é sinônimo de eutanásia passiva no meio jurídico, preferimos a denominação morte natural, pois esta estabelece com melhor clareza a evolução natural das enfermidades;

10. Em relação ao PL 116/2000 do senador Gerson Camata, relatado pelo senador Augusto Botelho, que propõe:

“Exclusão de ilicitude

§ 6º Não constitui crime deixar de manter a vida de alguém por meio artificial, se previamente atestada por dois médicos a morte como iminente e inevitável, e desde que haja

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

consentimento do paciente, ou em sua impossibilidade, de cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.

§ 7º A exclusão de ilicitude a que se refere o parágrafo anterior faz referência à renúncia ao excesso terapêutico, e não se aplica se houver omissão de meios terapêuticos ordinários ou dos cuidados normais devidos a um doente, com o fim de causar-lhe a morte.”

Contempla o nosso entendimento que previne contra a prática da distanásia (obstinação terapêutica sem proporcionar benefício) e permite que o paciente em fase terminal tenha assegurados os cuidados mínimos de assistência humanitária à saúde (respeito pela dignidade humana) e que a sua morte ocorra não por falta de atendimento e sim pela evolução do curso natural da doença.

AME–Brasil – Folha Espírita – Janeiro de 2010 Edição número 425 – A Terminalidade da Vida – http://www.folhaespirita.com.br/v2/?q=node/461

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.3 O Desencarne x A Morte – Diferenças

• O Que é Desencarnar/ O Que é Morrer

Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação da vida, apodrecimento, bolor.

Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles, prosseguem inativos na condição de mortos voluntários que recusam a viver.

Acompanhemos a marcha do Sol, que diariamente cria, transforma, experimenta, embeleza.

Renovemo-nos.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 26 – Mortos Voluntários

Muitos nascem e renascem no corpo físico, transitando da infância para a velhice e do túmulo para o berço, à maneira de almas cadaverizadas no egoísmo e na rebelião, na ociosidade ou na delinquência, a que irrefletidamente se acolhem.

Absorvem os recursos da Terra sem retribuição, recebem sem dar, exigem concurso alheio sem qualquer impulso de cooperação em favor dos outros e vampirizam as forças que encontram, quais sorvedouros que tudo consomem sem qualquer proveito para o mundo que os agasalha.

Semelhantes companheiros são realmente os mortos dignos de socorro e de piedade, porquanto, à distância da luz que lhes cabe inflamar em si próprios, preferem o mergulho na inutilidade, acomodando-se com as trevas.

Lembra-te dos talentos com que Deus te enobrece o sentimento e o raciocínio, o cérebro e o coração, fazendo verter a glória do bem, através de teu verbo e de tuas mãos, desperta e vive, para que, das experiências fragmentárias do aprendizado humano, possas, um dia, alçar vôo firme em direção à Vida Eterna.

Emmanuel – Coragem – Cap. 32 – Vida e Morte

A desencarnação ocorre somente quando o ser, livre das sensações materiais, permite-se a lucidez e o reencontro consigo mesmo, podendo experimentar as alegrias e as bênçãos da libertação.

De acordo com as faixas mentais em que cada qual se situa, desperta em campo vibratório equivalente, ensejando-se a paz anelada ou prolongando as aflições pelos prazeres que não mais podem ser fruídos.

(...) A morte física é apenas uma etapa inicial da desencarnação real que aí começa, e se encerra somente quando o espírito se integra na sociedade livre e feliz da Pátria para onde rumou.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1º Parte – Cap. 12 – Morrer e Desencarnar

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não há mortes iguais. Tendo-se em conta as conquistas morais de cada pessoa, os requisitos espirituais que a cada qual tipificam, os apegos ou não à matéria, as fixações e jogos de interesse, as dependências físicas e mentais, a desencarnação varia de um a outro homem, que experimenta perturbação correspondente, em tempo, ao estado íntimo em que se situa.

Morrer nem sempre significa libertar-se. A morte é orgânica, mas a libertação é de natureza espiritual.

Por isso, essa turbação espiritual pode demorar breves minutos, nos Espíritos nobres, como decorrência da grande cirurgia e até séculos, nos mais embrutecidos, que se não dão conta do que lhes sucede...

Nas desencarnações violentas, o período e intensidade de desajuste espiritual correspondem à responsabilidade que envolveu o processo fatal.

Acidentes de que se não têm uma culpa atual, passado o brusco choque, sempre tornam de menor duração o período perturbador do que ocorrendo em condições de intemperança moral, quando o descomedido passa a ser incurso na condição de suicida indireto.

Para uma reencarnação completar-se, desde o primeiro instante quando da fecundação, transcorrem anos que se alargam pela primeira infância. É natural que a desencarnação necessite de tempo suficiente para que o Espírito se desimpregne dos fluidos mais grosseiros, nos quais esteve mergulhado...

A violência da forma como ocorre mata somente os despojos físicos, nunca significando libertação do ser espiritual.

O mesmo sucede nos casos de homicídio, em que a culpa ou não de quem tomba responde pelos efeitos, em aflições, que prossegue experimentando.

Já os suicidas, pela gravidade do gesto de rebeldia contra os Divinos Códigos, carpem, sofrem por anos a fio a desdita, enfrentando, em estado lastimável e complicado, o problema de que pretendem fugir, não raro experimentando a perseguição de impiedosos adversários que reencontram no além-túmulo, que os submetem a processos cruciais de lapidação em dores morais e físicas, em face da destruição do organismo que fora equipado para mais largo período, na Terra...

Enfermidades de longo curso, suportadas com resignação, liberam da matéria, porque o Espírito tem tempo de pensar nas lídimas realidades da vida, desapegar-se das pessoas, paixões e coisas, pensar com mais propriedade no que o aguarda, depois do corpo, movimentando o pensamento em círculos superiores de aspirações.

As dores morais bem aceitas facultam aspirações e anseios de paz noutras dimensões, diluindo as forças constritoras que o atam ao mundo das formas.

Como ninguém que se encontre na investidura carnal passará indene sem despojar-se dela, muito justo se torna um treinamento correto para enfrentar o instante da morte que virá.

O Espírito é, no Além, o somatório das suas experiências vividas.

Manoel Philomeno de Miranda – Nas Fronteiras da Loucura – Cap. 11 – Efeito das Drogas

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

O desacelerar da maquinaria orgânica normalmente culminando com a morte fisiológica, de forma alguma representa a desencarnação propriamente dita.

O processo de liberação dos fluidos que fixam o espírito aos despojos materiais é muito lento, especialmente quando a existência não transcorreu dentro dos padrões de comportamento ético, caracterizando-se pelos apegos às paixões e pela vivência dos sentidos sensoriais em detrimento das emoções transcendentes.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 1o Parte – Cap. 22 – Despertar da consciência no Além-Túmulo

A leviana indiferença em torno da morte faculta o encharcar-se mais nas paixões sensoriais, nos impulsos primários, nas lutas pela posse, pela dominação de coisas e pessoas...

Terrível frustração sucede a esses que assim procedem, quando o guante da desencarnação lhes interrompe o galopar dos desejos e da loucura a que se entregam...

Morrem, sem dar-se conta da ocorrência, continuando na azáfama a que se entregavam... (...) Todo processo de fixação impõe período idêntico para a sua liberação.

Assim ocorre com os vícios morais, mentais, emocionais e físicos, que permanecem afligindo o espírito, mesmo quando já os abandonou, desde há algum tempo.

(...) A morte é somente uma experiência de desvestir uma para assumir outra indumentária, entretanto, prosseguindo na vida.

(...) Ninguém deslustra as Leis universais, sem que seja convocado à reabilitação. Assim, indispensável se torna a todos os viajantes do carreiro material o dever de pensar na morte, na maneira como a enfrentará, nos recursos de que dispõe, no desapego aos denominados bens materiais, preparando-se conscientemente, pois que se desencarna conforme se reencarna com o patrimônio moral invisível e essencial.

Manoel Philomeno de Miranda – Reencontro com a Vida – 2o Parte – Cap. 1 – Preparação para a Morte

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.4 O Que levamos para o Plano Espiritual

Lembre-se, porém, que na hora da morte – a partida inevitável para todos os seres, através dos caminhos do tempo:

− Segurança representa tranquilidade. Sem paz interior, não há poder real. Os bens ficam no mundo.

− Juventude e saúde são épocas rápidas da estação dos anos. − Só o Bem acompanha o homem além do mundo...

− O poderoso na Terra é apenas mordomo de recursos que desaparecem.

− Todos os valores pertencem, em última instância, ao Senhor de todas as coisas.

− Patrimônio financeiro é problema para o Espírito. Comodidade física é caminho para a doença da alma.

Aproveite as possibilidades que o tempo faz passar através de suas mãos, antes que escorram para a inutilidade, e utilize esse patrimônio para assegurar sua volta ao Reino, vitoriosamente.

Marco Prisco – Glossário Espírita-Cristão – Cap. 37 – Patrimônio e Posses E depois de uma pausa, em que parecia surdo a tantos clamores, acentuou:

São contrabandistas na vida eterna.

Como assim? – atalhei, interessado. O interlocutor sorriu e respondeu em voz firme: Acreditavam que as mercadorias propriamente terrestres teriam o mesmo valor nos planos do Espírito.

Supunham que o prazer criminoso, o poder do dinheiro, a revolta contra a lei e a imposição dos caprichos atravessariam as fronteiras do túmulo e vigorariam aqui também, oferecendo-lhes ensejos a disparates novos.

Foram negociantes imprevidentes.

Esqueceram de cambiar as posses materiais em créditos espirituais. Não aprenderam as mais simples operações de câmbio no mundo. Quando iam a Londres, trocavam contos de réis por libras esterlinas; entretanto, nem com a certeza matemática da morte carnal se animaram a adquirir os valores da espiritualidade.

Agora, que fazer? Temos os milionários das sensações físicas transformados em mendigos da alma.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Nos mínimos atos, negócios, resoluções ou empreendimentos que você faça, busque primeiro a substancia “post-mortem” de que se reveste, porquanto, sem ela, seu tentame será superficial e sem consequências produtivas para o seu espírito.

Hoje, como ontem, a criatura supõe-se em caminho tedioso tão-só quando lhe falta alimento espiritual aos hábitos.

Alegria que dependa das ocorrências do terra-a-terra não tem duração. Alegria real dimana da intimidade do ser.

Meditação elevada, culto à prece, leitura superior e conversação edificante constituem adubo precioso nas raízes da vida.

Ninguém respira sem os recursos da alma.

Constrangidos a encontrar a repercussão de nossas obras, além do plano físico, de que nos servirá qualquer euforia alicerçada na ilusão?

De que nos vale o compromisso com as exterioridades humanas, quando essas exterioridades não se fundamentam em nossas obrigações para com o bem dos outros, se a desencarnação não poupa a ninguém?

Cogitemos de felicidade, paz e vitória, mas escolhamos a estrada que nos conduza a elas sob a luz das realidades que norteiam a vida do Espírito, de vez que receberemos de retorno, na aduana da morte, todo material que despachamos com destino aos outros, durante a jornada terrestre.

Não basta para nenhum de nós o contentamento de apenas hoje. É preciso saber se estamos pensando, sentindo, falando e agindo para que o nosso regozijo de agora seja também regozijo depois.

André Luiz – Estude e Viva – Cap. 4 – Consciência e Conveniência

A fé é mais do que um ato de crença, tornando-se poderoso eletroímã de renovação energética, atraindo ou repelindo valores que seguirão com você além da vida física.

Prepara-te para a morte. Desde hoje vença a dúvida, supere o temor, alente a esperança.

Ninguém viverá sempre na carne.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Retornam alguns irmãos nossos que atravessaram o “portal” do túmulo, a fim de apresentarem seus depoimentos vivos.

Cada um retrata a experiência feliz ou desditosa de que foi objeto na Esfera Espiritual. Alguns, que foram colhidos pelas surpresas, narram os sucessos em que se viram envolvidos, lutando tenazmente por se manterem na anestesia da ignorância e da sombra, não obstante a aurora convidativa da realidade que os envolvia.

Outros supuseram enganar o próximo e fugir a sanção da Justiça, precipitando-se pelo país da consciência livre, onde os painéis circunjacentes são elaborados pelos que o povoam.

Diversos vinculavam-se as religiões, afirmavam possuir crença em Deus e na imortalidade, no entanto, tornaram-se vítimas espontâneas da incredulidade e do pavor ante a morte...

Uns acalentaram o nada para depois da sepultura e defrontaram a vida estuante. Outros aguardavam tributos e glórias vãos e se viram de mãos vazias de feitos e corações enregelados pela indiferença que cultuaram.

Espíritos fieis e devotados, aclimatados as realizações de enobrecimento, emolduraram-se de paz e dita, retornando a louvar e bendizer a vida.

A morte a ninguém engana. Ninguém se engana após a morte.

Morrer é desvelar de acontecimentos num cinematógrafo especial, com mecanismos que atuam automaticamente na consciência de cada criatura.

Pensamos em alertar os invigilantes, recordando fatos já conhecidos e trazendo a lume outra vez lições que vão sendo esquecidas, utilizando-nos das experiências daqueles que se enganaram, a fim de recordar aos que crêem na Vida a necessidade de se manterem vigilantes e atuantes no Bem.

A morte não discrepa, não elege, não exime ninguém. A pouco e pouco traz de volta os que partiram na direção da Terra em aprendizado e recuperação.

Mensageira fiel recolhe todos e os situa nos seus devidos lugares, mediante as leis de afinidades e de sintonia que nos ligam uns aos outros e nos reúnem nas múltiplas “moradas” da “Casa do Pai”.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

A surpresa assoma em muitas mentes, quando defrontam, no intercâmbio mediúnico com Entidades, que na Terra estiveram situadas em posição de destaque, desfrutando conceitos relevantes e retornam do Mundo Espiritual expressando inquietação ou anestesiados no desequilíbrio, na perturbação.

Acreditam os menos vigilantes que os homens que transitaram em situação de realce, catalogados na distinção e colocados em pontos especiais, certamente, em se despindo da indumentária carnal, deveriam retornar aureolados pelas bênçãos e pelas fortunas de um mérito que, em verdade, não lograram amealhar.

Cada um é o que intimamente pensa, cultiva, elabora e produz.

Por essa razão, ninguém se surpreenda com o desnudar da consciência no além-túmulo, em que homens e mulheres considerados pelo destaque que tiveram na comunidade retornam obumbrados e inditosos, agônicos e estremunhados, apresentando-se sequiosos de paz, necessitados de amor.

A Vida são os atos que amealhamos nos cofres da consciência e os sentimentos que armazenamos nos depósitos profundos do ser.

A morte é o acordar para as realidades a que nos imantamos durante a jornada material. Coerência é a palavra; equilíbrio, na aparência e no Ser, para pensar e agir com acerto. João Cleofas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 7 – Coerência entre Pensamento e Ação

A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos.

Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte.

Emmanuel – Obreiros da Vida Eterna – Introdução

Recebemos no Além o que realmente criamos para nós mesmos, em contato com as criaturas.

Romeu Camargo – Falando à Terra – Cap. 14 – De Retorno

Aviso claro e prudente, o melhor que tenho aqui: Depois da morte é que a gente conhece o que fez de si.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

No Mundo espiritual muita gente vai se surpreender... Lá, não seremos identificados pela importância, ou melhor, pela nossa suposta importância no mundo... Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar... Ledo engano!

Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo... Esse negócio de ter sido fulano de tal interessa à consciência de quem foi e, na maioria das vezes, se complicou...

Francisco Cândido Xavier – O Evangelho de Chico Xavier – Cap. 187

A morte a ninguém engana. Ninguém se engana após a morte.

Morrer é desvelar de acontecimentos num cinematógrafo especial, com mecanismos que atuam automaticamente na consciência de cada criatura.

Joanna de Ângelis – Depoimentos Vivos – Introdução

A Vida são os atos que amealhamos nos cofres da consciência e os sentimentos que armazenamos nos depósitos profundos do ser.

A morte é o acordar para as realidades a que nos imantamos durante a jornada material. João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 7 – Coerência entre Pensamento e Ação

Vive, portanto, como se estivesses a cada momento preparando-te para renascer além e após o túmulo.

A vida que se “leva” é a Vida que cada um aqui leva enquanto na indumentária carnal.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.5 Temor da Morte – Causas

1.5.1 O instinto de conservação da vida

O instinto de conservação da vida, que lhe constitui força preventiva contra a intemperança, a precipitação e o suicídio, não obstante desconsiderados nos momentos de superlativo desgosto, revolta ou desespero.

Programado o corpo para servir de instrumento para o progresso do Espírito, através de cujo cometimento desenvolve todas as aptidões e valores que nele jazem latentes, o instinto de conservação é lhe um elemento de alto valor, para que seja preservada a vida e impulsionada para a frente até às últimas resistências. Em face dessa condição, o Espírito se imanta ao corpo e receia perde-lo, em razão do atavismo ancestral que lhe bloqueia o discernimento a respeito daquilo cujos dados de avaliação não logram impressionar-lhe os sentidos.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.2 Predominância da Natureza Animal

A predominância da natureza animal, que nos inferiores comanda as suas aspirações, tendências e necessidades.

O predomínio da natureza animal desenvolve-lhe o egoísmo e exacerba-lhe a paixão violenta, acentuando a sensualidade que se expande engendrando programas de novos gozos, que terminam por exaurir-lhe as energias mantenedoras dos equipamentos de sustentação orgânica. Assim é que um leve aceno de prolongamento da vida moribundo fá-lo sorrir e aspirar pela sua ocorrência, em injustificáveis apegos aos despojos que lhe não permitem mais largos logros, embora lhe concedam a permanência física.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.3 Temporário olvido da vida espiritual

O temporário olvido da vida espiritual donde procede.

A reencarnação promove o transitório esquecimento do passado, que é providencial para poupar ao Espírito a amargura que os seus erros impõem e os seus delitos o afligem. Esse esquecimento constitui motivo de receio da morte, em razão da falta de elementos que estruturem a confiança na sobrevivência, com o retorno ao mundo espiritual. As sensações sobrepõem-se às emoções, fixando-lhe os interesses na vida física, apesar de saber da sua efêmera existência.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.5.4 Receio de aniquilamento da vida

O receio de aniquilamento da vida, por falta de informações corretas a respeito do futuro da alma e daquilo que lhe está destinado...

o engodo dos sentidos anestesia a razão, levando-a a concluir que a morte deles representa a destruição da vida, arrolando o cérebro como autor do pensamento e os órgãos na condição de causa da existência do ser. Assim, a desinformação e as concepções erradas sobre a vida futura são responsáveis pelo temor da morte, que leva muitos indivíduos a estados neuróticos lamentáveis, como a comportamentos alucinados, nos quais buscam o esquecimento, fugindo da sua contingência enganosa.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da vida e da morte – Cap. 11 – Temor da Morte

1.5.5 Terrorismo do modo de vida após a morte

De um lado, contorções de condenados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros de uma vida efêmera e passageira.

De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatório aguardam a intercessão dos vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 6 – A Preocupação com a Morte

O conteúdo religioso das doutrinas ortodoxas, que oferece uma visão distorcida quão prejudicial do que sucede após a ruptura dos laços materiais, elaborando um mundo de compensações em graça como em castigo, conforme a imaginação dos homens vitimados por fanatismos e alucinações.

O estabelecimento de prêmios e punições de sabor material, nos quais as religiões do passado firmaram estrutura da existência espiritual, tornou-a detestável, e se considerando o medo a uma justiça absurda e impiedosa ou a indiferença por uma felicidade estanque, monótona e perpétua, que tem lugar num céu onde o amor não dispõe de recursos para socorrer o caído, nem a piedade vige em relação aos infelizes...

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.5.6 Insuficiência de conhecimento sobre a Vida Futura

À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui. Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 3 – A Preocupação com a Morte

A doutrina espírita muda completamente a maneira de ver-se o futuro. A vida futura não é mais uma hipótese, mas uma realidade. A situação das almas após a morte não se explica por meio de um sistema, mas com o resultado da observação.

O véu é levantado. O mundo espiritual nos aparece em toda a sua realidade viva. Não foram os homens que o descobriram através de uma concepção engenhosa, mas os próprios habitantes desse mundo que nos vieram descrever a sua situação.

(...) Para os espíritas a alma não é mais uma abstração. Ela possui um corpo etéreo que a torna um ser definido, que podemos conceber pelo pensamento. Isso é o suficiente para nos esclarecer quanto à sua individualidade, suas aptidões e suas percepções.

A lembrança daqueles que nos são caros repousa, assim, sobre algo real. Não os representamos mais como chamas fugitivas que nada dizem ao nosso pensamento, mas como formas concretas que no-los apresentam melhor como seres vivos.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte

A ideia de que as almas dos mortos se tornam chama s fugitivas penetrou fundamente na consciência coletiva dos povos.

Vemos a sua sobrevivência até mesmo em pessoas esclarecidas que se tornam espíritas. Nas atas das sessões que realizava, por ele mesmo redigidas, o escritor Monteiro Lobato refere -se constantemente aos espíritos como gases, chamas flutuantes, etc., o que levava alguns dos comunicantes a endossarem a concepção.

Um deles lhe respondeu: Sou agora uma chamazinha errante. Referindo-se à sua própria morte, Lobato escreveu que iria passar do estado sólido ao gasoso.

O Espiritismo nos mostra que a situação do homem após a morte é muito diferente disso. Conservando o corpo espiritual (de que tão precisamente trata o apóstolo Paulo em l Coríntios) o espírito desencarnado conserva até mesmo a forma corporal, as características físicas que o distinguem na vida terrena, e pode assim identificar-se em suas manifestações pela vidência, pelos fenômenos de aparição e pelos de materialização. Isso permite, ainda — o que estranha às pessoas que desconhecem o problema — que o espírito se identifique pela sua própria voz nos fenômenos de audição mediúnica ou de comunicação por voz direta.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 10 – A Preocupação com a Morte – comentário

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.5.7 Marketing negativo da Morte/Velório/Enterro/Cemitério

A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a provocarem a esperança.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 8 – A Preocupação com a Morte

Essa impressão negativa da morte foi intencional. O objetivo era atemorizar as criaturas a fim de se portarem bem na vida.

Há uma relação evidente entre essa ameaça da morte e as ameaças de castigos nas escolas, para garantir o bom comportamento dos alunos. Mas esse recurso, que produziu resultados entre homens ignorantes e brutais, perderia o seu efeito na proporção em que a Civilização se desenvolvesse.

Aconteceu com ele o que ensina uma lei da Dialética: o que hoje serve ao progresso, amanhã se torna obstáculo e deve ser removido.

Mas, por outro lado, essas cerimônias lúgubres e toda essa ameaça passou para o plano dos costumes, criou raízes populares e se tornou ainda uma das fontes de renda para as organizações eclesiásticas.

Tudo isso impediu, até mais da metade do século XIX, que as religiões organizadas, chamadas positivas, fizessem alguma coisa para acompanhar o progresso cultural.

Ainda hoje, apesar das reformas em curso, o problema da morte continua na mesma situação analisada por Kardec.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 8 – A Preocupação com a Morte – comentário 1.5.8 Censura às comunicações entre mortos e vivos

Demais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos.

Allan Kardec – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 9 – A Preocupação com a Morte

"Na crença vulgar", diz Kardec, porque a Teologia católica já no seu tempo colocava o problema em termos de estado de consciência. Não obstante, os clérigos continuavam a pregar dos púlpitos em termos de crença vulgar.

A comparação que Kardec faz, mais adiante, entre o Inferno pagão e o Inferno cristão, esclarecerá bem este assunto.

Quanto ao rompimento absoluto de relações entre vivos e mortos, devemos acentuar que havia e ainda subsiste uma atitude contraditória: a relação pode ser permitida por Deus, em casos excepcionais, mas somente no seio da Igreja.

Assim, as comunicações espíritas são condenadas como demoníacas, mas as comunicações católicas, sejam de santos e anjos ou mesmo de almas sofredoras, são consideradas legítimas e até mesmo divulgadas em livros.

Herculano Pires – O Céu e o Inferno – Cap. 2 – item 09 – A Preocupação com a Morte – comentário

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 1.5.9 Apego as Coisas e/ou Pessoas

O apego à sensualidade e aos bens transitórios produz o pavor da morte, redundando em desarmonias internas que de forma alguma impediriam o processo desencarnatório, às vezes apressando-o, em face dos elementos destrutivos que a mente elabora e sustenta.

Manoel Philomeno de Miranda – Temas da Vida e da Morte – Cap. 14 – Morrendo para Viver

Cavalcante não se preparou, convenientemente, para libertar-se do jugo da carne e sofre muito pêlos exageros da sensibilidade.

Tem o pensamento afetuoso em excessiva ligação com aqueles que ama. Semelhante situação dificulta-nos sobremaneira os esforços.

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 11 – Amigos Novos

A esposa de Dimas, ao pé dele, não obstante prolongadas vigílias e sacrifícios estafantes, que a expressão fisionômica denunciava, mantinha-se firme a seu lado, olhos vermelhos de chorar, emitindo forças de retenção amorosa que prendiam o esposo em vasto emaranhado de fios cinzentos

André Luiz – Obreiros da Vida Eterna – Cap. 13 – Companheiro Libertado

1.5.10 Temor de Você / do que Fez e/ou do que Não Fez

Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!

Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não apenas ignorância da realidade espiritual, mas aflição ante a sua legitimidade. Conhecer a verdade é penetrá-la, viver a verdade, no entanto, é renovar-se para ela. Muitos que trazem da Terra o cômputo do conhecimento espírita, não obstante se identificarem com a vida espiritual se perturbam face ao que deixaram de fazer, o que planejaram fazer e o que fizeram erradamente.

Ao despertar na Vida Verdadeira, o homem, de um só golpe, olha a retaguarda, percebendo em clara visão tudo quanto poderia ter realizado e não o fez. Esse conhecimento dá-lhe sofrimento, perturba-o.

Não é a desencarnação em si que faz sofrer. Antes é a evidência do que não se realizou que torna o Espírito sofrido. Por isso, o Codificador do Espiritismo com muita lucidez anotou a resposta dos imortais de que o conhecimento do Espiritismo oferece, naturalmente. recurso para impedir a perturbação, mas que os atos são os grandes contributos a fim de que o homem, sabendo da sua realidade íntima e conhecendo o que fez de nobre, tenha o impedimento da aflição interior.

Desse modo, identificado com o Espírito de amanhã que o Espiritismo nos revela, não apenas fiquemos na informação, mas nos modifiquemos, para que a nossa consciência não se nos transforme em algoz, fazendo sofrer, em consideração ao que ficou perdido ou aplicado errada e audaciosamente contra cada um.

João Cleófas – Intercâmbio Mediúnico – Cap. 58 – Perturbação Espiritual

Aqui, meus filhos, não me perguntaram se eu havia descido gloriosamente as escadas do Petit Trianon; não fui inquirido a respeito dos meus triunfos literários e não me solicitaram informes sobre o meu fardão acadêmico. Em compensação, fui argüido acerca das causas dos humildes e dos infortunados pelas quais me bati.

Não venho exortar a vocês como sacerdote; conheço de sobra às fraquezas humanas. Vivam, porém a vida do trabalho e da saúde, longe da vaidade corruptora. E, na religião da consciência retilínea, não se esqueçam de rezar.

Humberto de Campos – Palavras do Infinito – Aos Meus Filhos (Pedro Leopoldo, 9/Abril/1935)

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2. Obreiros da Vida Eterna – 75 anos

2.1 A Série a Vida no Mundo Espiritual

2.1.1 Importância

O nobre Espírito André Luiz é o moderno argonauta que venceu os pélagos vorazes do mundo espiritual, vivenciando as experiências iluminativas com humildade e resignação, acumulando incomparáveis tesouros de sabedoria para trazê-los de maneira prudente e equilibrada e ofertá-los aos viandantes da retaguarda física domiciliados na Terra.

Utilizando-se da técnica narrativa em forma autobiográfica, conseguiu decodificar as complexas informações do mundo espiritual, em linguagem acessível a todos, convidando-nos a profundas reflexões em torno do binômio: existência carnal e realidade imortal.

Com a necessária imparcialidade, iniciou a sua revelação expondo-nos tormentos que o surpreenderam após a desencarnação, assim como relatando o processo de soerguimento espiritual havido por meio da inefável misericórdia de Deus.

Espírito comprometido com a verdade, não se deteve em lamentação ou permitiu-se desarvorar, quando as dores o assaltaram, assim descobrindo que o único recurso de que podia dispor para a libertação era o trabalho em favor do próximo, por consequência, de si mesmo.

Empenhou-se no mister e transferiu-se de campo de atividade, com a ajuda de abnegados benfeitores desencarnados que se lhe afeiçoaram aos sentimentos incorruptíveis, passando a fazer parte das equipes de servidores do bem, em favor da humanidade, na faina incansável da autoiluminação.

Lentamente compreendeu a gigantesca tarefa que tinha pela frente e empenhou-se por estudar, perquirir, amealhar conhecimentos, tornar-se digno de desempenhá-la com grata satisfação.

Tornou-se um repórter sábio das ocorrências no mundo causal, e decidiu-se, por amor e compaixão, a advertir, assim como a orientar os viandantes carnais acerca do próprio comportamento durante a vilegiatura orgânica, tendo em vista o futuro que a todos nos aguarda.

Cuidadosamente, e com critério de verdadeiro missionário desbravador do desconhecido, passou a descrever os cenários e acontecimentos em torno da vida além da indumentária carnal.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Não se permitindo atitudes que produzissem pavor, desvelou com naturalidade as regiões de sofrimento e de desespero construídas pelos desarvorados Espíritos que se entregaram à revolta e à desobediência aos soberanos códigos da vida.

Demonstrou a existência nas regiões espirituais de verdadeiros infernos, purgatórios e vales de expiação, todos eles, porém, transitórios, necessários ao processo de despertamento das consciências obnubiladas ou desvairadas, teimosamente vinculadas ao mal e à perversidade. Nada obstante, não se deteve exclusivamente nos relatos afligentes, mas também abordou com elegância as conquistas superiores dos Espíritos fiéis e diligentes, assim como as regiões de bênçãos em que habitam, onde se desenham os elevados programas de construção do futuro da humanidade terrestre.

Abordou, como dantes ainda não havia sido feito com a mesma clareza, as organizações sociológicas e éticas, culturais e estéticas, científicas e filosóficas, artísticas e religiosas, nas quais se preparam os missionários da sabedoria para o desempenho das tarefas no futuro terrestre.

Estudando com profundidade os mecanismos das leis de causa e efeito, confirmou as informações contidas na Codificação do Espiritismo, pelo egrégio mestre de Lyon Allan Kardec, sem lhes alterar os conteúdos.

Fiel aos ensinamentos ditados pelos Espíritos superiores e insertos nas obras básicas da Doutrina Espírita, ampliou-os, detalhou-os, aplicou as técnicas do conhecimento contemporâneo, demonstrando-lhes a exatidão, a proficiência e a grandeza do insuperável missionário da Terceira Revelação judaico-cristã, eleito por Jesus para trazer à Terra o Consolador que Ele prometera.

Raciocínio claro, inteligência lúcida e percuciente, penetrou o bisturi da análise investigadora nos mecanismos da mediunidade, nos processos lamentáveis das obsessões, nos programas das reencarnações, nas preparações dos missionários do bem e da caridade, revelando os complexos programas de socorro em favor da humanidade.

Através do tempo, participou de momentosas atividades ao lado dos instrutores sábios de considerável elevação, encarregados de velar e desenvolver o progresso dos seres humanos e do planeta, apresentando os esquemas de iluminação e de devotamento a que todos nos devemos ajustar, a fim de contribuirmos em favor da obra santificante dirigida por Jesus.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Em todo o seu trabalho jamais se permitiu fantasias ou delírios objetivando atemorizar os seres humanos, sempre considerando a qualidade sublime de Deus-amor, ultrapassando os tradicionais textos religiosos das doutrinas ortodoxas a respeito do Deus-pavor, que reaparece na atualidade de alguma forma severo e cruel, inclusive, em algumas informações ditas do além-túmulo...

Em toda parte, existe ordem, mesmo no denominado caos, e a lei de amor é soberana em tudo incessantemente, porque provém do Pai amantíssimo.

As narrações a respeito de acontecimentos reais, nas programações dos renascimentos físicos de diversos Espíritos, assim como sobre a desencarnação dos mesmos e de outros, são ricas de ternura e de informações iluminativas.

As análises e os estudos científicos em torno de diversos temas hodiernos encontram respaldo nas ciências que se encarregam dos mesmos, sempre demonstrando que o Espiritismo estuda as causas, enquanto as ciências estudam os efeitos, conforme acentuou Allan Kardec.

Podemos dividir os períodos que dizem respeito ao desdobramento das revelações espíritas a respeito do mundo transcendente em antes e depois de André Luiz, embora tenha havido contribuições valiosas de outros médiuns no exterior e no Brasil, assim como de excelentes teólogos preocupados com o esclarecimento dos seus paroquianos.

Ninguém, até este momento, depois de apresentado o Espiritismo, conseguiu ser mais fiel e profundo, nas informações em torno da vida no corpo e fora dele, que o digno esculápio desencarnado que optou pelo anonimato, criando o pseudônimo pelo qual se tornou conhecido, a fim de não criar qualquer constrangimento à família ou fazer proselitismo de arrastamento...

Estudar a fantástica obra do mensageiro espiritual é dever de todo aquele que deseja compreender a vida e os fenômenos em torno da morte, assim como da sobrevivência do Espírito à disjunção cadavérica, adquirindo conhecimento e propondo-se a viver de maneira consentânea com as lições aprendidas com esse dedicado e humilde servidor de Jesus.

Os ensinamentos, porém, do emérito educador não são dirigidos exclusivamente aos espíritas, mas a todas as pessoas sinceras que se interessem por interpretar os enigmas existenciais e as grandes interrogações a respeito da vida e da morte.

Esse manancial de bênçãos, que são as suas obras mediúnicas, através da dedicação exemplar do venerando médium Francisco Cândido Xavier, que soube transformar o ministério em sacerdócio incomum, alcançando o estágio de mediunato, retorna agora aos leitores sintetizado no presente livro, ensejando amplas possibilidades de consultas, reflexões, pesquisas e conhecimentos edificantes...

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Respeitando os esforços gigantescos da equipe de coligidores dos relevantes ensinamentos e a maneira como o Espírito André Luiz e o médium Francisco Cândido Xavier souberam sintetizá-los, suplicamos aos Céus que os abençoem no serviço da iluminação de consciências.

Aos respeitáveis missionários André Luiz e Francisco Cândido Xavier, o médium de que se utilizou, a nossa mais profunda gratidão e a súplica ao Senhor da vida para que os conduza pelos infinitos caminhos da Espiritualidade em clima de harmonia e plenitude.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 2.1.2 Composição da Série

A Coleção “A Vida no Mundo Espiritual”, composta por obras escritas pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier, compõem-se de 13 livros, lançados pela FEB entre os anos de 1945 e 1968.

A tabela a seguir apresenta para livro da coleção: o ano de seu lançamento, o tema principal da obra e o mentor/instrutor principal diretamente envolvido no desenvolvimento do conteúdo do livro.

Livro Tema Principal

Instrutor 1º – 1943 – NOSSO LAR A Vida no Plano Espiritual

Clarêncio

2º – 1944 – OS MENSAGEIROS As Falências Mediúnicas Aniceto

3º – 1945 – MISSIONÁRIOS DA LUZ A Reencarnação/O Processo Reencarnatório Alexandre

4º – 1946 – OBREIROS DA VIDA ETERNA

A Desencarnação Jerônimo/ Zenóbia

5º – 1947 – NO MUNDO MAIOR A Mente/ Distúrbios Mentais Calderaro

6º – 1949 – LIBERTAÇÃO A obsessão/Vampirismo/Ovoides/Licantropia Gúbio

7º – 1954 – ENTRE A TERRA E O CÉU As Patologias do corpo espiritual Clarêncio

8º – 1954 – NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE

A Mediunidade Aulus

9º – 1956 – AÇÃO E REAÇÃO A Lei de Causa e Efeito Druso 10º – 1958 – EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS As Relações Ciência/Doutrina Espírita/Medicina 11º – 1959 – MECANISMOS DA MEDIUNIDADE As Relações Ciência/Doutrina Espírita/Mediunidade

12º – 1963 – SEXO E DESTINO O Sexo desequilibrado Felix

13º – 1968 – E A VIDA CONTINUA A Imortalidade/Pós-desencarne – Claudio/Plotino

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 2.2 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – estrutura/histórico

i. Histórico: Este livro faz parte da coletânea, constituída por uma série de 13 obras, André Luiz, narra suas próprias experiências e as dos que o cercam no mundo espiritual. Ao longo da obra, as narrativas vão sendo direcionadas à tarefa de esclarecimento dos encarnados sobre as realidades dessa “nova vida” e a estreita relação existente entre os dois planos da vida: material e espiritual.

ii. Título: "Obreiros da Vida Eterna" – 20 capítulos.

iii. Autor: Espírito André Luiz (pseudônimo espiritual de um consagrado médico que exerceu a Medicina no Rio de Janeiro).

iv. Psicografia: Francisco Cândido Xavier (concluída em Março/1946).

v. Edição: Primeira edição em 1946, pela Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro/RJ).

vi. Prefácio: Espírito Emmanuel

vii. Instrutores/Mentores: Jerônimo/Zenóbia

viii. Conteúdo doutrinário:

Este livro desvenda, esclarecendo, o processo da desencarnação, descrevendo a assistência/desencarnação de 5 pessoas de diferentes cultos religiosos.

Recomendável àqueles que tenham perdido entes queridos ou mesmo a quem esteja afetivamente ligado a algum enfermo em estado terminal.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação 2.3 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – resumo

Comprova os princípios revelados pela Doutrina Espírita sobre a existência do mundo espiritual, para onde vão as almas dos homens.

Assegura que ninguém morre e que o Espírito desencarnado prossegue na busca de seu aperfeiçoamento, experiencia uma nova vida e prepara-se para novo retorno à Terra.

Revela os detalhes do processo desencarnatório e demonstra que ele se dá de maneira diferente para cada alma.

É o quarto livro da série A vida no Mundo Espiritual, composto de vinte capítulos com substanciais e novos ensinamentos doutrinários.

Relata o trabalho de uma expedição socorrista que se desloca da colônia espiritual Nosso Lar para auxiliar na desencarnação de cinco Espíritos dedicados ao bem, sendo dois espíritas, um católico romano, um livre pensador espiritualista e um evangélico protestante.

A equipe liderada pelo instrutor Jerônimo, a caminho da Crosta, pernoita na Casa Transitória de Fabiano, instituição situada em tenebrosa zona umbralina, que tem a finalidade de preparar a reencarnação dos Espíritos que vivem em um local chamado abismo, próximo a ela. Zenóbia, sua administradora, com auxílio especial da clarividente Luciana e do padre Hipólito, resgata um Espírito rebelde, denominado Domênico, que fora figura exponencial da Igreja na sua última existência.

Descreve a assombrosa atuação do fogo purificador que varre a região, desintegrando os resíduos mentais deletérios produzidos pelos habitantes do abismo, o que força a casa Transitória a se transferir de local por meio de forças mento-magnéticas.

Descreve os cuidados prévios que recebem determinados Espíritos próximos à desencarnação, e detalha a atuação magnética dos Espíritos superiores nas três regiões orgânicas fundamentais do moribundo, para favorecer o desligamento do Espírito, atuando, primeiramente, no centro vegetativo ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas; a seguir no centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediada no tórax, e, finalmente, no centro mental, o mais importante, situado no cérebro.

Relata a gradual formação do novo corpo perispiritual durante o desligamento do Espírito do seu corpo material, e adverte quanto à necessidade da oração e da conversação elevada durante o velório, para favorecer o desligamento definitivo do Espírito dos seus despojos físicos, pelo rompimento do fio prateado.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

Ensina que a desencarnação pode ser adiada, recebendo o Espírito mais algum tempo de existência na Terra, em obediência à intercessão de um encarnado ou desencarnado, cuja rogativa é analisada pelos Espíritos superiores, que consideram os benefícios que advém da moratória, como foi o caso de Adelaide, que recebeu mais tempo no corpo físico, já que o seu falecimento causaria forte abalo no organismo de sua filha Loide, em adiantado estado de gravidez, podendo provocar um aborto de uma entidade que vinha à Terra com programa de cooperar na divulgação do Evangelho.

Assegura que o processo desencarnatório varia conforme se vive, e que alguns Espíritos desligam-se do envoltório físico com espantosa facilidade, enquanto outros necessitam de ingente esforço e de procedimentos complexos dos obreiros do Senhor, em razão do apego à vida física ou do medo da morte, consequente de uma formação religiosa dogmática.

Ensina que na prática da eutanásia, o corpo morre, mas o Espírito não desencarna, ficando preso, por tempo indefinido, às células neutralizadas do veículo físico, que não permite a sua libertação, prolongando-lhe o sofrimento.

Geraldo Campetti Sobrinho – A Vida no Mundo Espiritual – Pag. 155 – Obreiros da Vida Eterna – Síntese

Dando continuidade à sua estada na cidade espiritual Nosso Lar, André Luiz relata as novas atividades na dimensão de vida em que se encontra.

Em companhia do mentor espiritual Jerônimo faz missões de socorro, amparo e orientação a necessitados, tanto no mundo espiritual quanto na esfera física.

Esse novo relato, em que André Luiz oferece detalhes sobre as atividades dos benfeitores espirituais, foi denominado Obreiros da vida eterna.

André Luiz, o médico bem-sucedido, que viveu e morreu no Rio de Janeiro, ressurge pela admirável mediunidade de Francisco Cândido Xavier e revela a grandiosidade e a beleza dos obreiros da vida eterna, em suas tarefas de socorro, amparo e orientação àqueles que transitam pelas vias da ilusão, do engano, das emoções e sentimentos descontrolados.

Lances dolorosos, aflitivos, mas, de outra parte, também de excelentes formas de irradiação do amor são retratados nos capítulos:

Treva e sofrimento, Fogo purificador, Companheiro libertado, Prestando assistência, Aprendendo sempre, Exemplo cristão, Desprendimento difícil, A serva fiel, Ação de graças,

entre outros.

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O Despertar da Consciência no Além Túmulo – o processo da Desencarnação

2.4 Obreiros da Vida Eterna – O Livro – síntese – por capítulo

Cap I – Convite ao Bem – A. Luiz foi conduzido pelo Assistente Jerônimo ao "Templo da Paz", para assistirem a uma palestra sobre a filosofia espiritual da Evolução. É descrito "um grande globo de substância leitosa" que exibe quadros vivos (fotografia animada) das ações socorristas nas zonas espirituais inferiores, onde estão desencarnados sofrendo em ambiente de terror: despenhadeiros repletos de monstros horripilantes: o "abismo".

Cap II – No Santuário da Bênção – Grupos socorristas recebem últimas instruções no "Santuário da Bênção", antes de partir rumo às missões de auxílio, nas proximidades da Crosta Terrestre. Há proveitosas lições sobre a loucura (origens, efeitos, tratamento e cura — pelas noções reencarnacionistas), num verdadeiro "curso rápido de Psiquiatria", sob novo aspecto.

Cap III – O Sublime Visitante – No interior de uma câmara estruturada em material similar a vidro puro e transparente, uma tela cristalina capta vibrações mentais e forma quadros vivos de paisagem de águas mansas, em paz, e de árvore frondosa, representando, esta, a vida. Tudo isso para recepcionar um admirável Emissário espiritual de Esferas Superiores. Há apreciável demonstração filosófica de como a Evolução do homem tende ao infinito...

Cap IV – A Casa Transitória – A equipe de A. Luiz parte em viagem e, a caminho, estaciona na "Casa Transitória de Fabiano", grande instituição piedosa, fundada por Fabiano de Cristo, nas cercanias da Crosta. Singularidade dessa instituição: é asilo móvel(!). Quando há necessidade, transporta-se para outras regiões espirituais. Tem defesas elétricas, contra invasões de Espíritos maldosos. Ali serão recolhidos quatro Espíritos, cuja desencarnação terá o amparo da equipe de A. Luiz.

NOTA: Sugerimos a leitura complementar do livro “Mergulhando no mar de amor”, de César Soares Reis, Editora Lorenz, contendo a biografia de Fabiano de Cristo (sublime missionário).

Referências

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