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X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador BA, 7 a 9 de Julho de 2010

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 1 O DESPERTAR DA LEITURA A PARTIR DE MALBA TAHAN: UMA EXPERIÊNCIA COM OS LICENCIANDOS EM MATEMÁTICA

Graciana Ferreira Dias1

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN

gracianadias@uern.br

Francisco de Assis Veríssimo Júnior2

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN

mansinhojr@gmail.com

Resumo: O presente relato tem como objetivo apresentar uma experiência de leitura com o livro “O Homem que Calculava”, de Malba Tahan, realizada em três turmas das disciplinas Laboratório de Ensino-Aprendizagem em Matemática, no curso de licenciatura em Matemática da UERN, no ano letivo de 2009. Detalharemos aqui a leitura em conjunto do livro com os licenciandos, bem como, a impressão dos mesmos, sobre o que foi desenvolvido em sala de aula. Apresentaremos também os resultados do trabalho final da disciplina, que consistiu em uma pesquisa de campo, feita em 43 escolas do município de Mossoró/RN e região, sobre a presença e utilização de livros paradidáticos de matemática nas escolas. Podemos dizer que a experiência com o livro foi proveitosa em diversos aspectos para os alunos, no conhecimento do livro, na criatividade demonstrada com os textos e os problemas apresentados neles, bem como, o despertar do interesse da leitura. A pesquisa nas escolas possibilitou ainda aos alunos, enxergar mais de perto a realidade do ensino básico, acerca do uso, na verdade, do não uso, de outros livros ou textos que possam incentivar além da leitura uma maior aproximação com a Matemática.

Palavras-chave: Leitura; Ensino de Matemática; Formação de professores.

1. INTRODUÇÃO

Não é raro ouvirmos os professores de matemática da escola básica reclamarem que, seus alunos possuem dificuldades de leitura e interpretação de textos e enunciados dos problemas. Os mesmos relatam que: “os alunos não sabem interpretar o que o problema

pede” (FONSECA & CARDOSO, 2009) ou ainda “eles não tem motivação para ler, por isso não conseguem interpretar”. Essas falas, com relação às dificuldades de interpretação,

são reforçadas quando vemos os resultados de avaliações internacionais como o PISA3, na

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Mestre em Educação (UFRN), Professora do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). E-mail: gracianadias@uern.br.

2Aluno do 8º Período do curso de Licenciatura em Matemática pela UERN. E-mail: mansinhojr@gmail.com.

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PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos – é uma pesquisa de conhecimentos e competências de estudantes na faixa dos 15 anos de idade. O PISA examina principalmente conhecimentos e competências desses alunos em três domínios-chave: Leitura, Matemática e Ciências (INEP, 2008).

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 2

avaliação feita em 2006, 73% dos alunos brasileiros estão situados no nível 01(um) ou abaixo disso. Significa, por exemplo, que só conseguem responder questões com contextos familiares, na qual, todas as informações estão presentes e as perguntas são definidas de forma clara. Em leitura, 56% dos alunos estão apenas no nível 01 (um) ou abaixo dele. Na escala, que vai de 01 (um) a 05 (cinco) nessa prova, significa que são capazes apenas de localizar informações explícitas no texto e fazer conexões simples (INEP, 2008).

Podemos pensar que as dificuldades desses alunos, com relação à leitura, são justificadas, em parte, pela formação deficiente dos professores com relação a essa temática, como nos mostra Fonseca e Cardoso (2009, p. 64): “Na formação dos professores de Matemática, dificilmente são trabalhadas questões de didática de leitura (e da produção) de textos, como se não nos deparássemos com essas questões em nosso fazer docente”. As autoras continuam o pensamento nos alertando da necessidade de urgência em desenvolver na formação de professores “estratégias de leituras para o acesso de gêneros textuais próprios da atividade matemática escolar” (p. 64-65).

Baseados na ideia das autoras, resolvemos desenvolver uma estratégia de leitura com o livro “O Homem que Calculava” de Malba Tahan (TAHAN, 2001), junto aos alunos do curso de Matemática da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Aproveitamos, para tanto, as disciplinas de Laboratório de Ensino-aprendizagem em Matemática, que tem como objetivo geral apresentar ao aluno o ambiente escolar, para que ele possa conhecer esta realidade a fim de criar meios e materiais para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem de matemática.

Segundo Fiorentini (2005) em seu artigo sobre a formação inicial do professor de matemática, estas disciplinas, chamadas de disciplinas didático-pedagógicas, contribuem não só para a formação pedagógica e didática do licenciando. Mas, por terem como objetivo principal o processo de ensinar e aprender matemática nos diversos contextos da prática escolar e da sociedade podem, sobretudo, contribuir na mudança da visão do que é Matemática. Estas disciplinas focam-se não só nos conhecimentos prontos e acabados, mas tem-se nelas um espaço para discutir o processo de construção da aprendizagem e do saber matemático. Pois, a formação do futuro professor envolve, além do conhecimento do

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 3

conteúdo a ser ministrado, o conhecimento do ambiente escolar e as diversas possibilidades de agir sobre ele.

No presente trabalho faremos um relato dessa experiência, que foi realizada em 02 (duas) turmas da disciplina Laboratório de Ensino-Aprendizagem em Matemática I e 01 (uma) turma de Laboratório de Ensino-Aprendizagem em Matemática III, no ano letivo de 2009. Detalharemos aqui a leitura em conjunto do livro com os licenciandos, bem como, a impressão dos mesmos, sobre o que foi desenvolvido em sala de aulae ainda os resultados do trabalho final da disciplina: uma pesquisa de campo sobre a presença e utilização de livros paradidáticos de matemática nas escolas.

2. O HOMEM QUE CALCULAVA E SUA LEITURA

O livro “O Homem que Calculava” conta a história de Beremiz Samir, calculista persa, e de seu amigo um bagdali, nos mostra inúmeras situações nas quais são envolvidos desafios matemáticos. É um livro de ficção, no qual, os problemas matemáticos são resolvidos de forma criativa. O enredo nos deixa impressionados com sua narrativa, onde, a aritmética, a álgebra e a geometria vão sendo sabiamente usadas pelo “Homem que Calculava”.

A escolha do livro, para se trabalhar na disciplina, se deu pela riqueza de possibilidades de uso no ensino de matemática, tanto pelo incentivo à leitura, quanto pela história da Matemática e os diversos conteúdos abordados nos problemas.

2.1 A LEITURA EM CONJUNTO

O livro era trabalhado da seguinte forma: dividia-se o número de capítulos do livro pela quantidade de alunos da turma, ficando numa média de dois capítulos por aluno. A proposta era que os alunos lessem o livro completo, porém, cada aluno ficava responsável por ler e apresentar seu(s) capítulo(s) para a turma, enfatizando os desafios matemáticos existentes em cada capítulo. A maneira de contar a história ficava a critério do responsável pelo mesmo, ou seja, os alunos tinham liberdade para dramatizar, parodiar, ou ainda utilizar outros materiais concretos na apresentação dos seus capítulos.

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Em cada aula eram apresentados cerca de cinco capítulos, os alunos se mostravam interessados durante as apresentações, o clima na sala de aula era de total envolvimento, um dos alunos sempre lia o resumo inicial de cada capítulo em tom de narrador de contos, de forma a despertar a curiosidade do ouvinte, em relação ao que seria vivenciado pelo “Homem que Calculava” e seu amigo naquele momento.

De uma forma geral, os alunos iniciavam situando o momento e o local onde se encontravam os personagens, por exemplo, a visita ao palácio do Cheque Iezid, (TAHAN, 2001), e a decoração do lugar. Após essa introdução, vinha a exposição da parte principal do capítulo, que era o desafio proposto ao “Homem que Calculava”. O aluno responsável lançava o desafio para a turma, que se empolgava na resolução do mesmo. Em uma das turmas os alunos costumavam responder em conjunto através de debates, onde, o mencionado aluno colhia as informações e as colocava na lousa.

Já em outra turma, os alunos tentavam responder individualmente antes da revelação da solução. Após este momento o apresentador mostrava à turma a solução proposta no livro, que era discutida para uma melhor compreensão da mesma. Em alguns problemas os demais alunos sugeriam outras soluções.

Ao final da aula, notava-se uma expectativa em relação ao que aconteceria nos próximos capítulos, e assim seguiu-se até o desfecho da história, logo após, os alunos tiveram oportunidade de expressar suas opiniões acerca do trabalho, bem como, sugerir outras estratégias de trabalho, tanto nesta disciplina como nas aulas de matemática nas turmas do ensino básico.

3. IMPRESSÕES E SUGESTÕES DOS ALUNOS

Ao término da leitura em conjunto do livro, foram propostas, aos alunos da disciplina, duas questões, uma que perguntava se seria possível a eles (enquanto professores) incentivar o processo de leitura em Matemática e de que forma isto poderia ser feito. A outra questão pedia a opinião sobre o livro e a forma que ele foi trabalhado na disciplina.

Com relação à possibilidade de incentivo à leitura um dos alunos escreveu:

“Sim. Visto que é uma maneira atrativa e comunicativa de trabalhar a leitura dentro da matemática e fazer com que estes alunos e alguns professores quebrem esse tabu

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 5

que existe, em dizer que a matemática é apenas números e uma forma mais dinâmica de trabalhar alguns conteúdos existentes entre os capítulos. Acho que a melhor forma de trabalhar este livro seria através de apresentações, o modo ficaria a critério da

turma.”(A1)4.

Outro aluno expressou:

“O livro o Homem que Calculava será um ótimo recurso que terei para despertar a curiosidade dos meus alunos. Se possível ilustrar com os próprios alunos os personagens principais de cada livro que fosse apresentado em sala. Uma outra forma de incentivar aos meus alunos é levando problemas matemáticos para a aula, apresentando a eles fontes

de pesquisa de tais problemas.(A2)”

Com relação à opinião sobre a forma que foi trabalhado o livro os alunos comentaram:

“O livro é bastante interessante, educativo e nos deixa com vontade demais, a cada capítulo lido dá vontade de ler o seguinte. O método usado foi bastante criativo, pois

ajuda ao aluno a desenvolver-se em uma sala de aula. (A3)”

“Excelente. Uma ótima maneira, pois fez com que os alunos estudassem um pouco a mais sobre a História da Matemática. Um excelente livro que trabalha vários personagens, que a cada capítulo aumenta a nossa vontade de se aprofundar um pouco mais na história. Os temas e conteúdos que trabalham em seus capítulos são vantajosos para nossa aprendizagem uma vez que seus concernentes incentivam o raciocínio lógico. A cada apresentação vimos uma maneira diferente de como expor este conteúdo e assim vem as ideias de como nós, futuros profissionais, podemos trabalhar este livro, enfim, gostei muito e espero que venham outros livros para com isso trabalharmos uma forma

diferente do que muitos pensam sobre a matemática.(A1)”

A fala do aluno A1 mostra a preocupação com a forma que o conteúdo matemático é trabalhado nas escolas do ensino básico e uma disposição em colocar em prática o aprendizado obtido nas disciplinas do curso de licenciatura, quando o mesmo vier a ser um professor. Este pensamento remete às ideias de Jaramilho, Freitas e Nacarato (2009), quando falam da importância de buscar uma real aproximação entre a formação inicial do futuro professor e a que será de fato desenvolvida no cotidiano da sua prática profissional.

4 Chamaremos de A

1, A2 e A3, A4 e A5 os alunos que participaram desta experiência, dos quais

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 6 4. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Para o fechamento da disciplina foi solicitado a cada aluno que visitasse duas escolas, a fim de verificar a existência ou não de bibliotecas e de livros paradidáticos ou outros textos que incentivassem a leitura em Matemática. Pedimos também, que os alunos conversassem com um professor de Matemática da escola sobre a importância da utilização desses outros textos, e ainda se fazem uso deles nas suas aulas.

Foram visitadas no total 43(quarenta e três) escolas, sendo 29(vinte e nove) estaduais, 13(treze) municipais e 01(uma) privada do município de Mossoró-RN e cidades circunvizinhas. Verificamos que apenas duas dessas escolas não possuem bibliotecas, o que inicialmente parece ser animador, porém, com o término da pesquisa vimos que apenas 14(quatorze) escolas possuem livros que, de alguma forma incentivam a leitura e aprendizagem da Matemática.

Faremos aqui uma pequena classificação acerca do uso ou não desses livros pelos professores, bem como, algumas justificativas desta não utilização, para isso recorreremos à fala dos próprios professores e dos alunos (licenciandos) que fizeram as entrevistas.

4.1 ESCOLAS QUE POSSUEM LIVROS PARADIDÁTICOS DE MATEMÁTICA

Não foi encontrado, nas 14(quatorze) escolas que possuem livros paradidáticos de Matemática, nenhum professor que utilize esses livros em suas aulas, ou ainda, que incentivem de alguma forma os alunos a lerem.

Em uma dessas escolas foram encontrados 08(oito) títulos de livros, com 03(três) exemplares de cada, porém, o professor entrevistado utiliza somente livros didáticos: o livro adotado pela escola, um livro didático de outro autor de sua preferência e mais um livro especifico para Matemática Financeira.

No entanto, mesmo não utilizando tais livros, a maioria destes professores acredita que, os mesmos, são importantes para incentivar a aprendizagem dos alunos, como podemos ver em algumas falas: “Muito importante, pois contribui para o despertar do

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 7

particular”5. O aluno que fez a pesquisa afirma: “Quando eu mostrei a ele os livros que

„achei‟ na biblioteca ele disse que não sabia que tinha esse livros na escola”(A5).

Uma das professoras afirma que “a utilização de outros livros em sala de aula

além de variar um pouco, incentiva o hábito à leitura, raciocínio do aluno e desperta a curiosidade; e que ele atua também como um recurso metodológico para fugir dos conceitos tradicionais do ensino da matemática”. A aluna que fez a entrevista relatou

ainda, que a professora mostrou interesse e fez a seguinte pergunta: “como posso avaliar

os trabalhos realizados com esses livros?”. No que a aluna respondeu: “Os trabalhos realizados com esses livros podem ser avaliados de diversas formas; o professor pode propor que após a leitura o aluno desenvolva seus próprios textos paradidáticos, criem

novos jogos, desenhos e etc” (A6).

4.2 ESCOLAS QUE NÃO POSSUEM LIVROS PARADIDÁTICOS

Das escolas pesquisadas 29(vinte e nove) não possuem livros paradidáticos, dessas, 27(vinte e sete) possuem biblioteca, e 02(duas) não possuem, identificamos que em apenas uma dessas, há uma professora que utiliza outros títulos além do livro didático adotado, inclusive outros textos até poéticos, mas, que tratam de matemática. A referida professora afirmou ainda que tem projetos em conjunto com outras disciplinas de incentivo à leitura e enfatiza os ótimos resultados obtidos.

Ao serem perguntados sobre a importância da utilização de outros livros ou textos que não sejam o livro didático em suas aulas, a maior parte dos professores entrevistados afirmam ser de grande importância para a aprendizagem dos alunos, como podemos ver em algumas falas:

“é bastante importante a aquisição desses livros pois, é um suporte para lecionar a

disciplina, visto que o material utilizado somente era o livro adotado pela escola”.

“Acho ser de uma grande necessidade para influenciar um pouco mais na aprendizagem dos mesmos. Seria de grande apoio e incentivo que todos os alunos tivessem acesso a paradidáticos, porém nem sempre é assim, como no nosso caso. Trabalho com o

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As falas dos professores aqui utilizadas serão transcritas fielmente aos seus depoimentos. Devido ao grande número de falas de professores distintos não faremos nenhum tipo de identificação.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 8

livro didático na sala de aula, mas sempre procurando subsídios em outras áreas como o teatro e a dança, utilizo também textos, desafios e quebra-cabeças”.

Outro professor entrevistado acha importante esse incentivo, pois a leitura desperta no aluno um interesse maior pela disciplina e muitas vezes ele consegue vencer barreiras que não o permitia gostar de matemática.

4.3 ALGUMAS JUSTIFICATIVAS PARA O NÃO USO DESSES LIVROS

Tanto nas escolas que possuem livros paradidáticos, como nas escolas que não possuem encontramos professores que, justificam a não utilização destes textos a fatores externos a eles. Esses professores formam a maior parte dos entrevistados.

As justificativas dizem respeitos à: Falta de interesse dos alunos

Um professor de uma escola estadual que fica num município vizinho a Mossoró/RN, afirma que: “Acho que é necessário, mas os alunos daqui não gostam de ler”. Outro afirma que “Eles não querem aprender nem os que eles têm na mão, quanto mais outros.” E ainda que acha importante a utilização destes livros porém “neste colégio é muito difícil

de trabalhar”.

Um dos alunos que fez a entrevista nos conta: “A professora falou que é muito

importante a utilização de outros livros além do didático, mas que não utiliza, muitas vezes, nem o próprio livro didático, pela dificuldade que encontra com os alunos, muitas vezes eles não levam os livros, então ela não consegue utilizá-lo freqüentemente”.

A falta de tempo para cumprir o programa

“É muito importante, mas para nós que somos professores do ensino médio, não é tão interessante o uso, pelo fato de termos que cumprir um planejamento com muito conteúdo e em pouco tempo”.

A falta de incentivo do governo e ainda a falta de estrutura e materiais da escola

“Sim, acho importante. Mas infelizmente não temos muito meios para fazer tal incentivo. Precisamos de material para fazê-lo, do qual não dispomos”.

“É muito importante e interessante a utilização de outro livros, para mostrar aos alunos que a matemática não é somente aquilo que eles vêem, que vai bem além disso, mas infelizmente não recebemos incentivo do governo para que possamos utilizá-los”.

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 9 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos dizer que a leitura do livro “O Homem que Calculava” foi proveitosa em diversos aspectos, primeiramente, porque os alunos do curso de Licenciatura em Matemática tiveram oportunidade de conhecer o livro, que apesar de ser bastante conhecido, não o era para 90% dos alunos que participaram deste trabalho. Outro fator positivo foi que os alunos puderam colocar em prática sua criatividade em trabalhar um texto e os problemas apresentados nele. Podemos citar ainda o despertar do interesse pela busca de outros títulos que tivessem foco semelhante ao “O Homem que Calculava”, livros que falavam da História da Matemática, romances matemáticos, desafios, curiosidades e poemas matemáticos entre outros.

A pesquisa nas escolas possibilitou aos licenciandos em matemática enxergar mais de perto a realidade acerca do uso (na verdade do não uso) de outros livros ou textos que pudessem incentivar, além da leitura, uma maior aproximação com a Matemática.

Através das entrevistas feitas por esses alunos nas 43(quarenta e três) escolas, conseguimos identificar alguns pontos, como a forte presença da ideia que o incentivo da leitura é um papel exclusivo do professor de português, isto pode ser verificado na fala de um dos professores ao concordar com o uso de livros paradidáticos: “Acho importante sim,

ajuda no raciocínio lógico e também reduz a preguiça, eu até pergunto pra eles se os outros professores, principalmente o de português, não mandam eles ler".

O livro didático é o único tipo de texto utilizado pelo professor. O que pode ser justificado pelo fato de que a maioria dos professores desconhecia a existência de livros paradidáticos na área de matemática. No entanto, ao fazerem as entrevistas, os alunos (licenciandos), responsáveis pelas mesmas, influenciaram indiretamente os professores em seus entendimentos, no que se refere à importância da utilização dos livros paradidáticos nas aulas de matemática. O que ficou evidenciado em suas falas nas entrevistas (que podemos ver com mais detalhes no tópico 4.3 deste trabalho).

Por fim, concluímos que esta experiência foi enriquecedora para os discentes do curso de matemática, bem como, para os demais envolvidos no processo, no que se refere à importância de incentivar a leitura na aprendizagem da matemática.

E a partir disso, eles se mostraram dispostos a utilizar os livros existentes nas escolas e assim trabalhar os conteúdos na sala de aula de uma forma diferente das que lhes

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Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 10

foram ensinadas, pois perceberam a importância do papel do professor no incentivo à leitura em Matemática.

REFERÊNCIAS

FIORENTINI, D. A formação matemática e didático-pedagógica nas disciplinas da licenciatura em matemática. Revista de Educação PUC-Campinas. Campinas: Editora Beccari. n.18, p.107-115, jun.2005.

FONSECA, M. C. F. R; CARDOSO, C. A. Educação Matemática e Letramento. In: NACARATO, A. M; LOPES, C. E. Escritas e leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Resultados

nacionais – Pisa 2006: Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) / INEP.

Brasília: O Instituto, 2008.

JARAMILHO, D; FREITAS, M. T. M; NACARATO, A. M. Diversos Caminho de Formação: apontando para outra cultura profissional do professor que ensina Matemática. In: NACARATO, A. M; LOPES, C. E. Escritas e leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

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