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PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ESTRESSE E FATORES ASSOCIADOS EM MÉDICOS RESIDENTES EM DOIS HOSPITAIS DO ESTADO DE SANTA CATARINA. State of Santa Catarina

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MÉDICOS RESIDENTES EM DOIS HOSPITAIS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Stress Symptom Prevalence and Associated Factors in Medical Residents in 2 hospitals of the State of Santa Catarina

Youssef Elias Ammar1

Daniele Botelho Vinholes2

Viviane Pessi Feldens3

Recebido em: 21 mar. 2014 Aceito em: 10 dez. 2014

RESUMO: O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de sintomas de estresse e fatores associados em médicos residentes de dois hospitais do estado de Santa Catarina. O estudo, de delineamento transversal, teve como população estudada residentes de diversas especialidades dos hospitais Nossa Senhora da Conceição (HNSC) de Tubarão e do Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) de Florianópolis. Foi utilizado o questionário proposto por Lipp, que fez um levantamento dos sintomas percebidos pelos residentes e os enquadrou em fases (I, II e III) do estresse emocional e juntamente foi aplicado o questionário de coleta das variáveis independentes, onde foi verificado gênero e idade. Em um total de 90 residentes que responderam ao questionário, na fase I (alerta) apenas 3 pessoas (3,3%) tiveram sete ou mais sintomas; na fase II (resistência ou luta) 49 (54,4%) pessoas marcaram quatro ou mais sintomas; na fase III (exaustão ou esgotamento) apenas 5 pessoas (5,6%) tiveram nove ou mais sintomas. O sintoma mais prevalente na fase I foi à tensão muscular (56,7%), na fase II foi o cansaço constante (64,4%) e na fase III o cansaço excessivo (67,8%). Concluímos que os serviços de residência médica podem utilizar os dados como informação sobre a saúde mental desses trabalhadores, pois a alta prevalência de alguns sintomas e mais da metade deles terem se encaixados na fase de resistência de estresse pode levar a queda do rendimento e consequente prejuízo aos pacientes.

Palavras-chave: Estresse psicológico. Hospitais. Internato. Residência.

ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the prevalence of stress symptoms and associated factors in residents of two hospitals in the state of Santa Catarina. The studied (cross sectional) population which was analyzed were residents of several

1 Acadêmico do curso de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina. E-mail:

youssef.ammar@hotmail.com.

2 Psicóloga, Doutora em Psicologia. Professora do curso de medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Rua: Guararapes, 70 – Apto 701. CEP: 90690-340. E-mail: viviane.pessi@gmail.com.

3 Nutricionista, Doutora em Epidemiologia. Professora do curso de medicina da Universidade do Sul de Santa

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specialties of the hospitals Nossa Senhora da Conceição (HNSC) at Tubarão and the Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) at Florianopolis. Was used the questionnaire proposed by Lipp, who made a survey of the symptoms noticed by residents that fitted in phases (I, II and III) of the emotional stress and was applied along the questionnaire collection of independent variables, which found gender and age. In a total of 90 residents who answered the questionnaire in Phase I (alert) only 3 people (3.3%) had seven or more symptoms; in phase II (resistance or struggle) 49 (54.4%) people had four or more symptoms, phase III (exhaustion or depletion) only five people (5.6%) had nine or more symptoms. The most prevalent symptoms in Phase I was the muscle tension (56.7%), in Phase II was the constant tiredness (64.4%) and in stage III was excessive tiredness (67.8%). We conclude that the services of residency may use the data as information about the mental health of these workers, since the high prevalence of some symptoms and more than half of them were snapped up in the resistance stage of stress can lead to falling income and consequent injury to patients. Keywords: Stress Psychological. Hospitals. Internship. Residency.

1 INTRODUÇÃO

A residência médica (RM) é o ensino de pós-graduação considerado “padrão-ouro” para a especialização dos médicos. É um período extremamente estressante que muitos médicos acabam passando e é caracterizado por constante pressão que leva esses profissionais a apresentarem muito cansaço e medo de cometer erros1. No Brasil, a RM iniciou na década de 40, onde o primeiro programa foi implantado em 1944/45 na especialidade de Ortopedia do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo2.

Mesmo que a RM seja uma eficiente maneira de capacitação profissional ela vem sofrendo, nas últimas décadas, diversas críticas de diversos países como Estados Unidos da América, Canadá, Austrália e Inglaterra, principalmente devido à sobrecarga assistencial, excessiva carga de trabalho e privação do sono3.

Este período de desenvolvimento tanto pessoal como profissional deixa marcas nos residentes por diversos fatores estressores: jornadas de trabalho extremamente longas, tempo reduzido de descanso, privação do sono, constante cobrança de preceptores e pacientes, responsabilidade profissional aumentada e tempo para amigos, família, lazer muito escassos1, 4, 5.

Sobre o médico residente incide a responsabilidade que antes era carregada apenas sobre o médico assistente e, juntamente, ele tem consciência que este período é de aprendizado para sua futura especialidade, sendo assim uma situação ambígua que o residente deve aprender a lidar ao longo de sua formação. Ainda, mudam outros pontos importantes na

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vida deste profissional, como a emancipação em relação aos pais, independência financeira e por vezes, vínculos afetivos significativos (noivado, casamento e paternidade)6.

Quando ocorrem nos residentes distúrbios cognitivos episódicos, sentimentos crônicos de raiva, discórdia conjugal e familiar, presença de episódios de depressão maior, ideação suicida ou abuso de substâncias podemos definir este distúrbio como Síndrome de Estresse do Médico Residente. Esta síndrome possui fatores que ligados como: privação do sono, carga excessiva de trabalho, mudança no grau de responsabilidade no cuidado aos pacientes, mudanças frequentes nas condições de trabalho e presença de competição entre os colegas7.

Apesar de muitos estudos a respeito do estresse no Brasil, pouco se sabe sobe sua repercussão quanto ao caráter psicológico do médico residente. Os estudos encontrados pouco avaliam os sintomas de estresse conforme suas fases (alerta, resistência e exaustão), assim dificultando muito a análise e comparação dos dados e com isso limitando este estudo.

O presente estudo teve por objetivo avaliar a prevalência de sintomas de estresse e fatores associados em médicos residentes dos hospitais relacionados ao estudo, tendo assim uma relativa dimensão dos problemas que esse estresse pode acarretar no dia-a-dia da vida desses profissionais.

2 MÉTODOS

Estudo de delineamento transversal, tendo como população estudada médicos residentes dos hospitais Nossa Senhora da Conceição (HNSC), de Tubarão – SC e do Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) de Florianópolis – SC, através de amostragem não probabilística, formada por conveniência. No HNSC foi utilizada uma amostra de 27 médicos residentes e no HGCR uma amostra de 87 médicos residentes, totalizando 114.Sendo assim foram utilizados na amostra todos os médicos residentes de diversas especialidades dos dois hospitais escolhidos. As especialidades em que se encontravam os residentes eram: Clínica médica, cirurgia geral, anestesiologia, radiologia, neurologia, neurocirurgia, oftalmologia, ortopedia e traumatologia, hematologia, medicina intensiva e urologia.

A coleta de dados foi realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2011 nos hospitais Nossa Senhora da Conceição e Governador Celso Ramos nas cidades de Tubarão e Florianópolis, respectivamente. Foi utilizado o questionário, autoaplicável, proposto por Lipp8

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e validado para o português, o qual fez um levantamento dos sintomas percebidos pelo médico residente e os enquadrou em fases (I, II e III) do estresse emocional. O questionário abrange sintomas físicos e psicológicos nas três fases. Na fase I (alerta) verifica sintomas ocorridos nas últimas 24 horas e possui 15 itens, principalmente de caráter orgânico. Os sintomas referidos na fase II (resistência ou luta) correspondem aos experimentados no último mês e também consta de 15 itens. Na fase III (exaustão ou esgotamento) os sintomas são obtidos nos últimos três meses e constam de 22 itens. Para serem identificadas as fases são necessários pelo menos sete itens na fase I, quatro itens para a fase II e nove itens para a fase III. As variáveis do estudo são a presença e fase dos sintomas de estresse, definidos pelo Inventário para Sintomas de Stress (ISS), proposto por Lipp e junto foi aplicado o questionário de coleta das variáveis independentes, onde foi verificado gênero (masculino ou feminino) e idade (em anos), as quais foram coletadas através de um questionário de identificação anônima.

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL e do HGCR, e após aprovação do mesmo sob os códigos 11.311.4.01. III e 2011/0058, respectivamente, a coleta foi efetuada. Cada residente que participou do estudo assinou um termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de responder ao questionário. Assim, ficaram cientes de que seus dados serão mantidos sob sigilo.

Os dados obtidos foram digitados utilizando o programa Epinfo 3.5.2. e posteriormente, foram analisados com o programa SPSS 20.0. Foi realizada uma análise descritiva das variáveis e suas associações dependentes e independentes através do qui-quadrado, teste T ou teste de tendência linear quando indicado. Nível de significância usado foi de 95%.

3 RESULTADOS

Em um total de 114 médicos residentes dos hospitais pesquisados, 24 residentes não responderam o questionário devido não terem sido encontrados (depois de 3 tentativas) ou recusando-se explicitamente responder e 90 residentes responderam o questionário, sendo que 62 (68,9%) do sexo masculino e 28 (31,1%) do sexo feminino. A idade mínima e máxima foi de 24 anos e 47 anos, respectivamente. Com uma média de 28,12 anos e um desvio padrão de 3,36.

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Na fase I (alerta) do Teste de Lipp apenas 3 pessoas (3,3%) tiveram sete ou mais sintomas. Na fase II (resistência ou luta) 49 pessoas marcaram quatro ou mais sintomas, sendo 54,4% dos residentes que participaram da pesquisa. Ainda, na fase III (exaustão ou esgotamento) apenas 5 pessoas (5,6%) tiveram nove ou mais sintomas.

Em relação a variável sexo com cada uma das fases, na fase I não houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos (p = 0,17). Na fase II, apresenta-se uma tendência a ter mais homens com sintomas de estresse em relação às mulheres (p = 0,09). E na fase III, também não existe diferença estatisticamente significativa (p = 0,65).

De acordo com a análise feita entre fases e idade, tanto na fase I como nas fases II e III não pode ser observado associação estatisticamente significante entre essas variáveis.

Analisando-se a tabela 1 podemos perceber que o sintoma mais prevalente na fase I entre os médicos residentes foi à tensão muscular que pode ser observada em 51 dos entrevistados (56,7%), já a hipertensão súbita e passageira não foi queixa de nenhum residente.

Tabela 1: Prevalência de sintomas na fase I do estresse emocional.

Fase I % Residentes

Mãos e/ou pés frios 3,3

Boca Seca 13,3

Nó ou dor no estômago 15,6 Aumento de sudorese 6,7

Tensão muscular 56,7

Aperto na mandíbula/ranger de dente 30 Diarreia passageira 6,7 Insônia, dificuldade de dormir 27,8

Taquicardia 32,2

Hipertensão súbita e passageira 0 Respiração ofegante, entrecortada 7,8 Mudança de apetite 32,2 Aumento súbito de motivação 16,7

Entusiasmo súbito 22,2

Vontade súbita de novos projetos 21,1

Fonte: Dados da pesquisa.

Segundo a tabela 2, que avalia os sintomas da fase II, merecem destaque problemas com a memória, esquecimento (54,4%; 49 residentes), sensação de desgaste físico constante (55,6%; 50 residentes); cansaço constante (64,4%; 58 residentes) e irritabilidade excessiva (52,2%; 47 residentes). Ainda, tem-se como sintoma menos prevalente na fase II, formigamento em extremidades (2,2%, 2 residentes).

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Fase II % Residentes

Problemas com a memória, esquecimento 54,5 Mal-estar generalizado, sem causa 21,1 Formigamento extremidades(pés/mãos) 2,2 Sensação desgaste físico constante 55,6

Mudança de apetite 32,2

Surgimento de problemas dermatológicos 14,4 Hipertensão arterial 4,5

Cansaço Constante 64,4

Gastrite prolongada 13,3

Tontura 7,8

Sensibilidade emotiva excessiva 18,9 Dúvidas quanto a si próprio 31,1 Pensamentos sobre um só assunto 21,1 Irritabilidade excessiva 52,2 Diminuição da libido 6,7

Fonte: Dados da pesquisa.

Avaliando a tabela 3 (fase III), os sintomas mais encontrados foram cansaço excessivo (67,8%, 61 residentes) e irritabilidade sem causa aparente (52,2%; 47 residentes). Já os sintomas menos encontrados na fase III foram dificuldades sexuais e úlcera, sendo que ambos não foram assinalados por nenhum médico residente.

Tabela 3: Prevalência de sintomas na fase III do estresse emocional.

Fase III % Residentes

Diarreias frequentes 8,9

Dificuldades Sexuais 0

Formigamento extremidades-mãos/pés 1,1

Insônia 31,1

Tiques nervosos 5,6

Hipertensão arterial confirmada 2,2 Problemas dermatológicos prolongado 10 Mudança extrema de apetite 6,7

Taquicardia 10

Tontura frequente 4,4

Úlcera 0

Impossibilidade de Trabalhar 2,2

Pesadelos 13,5

Sensação incompetência todas áreas 20 Vontade de fugir de tudo 42,2 Apatia, vontade de nada fazer, depressão 25,6

Cansaço excessivo 67,8

Pensamento constante mesmo assunto 21,1 Irritabilidade sem causa aparente 52,2 Angústia ou ansiedade diária 37,8 Hipersensibilidade emotiva 21,1 Perda do senso de humor 26,7

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4 DISCUSSÃO

Os médicos residentes têm muita dificuldade para enfrentar o estresse e as más condições de trabalho que encontram. Alguns estudos mostraram que quase a metade dos residentes tem dificuldades de enfrentamento do estresse emocional, o que leva a consequências ruins para a relação médico-paciente e o desempenho profissional9.

Um estudo com residentes da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM) verificou a idade média de 26 anos10. Outra pesquisa em um

hospital público de Minas Gerais mostrou que a média de idade dos residentes era de 27,26 anos11. Assim, os valores aproximaram-se da média do nosso estudo que é de 28,12 anos.

Dessa forma, os achados mostram que os programas de RM são constituídos de uma população jovem.

Nessa pesquisa 68,9% do sexo masculino e 31,1% eram do sexo feminino. Na maioria dos estudos avaliados verificou-se a prevalência do sexo masculino: 53,90%18; 58%19; 57%12. Sendo assim, os dados estão coerentes com nosso estudo onde prevaleceu o sexo masculino. No entanto, em um estudo mais recente (2011), destacou que 53% das residentes eram mulheres13, o que difere de nossos achados.

Apesar das mulheres médicas constituírem quase a metade do contingente médico, ainda lidam com os preconceitos, obstáculos familiares e sociais ao exercer a profissão, acrescido ao desgaste profissional, a dupla jornada de trabalho e a tendência à desvalorização do trabalho feminino14. Segundo um estudo sobre bem estar de residentes realizado no Canadá, 34% dos residentes consideram sua vida estressante, sendo que as mulheres são mais acometidas que os homens15. Dessa forma, contrariando nosso estudo, onde a variável sexo não teve diferença estatisticamente significativa em relação às fases de estresse.

Sabe-se que as alterações fisiológicas produzidas pelo estresse podem alterar muitas funções vitais, como a respiração e o tônus cardiovascular. Em relação à respiração, na fase I, apenas 7,8% dos médicos residentes referiram respiração ofegante, mostrando assim uma baixa taxa de residentes com esse sintoma. Por sua vez, o sistema cardiovascular participa ativamente das adaptações ao estresse, assim fica sujeito às influências neuro-humorais. Como resposta cardiovascular, temos principalmente o aumento da frequência cardíaca, da contratilidade cardíaca, do débito cardíaco e pressão arterial16. No presente estudo, na fase I,

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ou passageira como sintoma. Na fase II, apenas 4,5% relatou hipertensão arterial. E na fase III, somente 2,2% assinalaram hipertensão confirmada e 10% teve taquicardia. Com isso, temos uma baixa quantidade de residentes com sintomas cardiovasculares.

O estresse provoca tensão física e psicológica, queda da capacidade intelectual, perturbações do sono, levando a fadiga17. Na fase I, 56,7% dos pacientes tiveram tensão muscular e 27,8% tiveram insônia ou dificuldade para dormir. Na fase II, tivemos 54,5% dos médicos residentes com problemas de memória, esquecimento, 55,6% com sensação de desgaste físico constante e 64,4% com cansaço excessivo. Na fase III, obtivemos 13,5% com pesadelos durante o sono e o alto valor de 67,8% dos residentes com cansaço excessivo. Sendo assim, foi avaliada uma grande taxa de médicos residentes possivelmente fatigados que não estão em condições apropriadas para desemprenhar seu trabalho.

Um achado em uma pesquisa mostrou residentes privados de sono lendo registros de eletrocardiograma por trinta minutos e foi encontrado um número duas vezes maior de erros do que em situações sem privação18. Assim, também ficam evidentes as péssimas

consequências do estresse pode trazer para o paciente.

Há um consenso na literatura quando se analisa os efeitos da privação aguda ou crônica de sono sobre o humor na população em geral e em populações médicas. São comuns o aparecimento de hostilidade, angústia, ansiedade, tensão, confusão, fadiga, depressão e um crescente aumento dos sintomas depressivos19. Na fase III, 37,8% relataram angústia ou ansiedade diária e 25,6% apatia, vontade de nada fazer, depressão. Esses sintomas possivelmente podem estar relacionados à privação do sono.

Entre os sinais e sintomas mais frequentes que ocorrem em um organismo estressado podemos encontrar a irritabilidade20. Na fase II 52,2% tiveram irritabilidade excessiva e na III o mesmo valor teve irritabilidade sem causa aparente. Diante desses altos valores, temos um importante sintoma para piorar a relação médico-paciente.

A presente pesquisa detectou os sintomas mais prevalentes e as fases de estresse que se encontram os médicos residentes. Mesmo com a avaliação dos dados obtidos, devido à alta prevalência de alguns sintomas existentes nesses profissionais e mais da metade deles se encaixarem na fase de resistência de estresse, deixa-se registrado as limitações deste estudo pela recusa e dificuldade de contato com esses profissionais, pelo número de residentes da maioria das especialidades não serem significativos para uma comparação entre as mesmas.

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Diante disso, sugere-se mais estudos que aprofundem essas informações.

REFERÊNCIAS

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