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ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

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ICTR 2004 – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Costão do Santinho – Florianópolis – Santa Catarina

Realização:

ICTR – Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável

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PRÓXIMA

LOGÍSTICA REVERSA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL Kátia Regina Alves Nunes Cláudio Fernando Mahler Rogério de Aragão Valle

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LOGÍSTICA REVERSA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

CIVIL

Kátia Regina Alves Nunes1 Cláudio Fernando Mahler2 Rogério de Aragão Valle3

RESUMO

Parte significativa dos Resíduos Sólidos da Construção Civil (RCC) no Brasil não é reutilizada ou reciclada, mas esta situação deverá mudar significativamente, pois o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) publicou a Resolução no 307, que obriga os municípios e o Distrito Federal a elaborar e implantar uma gestão sustentável dos RCC.

Dentro desta gestão, as atividades de beneficiamento de RCC realizadas em centrais de reciclagem têm importante papel, pois uma das principais ações incentivadas pela resolução é a reinserção destes resíduos no ciclo produtivo.

Ao se analisar a viabilidade da reciclagem de RCC, não se deve focalizar somente as centrais de reciclagem. Deve-se também considerar o sistema no qual a reciclagem está incluída, bem como os seus fluxos e componentes. Estas considerações são feitas na logística reversa.

Este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação dos conceitos de logística reversa e de projeto de rede reversa no gerenciamento de RCC no Brasil.

PALAVRAS-CHAVES: Logística reversa, Resíduos Sólidos de Construção Civil e

reciclagem.

1. INTRODUÇÃO

Segundo LEITE (2003, p.4), canais de distribuição diretos, ou simplesmente,

canais de distribuição4, “são constituídos pelas diversas etapas pelas quais os bens

produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final, seja uma empresa ou uma pessoa física. A distribuição física dos bens é a atividade que realiza a movimentação e disponibiliza esses produtos ao consumidor final”.

Já canais de distribuição reversos5 podem ser definidos, conforme LEITE

(2003, p.4), como as etapas, as formas e os meios pelos quais os bens produzidos, ou partes deles, “com pouco uso após a venda, com ciclo de vida útil ampliado ou após extinta a sua vida útil, retorna ao ciclo produtivo (...), readquirindo valor em mercados secundários pelo reuso ou pela reciclagem de seus materiais constituintes”.

Caso não exista interesse, ou caso o retorno destes materiais ao ciclo de negócios não seja técnica ou economicamente viável, existem as opções de destinação final, tais como os aterros sanitários e os lixões.

1

Engenheira e Doutora pela COPPE/UFRJ. Email: knunes@pep.ufrj.br.

2

Engenheiro, Doutor e Professor da COPPE/UFRJ.. Email: mahler@coc.ufrj.br.

3

Engenheiro, Doutor e Professor da COPPE/UFRJ.. Email: valle@pep.ufrj.br.

4

Supply Chain.

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A figura 1.1 ilustra os canais de distribuição diretos e os reversos, sendo os diretos caracterizados por fluxos de materiais virgens ou primários em direção a mercados denominados primários, através de atacadistas ou distribuidores. Redes varejistas e consumidores finais compõem os mercados primários.

Fluxos

Mercado Reversos Diretos Reversos Mercado

secundário secundário

Reciclagem

Retorno Mercado

primário Desmanche

Reuso

Pós-venda Pós-consumo Disposição final

Figura 1.1: Canais de distribuição diretos e reversos6

Os canais de distribuição reversos são compostos por duas categorias, que

são os canais baseados nos fluxos de materiais, parte de produtos ou produtos originados de pós-consumo, e aqueles com origem no pós-venda, como se pode verificar na figura 1.1. Estas categorias têm características e objetivos diferentes, porém, em algumas situações, podem apresentar forte interação e peculiaridades logísticas entre si.

No pós-consumo produtos e materiais são descartados após o término de

suas utilidades previstas, podendo retornar ou não ao ciclo produtivo. Para os fluxos de retorno existem dois subsistemas reversos: o de reciclagem e o de reuso.

No pós-venda uma parcela de produtos, com pouco ou nenhum uso, retorna

ao ciclo de negócios devido a problemas com qualidade ou a transações comerciais entre as empresas.

2. LOGÍSTICA REVERSA

A logística tradicional envolve basicamente a localização das instalações necessárias, os transportes, os estoques, a movimentação de materiais, o nível de integração das atividades logísticas e o sistema de informação adequado, de modo a tornar eficazes os diversos fluxos de materiais e mercadorias em toda a cadeia logística.

A logística reversa, conforme LEITE (2003, p.17), pode ser definida “como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao

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ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outras”.

Deve-se atentar para o fato que, nos países mais desenvolvidos economicamente, observa-se uma percepção mais madura e difundida dos problemas ambientais. Estes possuem maior experiência com os canais reversos, em comparação com os países em desenvolvimento (EPA, 2000; EEA, 2002).

3. O PROBLEMA

Firmas de construção realizam empreendimentos geralmente únicos, situados em diferentes locais, envolvendo inúmeros fornecedores, utilizando mão-de-obra intensiva e pouco qualificada. As obras de reforma e demolição muitas vezes são atividades executadas por profissionais autônomos, tendo curta duração e sendo realizadas em locais com pouco espaço para deposição temporária dos resíduos. Estas condições conferem aos responsáveis por serviços de construção civil dificuldades significativas no gerenciamento de resíduos.

O rápido crescimento das cidades de médio e grande porte, com os seus contínuos serviços de construção civil, aumenta a geração de RCC. Este aumento e a falta de políticas municipais para os RCC agravam os problemas públicos com coleta, transporte e disposição dos resíduos sólidos urbanos, sendo freqüentemente observada a prática de deposição ilegal dos RCC em locais como ruas, calçadas, terrenos baldios, encostas e leitos de córregos e rios (PINTO, 1999).

Com a publicação da Resolução CONAMA n° 307, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos RCC, os municípios e o Distrito Federal tiveram prazo até janeiro de 2004 para elaborarem os seus Planos Integrados de Gerenciamento Municipal de RCC e, até julho do mesmo ano, estes já deveriam ter sido implantados.

Também a partir desta época, foi estabelecido pela resolução que os RCC não poderiam ser mais destinados para aterros de resíduos domiciliares, áreas de “bota fora”, encostas, corpos d’água, lotes vazios e em áreas protegidas por legis-lação específica (MMA, 2002). A resolução traz adicionalmente que, a fração dos RCC que pode ser reutilizável ou reciclável como agregados, deve ser reinserida no processo produtivo ou destinada às áreas de aterro exclusivamente de RCC.

Alguns benefícios da reutilização ou reciclagem dos RCC são (EPA, 2000): - Redução dos impactos ambientais da extração, transporte e processamento

de recursos naturais;

- Redução dos custos de construção, através de economias com disposição de RCC, da menor necessidade de aquisição de materiais e da obtenção de receitas com a venda dos materiais recuperados;

- Apoio aos municípios, aos construtores e aos incorporadores no alcance da conformidade com políticas e normas ambientais nacionais e locais, já em vigor ou a serem implantadas;

- Melhora a imagem pública de empresas e de organizações que reduzem a quantidade gerada de resíduos;

- Reduz a necessidade de disposição de RCC em aterros sanitários, aumentando a vida útil destes.

Como apenas doze dos 5.507 municípios brasileiros (0,2%) possuem centrais de reciclagem de RCC instaladas ou em construção, beneficiando somente parte dos resíduos gerados nestas localidades, conclui-se que a grande maioria dos RCC no Brasil não é reciclada (NUNES, 2004).

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Conforme IBGE (2000), em 4.690 municípios brasileiros (85,2% do total de municípios) era realizado algum tipo de coleta pública de RCC, sendo que 94,5% do lixo coletado pelos municípios era disposto em lixões ou em aterros sanitários. Constata-se, então, que a maioria do RCC coletado pelo poder público no Brasil estava, e provavelmente continua, sendo disposta em lixões ou aterros sanitários, junto com outros tipos resíduos sólidos.

Pelas informações apresentadas verifica-se que as práticas dos municípios em relação aos RCC estão distantes das exigidas pela resolução CONAMA.

4. LOGÍSTICA REVERSA X GESTÃO INTEGRADA DE RCC

A figura 1.2 apresenta a cadeia produtiva da indústria da construção civil, onde está ilustrado o fluxo dos canais de distribuição direta partindo das empresas de extração de matérias-primas, podendo passar ou não por beneficiamento em empresas fabricantes de materiais de construção e chegando até as atividades de construção civil.

Na mesma figura são observados os canais de distribuição reversos fluindo em direção ao ciclo produtivo da construção ou saindo para a destinação final. Ainda não é possível fazer com que o ciclo dos canais reversos seja fechado, pois cada fração dos RCC tem uma determinada vida útil, com um número limitado de reutilizações e de beneficiamentos.

Além disso, a reciclagem de alguns destes materiais ainda é técnica ou economicamente inviável. Nestes casos, os resíduos são enviados para lixões, aterros sanitários, aterros de inertes ou incineração.

EXTRAÇÃO CANAIS DIRETOS

DE MATÉRIA-PRIMA CANAIS REVERSOS

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO REUTILI- RECI- ‘ ZAÇÃO CLAGEM MANUTENÇÃO DEMOLICÃO E REFORMA RCC DISPOSIÇÃO FINAL

Figura 1.2: Canais de distribuição diretos e indiretos na construção civil7

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Partindo-se dos conceitos gerais de logística reversa e enfocando-se a questão dos RCC dentro da indústria da construção civil brasileira, observa-se as seguintes características:

- Dentro dos canais de distribuição diretos, entre os fluxos de materiais primários (ou virgens), que envolvem maiores quantidades, estão areia e brita, juntamente com as matérias-primas componentes do cimento Portland e das peças cerâmicas, além do aço da construção civil;

- Os areais e as pedreiras geralmente se situam afastados dos grandes centros urbanos, o que faz com que os custos com transporte dos materiais influenciem de forma significativa os preços finais pagos pelos consumidores;

- Dentro dos canais de distribuição reversos, os fluxos de materiais secundários que envolvem maiores quantidades são os resíduos minerais inertes provenientes de argamassas, concreto, tijolos e telhas cerâmicas, entre outros;

- Como em alguns os setores industriais, também na construção civil nota-se que os canais de distribuição reversos têm despertado pouco interesse dos empreendedores, sendo pouco exploradas as possibilidades de emprego dos resíduos como materiais secundários da construção civil;

- A maioria dos RCC coletados pelo poder público no Brasil está sendo disposta em lixões ou aterros sanitários. Muitos municípios brasileiros ainda não disponibilizaram soluções adequadas (como áreas de atração, coleta domiciliar, aterros de inertes licenciados, centrais de reciclagem) para pequenos e grandes geradores de RCC;

- Para minimizar os custos de transporte, as centrais de reciclagem de RCC devem se situar próximas aos centros urbanos, que ao mesmo tempo são fonte de matéria-prima (RCC) e mercado consumidor de agregados beneficiados;

- Por outro lado, as áreas mais centrais geralmente são próximas a regiões densamente povoadas, o que pode trazer para as instalações de reciclagem uma série de dificuldades com a vizinhança, além de haver restrições de zoneamento urbano e maiores dificuldades com licenciamento de instalação e operação junto ao órgão ambiental;

- Do ponto de vista de recepção de RCC, as centrais de reciclagem têm como concorrente os aterros sanitários que, segundo as técnicas de engenharia aplicadas atuais, necessitam de grandes quantidades de material mineral inerte para cobrir as células dos aterros. O material também é necessário para construir os acessos e as áreas de manobras dos veículos que trazem o lixo municipal.

- As empresas operadoras de aterros ganham geralmente por tonelada recebida e quanto mais RCC aceitarem, maiores serão as faturas a serem cobradas;

- O processo de reciclagem dos RCC acontece predominantemente em

downcycling, onde o produto reciclado tem emprego como material com

características inferiores que o emprego anterior.

5. CENTRAIS DE RECICLAGEM DE RCC

Em NUNES (2004) foram estudadas catorze centrais de reciclagem de RCC brasileiras, pertencentes ao poder público, pois as experiências privadas de maior porte com este tipo de atividade ainda não são significativas no Brasil.

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Encontrou-se na realização da pesquisa uma grande dificuldade na obtenção de dados confiáveis em parte das instalações estudadas, devido a deficiências no controle da produção, principalmente na apropriação dos custos.

Nas centrais instaladas se constatou uma significativa dispersão dos valores dos refugos da produção de agregados beneficiados, que variavam entre 3 e 50 %. Deve-se atentar para o fato de que quanto maior a mistura do RCC com resíduos que não sejam minerais inertes, menor será a viabilidade econômica de sua reciclagem, já que (NUNES, 2004):

- Existirá um maior consumo de mão-de-obra para fazer a seleção manual do material que entrará nos equipamentos de britagem;

- Maior será a probabilidade de que o material beneficiado apresente impurezas, prejudicando a sua qualidade;

- Existirão gastos com transporte e destinação destes refugos para aterros ou outros locais.

Alguns resultados da pesquisa, baseados em informações fornecidas pelas prefeituras e empresas responsáveis pela operação das centrais8, foram:

- Das catorze centrais, constatou-se que cinco estavam paralisadas e uma em construção;

- Somente cinco, das treze centrais instaladas, operavam continuamente desde as suas implantações, e destas cinco, somente duas mantinham produções próximas às capacidades de projeto;

Sendo assim, as experiências levantadas mostraram que a maioria das centrais pesquisadas estava sendo administrada de forma deficiente pelo poder público. Funcionando abaixo de suas capacidades, as centrais perdem a oportunidade de reduzir os seus custos de produção. Isto para centrais que estão operando, pois para aquelas paradas, há desperdício de investimento público.

Dentro das condições de mercado existentes, outras conclusões de NUNES (2004) foram:

- As centrais de reciclagem de RCC, tendo como investidor o poder público, podem ser viáveis economicamente, dependendo das particularidades locais de cada município, tais como custos com disposição em aterros, custos com transporte dos RCC até os aterros e preços para aquisição de agregados naturais;

- A viabilidade para o poder público, contudo, depende também da continuidade e do volume de produção próximo a capacidade planejada, condições que não foram encontradas na maioria das centrais pesquisadas;

- Não era viável, para investimentos da iniciativa privada, a implantação e operação de centrais de reciclagem de RCC.

Os municípios deverão considerar, em suas análises de investimentos em centrais de reciclagem de RCC, as experiências predominantemente negativas das administrações públicas da maioria das instalações pesquisadas e as suas conseqüências no desempenho de futuros empreendimentos.

Os gestores municipais devem avaliar o que seria mais viável economicamente para o poder público: ser o administrador destas centrais ou deixar que a iniciativa privada se encarregue desta tarefa.

Ao se analisar a viabilidade do beneficiamento de RCC, não se deve focalizar somente as centrais de reciclagem. Deve-se também considerar o sistema no qual

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a reciclagem dos RCC está incluída, bem como os seus fluxos e componentes. Estas considerações são feitas na logística reversa.

6. PROJETO DE REDE REVERSA

Os gestores municipais podem incrementar a reutilização e da reciclagem dos RCC elaborando uma rede reversa para os RCC, buscando-se tanto otimizar os fluxos e as atividades, como também incluindo ações de incentivo para a viabilização dos canais de distribuição reversos.

Os seguintes aspectos são considerados no planejamento de uma rede reversa de pós-consumo (LEITE, 2003):

- Definição dos objetivos da rede reversa;

- Estabelecimento do nível de integração e do tipo de rede reversa;

- Características do produto pós-consumo e definição do mercado final para o produto beneficiado;

- Localização dos centros de consolidação, desmanche e remanufatura; - Sistemas de mensuração e informação das operações dos canais reversos. No planejamento da rede reversa, os municípios incluirão as ações já (ou a serem) implantadas para o cumprimento da Resolução CONAMA no 307, como as ações para reinserção dos resíduos no ciclo produtivo, definidas no Plano Integrado de Gerenciamento Municipal de RCC.

Porém, novos componentes deverão ser incorporados, podendo gestores municipais e empresários realizar levantamento dos potenciais mercados, fazer contatos e firmar parcerias com municípios vizinhos, governos estaduais e federal e, principalmente, com empresas da iniciativa privada. Para o sucesso destas parcerias, a viabilidade técnico-econômica das ações deverá estar sempre focada. Importante também para esta viabilidade é a criação de meios como financiamentos a juros baixos, cobranças por recepção de RCC, incentivos fiscais para o beneficiamento e comércio de materiais reciclados, além de fomentos para a execução de obras com estes materiais.

7. CONCLUSÃO

A Resolução CONAMA n° 307 serve como alavanca para a reutilização e a reciclagem de RCC no Brasil. Porém, por si só não garante o sucesso dos empreendimentos na área de reciclagem de RCC.

As experiências obtidas em algumas centrais de reciclagem de RCC no Brasil, tendo como investidor o poder público, mostram que estas instalações poderiam ser viáveis economicamente, dependendo das particularidades locais de cada município, além da continuidade e do volume de produção . Porém, devido a deficiências das administrações realizadas, a maioria das centrais públicas não se mostra viável na prática.

Para investimentos da iniciativa privada, a implantação e operação de centrais de reciclagem de RCC ainda não são viáveis, nas condições de mercado analisadas.

Ao se desenvolver projeto de rede reversa para o gerenciamento de RCC será facilitada a solução de aspectos logísticos (localização de origens e destinos, a organização dos diferentes tipos de coleta, problemas de transporte, entre outros).

Deve-se ressaltar, porém, que a viabilidade dos fluxos reversos depende tanto de um melhor planejamento da rede reversa, como também da conciliação dos interesses e parcerias entre empresas de um mesmo setor (como os transportadores de RCC, cooperativas de catadores e proprietários de centrais de

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reciclagem) e entre empresas de diversos setores e os diferentes níveis de governos (municipal, estadual ou federal).

A logística reversa é introduzida nesta discussão como uma ferramenta para rediscussão da viabilização técnico-econômica do gerenciamento dos RCC, que certamente as sociedades futuras, dentro de uma ótica capitalista, tratarão de forma que os lucros e prejuízos serão repassados, a iniciativa privada, de maneira semelhante ao que vem ocorrendo nos paises mais desenvolvidos economicamente.

BIBLIOGRAFIA

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for Waste Reduction of Construction and Demolition Debris from Buildings.

USA: June 2000. (EPA-530-F-00-001

EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY (EEA). Review of Selected Waste Streams. Copenhagen, 2002. Technical Report 69.

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KOHLER, G. Recyclingspraxis Baustoffe. 3.Auflage. Koeln: TUEV Rheinland, 1997,

638p.

LEITE, P.R. Logística reversa. São Paulo: Prentice Hall, 2003, 250p.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Resolução N° 307, de 05/07/2002.

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Brasília: 2002

NUNES, K.R.A. (2004) Avaliação de Investimentos e de Desempenho de Centrais

de Reciclagem para Resíduos de Construção Civil e Demolição: Estudo de Caso para o Município do Rio de Janeiro. 2004, 276 p. Tese de Doutorado,

Programa de Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

PINTO, T.P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da

Construção Urbana. 1999, 190p. Tese de doutorado. Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo, São Paulo.

SCHNEIDER, D. M. Deposições irregulares de resíduos da construção civil na

cidade de São Paulo. 2003, 126p. Tese de mestrado. Departamento de Saúde

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