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Escola Secundária do Cartaxo

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Academic year: 2021

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Escola Secundária

do

Cartaxo

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE

Avaliação Externa das Escolas

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da

Escola Secundária do Cartaxo, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada nos dias 20 e 23 de Novembro de 2009.

Os capítulos do relatório – Caracterização da Escola, Conclusões da

Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais –

decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos

cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes

pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

O texto integral deste relatório, bem como o contraditório apresentado pela Escola, estão disponíveis

no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico (3.º CEB) do Cartaxo tem uma população escolar constituída por 1120 alunos, sendo 426 do 3.º CEB (7.º ano de escolaridade: 152 alunos – 6 turmas de ensino regular e duas turmas do projecto Turma Mais; 8.º ano de escolaridade: 137 alunos – 6 turmas do ensino regular e 1 de Percurso Curricular Alternativo; 9.º ano de escolaridade: 137 alunos – 6 turmas do ensino regular e 1 de Percurso Curricular Alternativo).

Os Cursos de Educação e Formação de nível II integram 84 alunos – 6 turmas (3 turmas do curso de Electricista de Instalações; 1 turma do curso de Assistente Administrativo; 1 turma do curso de Empregado Comercial; 1 turma do curso de Operador de Sistemas Informáticos).

O Ensino Secundário é frequentado por 152 alunos do 10.º ano de escolaridade – 5 turmas (3 turmas de Ciências e Tecnologias; 1 turma de Ciências Socioeconómicas; 1 turma de Artes Visuais; 1 turma de Línguas e Humanidades); 148 alunos do 11.º ano de escolaridade – 6 turmas (4 turmas de Ciências e Tecnologias; 1 turma de Artes Visuais; 1 turma de Ciências Socioeconómicas; 1 turma de Línguas e Humanidades); 155 alunos do 12.º ano de escolaridade – 6 turmas (3 turmas de Ciências e Tecnologias; 1 turma de Artes Visuais, 1 turma de Ciências Socioeconómicas, 2 turma de Línguas e Humanidades). O ensino profissional integra 155 alunos, num total de 9 turmas (3 turmas do curso de Técnico de Informática de Gestão; 3 turmas do curso de Técnico de Secretariado; 2 turmas do curso de Técnico de Turismo; 1 turma do curso de Técnico de Serviços Jurídicos). O número de alunos que beneficia de auxílios económicos, no âmbito da acção social escolar, é de 234, dos quais 121 do 3.º CEB (53 do escalão A e 66 do escalão B) e 113 alunos do ensino secundário (57 do escalão A e 56 do escalão B). Quanto à nacionalidade dos alunos, 93,4% são de naturalidade portuguesa e 6,6% de outras nacionalidades, assumindo maior representatividade os provenientes do Brasil e da Bélgica.

Relativamente ao acesso às tecnologias de informação e comunicação, 72% dos alunos têm computador e Internet em casa.

As habilitações académicas dos pais e encarregados de educação correspondem a 15,6% com o 4.º ano de escolaridade, 12,4% com o 2.º CEB, 22,4% com o 3.º CEB, 22,1% com o ensino secundário, 17,5% com habilitações académicas de nível superior e 10% com outra formação.

O corpo docente da escola é constituído por 136 docentes, dos quais 70% pertencem ao quadro da escola; 4%, pertencem ao quadro de outra escola, mobilizados por destacamento e 26% são professores contratados. Em termos de experiência profissional, a população docente distribui-se da seguinte forma: 11% tem 30 ou mais anos de serviço; 38%, tem entre 20 e 29 anos de serviço; 25%, com tempo de serviço entre 10 e 19 anos e 26%, com menos de 10 anos de serviço.

O corpo não docente é constituído por 1 coordenadora técnica, 6 assistentes técnicos do quadro e 4 contratados; 1 coordenador assistente operacional, 6 assistentes operacionais do quadro, 12 contratados e 1 guarda-nocturno.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

SUFICIENTE

No 3.º ciclo do ensino básico, a taxa global de transição/conclusão situa-se, em 2008-2009, abaixo da taxa de referência nacional. No âmbito dos exames nacionais, as médias obtidas em Língua Portuguesa e em Matemática são, respectivamente, iguais e inferiores às médias nacionais, vindo os resultados a assumir, nas duas disciplinas, uma tendência decrescente no decurso do triénio.

No ensino secundário, nos cursos científico-humanísticos, a taxa global de transição/conclusão foi, no ano transacto, superior à média nacional. Ao nível dos exames nacionais, as classificações médias na disciplina de Português superaram, em 2008 e 2009, as médias nacionais; pelo contrário, na disciplina de Matemática, os resultados situam-se sempre, no decurso do triénio, abaixo das médias nacionais.

Os alunos não participaram na elaboração dos documentos estruturantes (Projecto Educativo, Projecto Curricular de Escola e Regulamento Interno), nem na programação das actividades da Escola. Não há, da sua

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parte, identificação com a instituição, sendo críticos relativamente às condições de ensino e aprendizagem que lhes são proporcionadas. Apesar de terem sido implementadas tutorias, as estratégias de resolução da indisciplina em sala de aula não têm a devida eficácia, afectando as condições de aprendizagem por parte dos restantes alunos da turma. Para aumentar as expectativas dos alunos e dos encarregados de educação, a Escola proporciona uma oferta formativa diversificada, com cursos de natureza profissionalizante, para além da via de prosseguimento de estudos, e adere a projectos e concursos nacionais. Atribui prémios de mérito aos melhores alunos, como referência para maiores níveis de qualidade.

2. Prestação do serviço educativo

SUFICIENTE

A articulação curricular na sua dimensão horizontal revela fragilidades, não se apresentando organizada e sistematizada, a que não será alheio o facto da articulação e da sequencialidade não aparecerem definidas como prioridades do Projecto Educativo da Escola. Por sua vez, a articulação vertical entre o 3.º ciclo e o ensino secundário não se realiza nem a sua ausência é analisada e reflectida como uma possível causa do insucesso dos alunos.

Embora existam algumas práticas de monitorização para avaliação dos Projectos Curriculares de Turma e aferição do cumprimento dos programas, não existem processos sistemáticos de observação directa e de supervisão ao nível da sala de aula.

A Escola tem apresentado dificuldades em implementar medidas de apoio educativo que assegurem a igualdade de oportunidades aos alunos com necessidades educativas especiais e aos alunos com dificuldades de aprendizagem, podendo a ausência de serviços de apoio especializados ter contribuído para esta situação. Concomitantemente, também não há evidências da utilização de estratégias de diferenciação pedagógica ao nível das práticas lectivas, no sentido de atender às diferentes capacidades e aptidões dos alunos.

Não é dado o devido incentivo a práticas activas e experimentais na aprendizagem das ciências, comprometendo o desenvolvimento de uma atitude positiva face ao método científico nos alunos.

3. Organização e gestão escolar

SUFICIENTE

Os diversos documentos de orientação educativa não são coincidentes no espaço temporal para que foram dimensionados, comprometendo a coerência entre si. A prioridade na distribuição do serviço docente é a continuidade educativa, a graduação profissional e a antiguidade na escola. Os horários lectivos estão, em muitos casos, sobrepostos aos das actividades de enriquecimento curricular, dificultando a participação dos alunos. Os horários do bufete e da reprografia não respondem, também, às necessidades dos alunos. A gestão dos recursos humanos é feita com base nos critérios definidos em Conselho Pedagógico e no perfil de cada trabalhador. Os espaços e instalações estão desadequados às necessidades actuais, nomeadamente ao nível do pavilhão gimnodesportivo e balneários, sala de estudo e biblioteca. A Escola dispõe de um bom equipamento informático e utiliza a plataforma Moodle para a celeridade da circulação da informação. Dispõe, igualmente, de um plano de emergência que é testado e avaliado periodicamente, mas não existe um mecanismo eficaz de controlo de entradas e saídas dos alunos. Para angariação de recursos financeiros, a Escola cede duas salas de aula a uma empresa local para desenvolver acções de formação e candidatou-se ao Programa Operacional do Potencial Humano. Os pais e encarregados de educação têm fraca participação na vida da Escola; não são, contudo, significativas, as iniciativas de dinamização de acções com vista ao respectivo envolvimento e colaboração.

4. Liderança

SUFICIENTE

Os novos documentos estruturantes da vida da Escola (PE e PCE) encontram-se, ainda, em fase de elaboração, pelo que não é possível determinar a visão estratégica e desenvolvimento futuro. A actual Directora assume uma liderança determinada, estabelecendo prioridades e planos de acção, na linha do seu projecto de intervenção, para a resolução dos problemas da Escola. Contudo, as lideranças intermédias não se assumem como órgãos de reflexão e tomada de decisão. A implementação do projecto Turma Mais, no 7.º ano de

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escolaridade, com a finalidade de criar condições de sucesso escolar a todos os alunos, tem suscitado uma significativa adesão e um maior envolvimento no processo de ensino e aprendizagem.

O órgão de administração e gestão e as diferentes estruturas de orientação educativa mostram motivação e disponibilidade para se empenharem no desenvolvimento sustentável da Escola, em cooperação com entidades locais públicas e privadas, desenvolvendo, para o efeito, projectos e parcerias com vista ao alargamento da oferta educativa.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

INSUFICIENTE

A equipa de auto-avaliação, recentemente constituída, encontra-se, ainda, em fase de definição do quadro teórico e metodológico que vai adoptar. Apesar de existirem evidências da capacidade e motivação do actual órgão de direcção para incrementar e desenvolver um processo sistemático de auto-avaliação, constata-se que esta não é, ainda, uma prática contínua e sistemática, não tendo efeitos no planeamento, na gestão das actividades e nas práticas profissionais. Os dados estatísticos respeitantes aos resultados académicos dos alunos, recolhidos desde 2003, não tiveram quaisquer implicações na dinâmica organizacional da Escola. Ao desconhecer os seus pontos fortes e fracos, constrangimentos e oportunidades, a Escola inviabiliza o delinear de estratégias conducentes à melhoria dos resultados, pondo em causa a sustentabilidade da acção e do progresso.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

A Escola tem vindo, nos últimos anos, a fazer o tratamento estatístico dos resultados académicos dos alunos. No 3.º Ciclo do Ensino Básico (3.º CEB), no âmbito do ensino regular, se houve, em 2007-2008 e 2008-2009, progressão nas taxas de sucesso ao nível do 7.º ano (86%/87,5%), ao nível dos 8.º e 9.º anos houve um decréscimo (8.º ano: 86%/82,4%; 9.º ano: 95%/81,2%), sendo que a taxa global de transição/conclusão no 3.º CEB (83,7%) se situou, no ano transacto, abaixo das taxas de referência nacionais (85,3%).

No âmbito dos exames nacionais, os resultados do 9.º ano em Língua Portuguesa têm vindo, progressivamente, a decair, no decurso do triénio em análise (2007: 3,4; 2008: 3,2; 2009: 3,0), tendo sido, no último ano, a média de exame, igual à média nacional. Ao nível da qualidade do sucesso, entendida como a percentagem de alunos sem classificações inferiores a “Satisfaz”, assiste-se, igualmente, a um decréscimo (2007: 95%; 2008: 84,5%; 2009: 75,5%), ainda que os resultados obtidos pela Escola sejam superiores aos valores de referência nacional (88%; 84%; 71,8%).

Relativamente à disciplina de Matemática, os resultados são oscilantes, assistindo-se a uma subida da média entre 2006-2007 e 2007-2008 (2,4/3,1) e a uma descida em 2008-2009 (2,7). Constata-se, assim, no último ano, uma tendência decrescente em termos de classificações e, simultaneamente, um retrocesso comparativamente às médias nacionais: se em 2006-2007 e 2007-2008, as médias de classificações obtidas pelos alunos da Escola haviam sido superiores às médias nacionais (2,4/2,2; 3,1/2,9), em 2008-2009, a média obtida pela Escola é inferior à média nacional (2,7/3,0). Em termos da qualidade do sucesso, os valores são oscilantes, ora aumentando ora diminuindo, ao longo do triénio (2007: 38,4%; 70,2%; 60,2%).

No ensino secundário, nos cursos científico-humanísticos, a taxa de transição/conclusão, no ano transacto, foi de 87,3%, tendo sido superior à taxa obtida a nível nacional (77,6%). As classificações médias nos Exames Nacionais do 12.º ano de escolaridade, na disciplina de Português, têm vindo, progressivamente, a subir (2007: 10,5; 2008: 11,1; 2009: 12,3), tendo superado, nos dois últimos anos, as médias nacionais (2008: 10,4; 2009: 11,7). Na disciplina de Matemática, verifica-se uma evolução de 2007 para 2008, voltando a regredir em 2009 (9,5; 12,1; 9,7). No decurso do triénio, estes resultados situaram-se, sempre, abaixo das médias nacionais (10,6; 14,0 e 11,7, respectivamente).

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As médias internas às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, ao nível do 12.º ano, foram, no decurso do triénio, sempre superiores às obtidas pelos alunos nos exames nacionais; esta situação verificou-se, igualmente, no 9.º ano, na disciplina de Matemática. A análise destes resultados mostra que os critérios internos de avaliação não estão bem calibrados nem oferecem, globalmente, confiança, demonstrando que o trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito da aferição de critérios internos de avaliação não se está a mostrar profícuo.

Relativamente ao abandono escolar, tendo em conta os dados disponibilizados, ele é inexistente, em 2008-2009 ao nível do 3.º CEB. No ensino secundário, a taxa de desistência decresce de 2008 para 2008-2009 (5,5% / 3,5%), atribuindo a Escola este resultado à pluralidade de oferta educativa disponibilizada. Nos cursos de educação e formação, dos 69 alunos inscritos, 13% anularam a matrícula no 1.º ano do curso, tendo os restantes concluído com sucesso. A taxa de sucesso nos cursos de Técnico de Secretariado, Técnico de Informática de Gestão e Técnico de Turismo foi, respectivamente, de 78%, 56% e 88%. Relativamente à taxa de desistência no âmbito do ensino profissional, constata-se uma redução significativa de 2007-2008 para 2008-2009: no Curso Técnico de Secretariado, decresceu de 11,4% para 8,8%; no curso de Técnico de Informática de Gestão, de 21% para 12% e no curso de Técnico de Turismo, de 39% para 9%.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos não estão representados no Conselho Pedagógico nem participaram na elaboração do Projecto Educativo (PE), do Projecto Curricular de Escola (PCE), do Regulamento Interno (RI) ou do Plano Anual de Actividades (PAA). São, igualmente, inexistentes procedimentos de auscultação dos alunos. As suas propostas, nomeadamente, algumas das que integram o plano de acção da Associação de Estudantes, não têm sido acolhidas. Nas actividades de enriquecimento curricular que a Escola disponibiliza, nomeadamente clubes e projectos, os alunos têm uma baixa participação, porque os seus horários colidem com os tempos de funcionamento das mesmas. Pela mesma razão é, igualmente baixa, a sua participação nas iniciativas desportivas, nomeadamente nas do Desporto Escolar. Ao nível da área curricular não disciplinar Área de Projecto são desenvolvidas actividades com o objectivo de promover os princípios da solidariedade e da cidadania, como o projecto Acessibilidade para Pessoas Deficientes, ou outros relacionados com a promoção da educação ambiental (Projecto Escola Electrão). O Plano Anual de Actividades (PAA) reflecte um conjunto de actividades (visitas de estudo, seminários, palestras, colóquios) que, apesar de serem da exclusiva iniciativa dos professores, promovem a educação para a cidadania.

Não há, da parte dos alunos, uma identificação com a Escola e são críticos relativamente às condições de ensino e aprendizagem que lhes são proporcionadas. Salientam, contudo, que, com o novo órgão de administração e gestão, há evidências de algumas melhorias no funcionamento da Escola, nomeadamente ao nível da limpeza e de uma maior eficácia ao nível da coordenação dos assistentes operacionais.

Não existem iniciativas destinadas a valorizar os sucessos dos alunos no domínio do desenvolvimento cívico.

1.3 Comportamento e disciplina

É diversa a percepção dos diferentes intervenientes da comunidade educativa sobre a indisciplina vivida na Escola: o órgão de administração e gestão e os professores afirmam que ela é circunscrita, sendo resolvida através da boa articulação interna entre pessoal docente e não docente; para os alunos e encarregados de educação, as estratégias de resolução dos comportamentos menos adequados que acontecem, com frequência, nas salas de aula, não têm a devida eficácia, afectando as condições de aprendizagem por parte dos restantes alunos da turma. Considerando as medidas disciplinares sancionatórias aplicadas aos alunos no triénio 2006-2007 a 2008-2009, estas diminuíram de 2006-2006-2007 para 2006-2007-2008 (de 13 para 8), tornando a aumentar em 2008-2009 (13), incidindo, todas elas, sobre alunos do 7.º ano de escolaridade. No sentido de prevenir os comportamentos disruptivos, foram implementadas tutorias. Com efeito, há evidências de que alguma da indisciplina decorre do facto dos alunos não serem devidamente escutados nem das suas opiniões serem, devidamente, tidas em conta. Existe um bom relacionamento entre alunos e pessoal não docente, extensivo a alguns docentes.

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1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

A Escola tem valorizado as aprendizagens dos alunos e procurado estimular o sucesso educativo através da oferta educativa e formativa, de cursos profissionalizantes (cursos de educação e formação; cursos profissionais) e, também, através da adesão a projectos e concursos nacionais. Neste âmbito, os alunos ganharam vários prémios no ano lectivo 2008-2009, como reconhecimento pelo seu desempenho: o 1.º prémio, na Universidade de Aveiro, com o trabalho Autonomia da Água – A Duplo, realizado na Área de Projecto do 12.º ano de escolaridade, no âmbito do concurso A Casa do Futuro; o 1.º prémio no concurso Escola Alerta, promovido pelo Governo Civil; o 1.º prémio no concurso O mundo é a nossa casa, promovido pelo Museu da Água; o 1.º lugar ex aequo no concurso Resistentes, promovido pelo Instituto Gulbenkian de Ciência. Com a colaboração da Câmara Municipal do Cartaxo, têm sido atribuídos prémios monetários aos melhores alunos do ensino secundário. A Escola tem, igualmente, atribuído prémios de mérito aos melhores alunos em cerimónias que contam com a participação de toda a comunidade educativa, no sentido de valorizar a excelência e como referência para níveis mais elevados de qualidade.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

A articulação curricular e a sequencialidade não aparecem definidas como prioridades do Projecto Educativo (PE) para o triénio 2006-2009 nem nas orientações do Projecto Curricular de Escola (PCE) e, por esse motivo, nas práticas da organização, a operacionalização destas medidas não é evidente na sua dimensão horizontal, no âmbito de cada nível de ensino. Embora no PE seja referido o reforço da interdisciplinaridade como estratégia para diminuir o insucesso e o abandono escolar, a aplicação efectiva desta medida não é uma prática regular ao nível das estruturas educativas da Escola. Existem ocasiões, pontuais, onde se refere a existência de articulação, nomeadamente ao nível de algumas actividades que integram o Plano Anual de Actividades, como por exemplo no caso da Semana das Ciências. Contudo, mesmo ao nível destas actividades, constata-se que elas são, na maior parte das vezes, desenvolvidas isoladamente pelos responsáveis de algumas disciplinas. No início do ano lectivo, em reuniões de conselho de turma, surgem, igualmente, tentativas de articulação interdisciplinar: os professores das diferentes disciplinas articulam conteúdos e discutem estratégias a desenvolver na planificação anual. Não existem, contudo, momentos formais de aferição dessas estratégias que possam funcionar como regulação das decisões tomadas.

A nível interdepartamental iniciou-se, este ano lectivo, um trabalho de articulação com vista a normalizar os regimentos dos diversos departamentos. Nos departamentos curriculares faz-se um trabalho de planificação anual das actividades a desenvolver pelos docentes das diversas disciplinas que os integram. Não são, contudo, delineadas metas mensuráveis nem ao nível dos processos nem ao nível dos resultados, inviabilizando práticas formais e sistemáticas de avaliação do trabalho realizado.

A garantia de sequencialidade entre anos de escolaridade é uma prática pouco habitual, que decorre de iniciativas pontuais de cada professor, não sendo, por isso, uma prática generalizada na Escola. Contudo, o critério de continuidade pedagógica na distribuição de serviço docente, pode ajudar a assegurar alguma sequencialidade não só ao nível dos conteúdos, mas também da adequação das estratégias. A articulação vertical entre o 3.º CEB e o ensino secundário não se realiza nem a sua ausência é analisada e reflectida como uma possível causa do insucesso dos alunos.

A Escola passou, apenas este ano, a dispor do serviço de uma psicóloga educacional para a orientação escolar e vocacional. A orientação dos alunos e famílias, na transição entre os ensinos básico e secundário tem sido, até agora, feita pelos directores de turma.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Não existem práticas institucionalizadas de supervisão, ao nível de sala de aula, pelos departamentos curriculares. Ocorrem, ocasionalmente, momentos em que alguns professores são solicitados a coadjuvar uma aula, mas por razões operacionais e não com finalidades de supervisão. A participação da Escola no programa Plano de Acção para a Matemática proporciona, nesta disciplina, a leccionação por um par pedagógico de

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professores que pode conduzir a uma reflexão sobre as melhores práticas a desenvolver no âmbito do ensino desta disciplina.

Existe, no início do ano lectivo, um momento de planificação conjunta (plano anual) para cada disciplina, mas não estão institucionalizadas reuniões de trabalho regulares para planificação a curto prazo ou para a articulação dos docentes ao nível do desenvolvimento dos Projectos Curriculares de Turma. Este tipo de trabalho, quando se realiza, decorre, essencialmente, da iniciativa de alguns docentes.

Existem, contudo, momentos em que ocorre alguma monitorização do trabalho efectuado pelos professores, quando se procede à avaliação trimestral dos Projectos Curriculares de Turma, no âmbito dos conselhos de turma; nas sub-coordenações dos departamentos, quando é aferido o cumprimento dos programas ou nas reuniões de análise das estratégias inscritas no calendário do departamento. No entanto, não existem mecanismos generalizados e sistemáticos de monitorização da prática lectiva.

No Projecto Curricular de Escola são definidas orientações gerais para a avaliação dos alunos nos ensino básico e secundário, bem como os níveis de ponderação a atribuir aos diferentes instrumentos de avaliação. São utilizados instrumentos de avaliação e matrizes de correcção comuns na mesma disciplina e ano de escolaridade; não há, contudo, evidências da existência de mecanismos que possam conduzir a uma efectiva calibração na sua correcção.

2.3 Diferenciação e apoios

Nos últimos três anos a Escola tem apresentado dificuldades em implementar medidas de diferenciação e apoios que assegurem a igualdade de oportunidades para todos os alunos. A ausência de um serviço de psicologia e orientação e de um professor da Educação Especial poderá ter contribuído para esta situação. Contudo, a contratação recente de uma psicóloga e de uma professora do ensino especial indicia uma melhoria no apoio e na orientação dos alunos.

No presente ano lectivo, os alunos com necessidades educativas especiais, num total de 10, são apoiados pela professora de apoio educativo. O trabalho colaborativo que é desenvolvido entre esta docente, a psicóloga e a rede de interacções existente entre os professores das disciplinas, os directores de turma, a assessora da área de alunos e o órgão de administração e gestão revela uma melhoria no acompanhamento e recuperação destes alunos. Relativamente aos alunos com dificuldades de aprendizagem, não há evidências da existência de práticas de diferenciação pedagógica, sendo os alunos críticos relativamente às metodologias utilizadas em sala de aula, nomeadamente o método expositivo privilegiado por alguns docentes, algumas vezes sem atender às dificuldades, em termos de compreensão, colocadas pelos alunos.

A candidatura ao projecto Turma Mais, que começou a ser implementado no corrente ano lectivo, ao nível do 7.º ano de escolaridade e que permite, pelas suas características, uma forma de tratamento idêntica a todos os alunos das turmas implicadas, foi considerada pela comunidade educativa como uma boa aposta na diferenciação curricular.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A diversificação da oferta formativa, através da organização de turmas de Percurso Curricular Alternativo, no 8.º e 9.º anos, dos cursos de educação e formação e do ensino profissional, tem por objectivo garantir a todos os alunos o acesso a uma formação integral que possa contribuir para uma melhor inserção na vida activa.

Para a complementaridade e transdisciplinaridade do currículo, a Escola tem desenvolvido alguns projectos mobilizadores da comunidade escolar, salientando-se a Feira Medieval e o Projecto de Educação Sexual de Turma (PEST). No âmbito do Plano Anual de Actividades são ainda desenvolvidas diversas actividades artísticas, científicas e culturais (visitas a exposições e museus, Campeonato de Língua Portuguesa, Olimpíadas do Ambiente, Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, Semana das Ciências), que pretendem promover a motivação dos alunos e fomentar uma atitude positiva face à vida escolar.

A Escola proporciona aos alunos um conjunto de actividades de enriquecimento curricular que, de acordo com o Projecto Curricular de Escola, «visam, através da ocupação de tempos livres, uma formação vocacionada para os seus anseios, tendo por finalidade, de uma forma sistemática, a integração de estilos de vida saudáveis.» Estas actividades, operacionalizadas através de diversos clubes, não permitem, no entanto, atingir aquele objectivo: a forma como estes foram constituídos, com falta de auscultação dos alunos, e as incompatibilidades de horário

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entre o seu funcionamento e os horários das actividades lectivas, são os principais impedimentos ao cumprimento da sua função educativa.

Não há uma prática regular activa e experimental no ensino das ciências, embora existam laboratórios apetrechados com material que a poderiam proporcionar. As actividades práticas, de modo a fomentar uma atitude positiva face ao método científico, são, igualmente, pouco implementadas, comprometendo o desenvolvimento de competências científicas nos alunos.

Para a oferta dos cursos de carácter profissionalizante, foram tidas em consideração as necessidades locais do potencial mercado de trabalho, existindo, nomeadamente, parcerias com agências de viagens para o curso de Turismo e outras empresas onde os alunos realizam o estágio. Este bom relacionamento com os agentes locais tem sido essencial para a implementação da oferta formativa, quer na criação dos cursos, quer na futura inserção dos alunos na vida activa.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo (PE) para o triénio (2009-2012) encontra-se em fase de elaboração, tendo sido já auscultados os diversos órgãos e estruturas de coordenação e orientação educativa para se pronunciarem e serem definidas as respectivas linhas orientadoras. O Plano Anual de Actividades, apresentado como documento de planeamento para o ano lectivo 2009-2010, não se traduz assim, num documento unificador da acção educativa a desenvolver pela Escola no presente ano lectivo, pelo facto de não decorrer do PE. Em síntese, os documentos orientadores, não sendo coincidentes no espaço temporal para que foram dimensionados, não estabelecem articulação e coerência entre si.

Os critérios de organização do ano lectivo foram aprovados em sede de Conselho Pedagógico. Os alunos têm uma baixa participação nas actividades promovidas pelo Desporto Escolar e nos clubes, porque os seus horários lectivos estão sobrepostos aos destes. Os horários de funcionamento de alguns serviços (bufete e reprografia) não estão, igualmente, articulados com os horários dos alunos.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A atribuição das turmas aos professores é feita no respeito pelos critérios aprovados em Conselho Pedagógico, destacando-se a continuidade pedagógica, a graduação profissional e a antiguidade na Escola. A afectação do pessoal docente aos cargos respeita a continuidade de equipas pedagógicas e do director de turma ao longo do ciclo. A distribuição das tarefas pelos assistentes operacionais é feita pela Directora, no respeito pelo perfil de cada um, em colaboração com o Encarregado Operacional, que acompanha e supervisiona o desempenho dos trabalhadores. Além das tarefas que lhes são distribuídas, não existem evidências do seu envolvimento pleno em projectos de dimensão educativa, nem da existência de orientações claras e precisas para o acompanhamento específico dos alunos. Os serviços de administração escolar estão numa fase de apropriação da gestão de processos e a resposta às solicitações é dada no momento, havendo um número equilibrado de pessoal para desempenhar as diferentes tarefas que lhes são exigidas. De salientar a capacidade de resposta que a técnica do serviço de Acção Social Escolar possui para dar assistência e acompanhamento aos alunos estrangeiros. Os novos docentes e trabalhadores não docentes são recebidos pela Directora e apoiados pelos respectivos coordenadores, que lhes facultam toda a informação necessária com vista à sua rápida integração.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

Os espaços e instalações da Escola estão desadequados às necessidades actuais da mesma, principalmente o pavilhão gimnodesportivo, comprometendo, muitas vezes, a prática de Educação Física quando chove. Os balneários não salvaguardam a privacidade dos alunos nem lhes permitem tomar duche com água quente. A biblioteca escolar e a sala de estudo são espaços limitados, que não têm condições para acolher devidamente todos os alunos, quando estes pretendem frequentá-las para desenvolver as suas actividades de grupo e estudo individual, não estando, também, asseguradas as devidas condições de acesso e utilização dos computadores para trabalhos de pesquisa. Como as aulas de apoio são ministradas no mesmo espaço em que funciona a sala

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de estudo, a utilização da mesma por parte dos alunos fica, muitas vezes, comprometida. Os equipamentos e materiais são escassos e desadequados nos cursos de educação e formação e nos cursos profissionais. A Escola está bem equipada do ponto de vista informático e a plataforma Moodle de comunicação é utilizada pelos diferentes intervenientes educativos. A Escola dispõe de um Plano de Emergência que é testado e avaliado periodicamente, sob a supervisão do coordenador da segurança; no entanto, não há um mecanismo eficaz de controlo de entradas e saídas dos alunos.

Para angariação de recursos financeiros, que são, contudo, insuficientes para responder às prioridades da Escola, esta cede duas salas de aula a uma empresa local para desenvolver acções de formação. Também se candidatou ao Programa Operacional do Potencial Humano com a finalidade de poder criar melhores condições materiais aos cursos em funcionamento e contratar uma psicóloga e uma assistente social.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

A Associação de Pais participa na vida da Escola, fazendo-se representar nos órgãos de administração e gestão. A presença dos pais e encarregados de educação nas reuniões trimestrais vai diminuindo ao longo do ano, apesar de estas serem realizadas em horário pós-laboral. A taxa global de participação dos pais e encarregados de educação em reuniões, ao nível do ensino secundário, foi, em 2007-2008, de 42%, tendo decaído em 2008-2009 para 39%. Não há monitorização desta participação no âmbito do ensino básico.

Os documentos estruturantes da vida do Agrupamento (PE, PCA e PAA) são disponibilizados no portal da Escola, sendo, igualmente, dados a conhecer aos pais, pelos directores de turma, no início do ano escolar, assim como os programas e desenvolvimento do currículo e as formas de apoio educativo. Não há iniciativas significativas de dinamização e envolvimento dos pais e de outros parceiros educativos na vida da escola; a sua participação acontece à medida das necessidades e dos problemas que vão surgindo, com a finalidade de resolução dos mesmos. Contudo, o novo órgão de administração e gestão tem solicitado a colaboração da Associação de Pais, nomeadamente na recepção levada a efeito no início do ano lectivo aos pais e encarregados de educação de todos os alunos a frequentar a escola pela primeira vez.

3.5 Equidade e justiça

A abertura dos cursos de educação e formação, dos cursos profissionais, a implementação de Percursos Curriculares Alternativos, a criação da Turma Mais ao nível do 7.º ano de escolaridade, são iniciativas que visam criar igualdade de oportunidades aos alunos em termos do sucesso escolar e de encaminhamento para o mundo do trabalho. No corrente ano lectivo foi aberto um curso de educação e formação de adultos, em regime nocturno, para responder às necessidades de formação da comunidade local.

Contudo, a Escola não cria as condições plenas de apoio educativo, no sentido de promover a igualdade de oportunidades a todos os alunos, havendo evidências de que existe um elevado número de alunos a frequentar explicações, principalmente os do ensino secundário. Esta realidade é justificada pelos docentes como sendo uma decisão dos pais e encarregados de educação sobre a vida dos seus educandos, com a finalidade de os preparar para o acesso ao ensino superior, afirmando tratar-se de uma cultura local instituída.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

Os documentos orientadores da acção educativa para o triénio 2006-2009, cuja vigência está a terminar, são documentos que expressam intenções e estratégias, mas não funcionam como instrumentos de articulação entre os diferentes responsáveis pela acção educativa os quais, embora afirmem conhecê-los, não os mobilizam nas suas práticas educativas. As propostas constantes do projecto de intervenção da Directora constituem a base de trabalho do novo Projecto Educativo, para o triénio 2009-2012, ainda em fase de elaboração. A Directora assume uma liderança determinada, estabelecendo prioridades e planos de acção para a resolução dos problemas da Escola, nomeadamente a mobilização das lideranças intermédias que, até à data, se não têm assumido como órgãos de reflexão e de tomada de decisão. Pretende, ainda, que haja uma visão comum relativamente à necessidade de dispositivos rigorosos e sistemáticos de avaliação das linhas de orientação

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expressas no seu projecto de candidatura. A implementação de cursos profissionalizantes evidencia a vontade da Escola em fomentar uma política educativa de inclusão, criando condições de igualdade de oportunidades a todos os alunos, para que possam concluir o seu percurso escolar e obtenham certificação para enveredarem no mundo do trabalho.

Os diferentes elementos da comunidade educativa referiram que esperam que o novo órgão de administração e gestão possa dinamizar a Escola no sentido de a tornar uma instituição reconhecida a nível local e regional.

4.2 Motivação e empenho

O órgão de gestão e administração e os responsáveis pelas diferentes estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica demonstram motivação para induzir mudanças de práticas educativas conducentes à melhoria. Foi salientado por vários elementos do Conselho Geral Transitório a necessidade de todos os órgãos e estruturas trabalharem de forma concertada, implementarem estratégias de articulação e aferirem processos de monitorização e avaliação, com vista à eficácia e à qualidade do ensino e ao sucesso das aprendizagens de todos os alunos.

4.3 Abertura à inovação

Decorrente da necessidade de valorização, motivação e sucesso dos alunos, a Escola implementou o projecto Turma Mais, ao nível de duas turmas do 7.º ano de escolaridade, de forma a minorar as desigualdades e a melhorar as aprendizagens dos alunos. Para o efeito, foram mobilizados apoios e reorganizaram-se estratégias, ainda sem avaliação de resultados, mas com dados empíricos de que o envolvimento dos alunos, o gosto pela aprendizagem e a igualdade de oportunidades são já um facto.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

A Escola estabeleceu parcerias com algumas empresas locais com a finalidade de responder à componente prática dos cursos de educação e formação e dos cursos profissionais, que têm reconhecido o valor das aprendizagens dos alunos, abrindo-lhes portas de empregabilidade. No ano lectivo 2008-2009, os alunos participaram em projectos promovidos pela Universidade de Aveiro, Governo Civil de Santarém, Museu da Água e Fundação Calouste Gulbenkian, onde conseguiram prémios pelo reconhecimento do seu desempenho. A Escola aderiu ao Plano de Acção para a Matemática, ao Plano Nacional de Leitura, ao Plano Tecnológico da Educação, ao Programa de Educação para a Saúde, estabelecendo, para o efeito, um protocolo com o Centro de Saúde local. Foi, igualmente, estabelecido um protocolo com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e com a Câmara Municipal do Cartaxo, para apoiar os alunos e respectivas famílias.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola

5.1 Auto-avaliação

A equipa de auto-avaliação foi constituída, muito recentemente, sob a coordenação de um docente que, em função do seu perfil, foi nomeado pelo actual órgão de administração e gestão. Integra apenas docentes e encontra-se, ainda, em fase de definição do quadro teórico e metodológico que vai adoptar.

A Escola apresenta algumas práticas de auto-avaliação, recolhendo e tratando, desde 2003, dados estatísticos sobre os resultados académicos dos alunos. Contudo, estes dados não foram objecto de análise e reflexão, não tendo quaisquer implicações na dinâmica organizacional da Escola. O Relatório do Plano Anual de Actividades 2005-2009, elaborado em Novembro de 2009, cinge-se a elencar as actividades que foram levadas a efeito e as que ficaram por realizar, não sendo feita nenhuma avaliação relativamente ao contributo que as mesmas terão tido, em termos de aprendizagens/desenvolvimento de competências, por parte dos alunos. O Relatório de Avaliação Interna sobre o Apoio Pedagógico Acrescido, ao nível do 8.º ano de escolaridade, elaborado em Julho de 2009, apresenta, na conclusão, algumas recomendações, não havendo evidências do impacto das mesmas ao nível da distribuição do serviço docente ou numa mudança de atitude, em termos da organização e gestão da acção educativa por parte das estruturas de orientação educativa, com implicações nas práticas dos docentes.

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5.2 Sustentabilidade do progresso

Embora existam evidências da capacidade e motivação da Directora e da sua equipa para incrementar e desenvolver um processo de auto-avaliação, este não é, ainda, uma estratégia de gestão nem um instrumento de melhoria da instituição. A Escola não tem um conhecimento dos seus pontos fortes e fracos, constrangimentos e oportunidades, inviabilizando, assim, o delinear de estratégias conducentes à melhoria dos resultados, pondo em causa a sustentabilidade da acção e do progresso.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos da Escola Secundária do Cartaxo (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam a escola e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

Os bons resultados obtidos pelos alunos do ensino secundário nos exames nacionais na disciplina de Português;

A diversificação da oferta educativa, para estimular o sucesso educativo e garantir a todos os alunos o acesso a uma formação integral;

A utilização generalizada, por parte da comunidade educativa, da plataforma Moodle para a celeridade da circulação da informação;

A liderança do órgão de direcção da Escola, empenhado em envolver todos os elementos da comunidade educativa para elevar a qualidade dos serviços educativos e afirmar a escola a nível local e regional;

A implementação do projecto Turma Mais, com implicações na adesão e envolvimento dos alunos no

processo de ensino e aprendizagem.

Pontos fracos

Os fracos resultados académicos dos alunos no 3.º ciclo do ensino básico e o insucesso na disciplina de Matemática no 3.º ciclo do ensino básico e no ensino secundário;

A reduzida participação/envolvimento dos alunos na vida da Escola, nomeadamente na elaboração dos documentos estruturantes;

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A indisciplina em contexto de sala de aula, que condiciona o desenvolvimento das aprendizagens;

A inexistência de análise e reflexão sobre a falta de articulação entre os dois ciclos de escolaridade, como uma condicionante do sucesso dos alunos;

A ausência de mecanismos de acompanhamento sistemático da prática lectiva dos docentes;

O fraco investimento na utilização de estratégias de diferenciação pedagógica ao nível das práticas lectivas;

A não valorização de práticas activas e experimentais na aprendizagem das ciências, comprometendo o desenvolvimento de uma atitude positiva face ao método científico nos alunos;

A fragilidade dos documentos orientadores da Escola ao nível da sua subsidiariedade e coerência;

A inexistência de um mecanismo eficaz de controlo de entradas e saídas dos alunos, que põe em causa a segurança dos mesmos;

A sobreposição dos horários das actividades lectivas com os das actividades de enriquecimento curricular, comprometendo a participação dos alunos nestas actividades;

A fraca participação dos pais na vida da Escola, não sendo significativas as iniciativas de dinamização de acções com vista ao respectivo envolvimento e colaboração;

A frágil assunção das lideranças intermédias enquanto órgãos de reflexão e tomada de decisão, inviabilizando um trabalho concertado com vista à consecução de objectivos e metas a atingir;

A inexistência de um processo de auto-avaliação e de práticas de avaliação sistemáticas e abrangentes com efeitos no planeamento, na gestão das actividades e nas práticas profissionais.

Oportunidade

O incremento de parcerias com o tecido empresarial e económico da região e outras instituições locais, no sentido de favorecer o desenvolvimento de iniciativas educativas conjuntas e de alargar a oferta educativa.

Constrangimento

O parque escolar desadequado e a inexistência de espaços e equipamentos que dêem resposta às actuais exigências curriculares.

Nota da Direcção da IGE

Atendendo às classificações atribuídas nesta fase de avaliação externa, a Escola deverá beneficiar de acompanhamento próximo e intervenção da administração educativa, com a participação activa da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo e o acompanhamento por parte da IGE.

Referências

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