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Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

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Indicadores temáticos e de internacionalização da

produção científica brasileira em Organização da

informação e do conhecimento em bases de

dados bibliográficas

Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos

Projeto de pesquisa apresentado ao Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo para o período de 2011 a 2013

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1) Introdução

O projeto de pesquisa aqui apresentado pretende realizar o mapeamento da produção científica sobre a Organização da informação e do conhecimento em artigos indexados nas bases de dados bibliográficas internacionais para obter indicadores temáticos e o grau de internacionalização dessa produção.

Este mapeamento será realizado a partir de artigos de periódicos brasileiros e internacionais indexados nas bases de dados: SciVerse Scopus (uma das maiores bases de dados de resumos e citações do mundo em diversas as áreas do conhecimento, que contém mais de 41 milhões de registros de artigos e outros materiais e aproximadamente 18 mil títulos de periódicos), Web of Science (base de dados do ISI Web of Knowledge que contém artigos de periódicos e outros materiais nas áreas de Ciências, Artes, Humanidades e Ciências Sociais) e LISA (Library and Information Science Abstract, uma base de dados que indexa mais de 400 periódicos internacionais de interesse para a área, publicados em 68 países).

Esta pesquisa se associa ao projeto da Profa. Nair Yumiko Kobashi do CBD/ECA, aprovado pelo CNPQ, intitulado “Pesquisa brasileira em organização do conhecimento: indicadores temáticos, de internacionalização e de redes de colaboração (2002-2012)” que tem, entre outros, os objetivos de conhecer a pesquisa brasileira na área em relação à sua institucionalização cognitiva e social (temas, grupos de pesquisa, redes de colaboração); conhecer o grau de internacionalização da produção brasileira sobre o tema; obter indicadores sobre os eixos temáticos mais freqüentes e indicadores sobre o grau de internacionalização. Apóia-se em referenciais sociológicos e antropológicos de estudos da atividade científica (Whithey, 1974 e 2006; Latour, 2000; Latour e Woolgar, 1997). Serão utilizados métodos quantitativos (cientométricos), aliados aos procedimentos de análise documentária (padronização dos dados temáticos, com base em vocabulário controlado). O corpus da pesquisa acima citado é constituído de referências bibliográficas de artigos publicados em periódicos nacionais de Ciência da Informação e de trabalhos apresentados em eventos da área, tais como o ENANCIB, Conferências da ISKO e da RITERM.

O corpus da pesquisa por mim proposta contempla, portanto, fontes distintas daquelas previstas na pesquisa da Profa. Nair Kobashi. Serão compartilhados os referenciais teóricos e metodológicos, aspectos que permitirão comparar dados de forma consistente.

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Considerando que a produção da informação em uma área do conhecimento é norteada pelas características do campo, de suas práticas sociais e culturais, das políticas científicas e dos recursos existentes, este mapeamento com dados obtidos em diferentes fontes de informação (nacionais e internacionais) permitirá identificar tendências de pesquisa e subsidiar políticas de pesquisa que contribuam para dar maior visibilidade à produção científica brasileira no campo da Organização da informação e do conhecimento.

2) Justificativa

Pretende-se realizar o mapeamento da produção científica em Organização da informação e do conhecimento em bases de dados internacionais, a partir da metodologia desenvolvida na pesquisa de doutorado (Santos, 2010) que já teve trabalhos apresentados em eventos da área e conta com artigos em andamento para publicação.

Este projeto reveste-se de importância na medida em que a identificação das temáticas de pesquisa em Organização da informação e do conhecimento pode contribuir para sistematizar e obter indicadores sobre a institucionalização da pesquisa no domínio proposto. Sabe-se que devido a interdisciplinaridade, característica da pesquisa na sociedade contemporânea, a produção científica está muitas vezes dispersa em publicações de diversos campos e não apenas nas publicações da área.

Por outro lado, o mapeamento da atividade científica é essencial tanto para avaliar a ciência produzida quanto para definir políticas de pesquisa.

Mesmo considerando que a institucionalização da pesquisa desenvolvida em organização da informação e do conhecimento ocorre nos programas de pós-graduação em Ciência da Informação; e que a divulgação desta produção está em revistas científicas e eventos da área, pode-se afirmar que existe uma lacuna na sistematização da organização desta produção, o que dificulta a recuperação da informação, a identificação do estado da arte da pesquisa, e das tendências da área para subsidiar políticas de incentivo e fomento. Este projeto pretende portanto, colaborar para preencher esta lacuna.

Alguns fatores são esperados como limitações desta pesquisa: o primeiro refere-se à incerteza quanto à situação da publicação da pesquisa brasileira em periódicos internacionais, além da dificuldade de abordar temas que podem estar inseridos em áreas interdisciplinares, o

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para a realização de análises bibliométricas de cunho temático. Será importante, ainda, considerar a questão do idioma português não ser predominante na pesquisa internacional, o que demandará intenso trabalho de desenvolvimento de estratégias de busca, bem como será necessária a reformatação e padronização de dados recuperados.

O terceiro problema diz respeito à representação documentária, principalmente quanto à indexação, que enfrenta dificuldades metodológicas quando realizada em bases de dados que não utilizam um vocabulário controlado. São comumente encontradas inconsistências, provocadas pela falta de critérios de nivelamento do tratamento da informação ou pela indexação realizada através das palavras-chaves dos artigos.

No entanto, é comum, em estudos de mapeamento como este, utilizar repositórios de informação já organizados e armazenados em sistemas de informação, como as bases de dados bibliográficas, pois apesar das limitações que exigem reformatações, já oferecem as informações com algum tipo de sistematização.

A utilização de uma base como a Web of Science, o antigo ISI, apresenta a dificuldade técnica de que ela exclui boa parte da produção científica dos países em desenvolvimento. Como afirmam Rowlands e Olivieri (2007), as ferramentas que permitem analisar a

performance de publicações científicas, e consequentemente a produção na área, são

importantes, mas têm limitações devido à pequena quantidade de títulos de países emergentes nelas indexadas.

No entanto, a concorrência oferecida a Web of Science, com o surgimento da base SciVerse Scopus, que foi criada mais recentemente, tem aumentado o número de periódicos brasileiros indexados em ambas as bases. Para Meneghini (2009), o crescimento da produção científica brasileira ocorrida entre 2007 e 2008 foi devido ao incremento de revistas brasileiras na Web of Science, que passou de 26 títulos em 2006 para 63 em 2007, e 103 títulos em 2008. Em 2011 são 132 títulos brasileiros em diversas áreas, na Web of Science e 4 títulos entre 407 na base LISA, esta última, uma base especializada na área da Ciência da Informação.

Outra questão que pode ser abordada relaciona-se à interdisciplinaridade crescente dos campos científicos, o que torna mais complexas as tarefas de organizar informações, e impõe a necessidade de encontrar formas eficientes de acompanhar a dinâmica da produção de conhecimentos.

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Um problema que afeta as operações de busca de informação nas bases de dados refere-se aos índices de assunto. Nem todas as bases utilizam linguagens documentárias. Mesmo quando são usadas, muitas vezes não são atualizadas de forma a atender às demandas de informação. Desse modo, para conhecer o que é produzido, será necessário estabelecer procedimentos complexos de prospecção de dados.

3) Objetivos

Objetivos gerais

 Identificar a pesquisa brasileira em Organização da informação e do conhecimento indexada em bases de dados internacionais.

 Conhecer o grau de internacionalização da produção brasileira sobre o tema nas bases pesquisadas.

Objetivos específicos

 Realizar mapeamento temático da produção científica brasileira nas bases pesquisadas em Organização da informação e do conhecimento.

 Obter indicadores temáticos da produção científica brasileira na área em bases de dados internacionais.

 Obter indicadores sobre a internacionalização da pesquisa brasileira sobre o tema.

 Identificar tendências de pesquisa em Organização da informação e do conhecimento em nível nacional e internacional para estudos posteriores.

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4) Sobre Organização da informação e do conhecimento

A Organização da informação e do conhecimento consiste, em uma primeira análise, na manipulação da informação e sua transformação em novas formas ou versões, caracterizadas como substitutos de documentos originais, visando à disponibilização para acesso e uso.

Svenonius (2001) afirma que um sistema de organização da informação, para ser efetivo precisa estar baseado em fundamentos intelectuais. Os processos de Organização do Conhecimento e da Informação devem estar formalizados no que concerne às conceituações linguísticas e aos modelos de relações entre atributos e entidades. É, portanto, necessário analisar a organização da informação dentro de um quadro teórico definido a partir de uma análise histórica, filosófica e científica. De fato, a área envolve muitos princípios e métodos em todas as fases do tratamento da informação: na catalogação, na classificação, na indexação e na recuperação.

A organização do conhecimento percorreu diversos caminhos desde sua constituição; a teoria mudou da instância epistêmica do pragmatismo (baseada na observação da construção das ferramentas de recuperação) para o empirismo (baseada nos resultados das pesquisas empíricas). No século XIX, por exemplo, Panizzi (1841), Cutter (1876), Dewey (1876) desenvolveram ferramentas pragmáticas como os catálogos e classificações, explicando os princípios pelos quais estas ferramentas foram construídas (SMIRAGLIA, 2002).

A Organização da informação e do conhecimento refere-se, atualmente, à prática inserida no domínio da Ciência da Informação, que prevê a construção de ferramentas de armazenamento e recuperação de entidades documentárias, como os catálogos, os índices ou as bases de dados, desenvolvidos para a rápida manipulação e recuperação de grandes coleções de registros de documentos. O formato dessas ferramentas depende das áreas de conhecimento, de sua estrutura e tipologia, bem como da antecipação de usos.

Neste sentido, pode-se afirmar que as ferramentas de organização do conhecimento têm sido construídas de acordo com a perspectiva pragmática. Durante o século XX, ocorreu a compilação dos códigos e regras que governam tanto a construção dos substitutos de documentos, como os registros bibliográficos e outras ferramentas de recuperação. A partir da segunda metade do século XX, foram desenvolvidos os princípios de construção de catálogos apropriados para os sistemas de recuperação da informação online.

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A pesquisa na área hoje, volta-se, predominantemente, para o aprimoramento da compreensão de dados empíricos, e desenvolvimento de teorias formais de organização do conhecimento (SMIRAGLIA, 2002).

Segundo Broughton (2008), Bliss foi um dos primeiros a insistir no desenvolvimento de uma base filosófica para a classificação bibliográfica, que considerava uma disciplina à parte, tendo sido também o primeiro a usar o termo organization of knowlegde, atualmente muito usado no campo da organização e recuperação da informação. Ele acreditava em uma base lógica e intelectual na ordenação das coisas que não conflitava com a visão empírica e bibliográfica do conhecimento. Defendia a ordem natural, a essência que poderia ser descoberta por meios filosóficos e científicos. Segundo Broughton (2008), Bliss foi um teórico que colocou a classificação no contexto social. Apresentou sua crítica aos sistemas como a CDD, que serviu de base para a teoria de Ranganathan. Ainda segundo a autora, Bliss considerava que todas as classificações correspondiam à verdade relativa a determinados pontos de vista, concepções, interesses ou propostas, pois classificação é relativa em todos os sentidos.

Ranganathan, também na década de 30, propôs sua teoria de organização do conhecimento, quando das edições da Colon Classification e do Classified Catalogue Code. A gênese de sua obra, segundo o próprio autor, está fundamentada em um senso de revolta que nasceu por ocasião de seu curso na School of Librarianship na University College of

London entre 1924 e 1925. As técnicas, segundo o autor, eram consideradas por si só, sem

questionar o quê, o porquê e o como. As regras não eram apresentadas como um sistema, soluções alternativas não eram apresentadas, nem comparados méritos relativos. Porém, ele acreditava na necessidade de uma teoria por trás da prática (RANGANATHAN, 1964).

Nesse sentido, o autor acreditava ser necessário reorganizar os acervos para promover o acesso aberto, introduzindo mudanças na classificação, na catalogação, no serviço de referência e nas práticas administrativas. Por isso, as propostas de Ranganathan e de seu predecessor Henry Bliss, vêm sendo retomados pelos pesquisadores da área de Organização da informação e do conhecimento, com destaque para os pesquisadores ligados à ISKO (International Society of Knowledge Organization).

A partir da década de 70, tiveram início os procedimentos para medir a eficácia dos aparatos bibliográficos.

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O Congresso da ISKO-Espanha, de 2007, elaborou o Manifesto de León, que discute a tendência atual da crescente interdisciplinaridade dos campos científicos e a necessidade de novos sistemas de organização do conhecimento que substituam os princípios norteadores dos tradicionais sistemas baseados em disciplinas por novos princípios.

Assim, as unidades básicas destes sistemas devem ser os fenômenos do mundo real como está representado no conhecimento humano e os novos sistemas devem permitir que os usuários movam-se de uma perspectiva ou ponto-de-vista para outro, refletindo a natureza multidimensional do pensamento complexo. As conexões entre os fenômenos, as relações entre eles, as teorias que as estudam e os métodos de estudo podem ser expressas e geridas por técnicas analítico-sintéticas já desenvolvidas nas classificações facetadas (CONFERENCE OF ISKO SPAIN CHAPTER, 2007).

A tendência da era digital é potencializar o contexto acima citado, devido aos mecanismos disponíveis e a quantidade de dados a serem organizados.

5) Sobre as bases de dados internacionais

5.1) SciVerse Scopus – lançada em novembro de 2004, é a maior base de dados de resumos e citações, contendo tanto artigos de periódicos com peer-review como documentos de qualidade da web. Indexa mais de 18 mil títulos de 5.000 publicadores. Destes títulos 1.200 são de acesso aberto e 350 de série monográficas. São 3,7 milhões de trabalhos de eventos em proceedings e periódicos. Totaliza 42,5 milhões de registros sendo 20,5 milhões retrospectivos de 1996 e chegando até 1823. Também inclui 359 milhões de páginas científicas da Web indexadas na base Scirus e 24 milhões de registros de patentes.

Oferece aos pesquisadores recursos informacionais cientifícos, técnicos, médicos, em ciências sociais e mais recentemente em Artes e Humanidades, este último já conta com 26 títulos de periódicos brasileiros.

Permite acesso para textos completos e outros recursos bibliotecários, interface simples e intuitiva, pesquisa por autor e afiliação, análise de citações, índice H, alertas bibliográficos, RSS e exportação de dados para gerenciadores de referências bibliográficas como RefWorks, EndNote e BibTex, entre outros recursos.

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5.2) Web of Science – base de dados que permite aos pesquisadores, estudantes e gestores acesso rápido à informações de mais de 10 mil periódicos de alto impacto do mundo todo, incluindo periódicos de acesso aberto e mais de 100 mil proceedings de eventos. Contém informação atual e retrospectiva nas áreas de ciências biológicas, ciências exatas e ciências sociais, artes e humanidades disponíveis a partir de 1900. Cobre aproximadamente 256 disciplinas diferentes

Permite através de sua interface, a pesquisa por palavras, títulos, assuntos, autores e afiliações, acesso aos links para texto completo, análise de citações, fator de impacto e exportação para programas gerenciadores de referências bibliográficas. São mais de 36 milhões de registros contidos nas seguintes bases: Science Citation Index Expanded (a partir 1900), Social Science Citation Index (a partir de 1956), Arts & Humanities Citation Index (a partir de 1975), Index Chemicus (a partir de 1993), Current Chemical Reactions (1985).

5.3) LISA – A base Library and Information Science Abstract indexa mais de5400 títulos de períodicos na área de Ciência da Informação de mais de 60 países.

Cobre diversos temas entre eles: gestão de bilbiotecas, catalogação e classificação, bibliotecas e tecnologia, biblioteca digital, recuperação da informação, direitos autorais, mecanismos de busca, taxonomias, ontologias, gestão do conhecimento, educação à distância, desenvolvimento profissionais, web semântica, competência informacional, desenvolvimento profissional, acesso aberto, comunicação científica, preservação digital, inclusão social, e-commerce, e-goverment, liberdade de informação, publicação eletrônica, segurança e inteligência nacional, informação para a saúde do consumidor.

Possui interface amigável e permite pesquisa por diversos campos, e exportação de dados através de arquivos de listas e para gerenciadores de referências bibliográficas.

6) Abordagens metodológicas

A adoção da bibliometria na análise de bases de dados online permite a identificação das tendências de desenvolvimento da sociedade, das disciplinas científicas e das áreas de produção e consumo. Esse tipo de informação nas bases de dados é visível para o pesquisador que consegue "ler nas entrelinhas" da informação eletrônica (WORMELL, 1998).

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Essas experiências permitem transformar as metodologias bibliométricas em instrumentos úteis e viáveis, combinadas com técnicas avançadas de recuperação da informação, promover o uso de bases de dados e redes de informação como instrumentos de análise.

Através da junção dos estudos métricos com os mecanismos de busca online, podem ser traçadas as tendências de desenvolvimento da produção científica. Com a utilização da análise quantitativa, podem, portanto, ser mapeados os novos conhecimentos produzidos em áreas específicas ou identificar unidades de informação de valor no meio eletrônico (WORMELL, 1998).

A bibliometria utiliza métodos estatísticos para análise quantitativa de documentos, livros, revistas, artigos e base de dados, mas, de acordo com Van Raan (2003), os métodos bibliométricos permitem também monitorar e mapear a pesquisa científica, principalmente de áreas interdisciplinares, acrescentando uma característica qualitativa à análise.

Estes métodos possibilitam obter modelos de comportamento de grupos de pesquisas, instituições, países ou disciplinas, permitindo apresentar os resultados dos estudos através de tabelas, gráficos e dados de co-ocorrência de autores, países e revistas. Neste sentido, Mugnaini (2003) lembra dois aspectos importantes: os registros dos documentos indexados dependem do trabalho dos indexadores das bases de dados. Nessa medida, os dados bibliográficos podem requerer tratamento para utilização em análises bibliométricas, pois nem todas as bases de dados são produzidas com a inserção de funcionalidades específicas para tratamento bibliométrico.

Mugnaini (2003) lembra que, do ponto de vista estatístico, a análise de uma base de dados bibliográficos não é nem exaustiva na cobertura da produção científica de uma área do conhecimento, porém também não é aleatória.

Por outro lado, em bases de dados bibliográficas que tendem a se tornar muito grandes, como a Base LISA, a recuperação da informação torna-se mais eficiente quando a política de indexação contempla a especificidade. Isto que faz com que a análise temática tenha uma grande lista de descritores de baixa freqüência, ou seja, alta dispersão. Desta forma, o descarte de dados sem critérios consistentes pode distorcer a análise e uma solução para esta situação consiste na inserção de descrição temática de nível mais genérico (KOBASHI e SANTOS, 2008).

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Os aspectos acima apresentados mostram que será necessário desenvolver procedimentos de prospecção específicos para cada uma das bases de dados que serão pesquisadas.

A princípio, as estratégias de busca terão início com os temas identificados em levantamento preliminar realizado para o projeto “Pesquisa brasileira em organização do conhecimento: indicadores temáticos, de internacionalização e de redes de colaboração (2002-2012)” da Profa. Nair Kobashi, em inglês e português para pesquisa de palavras do título e palavras-chaves no SciVerse-Scopus e Web of Science, que não trabalham com um vocabulário controlado na área de Ciência da Informação.

Na base LISA será realizada pesquisa por palavras do título, palavras-chave e descritores, e para isto a estratégia de pesquisa necessitará da tradução dos termos livres para o tesauro do LISA.

Cada base terá uma estratégia de pesquisa própria que será desenvolvida através de testes levando em consideração as características de cada base. Poderá ocorrer a necessidade de utilização de listas de sinônimos nas estratégias de busca. Essas listas, segundo a Norma ANSI/NISO Z39.19, não podem ser usadas no processo de indexação, mas apenas na recuperação. O uso de sinônimos pretende garantir que o conceito, que pode ser expresso de diferentes formas, possa ser recuperado

O corpus da pesquisa será constituído de 3 subconjuntos de referências bibliográficas de artigos de periódicos internacionais coletadas em cada uma das bases acima referidas, publicadas entre 2002 e 2012.

Estes subconjuntos serão reformatados para constituirem um único corpus padronizado que permitirá a análise temática e de indicadores de forma individual para cada base e em conjunto. Para a reformatação dos dados serão utilizados software específicos. Porém, para a análise temática, devido à dispersão dos termos quando são utilizadas palavra-chaves, termos livres e mesmo descritores, será também necessário traduzi-los para um vocabulário controlado. O Vocabulário a ser utilizado, em princípio, será o Vocabulário USP, desenvolvido nesta Universidade.

Deverão ser inseridos descritores e macrodescritores nos registros para mapeamento diferenciado de termos gerais e específicos. Se os termos não existirem no vocabulário, serão considerados no mapeamento e analisados como sugestão para inserção no Vocabulário USP.

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7) Etapas da pesquisa:

A pesquisa será desenvolvida através das seguintes etapas:

 Etapa 1: Definição dos termos livres, palavras-chaves, descritores, e elaboração de estratégias de busca para cada base de dados.

 Etapa 2: Revisão de literatura sobre a pesquisa em Organização da informação e do conhecimento.

 Etapa 3: Testes e ajustes nas estratégias de busca.

 Etapa 4: Pesquisa, geração e exportação de dados em 3 subconjuntos (um para cada base).

 Etapa 5: Formatação e padronização dos dados bibliográficos (utilização de softwares específicos que serão analisados conforme a necessidade).

 Etapa 6: Formação do corpus através de base de dados ad hoc para trabalho com a indicação da produção brasileira e internacional.

 Etapa 7: Reindexação dos registros utilizando descritores e/ou

macrodescritores do Vocabulário USP e identificação de termos candidatos a descritores.

 Etapa 8: Processamento de dados por softwares específicos.

 Etapa 9 – Análises parciais e conjuntas dos dados.

 Etapa 10 – Publicação dos resultados da pesquisa.

 Etapa 11 – Elaboração de Relatório final de pesquisa.

8) Cronograma (programação trimestral)

Ano 2011 2012 2013

Mês Etapa

Jul/Set Out/Dez Jan/Mar Abr/Jun Jul/Set Out/Dez Jan/Mar Abr/Jun Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 Etapa 6 Etapa 7 Etapa 8 Etapa 9 Etapa 10 Etapa 11

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9) Resultados esperados

 Mapeamento temático da pesquisa brasileira em Organização da informação e do conhecimento publicada em artigos de revistas indexadas em bases de dados internacionais.

 Indicadores temáticos da pesquisa brasileira nessa área nas bases pesquisadas.

 Indicadores temáticos da pesquisa na área em nível internacional nestas bases bibliográficas.

 Identificação do grau de internacionalização da pesquisa brasileira nas bases deste estudo.

 Apresentação das tendências de pesquisa na área de Organização da informação e do conhecimento no Brasil e no mundo para desenvolvimento de projetos futuros.

 Contribuição à política de pesquisa na área através do mapeamento temático e dos indicadores da produção científica.

 Contribuição à terminologia da área com a sugestão de inclusão no Vocabulário USP de termos identificados nesta pesquisa.

10) Referências bibliográficas

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books. New York, The H. W. Wilson Company, 1939.

BROUGHTON, V. Henry Evelyn Bliss – the other inmortal, or a prophet without honour?

Journal of Librarianship and Information Science, v.40, n.1, p.45-58, 2008.

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KOBASHI, N. Y. Pesquisa brasileira em organização do conhecimento: indicadores temáticos, de internacionalização e de redes de colaboração (2002-2012). São Paulo, 2009. (Projeto de pesquisa apresentado ao CNPQ).

KOBASHI, N. Y; SANTOS, R. N. M. dos. Arqueologia do trabalho imaterial: uma aplicação bibliométrica à análise de dissertações e teses. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de

Biblioteconomia e Ciência da Informação, n. esp, p. 106-115, 2008. Disponível em:

http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/1130/868. Acesso em: 17 jun. 2008.

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MENEGHINI, R. O inusitado aumento da produção científica. São Paulo, Jornal da Ciência, maio 2009. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=63368. Acesso em: 6 jan. 2009.

MUGNAINI, R. Indicadores bibliométricos de base de dados Pascal como fonte de

informação da produção científica e tecnológica do Brasil. Campinas: 2003. Dissertação

de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. 134f. Disponível em: http://quoniam.univ-tln.fr/theses/Mugnaini/MUGNAINI_Rogerio.pdf. Acesso em: 8 fev. 2008.

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construction, format, and management of monolingual controlled vocabularies, 2005.

(ANSI/NISO Z39.19-2005.)

RANGANATHAN, S. R. Classified catalogue code: with additional rules for Dictionary Catalogue Code. Bombay, Asia Pubhishing House, 1964. (Ranganathan Series in Library Science).

ROWLANDS, I. OLIVIER, R. Research productivity and the journals system: a study of immunology and microbiology authors. Research Evaluation, v. 16, n.1, p. 23-34, mar, 2007.

SANTOS, C. A. C. M. dos. Convergência temática entre produção científica e política nacional de pesquisa em Saúde Pública: estudo com base em análise de artigos de periódicos indexados. São Paulo, 2010. (Tese de doutorado apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo).

SMIRAGLIA, R. P. The progress of theory in knowledge organization. Library trends, v. 50, n. 3, 2002, p. 330-349.

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VAN RAAN, A. F. J. The use of bibliometric analysis in research performance assessment and monitoring of interdisciplinary scientific developments. Technikfolgenabschatzung:

theorie und praxis, Eggenstein-Leopoldshafen v.12, n.1, p. 20-29, mar. 2003. Disponível

em: http://www.itas.fzk.de/tatup/031/raan03a.htm. Acesso em: 17 jun. 2008.

WORMELL, I. Informetria: explorando bases de dados com instrumento de análise. Ciência

da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, 1998. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ci/v27n2/wormell.pdf. Acesso em: 2 dez. 2005.

11) Produção científica (2010 e 2011)

11.1) Com abordagem temática semelhante a este projeto:

SANTOS, C. A. C. M dos, KOBASHI, N. Y. Análise da convergência temática entre

produção científica e política nacional de pesquisa em Saúde Pública no Brasil. In:

SIMPÓSIO IBEROAMERICANO DE TERMINOLÓGIA RITERM, 12, set. 2010, Buenos Aires.

SANTOS, C. A. C. M, CRESTANA, M. F., KOBASHI, N. Y. Produção científica em tecnologia da informação, comunicação e educação em ciências da saúde. In: Congresso

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Brasileiro de Educação Médica, 46, out. 2010, Goiania. Rev. Bras. Educ. Méd. Rio de Janeiro: ABEM,. v. 34, supl. 1, p. 357, 2010.

KOBASHI, N. Y; SANTOS, C. A. C. M. dos; SANTOS, R. N. M. dos; SANTOS, M. dos. Indicateurs des rapports entre production scientifique et politique nationale de recherche en santé publique au Brésil (2003-2007). (aprovado para apresentação no Colóquio Internacional da Rede MUSSI, Toulose, 15 a 17 junho, 2011).

SANTOS, C. A. C. M. dos; CRESTANA, M. F; TRINDADE, E. Health Technology

Assessment and Health Economics scientific production: some indicators. (poster aprovado para o Htai 2011 HTA for healthy susteinability, Rio de Janeiro, 25 a 29 junho, 2011). SANTOS, R. N. M. dos; SANTOS, C. A. C. M. dos; KOBASHI, N. Y; SANTOS, M. dos. Impacts of national health research policies on Public Health scientific production in Brazil (2003-2007): a couple of indicators. (poster aprovado para o 13th ISSI Conference 2011, Durban, South Africa, 4th-7th July).

11.2) Sobre Organização da informação e do conhecimento

SANTOS, C. A. C. M. dos . Bibliotecário? Precisa? In: I Encontro de Unidades de Informação do SISCEAB, São José dos Campos, set. 2010.

SANTOS, C. A. C. M. dos, SANCHES, F. R., ROSA, J. C. B., CRESTANA, M. F. Biblioteca Universitária 2.0: experiência com blogs e twitter. In: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 16 e Seminário Internacional de Bibliotecas Digitais, 2, out. 2010, Rio de Janeiro. Anais online. , 2010.

LOMBARDI, V. V., ARAGAO, M. S., SANTOS, C. A. C. M. dos CRESTANA, M. F. Ead como ferramenta para acesso à informação biomédica através da pesquisa bibliográfica. In: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 16 e Seminário Internacional de

Bibliotecas Digitais, 2, out. 2010, Rio de Janeiro. Anais online. , 2010.

SANTOS, C. A. C. M dos, DELLA TORRE, S. R. S, MATSUDA, R. K., GUERRA, S. R. Y, MORAES, J. S., LIMA, V. M. A. Sistema de gestão para linguagem documentária:

metadados e rede colaborativa no Vocabulário Controlado do SIBi/USP. In: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 16 e Seminário Internacional de Bibliotecas Digitais, 2, out. 2010, Rio de Janeiro. Anais online. , 2010.

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OLIVEIRA, A. M. de, FERREIRA, H. T, CASIMIRO, V. A, SANTOS, C. A. C. M. dos. Search Engine Optimization - SEO: a contribuição do bibliotecário na otimização de websites para os mecanismos de busca. CRB-8 Digital. , v.4, p.64 - 77, abril 2011.

CRESTANA, M. F; SANTOS, C. A. C. M. dos; TRINDADE, E. Improvements of Information Management in Health Education: a path for evaluation and sustainability of technologies and health practices. (poster aprovado no Htai 2011 HTA for healthy susteinability, Rio de Janeiro, 25 a 29 junho, 2011).

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OLIVEIRA, A. M. de, FERREIRA, H. T, CASIMIRO, V. A, SANTOS, C. A. C. M. dos. Search Engine Optimization - SEO: a contribuição do bibliotecário na otimização de websites para os mecanismos de busca. Perspectivas em Gestão & Conhecimento. , v.1, número

Referências

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