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O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence.

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Academic year: 2021

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(1)

LC Disse-lhe mais:

– Certo homem tinha dois filhos.

O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence.

E ele repartiu por eles os seus haveres.

Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.

E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.

Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.

E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam.

E ninguém lhe dava nada.

Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o Céu e perante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus

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Levantou-se, pois, e foi para seu pai.

E, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.

Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa e vesti-lho, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o bezerro cevado e matai-o. Comamos, e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.

E começaram a regozijar-se.

Ora, o seu filho mais velho estava no campo. E, quando veio e chegou perto da casa, ouviu a música e as danças. E chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.

Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.

Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.

Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos e nunca transgredi um

mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.

(3)

perdido e foi achado.

Notas do Autor: LC 15:11-32

CERTO HOMEM TINHA DOIS FILHOS. Se o Evangelho tivesse sido extraviado nos séculos e apenas esta página chegasse até nós, com certeza teríamos uma ideia completa do sublime e incondicional amor de Deus para cada ser humano e o Seu sincero desejo de salvar todos os perdidos.

PAI. O Pai é Deus. A Fazenda é a Casa do Pai. E os dois filhos representam os dois tipos de pessoas que há na face da Terra. Esta parábola, ainda que claríssima, traz vários

ensinamentos que merecem ser comentados.

Quanto ao filho mais novo:

DÁ-ME A PARTE DA FAZENDA QUE ME PERTENCE. O filho mais novo representa todos os que querem viver de maneira independente, longe da presença do Pai. O filho mais novo não

tinha o direito de dizer “dá-me a parte

da fazenda que me pertence”

(Lc 15:12),

pois, segundo a Lei, um herdeiro só pode receber a sua parte depois que o testador morre.

REPARTIU POR ELES OS SEUS HAVERES. O Pai é democrático. Deus não fica dizendo: “Oh, não vá! Lá fora é ruim! Fique!”. Deus respeita a vontade da pessoa e o livre-arbítrio que Ele mesmo facultou ao ser humano, ainda que saiba, de antemão, que a pessoa está decidindo em seu próprio prejuízo.

UMA TERRA LONGÍNQUA. É qualquer lugar fora da presença de Deus, onde a pessoa desperdiça a sua vida, seus bens, sua saúde, vivendo de maneira autossuficiente e desmedida. Este estilo de vida só leva à miséria e à falência espiritual.

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APASCENTAR PORCOS. Jesus retratou a enorme decadência daquele jovem ao dizer que, necessitado, ele passou a apascentar porcos – animais considerados impuros pelos judeus.

ALFARROBAS. A sua queda foi tamanha que ele chegou ao ponto de desejar encher o estômago com as alfarrobas dos porcos – uma vagem de polpa doce, muito apreciada pelos suínos.

E NINGUÉM LHE DAVA NADA. Jesus mostra a falta de compaixão e misericórdia dos moradores da Terra: até um porco era mais bem tratado do que ele. É a confusão espiritual que reina no mundo que concede a cães e animais maior proteção do que à vida humana.

CAINDO, PORÉM, EM SI. Pode parecer um paradoxo, mas o ser humano caído só consegue levantar se cair em si!

Isto equivale a reconhecer o estado deplorável em que se encontra e se dispor a levantar e apresentar-se diante do Pai, levando todas as suas misérias e sofrimentos.

FAZE-ME COMO UM DOS TEUS EMPREGADOS. O filho perdido mostrou que, de agora em diante, iria sujeitar-se à vontade do Pai com toda a humildade. Não seria mais como ele queria, mas, sim, como o Pai quer.

Observe a seguir que o filho nem chegou a dizer esta frase. Ele bem que iria falar, mas o Pai o interrompeu e mandou, com pressa, que os seus servos trouxessem tudo do bom e do melhor. Ainda que o filho chegasse a pronunciar essas palavras, o Pai não lhe teria atendido, porque a Palavra diz: “Se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve” (I Jo 5:14). Ora, não é da vontade do Pai que nenhum de nós tenha um

status

menor que o de filhos.

(5)

“a fé sem obras é morta”

(Tg 2:26b).

Aquele moço deu o passo mais importante para a sua vida ser restaurada!

E, QUANDO AINDA ESTAVA LONGE, VIU-O SEU PAI. Note que seu Pai o viu de longe e correu ao seu encontro. Não lhe fez uma só crítica ou censura, nem tripudiou sobre a sua desgraça. Mas o recebeu com amor e alegria. Basta o ser humano dar um passo em direção ao Pai para que Ele venha correndo ao seu encontro, mesmo que este ainda esteja longe. O Pai se comove com o nosso arrependimento.

SEUS SERVOS. Anjos (Sl 91:11, Hb 1:14).

A MELHOR ROUPA. Vestes santificadas e branqueadas pelo Sangue de Jesus (Is 61:10, Ap 7:14 e 19:14).

UM ANEL. Símbolo de Aliança e Poder (Et 8:8, Ag 2:23).

SANDÁLIAS. Somente os cativos e exilados andavam descalços (Is 20:4).

CEVADO. Aquele que é nutrido e guardado para uma ocasião muito especial. Refere-se, evidentemente, a Jesus Cristo. O Pai considera a chegada de um filho arrependido como a ocasião mais importante para o sacrifício de Jesus. E para o Pai isto é motivo de festa. Por isso que Jesus disse: “Há maior alegria no Céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”

(Lc 15:7).

Quanto ao filho mais velho: Aparentemente, ele nunca se afastou da Casa do Pai. Basta, porém, uma leitura mais detalhada para constatarmos que ele também estava numa terra longínqua, sem nunca ter saído da fazenda! Ele era a dracma perdida dentro de casa. Veja a seguir.

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E CHEGOU PERTO DA CASA, OUVIU A MÚSICA E AS DANÇAS. Apesar de perto, estava fora da casa.

E CHAMANDO UM DOS SERVOS, PERGUNTOU-LHE... Ao contrário do filho mais novo que foi direto ao Pai, ele preferiu falar com um servo.

ELE SE INDIGNOU. Uma atitude bem diferente do irmão mais novo, que disse: “Não sou

digno” (Lc

15:19).

NÃO QUERIA ENTRAR. Ao contrário do filho mais novo, que veio e entrou.

SAIU ENTÃO O PAI E INSTAVA COM ELE. O Pai também foi ao seu encontro, o que prova que ele estava igualmente perdido e precisava ser buscado.

NUNCA TRANSGREDI UM MANDAMENTO TEU. “Nunca transgredi” é uma frase muito forte nos lábios de um ser humano, porque a Palavra diz:

“Não há homem justo sobre a Terra, que faça o bem e nunca peque”

(Ec 7:20).

Ao contrário do mais novo, que reconheceu que havia pecado

“contra o Céu e contra o Pai”

(Lc 15:21), o mais velho, orgulhoso, julgava-se perfeito, quando na verdade, ao afrontar o seu Pai, desobedecia ao primeiro mandamento com promessa:

“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, Teu Deus, te dá”

(Êx 20:12).

O filho mais velho se estriba na sua própria justiça e não vê que, espiritualmente, está tão em farrapos quanto o mais novo quando voltou! A Palavra diz:

“Todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam”

(Is 64:6).

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NUNCA ME DESTE UM CABRITO. Esta afirmação é falsa e cheia de rancor. Bastar ler de

novo o início da parábola para perceber: o Pai “repartiu por

eles os seus haveres”

(Lc 15:12). Embora o pedido tenha sido feito pelo filho mais novo, o Pai, justo e fiel, deu também ao mais velho! E isso seguindo a Lei da Primogenitura, que manda dar o dobro ao mais velho:

“Reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver, porquanto ele é as primícias da sua força; o direito da primogenitura é dele”

(Dt 21:17).

VINDO, PORÉM, ESTE TEU FILHO. O irmão mais velho se refere ao mais novo como se fosse apenas filho do seu pai, e não seu irmão.

Com estas palavras de desprezo, o irmão mais velho mostrou a sua falta de misericórdia, sua dureza de coração e sua condição real nas trevas, agindo como as pessoas do mundo. A Palavra diz: “Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas.

Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há tropeço. Mas aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai; porque as trevas lhe

cegaram os olhos” (I Jo 2:9-11). Enquanto o mais novo se tornara miserável

materialmente, o mais velho se tornara miserável espiritualmente. O mais velho humilhou o Pai, enquanto o mais novo se humilhou diante do Pai. A sua atitude mostra que o mais velho estava perdido dentro da Casa do Pai!

PORQUE ESTE TEU IRMÃO ESTAVA MORTO E REVIVEU; TINHA-SE PERDIDO E FOI ACHADO. O Pai frisa ao mais velho que o mais novo é seu irmão e que o motivo da festa é mais do que justo. E que a morte é um estado, uma situação, na qual o ser humano está longe do Pai, ainda que, como o mais velho, aparentemente esteja vivo, perto e vivendo num lugar aprazível. A conclusão é: os dois filhos estavam perdidos, mas a salvação do mais velho é muito mais difícil porque lhe falta um coração quebrantado e contrito. A Palavra diz:

“Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito”

(Sl 34:18).

O ser humano, bom ou mau, só desfruta da vida verdadeira quando vem à presença do Pai. O Senhor diz:

“Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? Não desejo antes que se converta dos seus

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conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; pois pela iniquidade que praticou, e pelo pecado que cometeu, morrerá

(Ez 18:23-24).

“[...]. Vinde, e convertei-vos de todas as vossas transgressões, para que a iniquidade não vos leve à perdição. Lançai de vós todas as vossas transgressões que cometestes contra mim; e criai em vós um coração novo e um espírito novo. Pois, por que razão morrereis? Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Convertei-vos, pois, e vivei”

(Ez 18:30B-32).

 

Por Juanribe Pagliarin

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