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PRODUÇÃO DE FORRAGEM VERDE HIDROPÔNICA DE MILHO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 1

PRODUÇÃO DE FORRAGEM VERDE HIDROPÔNICA DE MILHO: UMA REVISÃO

DE LITERATURA

Maxwel Rodrigues Nascimento

1

, Paulo Ricardo dos Santos

2

, Kleyton Danilo da

Silva Costa

3

, Gabriela Karoline Michelon

4

, Sandy Queiroz Espinoso

5

, Ana Maria

Maciel dos Santos

6

, Carla Caroline Alves Pereira

7

, Richardson Sales Rocha

5

,

Islan Diego Espindula de Carvalho

6

, Mário Euclides Pechara da Costa Jaeggi

2

1Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, Rua Afonso Sarlo, 160, Bento

Ferreira - 29052-010 - Vitória-ES, Brasil. maxwel.rn88@gmail.com.

2Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Avenida Alberto Lamego, 2000, Parque

Califórnia - 28035-200 - Campos dos Goytacazes-RJ, Brasil. prs_ufal@hotmail.com, mariopechara@hotmail.com.

3Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas, Campus Piranha, Avenida Sergipe,

1477 - 57460-000 - Piranhas-AL, Brasil. kd.agro@gmail.com.

4Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Avenida Brasil, 4232, Independência - 85884-000 -

Medianeira-PR, Brasil. gabilukcs@hotmail.com.

5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus Alegre, Rodovia ES

482, km 47, s/n - 29520-000 - Alegre-ES, Brasil. sandyespinoso@gmail, richardson_sales@hotmail.com.

6Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos -

52171-900 - Recife-PE, Brasil. islandiego@hotmail.com, agrom1960@yahoo.com.br.

7Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Avenida Francisco Mota, 572, Costa e Silva - 59625-000

- Mossoró-RN, Brasil. carlacarolinealves@hotmail.com.

Resumo - A forragem hidropônica é constituída por plantas de crescimento acelerado com ciclo curto de produção, elevado rendimento de fitomassa fresca e excelente qualidade nutricional, por se encontrar em fase inicial de formação, e que pode ser produzida durante todo o ano. Essa técnica foi adaptada para a produção de volumoso de milho para servir de alimento a bovinos, na época da seca, com custo de produção mais baixo do que o de pastagens convencionais e com valor nutritivo alto, principalmente em proteínas. A forragem hidropônica de milho é uma alternativa para muitos produtores brasileiros que não dispõem de quantidade suficiente de alimentos para fornecer aos animais, nem mesmo área física para o plantio de pastagens, o que dificulta e encarece o manejo de seus rebanhos. Com basse nisso, objetivou-se com a realização deste trabalho elaborar uma revisão de literatura sobre a produção de forragem verde hidropônica de milho. De acordo com os resultados obtidos na literatura é possível afirmar que essa tecnologia é acessível, prática e econômica que permite ao produtor obter forragem de elevado valor nutricional durante todo o ano.

Palavras-chave:

Zea mays L., hidroponia, alimento alternativo, aproveitamento de resíduos e valor

nutritivo.

Área do Conhecimento: Engenharia Agronômica. Introdução

No Brasil, a área de pastagem ocupa cerca de 180 milhões de hectares, porém a oferta de pastagem decresce principalmente em regiões de baixo índice pluviométrico, como a região Nordeste (ROCHA et al., 2014). O surgimento de novas tecnologias de suplementação alimentar tem como objetivo possibilitar, de forma eficiente, o incremento da produção animal, garantindo o seu desenvolvimento (ROCHA et al., 2014).

A hidroponia é o cultivo de plantas com solução nutritiva, na ausência ou na presença de substratos naturais ou artificiais (FAGIOLI, 2006). Essa técnica tem despertado interesse crescente, devido ao grande desafio de aumentar a produção de alimentos e fibras, explorando a mesma área de solo, recursos hídricos e condições climáticas, sem resultar em impactos ambientais. Além disso, de maneira geral, a hidroponia é tecnologia economicamente acessível e lucrativa (ARAÚJO, et al., 2008).

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 2

A forragem hidropônica é constituída por plantas de crescimento acelerado com ciclo curto de produção, elevado rendimento de fitomassa fresca e excelente qualidade nutricional, por se encontrar em fase inicial de formação, e que pode ser produzida durante todo o ano. Seu aspecto, sabor, cor e textura conferem grande palatabilidade aumentando a assimilação de outros alimentos (FAO, 2001; SANTOS et al., 2004).

Recentemente, a técnica hidropônica foi adaptada para a produção de volumoso de milho, para servir de alimento a bovinos, na época da seca, com custo de produção mais baixo do que o de pastagens convencionais e com valor nutritivo alto, principalmente em proteínas, devido à fase em que as plantas são colhidas e disponibilizadas para a alimentação dos animais (ARAÚJO et al., 2008).

A forragem hidropônica é o resultado de um processo de germinação de sementes não apenas de milho como também de outros cereais (cevada, trigo, aveia e outras espécies) e também de leguminosas (alfafa, feijão-miúdo, lótus e outras espécies), que se desenvolvem em período de 10 a 15 dias após a semeadura, captando energia do sol e assimilando os minerais contidos em uma solução nutritiva. Essa forragem possui excelente qualidade, quando administrada aos rebanhos em sua totalidade (sementes, folhas, caules, raiz e substrato). Geralmente, constitui dieta completa de carboidratos, açúcares, proteínas, minerais e vitaminas. Seu aspecto, sabor, cor e textura conferem grande palatabilidade aumentando a assimilação de outros alimentos (FAO, 2001; OLIVAS, 2007).

Dessa forma, objetivou-se com a realização deste trabalho elaborar uma revisão de literatura sobre a produção de forragem verde hidropônica de milho cultivados em diversos tipos de substratos e fertirrigados com diferentes tipos de biofertilizantes.

Metodologia

Para a realização deste estudo, tomou-se como base um levantamento de publicações sobre o tema do trabalho. As palavras chaves empregadas foram: hidroponia, Zea mays L., biofertilizante, aproveitamento de resíduos, proteína bruta, forragem hidropônica, valor nutritivo, alimento alternativo. Os trabalhos selecionados se basearam em alguns aspectos qualitativos, como: periódicos com indexações e com conceito Qualis emitido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A vasta fonte de material bibliográfico, justifica-se pela abrangência do trabalho, necessitando de dados sobre o uso de diferentes substratos alternativos na produção de forragem de milho hidropônica como é o caso do uso do bagaço de cana-de-açúcar, casca de arroz e café, capim-elefante e napier picado dentre outros, além do uso de diferentes fontes como biofertilizantes como, por exemplo, o vinhoto e o soro de leito bovino. Apesar da diversidade de fontes, buscou-se priorizar a utilização de artigos científicos e teses atuais, levando em consideração sua importância e respaldo na comunidade científica.

Resultados

Araújo et al. (2008) avaliaram a produtividade e o teor de proteína da forragem verde hidropônica de milho híbrido interpopulacional UENF 506-8 cultivado sobre o bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum sp.) em diferentes densidades de semeadura, utilizando duas soluções nutritivas sendo uma descrita pela FAO e outra vinhoto diluído e colhidos em duas épocas distintas (aos 10 e 20 dias após a semeadura - DAS) no município de Campos dos Goytacazes – RJ. A forragem hidropônica de milho colhida aos 20 DAS de densidade 1,5 kg m-2 e nutrido com solução nutritiva apresentou ótimo

resultado com produtividade de 34,41 kg m-2 de matéria fresca que corresponde a 344,1 t ha-1 e 6.280

toneladas/ha/ano. Já a forragem colhida na mesma idade, semada a 2,0 kg m-2 e nutrida com vinhoto

diluído resultou no rendimento de 34,02 kg m-2 de matéria fresca que corresponde a 340,2 t ha-1 e

6.209 toneladas/ha/ano. Em relação ao teor de proteína bruta da forragem de milho junto com o bagaço de cana-de-açúcar apenas a densidade 0,5 kg m-2 que apresentou o menor teor de proteína

bruta (8,68%), enquanto que as demais densidades de semeadura apresentaram em média 11,89%. Ao utilizar o vinhoto, as maiores massas da matéria seca foram obtidos com 2,5 e 2,0 kg m-2 de

sementes, aos dez e 20 DAS, respectivamente o que corresponde em média 3,95 kg m-2.

A produção e a qualidade da forragem verde hidropônica de milho foram avaliados por Bezerra et al. (2008) sob diferentes concentrações de biofertilizantes e densidades de semeio no município de Catolé do Rocha – PB. O biofertilizante foi elaborado a base de esterco verde de vacas em lactação.

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 3 A concentração ótima para o rendimento máximo de matéria fresca de 37,5 kg m-2 foi de 10,7 ml/L, havendo

redução da produção a partir deste limite. A densidade de semeadura que proporcionou maior ganho de matéria fresca foi de 2,5 kg m-2. Foi observado pelos autores que o aumento de matéria seca da forragem até uma

quantidade de sementes ótima de 1,72 kg m-2 proporcionou uma percentagem máxima de 19,9% de matéria seca,

havendo a redução a partir deste limite, porém o mesmo não foi observado com o aumento das concentrações de biofertilizante que diminuiram o percentual da matéria seca.

As carcterísticas bromatológicas da forragem verde hidropônica de milho cultivadas em diferentes substratos alternativos foram avaliados por Campêlo et al. (2007) no município de Teresina – PI. Os substratos utilizados no experimento foram a casca de arroz (Oryza sp.) e o capim-elefante (Pennisetum purpureum L.) picado. Utilizando-se a casca de arroz como substrato, o teor de matéria seca foi superior ao capim-elefante, que resultou em incremento de 241% em relação ao uso exclusivo do milho como alimento, enquanto que o capim-elefante promoveu incremento de apenas 86%, considerando o grão de milho com 84% de matéria seca. Foi observado influência do tipo de substrato sobre a porcentagem de proteína bruta, verificando-se superioridade do capim-elefante em relação à casca de arroz tanto nas amostras de forragem completa como as de substrato + raízes, porém, o mesmo não ocorreu quando analisada apenas a parte aérea das plantas. O substrato de capim-elefante, comparativamente à palha de arroz, favoreceu a retenção de nitrogênio, pois proporcionou maior teor de proteína bruta na amostra substrato + raízes, o que não ocorreu nas amostras da parte aérea das plantas. O uso de casca de arroz, em comparação ao de capim elefante-picado, como substrato no cultivo de milho hidropônico resultou em forragem de menor qualidade, por elevar os teores de fibra e cinzas. O baixo teor de matéria seca apresentou-se como fator desfavorável do uso do capim-elefante picado como substrato para produção do milho hidropônico.

Araújo et al. (2015) avaliaram o crescimento, a produtividade e composição nutritiva da forragem verde hidropônica de milho cultivado em bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum sp.) e fertirrigado com diferentes diluições de urina humana usado como solução nutritiva em Campina Grande – PB. A concentração de 3% de urina proporcionou maior ganho de massa verde na parte aérea da forragem em relação às demais concentrações. Os autores afirmam que o cultivo de forragem verde de milho hidropônico fertirrigado com urina humana abaixo de 6% de concentração é viável caso produtor não disponha de capital suficiente para adquirir soluções nutritivas comerciais.

Os efeitos do uso do uso do soro de leite usado como solução nutritiva na produção e composição bromatológica da forragem verde hidropônica de milho foram avaliados por Paula et al. (2011) no município de Recife – PE. Foi observado que o aumento das doses de soro de leite levou à redução linear da produção de forragem de milho hidropônico, em termos de acúmulo de massa fresca e seca da parte aérea, enquanto que a produção na parte radicular apresentou comportamento oposto, aumentando a produtividade com o aumento nas concentrações de soro de leite. De acordo com os dados obtidos estima-se que a produtividade de massa fresca da parte aérea obtida com soro diluído a 20% foi de 1,639 kg m-2, enquanto com soro não diluído (100%) foi de 0,415 kg m-2, uma queda de

74,7%. Transformando tais valores para produtividade por hectare, as plantas cultivadas com soro de leite diluído a 20% produziram 16,39 t ha-1 somente da parte aérea em um único ciclo de cultivo.

Admitindo que se possa realizar mais de 20 ciclos de cultivo por ano, é possível conseguir 300 t ha-1

de matéria fresca apenas da parte aérea da forragem.

O rendimento e o valor nutritivo da forragem verde hidropônica de milho da variedade São Vicente sob diferentes densidades de semeadura foram avaliados por Rocha et al. (2014) no município de Teresina – PI. Foi observado nesse experimento que o ponto máximo de produção de matéria fresca da forragem foi de 19,12 kg m-2 da densidade 2,8 kg m-2, porém a elevação da densidade de

semeadura resultou no decréscimo linear do teor de matéria seca que na densidade de 2,8 kg m-2

obteve 23,30% em contra partida a densidade 0,8 kg m-2 obteve 34,42% de matéria seca. Em relação

ao percentual de proteína bruta, com base na matéria seca das forragens, foi observado que a elevação da densidade de semeadura resultou em aumento linear do percentual proteico que no caso da densidade de 2,8 kg m-2 obteve 5,84% que superou a densidade de 0,8 kg m-2 que obteve 3,62%.

A produtividade da forragem verde hidropônica de milho foram avaliados por Píccolo et al. (2013) em diferentes substratos e concentrações de solução nutritiva a base de água residuária de bovinos no município de Alegre – ES. Os subtratos utilizados foram o bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum sp.), casca de café (Coffea canephora) e capim-napier (Pannisetum purpureum Schum cv Napier). De acordo com os dados observados no experimento é possível afirmar que a produção de matéria seca

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 4 da parte aérea da forragem hidropônica semeada nos substratos bagaço de cana-de-açúcar e capim napier pode proporcionar 2,5 a 3,0 t ha-1 de matéria seca, a cada 15 dias. Em relação à produção da

matéria seca da planta toda (forragem verde hidropônica de milho + substrato) não foi observado diferença nas soluções nutritivas padrão e na água residuária de bovino, sendo que a forragem hidropônica de milho nutrida com solução nutritiva padrão e a solução com água residuária de bovino com acréscimo de 50% de nitrogênio da solução nutritiva padrão podem apresentar respectivamente, 48,6 e 47,2 t ha-1 de produtividade de forragem hidropônica depois de 15 dias. A água residuária de

bovinos pode ser utilizada em substituição à solução nutritiva padrão na produção da forragem hidropônica. O enriquecimento da água residuária de bovinos com nitrogênio não promoveu incremento significativo na produção de matéria seca da forragem hidropônica. Há diferenças entre os substratos utilizados, tendo o capim-napier e o bagaço-de-cana apresentado melhores desempenhos no crescimento da parte aérea da forragem hidropônica.

Melo et al. (2009) analisaram a produtividade e a composição bromatológica da forragem verde hidropônica de milho em diferentes densidade de semeio e concentração de biofertilizante no município de Catolé do Rocha – PB. A produção de forragem hidropônica decresceu com o aumento de biofertilizante, tendo havido reduções de 2,7%, 5,4%, 8,0%, 10,8%, em relação à testemunha (0 ml/L), quando se aplicou o biofertilizante nas concentrações de 9,18, 27 e 36 ml/L, respectivamente. A matéria seca decresceu com o aumento da concentração do biofertilizante até a concentração de 27 ml/L, havendo estabilização a partir daí, com o valor em torno de 16,6%. Houve aumento de matéria seca com o incremento da quantidade de sementes até a quantidade de 2,0 kg m-², havendo

redução a partir daí. Observou-se também que a quantidade de 2,0 kg m-2 foi a que proporcionou a

maior teor de matéria seca (20,8%), sendo considerada ótima.

O rendimento da variedade de milho BR 106 na produção de forragem verde hidropônica foram avaliados por Manhães et al. (2011) em diferentes concentrações de vinhoto e densidades de semeadura no município de Campos dos Goytacazes – RJ. O substrato utilizado no experimento foi o bagaço de cana-de-açúcar (Sacchurum sp.). A concentração de vinhoto estimada que proporcionou maior comprimento da parte aérea (25,8 cm) foi de 12,9% e as massas de matéria fresca (20,6 kg m -2) e seca (4,0 kg m-2) da forragem de milho foram maiores na densidade de 2,0 kg m-2.

O efeito de diferentes densidades de semeadura sob o rendimento e a composição bromatológica de forragem verde hidropônica de três espécies de gramíneas anuais foram avaliados por Müller et al. (2005) no município de Santa Maria – RS. As espécies avaliadas foram: arroz (Oriza sativa L.), milho (Zea mays L.) e milheto (Pennisetum americanum L.). As densidades de semeadura foram de 0,5, 1,0, 1,5 e 2 kg m-2. Em relação à proteína bruta, o milho apresentou maior teor (18,26%) em relação

ao milheto (12,79%) e o arroz (8,15%), os quais também diferiram entre si. A altura da parte aérea da planta do milho (19,54 cm) apresentou maior altura em relação às demais espécies que apresentou em média 11,14 cm. A forragem hidropônica de milho apresentou maior rendimento de fitomassa fresca (13,60 kg m-2) em relação às outras espécies que apresentaram em média 10,59 kg m-2. A

colheita nesse experimento ocorreu aos 10 dias após a semeadura, transformando esses valores para hectare/mês, ter-se-ão 408 e 317,7 t de fitomassa verde, sendo que 56,4 t corresponde à proteína bruta presente na forragem verde hidropônica de milho.

Cinco tipos de solução nutritivas foram utilizadas por Santos et al. (2014) para avaliar a produção e a qualidade da forragem verde hidropônica da cultivar de milho CMS 36 (Zea mays L.) e da cultivar de sorgo IPA 2502 (Sorghum bicolor L.) produzidas sem o uso de substrato no município de Recife – PE. A produção de fitomassa fresca da parte aérea e fitomassa fresca total foram influenciadas significativamente pela espécie, sendo o milho a que apresentou maior produtividade, que foi de 11,80 kg m-2, em todos os tipos de solução nutritiva, enquanto que a maior produtividade do sorgo foi

de 8,17 kg m-2. O milho se mostrou mais produtivo que o sorgo na produção de fitomassa seca das

plantas inteiras, sendo que a produção não diferiu em função dos diferentes tipos de soluções nutritivas nas duas espécies, porém a produção média do milho foi de 1,20 kg m-2, enquanto que do

sorgo foi de 1,01 kg m-2. O teor de proteína bruta (PB) diferiu significativamente entre as espécies, de

modo que a forragem de milho apresentou teor de PB superior em relação à forragem de sorgo, tanto na parte aérea, 34,16 kg m-2, quanto nas raízes, 25,04 kg m-2.

Diferentes volumes de soluções nutritivas foram avaliados por Rocha et al. (2007) na produtividade e na composição bromatológica da forragem verde hidropônica de milho da variedade São Vicente no município de Teresina – PI. O substrato utilizado no experimento foi a casca de arroz (Oryza sp.). A produtividade de matéria fresca (MF), matéria seca (MS) e cinzas (CIN) tiveram efeito

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 5 quadrático em relação à variação do volume da solução nutritiva, encontrando-se valores máximos de 19,50 kg m-2 para solução de 10 L m-2 para MF, 5,53 kg m-2 para solução de 9 L m-2 para MS e 11,12

kg m-2 para solução de 10 L m-2 para CINZ. Em relação à proteína bruta não foi observado

significância em relação à variação do volume da solução nutritiva, sendo que a média foi 8,55 kg m-2.

Paulino et al. (2004), avaliaram o rendimento da variedade comercial de milho AL Bandeirante submetida a diferentes níveis de solução nutritiva para produção de forragem hidropônica no município de Nova Odessa – SP. O rendimento de 27,7 kg m-2 de matéria fresca da forragem nutrida

com o dobro da solução nutritiva apresentou o maior valor, diferindo dos demais tratamentos. Esse valor corresponde a 277 t ha-1 e a 5.055 t/ha/ano de forragem verde hidropônica de milho. Apesar da

diferença da produção de matéria fresca, não foi observado diferença significativa em relação à análise bromatológica entre os tratamentos estudados.

Discussão

De acordo com Müller et al. (2005), a forragem hidropônica de milho é uma alternativa para muitos produtores brasileiros que não dispõem de quantidade suficiente de alimentos para fornecer aos animais, nem mesmo área física para o plantio de pastagens, o que dificulta e encarece o manejo de seus rebanhos. Essa tecnologia racionaliza o uso da água, do espaço, do tempo, dos nutrientes e da mão-de-obra. Destaca-se a sua utilização na região Nordeste, especialmente nos períodos secos para a produção de volumosos, devido as suas principais vantagens, como o uso de diferentes espécies forrageiras, maior produtividade por unidade de área, eliminação de uso de defensivos agrícolas e ciclo de produção mais curto e com menor efeito dos fatores meteorológicos (CAMPÊLO et al., 2007).

Os substratos utilizados na produção de forragem hidropônica têm por objetivo principal a fixação do sistema radicular, mas precisam apresentar características importantes, como: baixo custo, disponibilidade na propriedade, pH entre 5,6 e 7,0, baixa concentração de sais, volume estável, capacidade de armazenamento de água e de ar (MARTINEZ e SILVA FILHO, 2006). A utilização de substratos e solução nutritiva mais baratos e de fácil acesso aos produtores é fundamental para que a hidroponia de forragens seja economicamente viável. De acordo com Araújo et al. (2008), em regiões produtoras de cana, usinas de produção de açúcar e álcool, produzem grande quantidade de vinhoto, também chamado de vinhaça que podem ser utilizados como solução nutritiva na produção de forragem hidropônica.

Conclusão

Com base na literatura consultada é possível afirma que o método de produção de forragem verde hidropônica de milho é uma tecnologia acessível, prática e econômica que permite ao produtor obter forragem de elevado valor nutritivo, principalmente em proteínas, e boa palatabilidade durante todo o ano.

Referências

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XXI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VII Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 6 CAMPÊLO, J.E.G.; OLIVEIRA, J.C.G.; ROCHA, A.S.; CARVALHO, J.F.; MOURA, G.C.; OLIVEIRA, M.E.; SILVA, J.A.L.; MOURA, J.W.S.; COSTA, V.M.; UCHOA, L.M. Forragem de milho hidropônica produzida com diferentes substratos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.2, p.276-281, 2007. FAGIOLI, M. Alternativa de alimentação na seca para diversos animais. Jornal do Pontal, Ituiutaba-MG, p.14, 20 set. 2006.

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