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TAXA DE ARRAÇOAMENTO DO Astyanax bimaculatus

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Academic year: 2021

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TAXA DE ARRAÇOAMENTO DO Astyanax bimaculatus

Cristhian Roberto Hartmann¹, Anderson Sloboda1, Álvaro Célio Grocholski1, Luiz Henrique da Silva2, Moreira, Luiz Sérgio3, Adolfo JATOBÁ4.

¹Bolsista 170/2014 PIBIC-EM/CNPq, ²Discente colaborador, ³Pesquisador do LAQ, 4Orientador IFC-Campus Araquari Introdução

Existem cerca de cem espécies nominais referidas para o gênero Astyanax, cuja distribuição geográfica é ampla na região neotropical. Os lambaris são espécies nativas, de pequeno porte, com ciclo de vida rápido, aceita alimentação artificial com bastante facilidade e apresenta elevada produtividade em cultivo intensivo, podendo atingir uma produtividade de 100 t.ha-1 por ano, demonstrando seu potencial à piscicultura, (vide a revisão Garutti, 2003; vide a revisão Porto-Foresti et al., 2010).

Para aprimorar as técnicas de cultivo são necessários diversos estudos entre eles os relacionados com as técnicas de manejo, uma das primeiras etapas consiste em definir a taxa de arraçoamento mais adequada para a espécie, este fato permite aos produtores a redução no uso de rações, assim como o melhor aproveitamento dos nutrientes pelos peixes, reduzindo custos e impacto ambiental, pois melhora a qualidade de água dos efluentes (Tacon e Cowey, 1985; Pereira et al., 2104).

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influencia da taxa de arraçoamento em duas fases do cultivo do lambari do rabo amarelo (Axtyanax. bimaculatus).

Material e Métodos

Os trabalhos foram realizados no Laboratório de Aquicultura (LAQ) do IFCatarinense Câmpus Araquari. A pesquisa foi realizada em duas etapas, na primeira foram utilizados 216 lambaris do rabo amarelo (A. bimaculatus), com peso médio de 0,67 ± 0,08 g, oriundas de reproduções naturais realizadas no LAQ.

Os alevinos do lambari foram transferidos para 12 caixas de polietileno (25 L), 18 peixes em cada aquário, equipadas com sistema de recirculação e filtro canister, para permitir a manutenção da qualidade de água, garantindo a homogeneidade nos parâmetros de qualidade de água dos aquários.

Os doze aquários foram divididos em quatro tratamentos, diferentes taxas de arraçoamento (2,5; 5,0; 7,5; e 10,0% da biomassa), em triplicata. Os peixes foram alimentados

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quatro vezes ao dia (8, 11, 13 e 16 horas), de acordo com o tratamento (% de biomassa), foi utilizado ração em pó (níveis de garantia segundo o fabricante: mín. proteína bruta 55%, máx. umidade 10%, mín. gordura 7%, máx. fibra bruta 2,8% mín. fósforo 1,5%, GUABI® Brasil) até o final do experimento (cinco semanas).

No segundo experimento, foram utilizados 720 lambaris do rabo amarelo (A. bimaculatus), com peso médio de 4,06 ± 0,33 g, oriundas de reproduções naturais realizadas no LAQ.

Os alevinos do lambari foram transferidos para 12 caixas de polietileno (800 L), 60 peixes em cada caixa, equipadas com sistema de recirculação e filtro biológico, para permitir a manutenção da qualidade de água, garantindo a homogeneidade nos parâmetros de qualidade de água de todas as unidades experimentais.

As doze unidades experimentais foram divididos em quatro tratamentos, diferentes taxas de arraçoamento (2,5; 4,0; 5,5; e 7,0 % da biomassa), em triplicata. Os peixes foram alimentados quatro vezes ao dia (8, 11, 13 e 16 horas), de acordo com o tratamento (% de biomassa), foi utilizado ração GUABI® (Pirá, 30% proteína pruta, 2mm) até o final do experimento (seis semanas).

Para ambos os experimentos, oxigênio dissolvido e temperatura foram monitorados as 9 e 15 horas, diariamente com auxílio de um oxímetro (YSI PRO2030), pH, com auxílio de um pHmetro (Waterproof Tester, HANNA), amônia total e nitrato de acordo com a metodologia descrita no APHA (2005), semanalmente.

Em ambos os experimentos, foram realizadas biometrias semanalmente para estimar o ganho de peso dos lambaris e reavaliar as quantidades de ração ofertadas.

No final dos experimentos foram avaliado peso médio final, sobrevivência, eficiência alimentar aparente, taxa de crescimento específico e produtividade. E no 2° experimento (#Juvenis), também foram avaliados o crescimento semanal e custo do quilo do peixe produzido, este último consideração às despesas com a dieta. Sendo considerado o preço de comercialização no período de execução do trabalho (25 kg = R$ 63,43).

Os dados foram previamente submetidos à análise de Bartlett para verificar a homogeneidade de variância dos dados. Todos os dados foram avaliados por meio da

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ANOVA, quando observadas diferenças significativas foi realizado o teste SNK para separação de médias, todas as análises com um nível de 5% de significância (Zar, 2010).

Para o efeito das taxas de arraçoamento no custo por quilo de peixe foi avaliados mediante o uso de modelos de regressão polinomial. O ajustamento dos dados ao modelo foi verificado com base na significância (p<0,05) dos coeficientes de regressão pelo teste t, no coeficiente de determinação (R2=S.Q.Reg.÷S.Q.Tratamento), na soma de quadrado dos desvios e no fenômeno em estudo

Resultados e discussão

Em ambos os experimentos, os parâmetros de qualidade de água não divergiram entre os tratamentos (Tabela 1), sendo considerados adequados para o cultivo do Astyanax (PORTO-FOREST, et al. 2010). Desta forma, o único fator divergente entre os tratamentos foi a taxa de arraçoamento de biomassa.

Tabela 1. Parâmetros da água (média ± desvio padrão) durante o cultivo dos lambaris do rabo amarelo alimentados com diferentes taxas de arraçoamento em duas fases da vida.

Parâmetros da água (#Alevinos) Taxa de arraçoamento 2,5% 5,0% 7,5% 10,0% Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 5,32 ± 0,35 5,49 ± 0,29 5,51 ± 0,32 5,48 ± 0,41 Temperatura (C) 25,76 ± 0,40 25,98 ± 0,44 25,87 ± 0,36 25,64 ± 0,45 pH 7,02 ± 0,09 7,07 ± 0,11 7,06 ± 0,08 7,05 ± 0,07 Amônia Total (mg.L-1) 0,11 ± 0,05 0,08 ± 0,04 0,12 ± 0,07 0,08 ± 0,07 Nitrito (mg.L-1) 0,04 ± 0,05 0,05 ± 0,05 0,06 ± 0,04 0,05 ± 0,04 Parâmetros da água (#Juvenis) Taxa de arraçoamento 2,5% 4,0% 5,5% 7,0% Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 4,96 ± 0,13 4,78 ± 0,21 4,70 ± 0,22 4,72 ± 0,22 Temperatura (C) 27,75 ± 0,14 27,77 ± 0,15 27,74 ± 0,08 27,78 ± 0,15 pH 7,52 ± 0,18 7,53 ± 0,12 7,46 ± 0,12 7,50 ± 0,21 Amônia Total (mg.L-1) 0,22 ± 0,04 0,22 ± 0,04 0,23 ± 0,06 0,22 ± 0,07 Nitrito (mg.L-1) 0,05 ± 0,04 0,06 ± 0,03 0,07 ± 0,05 0,07 ± 0,03

Em ambos os experimentos o menor peso final foi observado nos peixes alimentados com as menores taxas de arraçoamento 2,5 % da biomassa em relação aos demais tratamentos que não divergiram entre eles (Tabela 2).

A sobrevivência não entre os tratamentos em ambos os experimentos, entretanto o experimento com os #alevinos registrou uma menor sobrevivência que o realizado com #juvenis, este fato pode está relacionado com a maior resistência dos juvenis ao manejo.

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A EAA foi reduzida quando a taxa de arraçoamento ficou acima de 7,5 e abaixo de 5,0 %, já para #juvenis há uma redução na EAA aos peixes alimentados com 7,0%, porém não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos.

Tabela 2. Desempenho zootécnico (média ± desvio padrão) dos lambaris do rabo amarelo alimentados com diferentes taxas de arraçoamento em duas fases da vida.

Índices Zootécnicos (#Alevinos)

Taxa de arraçoamento Significância

(p) 2,5% 5,0% 7,5% 10,0% Peso final (g) 0,94 ± 0,09ª 1,32 ± 0,16b 1,37 ± 0,11b 1,58 ± 0,23b 0,00688 Sobrevivência (%) 75,93 ± 16,97 75,93 ± 8,49 94,44 ± 5,56 79,63 ± 3,21 0,14865 EAA 0,16 ± 0,04a 0,29 ± 0,04b 0,30 ± 0,02b 0,19 ± 0,05a 0,00349 TCE (%.dia-1) 0,68 ± 0,04ª 1,20 ± 0,13b 1,30 ± 0,13b 1,36 ± 0,17b 0,00066 Produtividade (kg.m-3) 0,49 ± 0,07ª 0,69 ± 0,08b 0,90 ± 0,05b 0,87 ± 0,16b 0,00367 Índices Zootécnicos (#Juvenis)

Taxa de arraçoamento Significância

(p)

2,5% 4,0% 5,5% 7,0%

Peso final (g) 7,96 ± 0,86ª 8,66 ± 0,42b 9,95 ± 0,72b 9,12 ± 0,77b 0,01574

Sobrevivência (%) 91,11 ± 3,85 93,89 ± 4,81 99,11 ± 5,09 97,78 ± 5,85 0,14865

EAA 0,46 ± 0,04 0,42 ± 0,14 0,39 ± 0,09 0,27 ± 0,02 0,11997

Ganho semanal (g.semana-1) 0,48 ± 0,06ª 0,72 ± 0,14ªb 0,99 ± 0,09b 0,86 ± 0,20b 0,02602

TCE (%.dia-1) 0,62 ± 0,03ª 0,78 ± 0,10ªb 0,92 ± 0,11b 0,85 ± 0,00b 0,02144

Produtividade (kg.m-3) 0,48 ± 0,05ª 0,61 ± 0,06ªb 0,76 ± 0,07b 0,67 ± 0,11b 0,01562

Consumo (kg) 0,32 ± 0,04ª 0,59 ± 0,08b 0,93 ± 0,05c 1,20 ± 0,12d 0,00000

Custo (R$.kg de peixe-1) 2,12 ± 0,08c 3,10 ± 0,64bc 3,93 ± 0,44b 5,76 ± 0,78a 0,00025

*EAA (eficiência alimentar aparente); TCE (taxa de crescimento específico); diferentes letras nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos no teste de separação de médias SNK.

A produtividade e TCE em ambos os experimentos, e ganho semanal no segundo apresentara resultado semelhante, na qual os menores desempenhos foram observados nos tratamentos com 2,5% em relação aos demais tratamentos. E o consumo aumentou diretamente proporcional ao aumento da taxa de arraçoamento (Tabela 2).

Figura 1. Regressão polinomial do preço por quilo de juvenis de lambaris do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus) alimentados com diferentes taxas de arraçoamento. y = 0,0098x2 + 0,7276x R² = 0,87 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 1,0 2,5 4,0 5,5 7,0 8,5 Rea is ( R$ ) Taxa de arraçoamento

Preço por quilo de peixe

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O menor custo de por quilo de peixe foi observado nos tratamentos com oferta de 2,5 e 4,0% da biomassa, e o maior no tratamento com 7,0% (Tabela 2), este aumento demostrou uma correlação positiva com a taxa de arraçoamento (Figura 1). Este aumento no custo por unidade de peixe pode ser justificado pelos piores índices zootécnicos observados ao se ofertar ração em excesso.

Conclusão

A taxa de arraçoamento influencia o desempenho zootécnico de alevinos e juvenis, e custo dos juvenis, sendo mais indicado o uso de valores entre 5,0 a 7,5% para alevinos até 1,5 g, e taxa de arraçoamento de 4,0 a 5,5% para juvenis até aproximadamente 10,0 g.

Referências

GARUTTI, Valdener. 2003. Piscicultura Ecológica. Editora UNESP, p. 330.

PEREIRA et al., Desempenho de Juvenis de Tambaqui (Colossoma macropomum) em Tanques-Rede, sob Diferentes Porcentagens de Arraçoamento Scientific Electronic

Archives, v. 5, p. 53 – 56, 2014.

PORTO-FORESTI, F., et al. Biologia e criação do lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae). In: Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Editora UFSM, cap. 4, p. 111 – 116, 2010.

TACON, A.G.J., COWEY, B.C. Protein and amino acid requirements. In: TYLER, P.; CALOW, P. Fish energetics: new perspectives. Baltimore: The Johns Hopkins University, 1985. p.155-183.

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