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Academic year: 2021

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TABULETAS

SUMÉRIAS

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http://documentofantastico.blogspot.com/2011/05/atrahasis-texto-acadiano.html FONTE: http://www.sigghil.com/

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Sumário

1. Enil e Ninlil ...4

2. A árvore Huluppu ...6

3. Uma Tigi para Enlil por Ur-Namma (Ur-Namma B) ...9

4. Enlil no E-Kur …...11

5. Hino ao E-Kur …...14

6. Hino de louvor à Enlil …...16

7. A vingança de Inanna …...18

8. Inanna cortejada …...21

9. O encanto de Enki (A confusão das línguas) …...23

10. A descida de Inanna ao inferno …...24

11 Gilgamesh e a terra dos vivos …...29

12. Mito cosmogônico aquático (Artigo) …...32

13. Ugariti e a Bíblia (Artigo) …...35

14. Enuma Elish (Texto babilônico) …...39

15. O hino dos 50 nomes de Marduk …...52

16. Atrahasis ( Texto Acádio ) ...57

17. A estória do Dilúvio ...62

18. Enki e a nova ordem ...67

19. Inanna e Bilulu ...74

20. O retorno de Ninurta a Nippur: um Sir-Gida para Ninurta ...77

21. As origens do monoteísmo bíblico ...81

22. Marduk ...84 23. Ninurta ...85 24. Nergal ...86 25. Nammu ...87 26. Ereshkigal ...88 27. Ningal …...89 28. Ninhursag ...90 29. Nanna ...91 30. Antu ...92 31. Shamash ...93

32. Ishkur (Arquétipos: Adad)...94

33. Inanna, deusa do amor e fertilidade (Arquétipos: Ishtar, Afrodite, Vênus)...95

34. Enki, O Senhor Da Sabedoria...96

35. Enlil (O deus dos ventos) - O maior entre os deuses filhos de Anu. Arquétipos: Zeus...97

36. An (O deus do céu) ...98 37. O Épico de Baal ...99 38. Textos ugaríticos ...108 39. Provérbios sumérios ...109 40. Ninurta e a tartaruga ...111 41. Ninurta ...112 42. Hino à Marduk ...123 43. Enki e Ninma ...124 44. Enki e Nin?Ursaga ...127

45. Viagem de Enki a Nippur ...131

46. Viagem de Pabilsag a Nippur ...133

47. Viagem de Nanna-Suen à Nippur ...135

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1. Enlil e Ninlil

1-12. Havia uma cidade, havia uma cidade - a única em que vivemos. Nippur era a cidade, a única em que vivemos. Dur-gišnimbar era a cidade- a única em que vivemos.ID-Sala é o seu rio sagrado, Kar -geština é o seu cais. Kar-Asar é o seu cais onde os barcos atracam rápido. Pu-lal é a sua água potável. Id-tum-nunbir é o seu canal de ramificação, e se mede a partir daí, sua área cultivada é de 50 sar em cada sentido. Enlil era um de seus jovens, e Ninlil foi uma de suas jovens. Nun-bar-še günü foi uma de suas sábias velhas.

13-21. Naquela época a jovem foi aconselhada por sua própria mãe, Ninlil foi aconselhada por Nun-günü še-bar: "O rio é santo, mulher! O rio é sagrado - não se banhe nele!Ninlil não ande ao longo da margem do Id-nunbir-tum Seus olhos são brilhantes, os olhos do Senhor são brilhantes, ele vai olhar pra você! A Grande Montanha, Pai Enlil - Seu olho é claro, ele vai olhar pra você! O pastor que de-cide todos os destinos! - seu olho é claro, ele vai olhar para você! logo de cara ele vai querer ter re-lações sexuais, ele vai querer beija-la! Ele terá o prazer de derramar sémen sensual em seu útero, e então ele vai te deixar! "

22-34. Ela aconselhou-a em seu coração, ela deu a sabedoria para ela. O rio é santo, a mulher tomou banho no rio sagrado. Então Ninlil caminhou ao longo da margem do Id-nunbir-tum, seu olho era brilhante, os olhos do Senhor eram brilhantes, ele olhou para ela. A Grande Montanha, Pai Enlil - seu olho era brilhante, ele olhou para ela. O pastor que decide todos os destinos os olhos eram bri -lhantes, ele olhou para ela. O rei disse-lhe: "Eu quero ter sexo com você!". Enlil disse a ela: "Eu quero te beijar".Mas ele não conseguia convence-la "Minha vagina é pequena, ela não sabe da gra-videz. Meus lábios são jovens, eles não sabem beijar. Se minha mãe descobre, ela vai me bater! Se meu pai descobre, ele vai colocar as mãos sobre mim! Mas agora, ninguém vai me impedir de dizer isso para minha namorada! "

35-53. Enlil falou com seu ministro Nuska: "Nuska, meu ministro!" "Ao seu serviço! O que você deseja?" "Construtor mestre do E-kur!" "Ao seu serviço, meu senhor!" "Alguém já teve relações se-xuais com ela? Alguém já beijou uma moça tão bonita, tão radiante? - Ninlil, tão bonita, tão radian-te" O ministro trouxe seu mestre através de um barco, trazendo-lhe mais com a corda de um barco pequeno, levando-o ao longo de um grande barco. O senhor, flutuando a jusante (..) - ele estava re-almente a ter relações com ela, ele estava rere-almente a beijá-la! - Pai Enlil, flutuando a jusante ... ... - ele estava realmente a ter relações com ela, ele estava realmente a beijá-la! - Ele agarrou-a - ele es-tava realmente a ter relações com ela, ele eses-tava realmente a beijá-la! - De forma a se deitar com ela sobre um pequeno banco ... .... Ele realmente teve relações sexuais com ela, na verdade ele a beijou. Nessa relação, neste beijo, ele derramou uma semente de Suen-Ašimbabbar em seu ventre.

54-64. Enlil estava andando no Ki-ur. Enlil estava indo sobre no Ki-ur, os cinqüenta grandes deuses e os sete deuses que decidem os destinos mantinham Enlil preso no Ki-ur. Enlil, ritualmente impuro, deixou a cidade. Nunamnir, ritualmente impuro, deixou a cidade. Enlil, em conformidade com o que havia sido decidido "Enlil, ritualmente impuro, deixou a cidade Nunamnir, ritualmente impuro, dei-xou a cidade!" Nunamnir, em conformidade com o que havia sido decidido, Enlil partiu. Ninlil foi atrás dele. Nunamnir passou, a donzela perseguiu

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65-90. Enlil falou com o homem na porta da cidade: "Guardião da Cidade, Guardião da barreira,Porteiro!". Guardião da sagrada barreira!".Quando a senhora Ninlil vier, se ela perguntar de mim, não diga a ela onde eu estou!!". Ninlil dirigiu-se ao guardião da cidade: "Guardião da Cidade, Guardião da barreira,Porteiro!". Guardião da sagrada barreira!". O senhor Enlil passou por aqui!!?" Ela falou com ele; Enlil respondeu como o guardião da cidade: "Meu senhor não tem falado comigo,ó mais linda Enlil não falou comigo, ó mais bela.."..."Vou deixar bem claro o meu objetivo e explicar a minha intenção. Você pode encher meu ventre, uma vez que está vazio -. Enlil, senhor de todas as terras, fez sexo comigo. Assim como Enlil é seu senhor, eu também sou sua mulher! " "Se você é minha senhora, deixe minha mão tocar sua (..)!" "A semente do seu senhor, a semente brilhante, está no meu ventre. A semente de Suen, a semente brilhante, está no meu ventre.".. " A Semente do meu mestre pode ir até aos céus! Deixe eu derramar a minha semente!". Enlil, como o guardião da cidade, fez a moça deitar-se na câmara. Ele teve relações sexuais com ela lá, ele beijou-a lá. Nessbeijou-a relbeijou-ação, neste beijo, ele derrbeijou-amou umbeijou-a semente de Nergbeijou-al-ebeijou-a-Mešlbeijou-amtbeijou-a em seu ventre. 91-116. Enlil passou. Ninlil foi em seguida. Nunamnir passou, a donzela perseguiu. Enlil se aproximou do homem do Id kura (rio do submundo), o rio devorador de homens. "Meu homem do Id kura, o rio antropófago! Quando sua senhora Ninlil vir, se ela perguntar de mim, não diga a ela onde eu estou!" Ninlil se aproximou do homem do Id kura, o rio devorador de homens. "Meu homem do Id kura, ó rio antropófago! Seu senhor Enlil passou por aqui?", Disse ela para ele. Enlil respondeu como o homem do Id kura: "Meu senhor não tem falado comigo, ó mais linda.Enlil não falou comigo, ó mais bela.." "Vou deixar bem claro o meu objetivo e explicar a minha intenção. Você pode encher meu ventre, uma vez que está vazio -. Enlil, senhor de todas as terras, fez sexo comigo. Assim como Enlil é seu senhor, eu também sou sua mulher! " "Se você é minha senhora, deixe minha mão tocar sua (..)!"A semente do seu senhor, a semente brilhante, está no meu ventre. A semente de Suen, a semente brilhante, está no meu ventre." " A Semente do meu mestre pode ir até aos céus! Deixe eu derramar a minha semente!". Enlil, como o Id kura, fez a moça deitar-se na câmara. Ele teve relações sexuais com ela lá, ele beijou-a lá. Nessa relação, neste beijo, ele derramou a semente de Ninazu, o rei que estende linhas de medição sobre os campos.

117-142. Enlil passou. Ninlil foi em seguida. Nunamnir passou, a donzela perseguiu. Enlil aproximou-se de SI.LU.IGI, o homem da balsa. "SI.LU.IGI, meu homem do barco! Quando a senhora Ninlil vir, se ela perguntar de mim, não diga onde estou!" Ninlil aproximou-se do homem da balsa. "Ó homem do barco! Seu senhor Enlil passou por aqui?", Disse ela para ele. Enlil respondeu como o homem SI.LU.IGI: "Meu senhor não tem falado comigo, ó mais linda Enlil não falou comigo, ó mais bela.." "Vou deixar bem claro o meu objetivo e explicar a minha intenção. Você pode encher meu ventre, uma vez que está vazio -. Enlil, rei de todas as terras, fez sexo comigo. Assim como Enlil é seu senhor, eu também sou sua mulher! " "Se você é minha senhora, deixe minha mão tocar sua (..)!" "A semente do seu senhor, a semente brilhante, está no meu ventre. A semente de Suen, a semente brilhante, está no meu ventre." "A semente do meu mestre pode ir até aos céus! Enlil, como o SI.LU.IGI, fez a moça deitar-se na câmara. Ele teve relações sexuais com ela lá, ele beijou-a lá. Nessa relação, neste beijo, ele derramou em seu ventre a semente de Enbilulu, o inspetor de canais.

143-154. Tu és o Senhor! Você é o rei! Enlil, Tu és o Senhor! Você é o rei! Nunamnir, Tu és o Senhor! Você é o rei! É o Senhor Supremo, Tu és Senhor poderoso! Senhor, que faz crescer o linho, o senhor que faz crescer a cevada, você é senhor do céu, senhor poderoso, senhor da terra! Você é o senhor da terra, Senhor da abundância, Senhor do céu! Enlil no céu, Enlil é rei! Senhor cujas declarações(....) Cujos pronunciamentos não pode ser alterado! Suas primordiais declarações não serão alteradas! Pelo louvor falado à mãe Ninlil, louvado seja (....) a Grande Montanha, Pai Enlil!

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2. A árvore Huluppu

Nos primeiros dias, nos muito primeiros dias,Nas Primeiras noites, nas muitas primeiras noites, Nos primeiros anos, nos muitos primeiros anos,

Nos primeiros dias, quando cada uma das coisas estava sendo criada,

Nos primeiros dias, quando cada uma das necessidades estava sendo dimensionada, Quando o pão deixou de ser um segredo na terra,

Quando o pão era assado nas casas da terra, Quando o céu se afastou da terra,

Quando a terra foi separada do céu, E as naves dos homens aterrissaram;

Quando deus do céu, Ann, chegou dos céus, Quando o deus do AR, Enlil, chegou da terra, Quando a rainha do abismo, Ereshkigal, teve O submundo por domínio,

Ele navegava, O Pai navegava,

Enki, o deus da Sabedoria, ele navegou para o mundo inferior. Pequenas pedras passaram por ele,

Por grandes pedras ele passou, Como se fossem tartarugas,

Foram recolhidas no barco de Enki.

As águas do mar abatiam-se sobre seu barco como lobos, As águas do mar abatiam-se sobre seu barco como leões.

Neste tempo, uma árvore, uma árvore solitária, a árvore Huluppu Foi plantada nas margens do Eufrates.

A árvore nutria-se das águas do Eufrates. O vento sul a embalava, e suas raízes E galhos ramificavam-se

Até onde as águas do Eufrates desaguavam.

Uma mulher que caminhava com temor das palavras do deus do céu, Ann, Com temor do deus do ar, Enlil,

Encontrou a árvore no rio e falou: "Eu levarei esta árvore para Uruk,

Eu plantarei esta árvore no meu jardim particular". Inana tomou a árvore com cuidado em suas mãos Ela revolveu a terra em torno da árvore com seus pés Ela maravilhou-se:

"Como crescerá até que eu tenha um trono para sentar-me? Como crescerá até que eu tenha uma cama para dormir?" Os anos passaram; cinco anos passaram, e então dez. A árvore germinou rápido,

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Mas sua casca não se dividia.

Então a serpente que não pode se encantada Fez seu ninho nas raízes da árvore Huluppu. O pássaro Anzu fez seu ninho em seus ramos. E a sombria Lilith fez sua casa em seu tronco. A jovem mulher que gostava de sorrir, chorou. Como Inana chorou!

(Ela não podia mais se aproximar de sua árvore)

Quando os pássaros começam a cantar, com a chegada da aurora, O deus do Sol, Utu, deixou seu quarto.

Inana chamou seu irmão Utu, dizendo:

"Utu, nos dias em que os destinos foram decretados, Quando a abundância da terra foi descoberta,

Quando o deus do Céu ( An ) fêz os céus, e o deus do ar ( Enlil ) Fez a Terra,

Quando Ereshkigal ganhou o grande abaixo por domínio, O deus da Sabedoria, Pai Enki, navegou pelas

Águas do mundo inferior, E o submundo o atacou ...

Neste tempo, uma árvore, uma árvore solitária, a árvore Huluppu Foi plantada nas margens do Eufrates.

O vento sul a embalou e suas raízes e ramos cresceram Até onde o Eufrates desagua.

Eu peguei esta árvore do rio,

E a plantei em meu jardim particular.

Eu cuidei da árvore, esperando que ela fosse meu trono e minha cama. Então a serpente que não pode ser encantada

Aninhou-se em suas raízes,

E o pássaro Anzu aninhou-se em seus galhos, E a sombria Lilith construiu sua casa em seu tronco. Eu chorei.

Como eu chorei!

( porque não podia mais aproximar-me de minha árvore ) " Utu, o valente guerreiro, Utu,

Não podia ajudar sua irmã, Inana.

Quando os pássaros começam a cantar com a Segunda aurora, Inana chamou seu irmão, Gilgamesh, dizendo:

"Gilgamesh, nos dias em que os destinos foram criados, Quando a abundância foi descoberta no local da aterrissagem, Quando o deus do céu criou os céus e o deus do ar

A Terra,

Quando Ereshkigal ganhou o grande abaixo para seu domínio, O deus da sabedoria, Pai Enki, navegou

Pelo submundo,

E o submundo o atacou.

Neste tempo, uma árvore, uma árvore solitária, a árvore Huluppu Foi plantada nas margens do Eufrates.

O vento sul a embalou e suas raízes e ramos cresceram Até onde o Eufrates desagua.

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Eu peguei esta árvore do rio,

E a plantei em meu jardim particular.

Eu cuidei da árvore, esperando que ela fosse meu trono e minha cama. Então a serpente que não pode ser encantada

Aninhou-se em suas raízes,

E o pássaro Anzu aninhou-se em seus galhos, E a sombria Lilith construiu sua casa em seu tronco. Eu chorei.

Como eu chorei!

( porque não podia mais aproximar-me de minha árvore ) " Gilgamesh, o valente guerreiro Gilgamesh,

O herói de Uruk, chamado por Inanna.

Gilgamesh vestiu sua armadura de cinqüenta minas como proteção. Cinqüenta minas eram para ele como cinqüenta plumas.

Pegou seu machado de bronze, o machado do caminho, Pesando sete talentos e sete minas, em seu ombro. Ele entrou no jardim de Inana.

Gilgamesh atacou a serpente que não podia ser encantada. O pássaro Anzu fugiu para as montanhas;

E Lilith abandonou sua casa e fugiu no vento, para lugares desabitados. Gilgamesh então cortou as raízes da árvore Huluppa;

E os filhos da cidade, que o acompanhavam, cortaram seus ramos. Do tronco ele fez um trono para sua irmã.

Do tronco, Gilgamesh fez uma cama para Inana. Das raízes ela fez um pukku para seu irmão.

Da coroa da árvore ela fez um mikku para Gilgamesh, O herói de Uruk.

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3. Uma Tigi para Enlil por Ur-Namma

(Ur-Namma B)

1-6 Exaltado Enlil, ... famoso ..., senhor que ... seu grande principado, Nunamnir, rei do céu e da terra ..., observa através das pessoas. A Grande Montanha, Enlil, escolheu Ur-Namma o bom pastor para a multidão de pessoas: "Ele será o pastor de Nunamnir!" Ele os fará Ter respeito.

7-19 Os divinos planos de construir o E-kur aonde estão. A grande Montanha, Enlil, tinha em sua mente, encheu-o com pureza e utilidade, para fazer o santuário como o sol no E-Kur, seu augusto santuário. Ele instruiu o pastor Ur-Name para fazer o E-Kur com brilho intenso; o rei o fez podero-so na Terra, ele o fez com as primeiras pespodero-soas. O bom pastor Ur-Namma, ... cuja verdade se fun-damenta em Nunamnir , o juiz conhecedor, o senhor de grande sabedoria, preparou o molde.. Enlil trouxe as terras rebeldes e hostis para o pastor Ur-Namma, e fez a Suméria florir com alegria, nos dias cheios de prosperidade. As fundações assentou firmemente e as sagradas fundações construiu. O enkum e ninkum agradeciam e Enki fazia o templo alegrar-se com suas fórmulas cheias de arte. 20-30 O pastor Ur-Namma fez o E-kur brilhar em Dur-an-ki. Ele o fez maravilhar a multidão de po-vos. Ele fez brilhar o arco-íris do Portão Perdido, o Grande Portão, o Portão da Paz, a Habilidosa Montanha de Construir e o Portão do Eterno Suprimento de Grãos, cobrindo-os com prata refinada. O pássaro Anzud correu de lá e a águia agarrou os inimigos com as garras. Suas portas são altas, elas enchem-se de alegria. O templo é alto, ele tem uma radiação que amedronta. Ele é amplo, ele infunde respeito. Nele, a Hábil Montanha de construir, o tempo nascente, a sagrada habitação cami-nha rápida para a Grande Montacami-nha como uma torre elevada.

31-38 No Gagiccua do grande palácio, onde se pronunciam grandes verdades, ele fez a grande mãe Ninlil alegrar-se. Enlil e Ninlil estabelecem-se aqui. Em sua grande sala-de-jantar, o verdadeiro he-rói escolhido por Nunamnir faz suas refeições com o trigo: o E-kur alegrava-se. Eles observam com aprovaçào o pastor Ur-Namma, e a Grande Montanha decreta um grande destino para Ur-Namma por todo o tempo, fazendo-o poderoso sobre o povo de povo de cabeça preta.

39 O

sagida.---40-45" Eu sou Nunamnir, cujos firmes comandos e decisões são imutáveis! Você fez meu elevado santuário E-kur brilhar gloriosamente, você fez com que brilhasse alto com um brilhante crenellati-on. Verdadeiro herói, você fez o santuário glorioso na Terra. Ur-Namma, senhor poderoso, você en-trará no navio real, sem paralelos, possa sua fama espalhar-se nos limites do céu, tão rápido como se pisasse montanhas!"

46-51"Eu sou a grande Montanha, pai Enlil, cujos firmes comandos e decisões são imutáveis. Você fez meu elevado santuário E-kur brilhar gloriosamente, você fez com que brilhasse alto com um bri-lhante crenellation. Verdadeiro herói, você fez o santuário glorioso na Terra. Ur-Namma, senhor po-deroso, você entrará no navio real, sem paralelos, possa sua fama espalhar-se nos limites do céu, tão rápido como se pisasse montanhas!"

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pilhas de grãos, nas terras hostis, e esmaga as terras rebeldes;, e agora ele pode pisar as terras es-trangeiras e destruir suas armadilhas. Senhor Nunamnir deu ao pastor Ur-Namma.

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4. Enlil no E-Kur

As ordens de Enlil seguem rápidas para o alto, suas palavras são sagradas, sua pronúncia é imutável. Os destinos ele decide inteiramente, seu olhar torna as montanhas ansiosas, sua ... enche o interior das montanhas. Todos os deuses da Terra inclinam-se diante do pai Enlil, que senta-se confortavelmente nos sagrados dais, diante de Nunamnir, cujo capitão e príncipe da barca são perfeitos. Os deuses Anunnaki entram diante dele e obedecem suas instruções, completamente.

O poderoso senhor, o grande no céu e na terra, o juiz que tudo conhece, o amplo de sabedoria, tomou seu assento no Dur-an-ki , e fez o Ki-ur , o grande palácio, resplandecer em majestade. Ele fez sua residência em Nibiru, a corrente elevada entre o céu e a terra. A Frente da cidade é carregado com terríveis e ameaçadoras radiaçòes, ele volta seu empuxo de poderoso deus para atacar, ninguém ousa atacá-lo, e seu interior é espada como dente afiado de tubarão, uma lâmina de catástrofe. Para as terras rebelder ele é uma armadilha, uma astúcia, uma rede.

Ele corta cedo a vida dos que falam poderosamente. Ele não permite palavras assassinas no julgamento ... decepção, falar inamistosamente, hostilidade, impropriedade, fala malvada, engano, erro, ultraje, violência, escravidão, arrogância, licenciosidade, egoísmo, e embustes são abominações intoleráveis em sua cidade.

Os limites de Nibiru formam uma grande rede, sobre a qual a águia abre suas grandes asas. O assassino ou mentiroso não escapam à suas garras. Em sua cidade firmemente assentada, para a qual o direito e a justiça são como uma possessão, e que está vestida com o mais puro do quay, o jovem irmão honra o irmão mais velho e o trata com dignidade, atenta o povo às palavras do pai, e coloca-se sob sua proteção; as crianças crescem com humildade e modestamente obedecem sua mãe, e atem-se aos mais velhos.

Na cidade, a construção sagrada de Enlil, em Nibiru, o sagrado santuário do pai Grande Montanha, ele fez os dias de abundância, o E-kur, o templo brilhante, elevar-se do solo; ele fez o chão de pura terra, alta como uma torre na montanha. Seu príncipe, o grande Montanha, pai Enlil, sentou-se nos dais do E-kur, o santuário elevado. Nenhum deus causa dano aos divinos poderes do templo. Seus ritos de lavar as mãos são difundidos sobre a Terra. Seus divinos poderes são divinos poderes do abzu: ninguém pode olhá-lo.

Seu interior é mar imenso que toca o horizonte. Em seus ... brilhando como bandeira, as correntes e os divinos poderes antigos são perfeitos. Suas palavras são orações, e seus encantos são súplicas. Suas palavras são favoráveis ... , seus ritos são os mais preciosos. Em seus festivais, plenos de gordura e manteiga, há abundância. Seus divinos planos alegram e rejubilam, seu veredicto é grande. Diariamente há o grande festival, e ao final do dia a abundância permanece. O tempo de Enlil é uma montanha de abundância; olhá-lo com inveja e medi-lo são abominações. O lagar de seu templo sua palavra vem à Terra, sempre com uma sábia benção; o gudu do abzu instrui-se nos ritos ilustres; seu nuec é perfeito para os oradores sagrados. Seu fazendeiro é o bom pastor da Terra, que nasceu forte em dias propícios. Seu fazendeiro para os campos férteis, ricos de oferendas, ele não ... no brilhante E-Kur.

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própria cidade. Você ... o Ki-ur, a montanha, seu lugar puro. Você o fundou no Dur-an-ki, no meio dos quatro cantos da Terra ;é a vida da Terra, e a vida de todos os países estrangeiros. Seus tijolos são ouro vermelho, sua fundação é de lapis lazuli. Você o fez brilhar no alto da Suméria como os chifres de um touro selvagem. Ele faz os países estrangeiros tremerem com medo. Como um grande festival, seu povo vive em abundância.

Enlil , o sagrado Urac é favorecido com beleza por você; você é grandemente seguido pelo abzu, o trono sagrado (1 ms. engur) ; você se refresca nas águas do mundo inferior, a câmara sagrada. Sua presença espalha-se sobre o E-kur , o templo brilhante, a morada elevada. Corajosos e radiantes elevam-se ao céu, suas sombras espalham-se sobre todas as terras estrangeiras, e sua crenellation chega ao meio do céu. Todos os senhores e soberanos regularmente suplicam e fazem oferendas, aproximando Enlil com orações e súplicas.

Enlil , se você olhar o pastor favoravelmente, se você eleva o único realmente chamado na Terra, então os países estrangeiros estarão em suas mãos, os países estrangeiros estarão a seus pés. Ele então causará enormes remessas e pesados tributos, como se fossem água fria, para enriquecer o tesouro. Na grande corte, ele suplica com oferendas. Ao E-kur , o templo brilhante, ele trará ...Enlil , pastor enternecido das multidões, vaqueiro, líder de todas as criaturas vivas, manifestou os domínio do grande príncipe, adornando-se com a sagrada coroa. Como o Vento da Montanha ocupa os dais, ele divide os céus como o arco-íris. Como uma nuvem flutuando, ele move-se sozinho.Ele sozinho é o príncipe do céu, o dragão da terra. O deus elevado dos Anunnaki, ele determina os destinos. Nenhum deus pode olha-lo. Seu grande ministro e comandante, Nuska, ouve suas ordens e suas intenções, consulta-se com ele e então executa suas instruções. Ele fala palavras sagradas para os divinos poderes..

Sem a Grande Montanha Enlil , nenhuma cidade seria construida, nenhum edifício seria fundado; nenhum couro seria usado, nenhum curral seria estabelecido; nenhum rei se elevaria, nenhum senhor nasceria; nenhuma oração ou orador poderia estar no espaço exterior; soldados não teriam generais ou capitães; nenhuma carpa encheria o rio ... os rios em suas nascentes; a carpa não ... viria do mar, elas não nadariam neles. O mar não produziria o pesado tesouro, nenhum peixe do rio desovaria nas cabeceiras, nenhum pássaro do céu faria seus ninhos na terra espaçosa; os céu as nuvens não abririam suas bocas; nos campos o grão não germinaria nas terras aráveis, vegetação não haveria na planície; nos jardins, as árvores espalhariam-se na montanha sem frutos. Sem a Grande Montanha, Enlil , Nintud não mataria, ela não atacaria a morte; nenhuma vaca teria cria, nenhuma ovelha viria ... nos currais ; as criaturas viventes que se multiplicam por si mesmas não dormiriam em seus ...; os animais de quatro patas não propagariam, eles não teriam companheiros.

Enlil , a ingenuidade de sua respiração continua! Por sua natureza, ele é como raízes que não podem ser reveladas, raízes cruzadas que o olho não pode seguir. Sua divindade pode ser apreciada. Você é seu próprio conselheiro e mensageiro, você é o senhor de si mesmo. Quem pode compreender suas ações? Nenhum divino poder resplandece como o seu. Nenhum deus pode olha-lo na face.

Você, Enlil , é o senhor, deus, rei.. Você é o juiz que toma decisões sobre o céu e sobre a Terra. Suas palavras elevadas são pesadas como o céu, e não existe quem possa elevar-se como elas. Os Anunnaki ... a sua palavra. Suas palavras são pesadas no céu e são fundamentos da Terra. Nos céus, são grandes ... enriquecem o céu. Na terra, sua fundação não pode ser destruída. Quando se relaciona ao céu, eles trazem abundância. Quando se relaciona com a Terra, ela é próspera: a terra produz prosperidade. Suas palavras significam flax, suas palavras significam grãos. Suas palavras significam sangue fluindo, a vida das terras. Ela faz as criaturas, os animais que copulam e que vem alegremente sobre o verde. Você, Enlil, o bom pastor, conhece seus caminhos ... as estrelas esparsas.

Você desposou Ninlil , a consorte sagrada, cujas palavras são do coração, sua nobreza é um sagrado ornamento de sabedoria, sua beleza supera todos os limites, a verdadeira senhora de sua

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escolha. Veste-se com sedução, a senhora conhece aqueles que atacam o E-kur. Suas palavras são avisos perfeitos, suas palavras trazem conforto como fino óleo ao coração, que partilha o trono sagrado, o puro trono, ela aconselha-se e discute com você. Você decide os destinos no lugar diante do sol nascente. Ninlil, a senhora do céu e da terra, a senhroa de todas as terras, é honrada na oração para a Grande Montanha. A pronúncia destas palavras estão bem estabelecidas, cujo comando e apoio são coisas imutáveis, cujas expressão tem precedência, cujos planos são palavras decididas, a Grande Montanha, pai Enlil: sua oração é sublime!

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5. Hino ao E-kur

1-13 A grande casa é grande como uma montanha. A casa de Enlil é grande como uma montanha. A casa de Ninlil é grande como uma montanha. O quarto é grande como uma montanha. A casa que não conhece a luz do dia é grande como uma montanha. A casa no Portão Lofty é grande como uma montanha. A casa no Portão do Bem-Feito é grande como uma montanha. O palácio de Enlil é gran-ce como uma montanha. O Hursaj-galama é grande como uma montanha. O sagrado Portão Renow-ned é grande como uma montanha. O portão do qual o cereal nunca é perdido é grande como uma montanha. O ubcu-unkena é grande como uma montanha. O Jac-jic-cua é grande como uma monta-nha.

14-27A casa de Ninlil é grande como uma montanha. O portão Innamra é grande como uma monta-nha. O E-itida-buru é grande como uma montamonta-nha. O palácio de Egal-mah é grande como uma montanha. O logty E-itida-buru é grande como uma montanha. O Innam-gidazu é grande como uma montanha. O portão Suen é grande como uma montanha. O Dul-kug, o lugar sagrado, é grande como uma montanha. O campo de E-dima é grande como uma montanha. O Ane-jara é grande como uma montanha. O Acte, o lugar puro, é grande como uma montanha. O Etilla-mah é grande como uma montanha. O já-apina é grande como uma montanha.

28 Sa-gida.

29Ele declara: "Aviso dos Céus (?)!" 30Seu jicgijal.

31-41 Para ele que diz isto, para ele cuja fortaleza brilha como luz do dia. Para ele queé declara isto, cuja casa é como a montanha, a casa que brilha como o dia. Para aquele que declara isto, que é como a casa de Enlil, a casa forte que brilha como o dia. Para o que declara isto, a casa é como a casa de Nilil, a fortaleza que brilha como dia. Para o que declara que a casa de Ninurta, a fortaleza que brilha como o dia, para o que declara que ele é da casa do Príncipe e Filho.

42 Kirugu.

43-52 As torres da casa são altíssimas, no meio das montanhas de cedros aromáticos. As torres da casa de Enlil são altíssimas, no meio das montanhas de cedros aromáticos. As torres da casa de Ninlil são altíssimas, no meio das montanhas de cedros aromáticos. As torres do palácio de Enlil são altíssimas, no meio das montanhas de cedros aromáticos. As torres do palácio de Ninlil são altíssimas, no meio das montanhas de cedros aromáticos.

53 Sa-jara.

54... alegrem-se ... 55 É jicgijal.

56-68 Seu rei é worthy de Enlil o rei na verdadeira casa da juventude. O herói Ninurta é worthy de Enlil o rei da verdadeira casa da juventude. A primavera de Ninlil é worthy de Enlil o rei na verdadeira casa da juventude. O senhor, o herói (?) do E-kur, é worthy de Enlil a verdadeira casa da juventude. A primavera de Enlil é worthy de Enlil a verdadeira casa da juventude. O senhor

(15)

Acimbabbar é worthy de Enlil o rei da casa da verdadeira juventude. O Filho-Príncipe do E-kur é worthy de Enlil o rei da verdadeira casa da juventude.

69... (A assinatura foi omitida acidentalmente) 70Ele é o favorito de Enlil.

(16)

6. Hino de louvor a Enlil

Enlil, cujas ordens alcançam a distância, cuja palavra é santa,

O senhor cuja decisão é imutável, que decreta para sempre os destinos, Cujos olhos erguidos percorrem as terras,

Cuja luz levantada prescruta o coração de todas as terras,

Enlil, que está sentado com abandono sobre o altar branco, sobre o altar sublime, Que consuma os decretos da força, da realeza, da soberania,

Perante o qual se inclinam, temerosos, os deuses da Terra, Perante o qual se humilham os deuses do Céu (...),

A cidade (Nippur), seu aspecto inspira terror e respeito (...), O ímpio, o mau, o opressor,

O denunciante,

O arrogante, o violador dos pactos,

Ele não tolera os seus malefícios na cidade, A grande rede (...)

Ele não deixa os opressores e malfeitores escapar às suas malhas. Nippur – o santuário onde habita o pai, a "grande montanha", O altar da abundância, o Ekur que se ergue,

A alta montanha, o nobre lugar,

Seu príncipe, a "grande montanha", pai Enlil,

Estabeleceu a sua morada no altar de Ekur, sublime santuário;

O templo – as suas divinas leis, como o Céu, não podem ser subvertidas, Os seus puros ritos, como a Terra, não podem ser abalados,

As suas divinas leis são como as divinas leis do abismo, ninguém as pode olhar, O seu ‘coração’ como um distante santuário, desconhecido como o zénite do Céu..., As suas palavras são orações,

Os seus propósitos são súplicas, O seu ritual é precioso,

Nas suas festas jorram a gordura e o leite, são ricas e abundantes, Os seus armazéns dão felicidade e alegria,

A casa de Enlil é uma montanha de abundância,

O Ekur, a casa de lápis-lazúli, a sublime morada, que inspira medo, Cujo medo e terror estão próximos do Céu,

Cuja sombra se estende sobre todas as terras, Cuja majestade atinge o coração do Céu,

Onde os senhores e os príncipes levam os seus presentes sagrados, as suas oferendas, Vêm dizer as suas orações, as suas súplicas, os seus pedidos.

Enlil, o pastor que contemplais favoravelmente, A quem chamastes e tornastes eminente na Terra, Que prostra todas as terras estranhas por onde passa, Libações apaziguadoras de toda a parte,

(17)

Sacrifícios dos pesados produtos, Foram trazidos; no armazém

Nos altos pátios determinou as suas oferendas; Enlil, o digno pastor, sempre em movimento, O rei do principal pastor de tudo o que respira, Trouxe à existência o seu principado,

Colocou a coroa sagrada na sua cabeça. No Céu – é o príncipe; na Terra – é o grande, Os Anunnaki – é o seu exaltado deus;

Quando no seu poder aterrador, ele decreta os destinos, Nenhum deus se atreve a olhá-lo.

Só ao seu exaltado vizir, o camarista Nusku, A ordem, a palavra do seu coração,

Deu a conhecer, só a ele informou,

Mandou-o executar todas as ordens que a todos obrigavam, Confiou-lhe todas as regras sagradas, todas as sagradas leis. Sem Enlil, a grande montanha,

Nenhuma cidade seria construída, nenhumas instituições fundadas, Não seriam construídos quaisquer estábulos, nem feito nenhum redil, Ninguém seria levado à realeza, não nasceria qualquer grande sacerdote, Nenhum sacerdote-mah, nenhuma grande sacerdotisa seriam escolhidos pelo carneiro-presságio,

Os trabalhadores não teriam nem chefe nem superintendente, Os caudais dos rios não teriam transbordado,

O peixe do mar não depositaria os ovos no canavial,

Os pássaros do Céu não construiriam ninhos na vasta Terra, No Céu as arrastadas nuvens não produziriam a sua humidade, Plantas e ervas, a glória da planície, não poderiam crescer, No campo e no prado o rico grão não poderia florir,

As árvores plantadas na floresta da montanha não produziriam o seu fruto (...) FONTE: http://www.pauloliveira.com/MySiteOLD/Zigurate/Zigurates.htm

(18)

7. A vingança de Inanna

Shukallituda,

Quando deitava água nos regos,

Quando cavava sulcos ao longo dos canteiros, Tropeçava nas raízes, era arranhado por elas; Os ventos furiosos, com tudo o que trazem,

Com a poeira das montanhas, fustigavam-lhe o rosto, No seu rosto e mãos,

Eles sopravam a poeira, e ele já não reconhecia os seus (...) Ele então levantou o seu olhar para as terras do sul,

Olhou as estrelas do leste,

Levantou os olhos para as terras do norte, Olhou para as estrelas do oeste,

Contemplou o Céu, onde se inscreviam os auspícios, Aprendeu os presságios inscritos no Céu,

Neles aprendeu a observar as leis divinas, Estudou as decisões dos deuses.

No jardim, em cinco para dez lugares inacessíveis,

Em cada um destes lugares plantou uma árvore como sombra protectora, A sombra protectora da árvore, a árvore sarbatu de muita folhagem A sombra que ela dá ao alvorecer,

Ao meio-dia e ao crepúsculo nunca desaparece.

Ora, um dia, a minha rainha, depois de ter atravessado o Céu, atravessado a Terra, Inanna, a minha rainha, depois de ter atravessado o Céu, atravessado a Terra, Depois de ter atravessado Elam e Shubur,

Depois de ter atravessado (...),

A hierodula (Inanna), exausta, aproximou-se do jardim, deixou-se adormecer, Shukallituda viu-a do extremo do seu jardim,

Possuiu-a, beijou-a,

E regressou ao extremo do seu jardim. Ao alvorecer, quando o sol se ergueu, A mulher olhou à sua volta horrorizada. Inanna olhou à sua volta horrorizada.

Então, a mulher, por causa do seu sexo, que mal fez! Inanna, por causa do seu sexo, que fez ela!

Encheu de sangue todos os poços do país,

Encheu de sangue todos os bosques e jardins do país,

O escravos (varões) que vinham buscar lenha para o lume só tiveram sangue para beber, Os escravos (fêmeas) que vinham buscar água só tiveram sangue para levar,

(19)

Mas ela não encontrou aquele que a tinha possuído, Porque o homem entrou em casa de seu pai,

Shukallituda disse a seu pai:

"Pai, quando deitava água nos regos,

Quando abria sulcos ao longo dos canteiros, Tropeçava nas raízes, era por elas arranhado; Os ventos furiosos, com tudo o que eles trazem, Com a poeira das montanhas, fustigavam-me o rosto, No meu rosto e mãos,

Eles sopravam a poeira, e eu já não reconhecia os seus (...) Eu então levantei os meus olhos para as terras do sul, Olhei as estrelas do leste,

Levantei os meus olhos para as terras do norte, Olhei para as estrelas do oeste,

Contemplei o Céu, onde se inscrevem os auspícios, Aprendi os presságios inscritos no Céu,

Neles aprendi a observar as leis divinas, Estudei as decisões dos deuses.

No jardim, em cinco para dez lugares inacessíveis,

Em cada um deles plantei uma árvore como sombra protectora. A sombra protectora da árvore – a árvore sarbatu de muita folhagem A sombra que ela dá ao alvorecer

Ao meio-dia e ao crepúsculo nunca desaparece.

Um dia a minha rainha, depois de ter atravessado o Céu, atravessado a Terra, Inanna, depois de ter atravessado o Céu, atravessado a Terra,

Depois de ter atravessado Elam e Shubur, Depois de ter atravessado (...),

A hierodula (Inanna), exausta, aproximou-se do jardim, deixou-se dormir; Eu vi-a do extremo do meu jardim,

Possuí-a, beijei-a,

E voltei para o extremo do meu jardim. Ao alvorecer, quando o sol se ergueu, A mulher olhou à sua volta horrorizada, Inanna olhou à sua volta horrorizada,

Então, a mulher, por causa do seu sexo, que mal fez! Inanna, por causa do seu sexo, que fez ela!

Encheu de sangue todos os poços do país,

Encheu de sangue todos os bosques e jardins do país,

O escravos (varões) que vinham buscar lenha para o lume só tiveram sangue para beber, Os escravos (fêmeas) que vinham buscar água só tiveram sangue para levar,

"Hei-de encontrar aquele que me possui", disse ela". Mas aquele que a possuiu não foi encontrado, Porque o pai respondeu ao jovem,

O pai respondeu a Shukallituda:

"Filho, conserva-te junto das cidades dos teus irmãos,

Dirige os teus passos para junto dos teus irmãos, o povo da cabeça preta, A mulher (Inanna) não te encontrará no meio das terras".

Ele (Shukallituda) conservou-se junto das cidades dos seus irmãos,

Dirigiu os seus passos para junto dos seus irmãos, o povo da cabeça preta, A mulher não o encontrou no meio de todas as terras.

(20)

Então a mulher, por causa do seu sexo, que mal fez! Inanna, por causa do seu sexo, que fez ela! (...)

(21)

8. Inanna cortejada

Seu irmão, o herói, o guerreiro Utu, Diz à pura Inanna

-Ó minha irmã, deixa que o pastor case contigo, Ó virgem Inanna, porque não queres?

A sua nata é boa, o seu leite é bom,

O pastor, tudo o que a sua mão toca é brilhante, Ó, Inanna, deixa que o pastor Dumuzi case contigo, Ó tu, que estás adornada com jóias, porque não queres? Ele comerá a sua boa nata contigo,

Ó protectora do rei, porque não queres? Eu não casarei com o pastor,

Com o seu novo traje ele não me vestirá, A sua fina lã não me cobrirá,

Eu, a virgem, casarei com o lavrador,

O lavrador que faz as plantas desenvolverem-se abundantemente, O lavrador que faz a semente desenvolver-se abundantemente. O Pastor:

O lavrador mais do que eu, o lavrador mais do que eu, o lavrador o que tem ele mais do que eu?

Enkimdu, o homem do dique, valas e arado,

Mais do que eu, o lavrador, que tem ele mais do que eu? Se ele me desse o seu fato preto,

Dar-lhe-ia, ao lavrador, a minha ovelha preta, Se ele me desse o seu fato branco,

Dar-lhe-ia, ao lavrador, a minha ovelha branca, Se ele me servisse a sua primeira cerveja, Servir-lhe-ia, ao lavrador, o meu leite amarelo, Se ele me servisse a sua boa cerveja,

Servir-lhe-ia, ao lavrador, o meu leite kisim, Se ele me servisse a sua apetitosa cerveja, Servir-lhe-ia, ao lavrador, o meu leite. Se ele me servisse a sua cerveja aguada,

Servir-lhe-ia, ao lavrador, o meu leite de planta, Se ele me desse os seus bons bocados,

Dar-lhe-ia, ao lavrador, o meu leite itirda, Se ele me desse o seu bom pão,

Dar-lhe-ia, ao lavrador, o meu queijo de mel, Se ele me desse os seus feijõezinhos,

(22)

Depois de eu ter comido, de ter bebido, Ainda lhe deixaria os sobejos da nata, Ainda lhe deixaria os sobejos do leite;

Mais do que eu, o lavrador, o que tem ele mais do que eu? Disputa do Pastor e Enkimdu:

Ele alegrava-se, ele alegrava-se no barro da margem do rio, ele alegrava-se,

Na margem do rio, o pastor na margem do rio alegrava-se, O pastor, além disso, conduzia os carneiros na margem do rio. Do pastor andando de um lado para o outro na margem do rio, Dele, que é um pastor, se aproximou o lavrador,

O lavrador Enkimdu aproximou-se.

Dumuzi (...) do lavrador, o rei dos diques e valas,

Na sua planície, o pastor, na sua planície, inicia uma disputa com ele, O pastor Dumuzi, na sua planície, inicia uma disputa com ele.

Enkimdu não quer discussões:

Eu, contra ti, pastor, contra ti, pastor, contra ti o que poderei eu disputar?

Deixa que os teus carneiros comam a erva da margem do rio, Nas minhas terras cultivadas deixa que os teus carneiros andem, Nos campos brilhantes de Uruk deixa-os comer a semente,

Deixa que os teus cabritos e cordeiros bebam a água do meu unun (canal). Dumuzi:

-Quanto a mim, que sou um pastor, no meu casamento, Lavrador, podes ser considerado como meu amigo,

Lavrador Enkimdu, como meu amigo, lavrador, como meu amigo, Que sejas considerado como meu amigo.

Enkimdu:

Eu trar-te-ei trigo, trar-te-ei feijões, Trar-te-ei lentilhas...

Tu, donzela, seja o que for para ti Donzela Inanna, trar-te-ei (...)

(23)

9. O encanto de Enki (A confusão das línguas)

"Era uma vez, não havia cobras, não havia escorpiões Não havia hienas, não havia leões,

Não havia cães selvagens, não havia lobos, Não havia medo nem terror,

O homem não tinha rival.

Era uma vez as terras Shubur e Hamazi,

A Suméria de língua harmoniosa, a grande terra das divinas leis dos principados, Uri, a grande terra que tem tudo o que é próprio,

A terra Martu, que descansa em segurança, O universo inteiro, o povo em uníssono, A Enlil numa língua fizeram preces.

Mas então o senhor-pai, o príncipe-pai, o rei-pai,

Enki, o senhor da abundância, cujas ordens eram confiantes Senhor da Sabedoria que vigia a terra,

Senhor dos deuses,

Senhor de Eridu, dotado de sabedoria

Nas suas bocas trocou as palavras, instalou a discórdia, Na fala do homem que havia sido única.

O texto O Encanto de Enki faz parte do conto épico mais vasto – Enmerkar e o senhor de Aratta. FONTE: http://www.pauloliveira.com/MySiteOLD/Zigurate/Zigurates.htm

(24)

10. A descida de Inanna ao inferno

Do "Grande Superior" ela dirigiu o seu pensamento ao "Grande Inferior"

A deusa, do "Grande Superior" ela dirigiu o seu pensamento ao "Grande Inferior" Inanna, do "Grande Superior" ela dirigiu o seu pensamento ao "Grande Inferior" A minha senhora abandonou o Céu, abandonou a Terra,

Ao mundo inferior ela desceu,

Inanna abandonou o Céu, abandonou a Terra, Ao mundo inferior ela desceu,

Abandonou o poder de rei, abandonou o poder de rainha, Ao mundo inferior ela desceu.

As sete leis divinas, ela as uniu a um lado, Juntou todas as leis divinas, tomou-as na mão, Todas as leis, ela pô-las aos seus pés, que esperavam,

A shugurra, a coroa da planície, ela colocou-a sobre a cabeça, Anéis de cabelo ela ajustou na testa,

A vara e a linha de medir de lápis-lazúli, ela as apertou na mão, Pequenas pedras de lápis-lazúli ela cingiu ao pescoço,

Duas pedras nunuz gémeas ela atou ao peito, Um anel de ouro apertou na mão,

O peitoral "Vem, homem, vem" atou ao peito, Com o vestido pala de rainha cobriu seu corpo,

Com o unguento "Que ele venha", que ele venha" ungiu os seus olhos. Inanna caminhou para o mundo inferior,

O seu vizir Ninshubur seguia a seu lado, A pura Inanna diz para Ninshubur: "Ó tu que és o meu apoio constante, Meu vizir das palavras favoráveis, Meu cavaleiro das palavras verdadeiras, Estou descendo ao mundo inferior.

Quando eu tiver chegado ao mundo inferior, Solta lamentações por mim, como nas ruínas,

Na sala de reunião dos deuses toca o tambor por mim, Na casa dos deuses procura-me,

Abaixa os teus olhos por mim, abaixa a tua boca por mim, Como um pedinte, um traje pobre veste por mim,

Para o Ekur, a casa de Enlil, sozinho dirige os teus passos. Ao entrares no Ekur, a casa de Enlil,

Chora perante Enlil:

"Ó pai Enlil, que a tua filha não seja ferida de morte no mundo inferior, Que o tem bom metal não se cubra da poeira do mundo inferior,

(25)

Que a caixa de madeira não seja entalhada dentro da madeira do lenhador, Que a donzela Inanna não seja condenada à morte no mundo inferior". Se Enlil se não puser do teu lado, segue para Ur.

Em Ur, ao entrares em casa, da terra, O Ekishnugal, a casa de Nanna, Chora perante Nanna:

"Ó pai Nanna, que a tua filha não (...) – repetição da estrofe anteriorrelativa " Se Nanna não se puser do teu lado, segue para Eridu.

Em Eridu, ao entrares em casa de Enki, Chora perante Enki:

"Ó pai Enki, que a tua filha não (...) – repetição da estrofe anterior relativa " O pai Enki, senhor da sabedoria,

Que conhece o "alimento da vida", que conhece a "água da vida", Certamente te trará à vida.

Inanna desceu ao mundo inferior, Ao seu mensageiro Ninshubur ela diz: "Vai, Ninshubur,

Não esqueças as ordens que te dei".

Quando Inanna chegou ao palácio, à montanha de lápis-lazúli, À porta do mundo inferior, ela agiu temerariamente,

No palácio do mundo inferior ela falou temerariamente: "Abre a casa, Neti, abre a casa, eu, sozinha, quero entrar". Neti, o porteiro principal do mundo inferior,

Responde à pura Inanna: "Diz-me, por favor, quem és!"

"Eu sou a rainha do Céu, o sítio onde nasce o Sol". "Se é a rainha do Céu, o sítio onde nasce o Sol, Diz-me porque vieste à terra donde não se volta!

À estrada cujo viajante não mais volta, porque te conduziu o teu coração?" A pura Inanna responde-lhe:

"A minha irmã mais velha, Ereshkigal,

Por causa do seu marido, o senhor Gugalanna, que foi assassinado, Para assistir aos ritos funerários,

(...), assim seja".

Neti, o porteiro principal do mundo inferior, Entra em casa da sua rainha Ereshkigal e diz-lhe:

"Ó minha rainha, é uma donzela que, como um deus (...)

Às sete leis divinas (...) – repetição da terceira estrofe completa – (...)

Então Ereshkigal mordeu a sua coxa, estava cheia de ira, E disse a Neti, o seu porteiro principal:

"Vem, Neti, porteiro principal do mundo inferior, A ordem que eu te der, não a esqueças.

Levanta os ferrolhos das sete portas do mundo inferior,

Do seu único palácio, Ganzir, o "rosto" do mundo inferior, abre as portas. Quando ela entrar,

Subjuga-a e que seja trazida nua à minha presença". Neti, o porteiro principal do mundo inferior,

Escutou as palavras da sua rainha.

(26)

Do seu único palácio, Ganzir, o "rosto" do mundo inferior, ele abriu as portas. "Vem, Inanna, entra".

Quando ela entrou,

A shugurra, a "coroa da planície", da sua cabeça foi retirada, "Por favor, que é isto?"

"Cala-te, Inanna, as leis do mundo inferior são perfeitas, Ó Inanna, não desprezes os ritos do mundo inferior". Quando ela entrou na segunda porta,

A vara e o fio de medir de lápis-lazúli foram-lhe retirados. "Por favor, que é isto?"

"Cala-te, Inanna, as leis do mundo inferior são perfeitas, Ó Inanna, não desprezes os ritos do mundo inferior". Quando ela entrou na terceira porta,

As pequenas pedras de lápis-lazúli foram retiradas do seu pescoço. (repetição idêntica às estrofes anteriores)

Quando ela entrou na quarta porta,

As pedras gémeas de nunuz foram retiradas do seu peito. (repetição idêntica às estrofes anteriores)

Quando ela entrou na quinta porta, O anel de ouro foi retirado da sua mão. (repetição idêntica às estrofes anteriores) Quando ela entrou na sexta porta,

O peitoral "Vem, homem, vem" foi retirado do seu peito. (repetição idêntica às estrofes anteriores)

Quando ela entrou na sétima porta,

O vestuário pala da realeza foi retirado do seu corpo. (repetição idêntica às estrofes anteriores)

Subjugada, foi trazida nua perante ela. A pura Ereshkigal sentou-se no seu trono,

Os Anunnaki, os sete juízes, pronunciaram perante ela o seu julgamento, Ela fixou o seu olhar sobre Inanna, o olhar da morte,

Disse contra ela a palavra, ä palavra da ira, Pronunciou contra ela o grito, o grito da culpa, A mulher doente tornou-se um cadáver,

O cadáver ficou pendurado num gancho. Depois de terem passado três dias e três noites, O seu vizir Ninshubur,

O seu vizir das palavras favoráveis, O seu cavaleiro das palavras verdadeiras,

Soltou uma lamentação por ela, como (se faz) nas ruínas, Tocou por ela o tambor na sala de reunião dos deuses, Perguntou por ela na casa dos deuses,

Baixou por ela os olhos, baixou por ela a boca(...), Como um pedinte, vestiu por ela um traje pobre,

Ao Ekur, a casa de Enlil, sozinho, dirigiu os seus passos. Ao entrar no Ekur, a casa de Enlil,

Perante Enlil ele chora:

"Ó pai Enlil, que a tua filha não seja morta no mundo inferior, Que o tem bom metal não se cubra da poeira do mundo inferior,

(27)

Que a caixa de madeira não seja destruída dentro da madeira do lenhador, Que a donzela Inanna não seja morta no mundo inferior".

Como o pai Enlil não se pôs a seu lado, dirigiu-se a Ur. Em Ur, ao entrar na casa da Terra,

O Ekishnugal, a casa de Nanna, Perante Nanna ele chora:

"Ó pai Nanna, que a tua filha não seja morta no mundo inferior, Que o tem bom metal não se cubra da poeira do mundo inferior,

Que o teu bom lápis-lazúli não seja quebrado dentro da pedra do canteiro, Que a caixa de madeira não seja destruída dentro da madeira do lenhador, Que a donzela Inanna não seja morta no mundo inferior".

Como o pai Nanna não se pôs a seu lado, partiu para Eridu. Em Eridu, ao entrar na casa de Enki,

Perante Enki ele chora:

"Ó pai Enki, que a tua filha não seja morta no mundo inferior, Que o tem bom metal não se cubra da poeira do mundo inferior,

Que o teu bom lápis-lazúli não seja quebrado dentro da pedra do canteiro, Que a caixa de madeira não seja destruída dentro da madeira do lenhador, Que a donzela Inanna não seja morta no mundo inferior".

O pai Enki responde a Ninshubur:

"O que aconteceu então a minha filha? Estou inquieto. O que aconteceu então a Inanna? Estou inquieto.

O que aconteceu então à rainha de todas as terras? Estou inquieto. O que aconteceu então à hierodula do Céu? Estou inquieto". Ele tirou sujidade da sua unha e moldou o kurgarru

Ele tirou sujidade da sua unha pintada de vermelho e moldou o kalaturru Ao kurgarru deu o "alimento da vida",

Ao kalaturru deu a "água da vida",

O pai Enki disse para kalaturru e kurgarru (...)

Eles – os deuses do mundo inferior - oferecer-vos-ão a água do rio, não a aceitem, Oferecer-vos-ão o grão do campo, não o aceitem,

"Dá-nos o corpo pendurado do gancho", digam a ela, a Ereshkigal,

Um de vós derrame sobre ela o "alimento da vida", o outro a "água da vida", Então Inanna erguer-se-á".

- O kurgarru e o kalaturru cumprem as ordens – Eles oferecem-lhes a água do rio, eles não a aceitam, Eles oferecem-lhes o grão do campo, eles não o aceitam, "Dá-nos o corpo pendurado do gancho", dizem a ela. A pura Ereshkigal responde ao kalaturru e ao kurgarru: "O corpo é o da vossa rainha".

"Apesar de o corpo ser o da nossa rainha, dá-no-lo", disseram-lhe. Eles dão-lhes o corpo pendurado do gancho,

Um derramou sobre ela o "alimento da vida", o outro a "água da vida". Inanna ergueu-se.

Inanna está quase a ascender do mundo inferior, Os Anunnaki agarram-na dizendo:

"Aquele que tenha descido ao mundo inferior jamais subirá ileso do mundo inferior! Se Inanna ascender do mundo inferior,

Que dê alguém em sua substituição". Inanna ascende do mundo inferior,

(28)

Os pequenos demónios como canas shukur, Os grandes demónios como canas dubban, Puseram-se ao lado dela.

O que estava na sua frente, apesar de não ser um vizir, segurava na mão um ceptro,

O que estava a seu lado, apesar de não ser um cavaleiro, tinha uma arma cingida à cintura. Os que a acompanhavam,

Os que acompanhavam Inanna,

Eram seres que não conheciam alimento, que não conheciam a água, Não comiam farinha espalhada,

Não bebiam água derramada,

Roubavam a mulher do regaço do homem, Roubavam a criança do seio da ama.

Dumuzi vestiu um traje nobre, sentou-se no seu assento, Os demónios agarraram-no pelas coxas...

Os sete demónios largaram-se sobre ele como se se dirigissem a um doente, Os pastores não tocaram a flauta e a gaita perante ele.

Ela – Inanna – fixou o olhar sobre ele, o olhar da morte, Pronunciou contra ele a palavra, a palavra da ira,

Soltou contra ele o grito, o grito da culpa: "Quanto a ele, levem-no".

A pura Inanna entregou-lhes o pastor Dumuzi. Os que o acompanhavam,

Os que acompanhavam Dumuzi,

Eram seres que não conheciam o alimento, que não conheciam a água, Não comiam farinha espalhada,

Não bebiam água derramada,

Não se acolhiam com prazer no regaço da mulher, Não beijavam crianças bem alimentadas,

Arrancavam o filho do homem de seus joelhos, Levavam a enteada de casa do padrasto.

Dumuzi chorou, seu rosto tornou-se verde,

Para o Céu, para Utu – deus do Sol – ergueu a mão:

"Ó Utu, tu és o irmão de minha mulher, eu sou o marido de tua irmã, Eu sou aquele que traz a nata a casa de tua mãe,

Eu sou aquele que traz o leite a casa de Ningal,

Transforma a minha mão na mão duma cobra (de um dragão), Transforma o meu pé no pé de uma cobra (de um dragão), Que eu escape aos meus demónios, que eles não me apanhem".

(29)

11. Gilgamesh e a terra dos vivos

O senhor para a Terra dos Vivos dirigiu o seu pensamento,

O senhor Gilgamesg para a Terra dos Vivos dirigiu o seu pensamento, Ele diz ao seu servidor Enkidu:

"Ó Enkidu, o tijolo e o selo ainda não deram origem ao fim fatal, Eu entraria na "terra", eu elevaria o meu nome,

Nos lugares onde os nomes foram elevados eu elevaria o meu nome,

Nos lugares onde os nomes ainda não foram elevados eu elevaria os nomes dos deuses". O seu servidor Enkidu respondeu-lhe:

"Ó meu senhor, se tu queres entrar na "terra", informa Utu, Informa Utu, o herói Utu –

A "terra" está a cargo de Utu,

A terra dos cedros abatidos está a cargo do herói Utu – informa Utu". Gilgamesh poisou as suas mãos sobre um cabrito todo branco, Um cabrito castanho, uma oferenda, ele apertou contra o peito, Na sua mão colocou o bastão de prata (...)

Diz a Utu do Céu:

"Ó Utu, eu quereria entrar na "terra", sê meu aliado,

Eu quereria entrar na terra do cedro abatido, sê meu aliado". Utu do Céu respondeu-lhe:

"É verdade que tu é (...), mas o que és tu para a "terra"?"

"Ó Utu, eu quereria dizer-te uma palavra, para a minha palavra o teu ouvido, Eu fá-la-ia chegar a ti, dá-lhe ouvidos.

Na minha cidade morre-se, oprimido está o coração, O homem perece, pesado está o coração.

Eu espreitei sobre o muro,

Vi os cadáveres... flutuando no rio;

Quanto a mim, eu terei o mesmo destino; verdadeiramente assim será. O homem, por mais alto, não pode chegar ao Céu,

O homem, por mais largo, não pode cobrir a Terra. O tijolo e o selo não decretaram ainda o fim fatal Eu quereria entrar na "terra", fixaria o meu nome,

Nos lugares onde os nomes foram erguidos eu ergueria o meu nome,

Nos lugares onde os nomes não foram erguidos ergueria o nome dos deuses". Utu aceitou as suas lágrimas como oferenda,

Como um homem de misericórdia, mostrou-lhe misericórdia, Os sete heróis, os filhos de uma mãe, (...)

Ele trouxe para dentro das cavernas da montanha. Quem abateu o cedro agiu alegremente,

O senhor Gilgamesh agiu alegremente, Na sua cidade, como um homem, ele

(30)

Como dois companheiros, ele

"Quem tem casa, para sua casa! Quem tem mãe, para a sua mãe!

Que os homens solteiros que fariam como eu, cinquenta, permaneçam a meu lado". À casa dos forjadores ele se dirigiu,

O machado, o seu "poder de heroísmo" ele ali mandou fundir. Ao jardim da planície se dirigiu,

A árvore, o salgueiro, a macieira, o buxo, a árvore ali derrubou.

Os "filhos" da sua cidade que o acompanhavam colocaram-nos nas suas mãos. Após passarem as montanhas, Gilgamesh adormeceu. Enkidu tenta despertá-lo. Toca-lhe, ele não se ergue,

Fala-lhe, ele não responde.

"Tu que estás deitado, tu que estás deitado,

Ó Gilgamesh,, senhor, filho de Kullab, por quanto tempo permanecerás deitado? A "terra" escureceu, as sombras derramaram-se sobre ela,

O crepúsculo fez brotar a sua luz,

Utu foi de cabeça erguida para o seio de sua mãe, Ningal, Ó Gilgamesh, por quanto tempo permanecerás deitado? Não deixes que os filhos da tua cidade que te acompanham Permaneçam esperando por ti ao pé da montanha,

Não permitas que a tua mãe que te deu o ser seja conduzida à "praça" da cidade". Ele consentiu,

Com a sua "palavra de heroísmo" cobriu-se como um vestuário,

O seu vestuário de trinta siclos que levava na mão cruzou sobre o peito, Como um touro, fixou-se na "grande terra",

Encostou a boca ao solo, os seus dentes abanaram.

"Pela vida de Ninsun, minha mãe que me deu o ser, e do puro Lugalbanda, meu pai, Possa eu tor-nar-me como alguém que se senta, para ser admirado, nos joelhos de Ninsun, a mãe que me deu o ser":

Uma segunda vez ele lhe diz:

"Pela vida de Ninsun, minha mãe que me deu o ser, e do puro Lugalbanda, meu pai, Até que eu te-nha morto esse ‘homem’, se ele for um homem, até que o tete-nha morto, se ele for um deus,

Os meus passos dirigidos para o ‘campo’, não os dirigirei para a cidade". O atento servidor suplicou, (...) ou a vida,

Ele respondeu ao senhor:

"Ó meu senhor, tu, que nunca viste este ‘homem’, não estás aterrorizado, Eu, que vi este ‘homem’, estou aterrorizado.

O guerreiro, os seus dentes são os dentes de um dragão, O seu rosto, é o rosto de um leão,

O seu (...) é o curso de água torrencial,

Da sua fronte, que devora árvores e juncos, nada escapa. Ó meu senhor, parte para o ‘campo’, eu partirei para a cidade, Direi a tua mãe da tua glória, que ela te louve,

Dir-lhe-ei da tua morte próxima, que ela verta lágrimas amargas. Por mim um outro não morrerá, o barco carregado não se afundará, O fato de três pregas não será cortado,

O (...) não será submergido,

O fogo não destruirá a casa e a cabana.

Ajudai-me e ajudar-te-ei, o que pode acontecer-nos?

Vem, vamos para a frente, fixá-lo-emos com os nossos olhos, Se avançarmos,

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E se houver medo, se houver medo, fá-lo arrepiar caminho, Se houver terror, se houver terror, fá-lo arrepiar caminho, No teu (...), vem, vamos para a frente".

Quando ainda não tinha chegado a uma distância de 1200 pés, Huwawa, a sua casa de cedro,

Fixou o seu olhar sobre ele, o olhar da morte,

Inclinou a cabeça sobre ele, agitou a cabeça para ele, Ele próprio Gilgamesh arrancou a primeira árvore, Os ‘filhos’ da sua cidade que o acompanhavam Cortaram-lhe a rama, apanharam-na,

Puseram-na no sopé da montanha.

Depois ele próprio, tendo arrancado a sétima, aproximou-se do seu quarto, Dirigiu-se para a ‘cobra do cais do vinho’ na sua parede,

Como alguém depondo um beijo, ele esbofeteou-lhe a face. Huwawa, o seu dente abanou, a sua mão tremeu,

"Eu gostaria de te dizer uma palavra,

(Ó Utu), não conheço a mãe que me deu o ser, não conheço o pai que me criou, Na ‘terra’ deste-me o ser, criaste-me".

Ele esconjurou Gilgamesh pela vida do Céu, pela vida da Terra, pela vida do mundo inferior, Tomou-o pela mão (...).

Então o coração de Gilgamesh teve piedade, Diz ao seu servo Enkidu:

"Ó Enkidu, deixa o pássaro cativo voltar para o seu lugar, Deixa o homem cativo voltar ao seio de sua mãe".

Enkidu responde a Gilgamesh: "O mais alto que não tem razão,

Namtar (demónio da morte) o devorará, Namtar que não conhece distinções. Se o pássaro cativo voltar ao seu lugar,

Se o homem cativo voltar ao seio de sua mãe, Tu não voltarás à cidade da mãe que te deu o ser". Huwawa diz a Enkidu:

"De mim, ó Enkidu, tu disseste-lhe mal, Ó homem vendido (...) tu disseste-lhe mal". Quando ele assim falou,

Eles cortaram-lhe o pescoço; Colocaram sobre ele (...)

Trouxeram-no perante Enlil e Ninlil (...).

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12. Mito cosmogônico aquático (Artigo)

A influência do mito cosmogônico aquático nos relatos da Criação do Mundo de Gênesis: Apontamentos sobre a visão cosmológica dos antigos hebreus.

Aristóteles, em seu livro "Metafísica", faz alusão a crença de Tales de Mileto, da seguinte maneira: "Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio] (é por este motivo também que ele declarou que a terra está sobre água)....". Simplício, em seu livro "Física", diz a mesma coisa sobre Tales, de acordo com o livro citado: "[...] pois supuseram que a água é o princípio de tudo e afirmaram que a terra está deitada sobre ela. Os que supõem um só elemento afirmam-no ilimitado em extensão, como Tales diz da água".

Desses textos, depreendem-se duas idéias defendidas por Tales de Mileto, que encontram eco nas Mitologias do Oriente Próximo:

1) Os mares não foram criados; já existiam desde sempre. Essa crença se encontra refletida em vários textos mesopotâmicos, como "A Descida de Ereshkigal", que fala sobre as "Águas de Mamu", que existiam antes mesmo do universo ter sido criado;

2) Que a terra, quando criada, foi criada sobre os mares, ou seja, em cima das águas. Essa crença se encontra nos textos babilônicos cujo título é "Encantação para o estabelecimento da casa de um deus", que traz o seguinte relato mitológico:

"Marduk montou uma jangada na superfície da água, formou a terra e a colocou na jangada". O próprio poema babilônico da criação, Enuma Elish, versa sobre o "caos" aquático, Tiamat, que representava o oceano primervo. É por isso que os estudiosos notaram uma correspondência muito mais profunda do que lingüística na palavra hebraica "TEHOM", usada em Gensis 1.2 para se referir a "abismo", que denota o caos do oceano primervo.

O fato é que a Bíblia reflete esses mesmos pensamentos pré-científicos:

1) O Genesis afirma que "no principio Deus criou os céus e a terra". No entanto, não afirma que ele criou o mar. Sobre as águas, apenas diz que "o Espírito pairava sobre as faces das águas". Genesis 1.6 pressupõe a existência de um "Universo Aquático", afirmando que o "firmamento" (o céu) serviu de separação para as águas. Isso é notório, porque textos judaicos como O Livro de Enoch, o Testamento dos Doze Patriarcas, etc., afirmavam que havia um "Oceano Celestial", e que o Céu foi feito pra não deixá-lo inundar a terra. Foi daí que veio toda a água do Dilúvio, quando Deus "abriu as janelas do céu". Se para nós, o espaço sideral é um conjunto de poeira estelar e vácuo, para os antigos hebreus era um imenso oceano sem fim. Logo abaixo do firmamento, o sol e as estrelas "deslizavam". É dentro desse quadro que aparece a "porção seca", a terra.

2) A Bíblia endossa a idéia de que "a terra está estendida sobre os mares". Em Salmos 24,2 diz: "Fundou a terra sobre os mares, e sobre as correntes a estabeleceu". A palavra hebraica para "correntes" é "NAHAR", que faz referência as correntes marinhas, ou rios.

A palavra terra usada aqui é TEBEL, que significa "mundo em sua totalidade". Também é usada em 2Sm 2.8 no caso das pilastras que sustentam (e suspendem) a terra sobre (acima do)

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"nada". Salmos 136.6 diz a mesma coisa, quando afirma que: "Aquele que estendeu a terra sobre as águas".

No entanto, de fato, sabemos que o planeta terra não está "estendido sobre os mares", pois a terra não é uma "ilha flutuante" no formato de "disco" (como afirma Isaias 40.22: "Deus está assentado sobre o disco terrestre").

Algumas traduções bíblicas da passagem de Isaias 40.22 trazem: "Redondeza da terra", dando a entender que o faz alusão ao formato esférico da terra. No entanto, essa tradição está equivocada. A palavra hebraica usada em Isaias 40.22 para "redondeza" é "HUG". Esta é usada em Provérbios 8.27 se relacionando com "traçar": "Quando 'TRAÇAVA' um circulo sobre a face do abismo". Traçar um circulo sobre a face do abismo? O que isso significa?Significa que, se alguém olhar 360° ao seu redor para o horizonte, terá a impressão de que a terra possui um formato de pizza. Os antigos hebreus pensavam que o oceano ("abismo") era circular, e por isso usaram essa palavra. "HUG" faz referência a delineamentos bidimensionais. É por isso que Isaias 40.22 usa essa palavra: "Deus está assentado sobre o 'DISCO TERRESTRE'" (tradução correta). Note em Provérbios 8.27 que se usa a palabra hebraica "HAQAQ" (traçar) antes de "HUG" (circulo). Traçamento de círculos só ocorrem em figuras bidimensionais. O interessante é que todos os povos da antiguidade, principalmente logo depois da Era do Ferro, acreditavam que a terra tinha o formado de disco.

O texto de Jó 26.7 traz a seguinte passagem: "Ele estende o norte sobre o vazio, Suspende a terra sobre o nada". A palavra hebraica usada em Jó 26:7 é "Talah". De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, esta palavra significa "pendurar, enforcar". Is. 22.24 a usa para "estaca". Ester 7.9 a usa para "empalar". Esta palavra também é usada em Dt 21.22 para "pendurar" o "maldito" no madeiro. "Suspender", no contexto da palavra hebraica talah, é o mesmo que "levantar", "pendurar", "elevar", que implica "tirar do chão", "elevar", "segurar em cima", "não deixar cair". Logo, se a biblia afirma que a terra está "suspensa" sobre o nada, é porque ela pode cair sobre esse nada. Todas as culturas tinham essa concepção de que a natureza do universo se consistia nos conceitos de cima e baixo. A terra está suspensa "acima do nada", é o que o texto de Jó 26.7 quer dizer. Ela está elevada a altura. Ou seja, segundo Jó 26.7, a terra está "pendurara sobre o Nada". A visão mitológica do universo em Jó 26.7 se adequa com o termo usado "Norte". Norte em hebraico nesse texto é "TSAPON". De acordo com o Dicionário Internacional de teologia do Velho testamento: "Na mitologia cananéia o norte era considerado o lugar de reunião dos deuses, Os deuses reuniam-se no monte tsapân" (p. 1302). Desse modo, a palavra hebraica para "norte" no texto de Jó faz referência ao monte mítico Saponu. Desse modo, pode-se constatar que a cosmologia bíblia se adequa perfeitamente a cosmologia pagã, que fazia parte de seu contexto histórico.

Outros comentaristas colocam "tsapon" como uma estrela. Logo, o texto só faz sentido em um contexto mitologico. Pois que sentido há em "estender o Norte sobre o vazio?". Os antigos egípcios, mesopotâmicos e hindus também acreditavam que a terra estava "suspensa" sobre o "nada". Tanto egípcios como mesopotamicos acreditavam que "pilares" suspendiam a terra sobre o nada. Já os hindus afirmavam que a tartaruga que levava a terra nas costas nadava sobre o "nada". A Bíblia cita esses "pilares" em 1Samuel 2.8: "porque do SENHOR são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo". A palavra terra é TEBEL, que significa "mundo em sua totalidade". Também é usada em 1Sm 2.8 no caso das pilastras que sustentam (e suspendem) a terra sobre o nada.

Referências

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Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

BRIEND, J. (org.) A Criação e o Dilúvio Segundo os Textos do Oriente Médio Antigo. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1990.

CAVALCANTE DE SOUSA, José. Os Pré-Socráticos. São Paulo: Ed. Abril, 1973 (Coleção Os Pensadores vol. I ).

HARRIS, R. Laird, ARCHER Jr., Gleason L. e WALTKE, Bruce K., Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998.

Referências

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