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NORMA DE DESEMPENHO PARA EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS

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Academic year: 2021

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Em fevereiro deste ano, a Associação Bra-sileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR 15575 - Norma de Desempenho para Edi-ficações Habitacionais, que entrará em vigor a partir do dia 19 de julho. A norma foi criada a partir de estudos de mercado e da participação de diversos agentes do setor de construção ci-vil. A proposta é trazer uma série de requisitos que devem ser adotados pelas construtoras, garantindo normatização e, assim, estabele-cendo critérios de qualidade para os empre-endimentos em diferentes níveis, tais como: desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho lumínico, adequação ambiental e avaliando o sistema estrutural de uma obra como um todo.

Em discussão desde 2008, a norma já era re-comendada como base para os empreendimen-tos de grande porte da Copa do Mundo da FIFA 2014, como a reforma dos estádios. O Centro Brasileiro da Construção em Aço, por exemplo, desenvolveu um estudo em que considera a NBR 15575 como um “excelente referencial” para que todos os envolvidos nos projetos arquitetônicos do Mundial pudessem tomar como base para atender as exigências de sus-tentabilidade recomendadas pela FIFA.

Nesse material, será possível conhecer os principais pontos da norma, quais são as re-comendações do setor para as construções e pequenos negócios que já veem na nova NBR uma oportunidade de negócio.

NORMA DE DESEMPENHO

PARA EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS

A norma 15575

aplica-se a

edificações

habitacionais com

qualquer número

de pavimentos. O

texto normativo

apresenta

as ressalvas

necessárias no

caso de exigências

aplicáveis

somente para

edificações de até

cinco pavimentos

(2)

REGULAMENTAÇÃO DA NBR15575

A NBR 15575 tem como base a regu-lação de critérios para o desempenho das edificações. Em 2010, a primeira edição da medida previa ações para prédios de até cinco pavimentos, com critérios míni-mos de exigência. Já na edição de 2013, o termo “até cinco pavimentos” foi retirado, como forma de garantir que todos os em-preendimentos que sejam construídos no Brasil possam adotar novos parâmetros

de qualidade. Definida pela Comissão de Estudo de Desempenho de Edificações, criada no âmbito do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-02) e apoiada pelo Sinduscon-SP, a norma valerá so-mente para obras novas, cujos projetos sejam protocolados a partir do dia 19 de julho de 2013. É importante destacar que a NBR 15575 não se aplica a obras de re-forma, retrofit ou edificações provisórias.

SEIS PARTES

COMPÕEM A NBR 1575:

1. Requisitos gerais, 2. Sistemas estruturais, 3. Sistemas de pisos, 4. Sistemas de vedações

verticais internas e externas; 5. Sistemas de cobertura; e 6. Sistemas hidrossanitários.

GUIA ORIENTA PROFISSIONAIS NOS PROJETOS

Além disso, a norma regulamenta as construções com níveis de desempenho, que vai do mínimo ao superior, passando pelo intermediário. Essa definição deverá ser feita logo no início do projeto, antes mesmo da construção, ou seja, o consu-midor terá acesso na planta aos critérios que serão adotados para sua construção.

Para orientar todos os setores envol-vidos na cadeia da construção civil, como arquitetos, engenheiros, projetistas, forne-cedores de matéria-prima etc., a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBC) desenvolveu, neste ano, um Guia

Orien-tativo para Atendimento à Norma 15575. Entre os diferentes pontos que o guia des-taca, um dos chaves é a definição da vida útil de cada empreendimento. Esse perío-do é previsto a partir perío-do cumprimento das especificações técnicas de desempenho. A próxima página apresenta o período de Vida Útil de Projeto (VUP), tempo que o projeto deve prever para que a construção tenha um período de vida útil estabeleci-do pela norma. Por exemplo, se um imóvel for de padrão mínimo, de acordo com a norma, a sua estrutura deverá ter um VUP menor ou igual a 50 anos.

GUIA ORIENTATIVO PARA

ATENDIMENTO À NORMA 15575

O material contém mais de 300 pági-nas, divididas em 15 capítulos, e está disponível on-line. Clique aqui e faça o download.

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Os impactos da nova nor-ma serão grandes em toda a ca-deia de construção civil. Para a vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Ar-quitetura (AsBEA), Miriam Ad-dor, e para a coordenadora do Grupo de Trabalho de Normas Técnicas da AsBEA, Barbara Kel-ch, a NBR 15575 “exigirá conhe-cimento maior dos arquitetos, engenheiros de cálculo, paisa-gistas, arquitetos de interiores, engenheiros de instalações das características requeridas durante o processo de especi-ficação, que deve ser auxiliado pelas normas técnicas e pelas informações específicas

pas-sadas pelos fornecedores”, ex-plicam as arquitetas em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo.

O Instituto Brasileiro de Im-permeabilização, por exemplo, em carta escrita sobre a norma para o mercado de produtos químicos voltados para cons-trução civil, considerou que a NBR 15575 será um estímulo para que o trabalho de im-permeabilização tenha como base um projeto que seja feito por empresa capacitada e que empregue produtos norma-lizados. A impermeabilização garante, entre outros itens, a durabilidade das estruturas.

Sistema VUP anos

Mínimo Intermediário Superior

Estrutura ≥ 50 ≥ 63 ≥ 75

Pisos internos ≥ 13 ≥ 17 ≥ 20

Vedação vertical externa ≥ 40 ≥ 50 ≥ 60

Vedação vertical interna ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30

Cobertura ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30

Hidrossanitário ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30 Vida útil considerando a periodicidade também de manutenção

prevista pela NBR 5674

E NA CADEIA PRODUTIVA

Mudanças trazem

oportunidade de inovação

Para as empresas prestadoras de serviço, que compõem o setor de construção civil, o momento é de aprendizado. Terá mais vantagem competitiva no mercado os pequenos negócios que acumularem grande conhecimento do que será exigido pela norma, para que pos-sam prestar melhor consultoria nesse sentido, pois as construtoras demandarão por técnicos capacitados.

(4)

Em todo o país, os sindicatos que representam o setor da construção civil estão empenhados em disseminar os cri-térios estabelecidos na nova normativa, seja por meio de palestras, seja na orien-tação direta aos envolvidos nas constru-ções. Em Natal (RN), o Sinduscon também está prevendo o lançamento de um guia orientativo sobre a NBR. É importante que os envolvidos na cadeia procurem os Sinduscon de sua região ou os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA) para se capacitarem sobre a nor-ma. O Sebrae poderá conceder o apoio técnico necessário para a nova mudança de gestão de negócio que envolverá mais conhecimento técnico, melhor entendi-mento dos critérios e observações estra-tégicas que vão orientar os novos mode-los de construções no Brasil.

Em artigo publicado no site Vibra-news, o vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP, Carlos Alberto de Moraes Borges, disse que as empresas brasileiras, em especial, os pequenos ne-gócios “não têm a cultura de atendimen-to de normas técnicas e terão que evoluir tecnicamente para atender a NBR 15575, mas é um caminho irreversível. Na Fran-ça, por exemplo, há muitas empresas de construção civil de pequeno porte, mas que tecnicamente são cobradas para atender normas técnicas como as gran-des”, salienta Borges.

As oportunidades também são grandes para empresas que quei-ram ingressar no quei-ramo da constru-ção civil. Isso porque os planos de negócios a serem formatados já de-verão estar baseados no que a nor-ma vai trazer de novo e qual o dife-rencial que o novo negócio poderá apresentar para as construtoras de forma que atenda de maneira mais eficaz aos critérios, em menos tem-po e num custo igual ou inferior ao já praticado pelo mercado.

Para as empresas que atuam com matérias-primas, outro desafio é apresentado por Cintia Figueiredo, no portal Brasil Engenharia, e está re-lacionado ao custo da obra.

Para a gerente de Produtos para o Mercado de Construção Civil da Divisão de Produtos Extrudados da Alcoa (empresa mundial que traba-lha com alumínio), a norma solicita produtos com mais qualidade, que atendam aos requisitos exigidos e ao mesmo tempo não onerem o setor. “Portanto, se por um lado as construtoras querem viabilizar seus projetos com orçamentos reduzi-dos, a indústria de componentes tem o desafio de continuar apre-sentando qualidade e desempenho, com soluções viáveis para todas as faixas de mercado”, observa.

“O atendimento de

normas técnicas

terão que evoluir

tecnicamente

para atender a

NBR 15575, mas

é um caminho

irreversível”

Carlos Alberto de Moraes Borges

Vice-presidente de Tecnologia e Quali-dade do Secovi-SP

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VISÃO

DE FUTURO

Em Cuiabá (MT), o Sindicato da Cons-trução Civil de Mato Grosso (Sinduscon--MT) está distribuindo o Guia da CBIC para quem tiver interesse em se aperfei-çoar na nova normativa. Já no Distrito Federal, o Sinduscon-DF está desde 2010 desenvolvendo palestras orientativas como forma de expandir o conhecimento sobre o tema.

Já no Rio Grande do Norte, a medida foi para a criação de um Fórum Técnico que irá debater a normativa, entre o Sin-duscon-RN, instituições de ensino e enti-dades de classe.

Em Florianópolis (SC), por exemplo, oito construtoras, em parceria com o Sindicato da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), se juntaram,

em uma iniciativa pioneira, para assimilar as novas exigências e definir como serão aplicadas as determinações nos novos empreendimentos.

Uma série de fornecedores estão envolvidos nesse processo, entre eles, a empresa Anima Acústica, que foi criada em 2008 em uma incubadora de base tecnológica. O pequeno negócio viu na NBR 15575 uma possibilidade de ampliar sua atuação. Como um dos itens da nor-ma é atender ao conforto acústico e a empresa atua com serviços de medição de ruídos e análises nesse sentido, ela foi escolhida pelo grupo de construtoras de Florianópolis para fazer a avaliação dos novos projetos no que se refere ao tema acústica. Nesse caso, a empresa já saiu na

frente por ter acompanhado desde 2008 a discussão sobre a NBR e por conhecer os requisitos técnicos previstos.

Além disso, a expectativa da empresa é que seu conhecimento e a nova meto-dologia de trabalho expanda o mercado para esse tipo de análise técnica como um diferencial para os projetos cons-trutivos. Em entrevista ao jornal Diário Catarinense, do mês de maio de 2013, o empreendedor Vítor Litwinckiz, da Anima Acústica, ressalta que a norma dará subsí-dios para as melhorias dos projetos cons-trutivos em médio prazo, o que na sua opinião, reverterá em edificações melhor preparadas para a questão da atenuação acústica, gerando mais conforto aos usu-ários.

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A Copa Mundial da FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 devem movimentar o setor de construção civil, principalmente, no que se refere ao turismo, com previsão de mais de 150 mil novos leitos em hotéis, pousadas, albergues e negócios do ramo de turismo e hotelaria. Além dos hotéis, os

albergues ou hostels represen-tam uma boa oportunidade para atendimento aos turistas e, esse é um mercado que tem crescido nos últimos anos. Dados do São Paulo Turismo (SPTuris), empresa responsável pela promoção do turismo paulistano, mostra que em 2012 havia 43 hostels em São

Paulo, em uma alta de 187%, se comparados com números de 2010, quando existia ape-nas 12 hostels. O mercado está aquecido e as oportunidades de negócio crescem em todas as cidades-sede que receberão os jogos.

Se esses empreendimentos forem construí-dos a partir do próximo mês, já deverão atender a NBR 15575. Os pequenos negócios envolvidos na definição de projetos de arquitetura e engenha-ria já deverão, então, conhecer quais as formas e procedimentos que precisarão ser adotados para que as construções atendam à nor-mativa.

As obras que estão em an-damento, mesmo que não seja obrigatório, poderão utilizar de materiais que já atendam aos re-quisitos como diferencial. Mesmo que o projeto inicial não tenha sido pensado nesse sentido, a utili-zação de itens da norma ao longo da construção já significará uma atenção maior aos consumidores. É importante salientar que a norma em si não determina certos tipos de ma-teriais para que atendam ao desempenho, mas ela define os critérios que devem ser atendidos.

OPORTUNIDADES

PARA COPA

198

É A PREVISÃO NOVOS HOTÉIS EM TODO O PAÍS, SEGUNDO UM ESTUDO APRESENTADO

EM UM SEMINÁRIO ORGANIZADO PELO TRIBUNAL

DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

Participação de

profissionais

capacitados será

imprescindível

para auxiliar

na escolha de

materiais que

atendam às

recomendações.

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O momento é muito mais de oportunidades do que se assustar frente às novas regras. Sairão na frente as empresas que estudarem a NBR 15575 e se apresentarem como diferencial nesse senti-do. Esse é um momento de aprendizado para todos os envolvidos na cadeia e quem conhecer o tema e souber criar serviços já adequados à norma, ou mesmo, trabalhar com materiais para fornecimento às construtoras que já atendam as determinações técnicas, terá um diferencial que será significativo para o mercado. A Caixa Econô-mica Federal já anunciou que utilizará a normati-va como requisito para anormati-valiar os projetos que re-ceberão financiamentos do banco - considerado um dos maiores financiadores públicos de obras no país de médio e pequeno porte.

Além disso, é importante considerar que a adoção de critérios técnicos traz menos desvios e formata alguns padrões nos serviços, o que garante economia de matéria-prima e eficiência nos processos produtivos. O estabelecimento de regras também garante mais competitivida-de para as empresas, pois dá garantias que seu negócio é regulado e sistematizado para melhor atender aos consumidores.

Quanto aos consumidores, eles terão um pa-pel fundamental, pois receberão um memorial descritivo denominado Manual de Uso e Manu-tenção do que foi adotado no empreendimento e quais os critérios estabelecidos na obra. Será ele que vai optar por uma construtora que aten-da as regras de conforto ou a que preferiu não se regular. Nessa linha, a expectativa de todo o setor é que o consumidor tenha uma nova força e que o mercado mude, assim como aconteceu quando foi criado o Código de Defesa do Consu-midor, em 1990.

de lei, ou seja, ela não é obrigatória. Mas, as

determinações técnicas de parâmetros trarão

consumidores mais exigentes que terão na norma

uma base para a adequação de seus desejos na

compra de um imóvel.

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