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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

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(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ÁREA: CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA

ORIENTADOR: DR. DANIEL C. DE MENDONÇA MÜLLER

SUPERVISOR: MÉD. VET. RENAN MARCEL KRUGER

Júlia Falcão Gasparin

Ijuí, RS, Brasil

2013

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Júlia Falcão Gasparin

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica

Médica de Animais de Companhia apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste

do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como

requisito parcial para obtenção do grau de

Médica Veterinária.

Orientador: Dr. Daniel Curvello de Mendonça Müller

Ijuí, RS, Brasil

2013

(3)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul

Departamento de Estudos Agrários

Curso de Medicina Veterinária

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de

Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

elaborado por

Júlia Falcão Gasparin

como requisito parcial para obtenção do grau de

Médica Veterinária

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________________

Daniel Curvello de Mendonça Müller

(Orientador)

___________________________________________

Luciana Mori Viero

(UNIJUÍ)

(4)

AGRADECIMENTOS

Acima de tudo agradeço a Deus, por guiar meus passos e iluminar o meu caminho, me dando força para seguir em frente durante toda esta jornada.

Em especial, aos meus pais Ilário e Marisa, por nunca medirem esforços para me proporcionar o melhor, e por todo apoio durante essa trajetória. Agradeço pelo exemplo de pai e mãe. Amo muito vocês!

Aos meus irmãos Mateus e Tiago, por estarem sempre presentes e dispostos a ajudar. Amo muito vocês!

Ao meu noivo pela compreensão, amor e carinho.

As minhas amigas Mariane e Beatriz pela amizade e companheirismo em todos esses anos, e pelos momentos únicos que passamos juntas.

Ao meu orientador Daniel Müller, pelos conhecimentos transmitidos durante toda minha jornada acadêmica, em especial na orientação deste estágio os quais foram muito importantes.

A todos os professores que me acompanharam durante minha caminhada acadêmica e contribuíram para a minha formação.

Ao meu supervisor Renan Kruger que esteve sempre disposto a esclarecer dúvidas e passar seu conhecimento durante o período de estágio.

A todos os funcionários do HV-UNIJUI pela recepção e por estarem sempre dispostos a ajudar no que fosse preciso durante o estágio.

Aos meus amigos e colegas que de alguma forma participaram dessa importante etapa da minha vida.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu Muito Obrigado.

(5)

“Um cachorro não precisa de carrões, de casas grandes ou roupas de marca, um graveto está ótimo para ele”. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração para ele e ele lhe dará o dele”.

(6)

RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

EM MEDICINA VETERINÁRIA – ÁREA DE CLÍNICA

MÉDICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA

AUTORA: JÚLIA FALCÃO GASPARIN

ORIENTADOR: DANIEL CURVELLO DE MENDONÇA MÜLLER Data e Local da Defesa: Ijuí, 29 de novembro de 2013.

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica de Animais de Companhia, no Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, sob a supervisão do Médico Veterinário Renan Marcel Kruger e orientação do professor Dr. Daniel Curvello de Mendonça Müller, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013, totalizando 150 horas. Durante o estágio foram acompanhados e realizados atendimentos clínicos, colheita e encaminhamento de amostras de material para exames complementares, cirurgias, aplicação de medicamentos, curativos, cuidados com animais internados dentre outros. Estas atividades estão descritas, com o auxílio de tabelas. Mais detalhadamente será realizada a abordagem de dois casos clínicos acompanhados durante esse período.

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LISTA DE ABREVIATURAS

% – Porcentagem

DTUIF – Doença do trato urinário inferior dos felinos g – Grama

HV – Hospital Veterinário kg – Quilograma

mg/kg – Miligramas por quilograma ºC – Grau Celsius

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais específicos realizados e/ou acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013... 12 Tabela 2 – Diagnósticos estabelecidos durante a realização do Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013... 13 Tabela 3 – Exames complementares solicitados e/ou realizados durante

a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013... 14 Tabela 4 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados e/ou realizados

durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013... 14

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Animal apresentando alopecia do dorso... 17

Figura 2 – Animal exibindo alopecia circunscrita do focinho... 17

Figura 3 – Animal com pododermatite... 17

Figura 4 – Animal com demodicose generalizada... 19

Figura 5 – Animal com alopecia da cabeça, pescoço, membros torácicos e pélvicos, e região ventral... 24

Figura 6 – Animal com a pele hiperpigmentada, edemaciada, crostas, hiperceratose, seborreia... 24

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 12

3 DISCUSSÃO ... 15

3.1 Demodicose em um cão ... 15 3.2 Malasseziose em um cão ... 22

4 CONCLUSÃO ... 28

5 REFERÊNCIAS ... 29

(11)

1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, na área de Clínica Médica de Animais de Companhia, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013, perfazendo um total de 150 horas, sob a supervisão do Médico Veterinário Renan Marcel Kruger e orientação do Prof. Dr. Daniel Curvello de Mendonça Müller.

O Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul foi inaugurado em 05 de abril de 2013 e está localizado na cidade de Ijuí - RS, Brasil, bairro universitário, n° 3000. O hospital oferece atendimento clínico, cirúrgico, serviços de diagnóstico por imagem, laboratório de análises clínicas e de patologia veterinária, oncologia e ortopedia.

O Hospital possui atendimento ao público das 08h00min às 12h00min e das 13h30min as 17h00min, de segunda a sexta-feira, onde as consultas são feitas durante a semana não havendo atendimento em finais de semana e feriados, nem a realização de plantões noturnos.

A equipe de Médicos Veterinários da clínica médica é composta por dois profissionais. Já a infraestrutura do hospital para atendimento de pequenos animais conta com uma recepção, sala de espera e secretaria, três ambulatórios para atendimentos de rotina, um ambulatório para serviço oncológico, uma sala para ultrassom, uma sala para raios-X, um laboratório de análises clínicas e parasitologia, uma farmácia veterinária para fornecimento de medicamentos e mateiras de uso hospitalar e um laboratório de patologia. Além disso, possui bloco cirúrgico, sala de tricotomia, internação que é composta por um gatil e canil, UTI, isolamento pra animais portadores de doenças infectocontagiosas e um ambulatório onde são realizados os procedimentos dos animais internados.

A escolha do Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul para a realização do estágio foi pela possibilidade de acompanhar profissionais capacitados e competentes, e por apresentar uma infraestrutura adequada, possibilitando um melhor aprendizado e qualificação profissional. Este estágio teve como objetivo por em prática os conhecimentos

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adquiridos durante a graduação, bem como obter novos conhecimentos em relação a conduta medica frente aos casos clínicos, permitindo assim uma maior capacitação para atuar no mercado de trabalho.

(13)

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As principais atividades desenvolvida e/ou acompanhada durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul foram fundamentalmente atendimentos clínicos. Onde eram realizados acompanhamentos e auxilio nas consultas, na colheita de material para exames laboratoriais, no setor de diagnóstico por imagem, aplicação de medicamento, procedimentos ambulatoriais, cirurgias e o cuidado com animais internados. Os atendimentos clínicos, procedimentos ambulatoriais, exames complementares e cirurgias acompanhadas durante este período estão expostos abaixo na forma de tabelas.

Tabela 1 – Procedimentos ambulatoriais específicos realizados e/ou acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013.

Procedimento Cães Gatos Total %

Colheita de sangue 20 3 23 38,35

Cateterização uretral 2 2 4 6,66

Colheita de sangue para transfusão 1 1 2 3,34

Confecção canaleta de alumínio 1 0 1 1,66

Curativos 5 0 5 8,34

Exame com lâmpada de Wood 0 1 1 1,66

Remoção de sutura 3 1 4 6,66

Curva glicêmica 1 0 1 1,66

Transfusão sanguínea 1 1 2 3,34

Fluidoterapia subcutânea 15 2 17 28,33

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Tabela 2 – Diagnósticos estabelecidos durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013.

Diagnóstico Cães Gatos Aves Total %

Acidente com porco espinho 1 0 0 1 1,85

Botulismo* 1 0 0 1 1,85 Cardiomiopatia dilatada 2 0 0 2 3,71 Ceratite lipídica 1 0 0 1 1,85 Ceratoacantoma 1 0 0 1 1,85 Cinomose 1 0 0 1 1,85 Desvio portossistemico 1 0 0 1 1,85 Demodicose 1 0 0 1 1,85 Dermatite superficial 1 0 0 1 1,85 Distócia 1 0 0 1 1,85 DTUIF 0 2 0 2 3,71

Ferida por deiscência de ponto 1 0 0 1 1,85

Ferida por mordedura 1 0 0 1 1,85

Ferida por mordedura com

rompimento do esôfago 0 0 1 1 1,85 Fibrossarcoma vacinal 0 1 0 1 1,85 Fratura de fíbula 1 0 0 1 1,85 Fratura de costela 1 0 0 1 1,85 Fratura de úmero 2 0 0 2 3,71 Fratura de pelve 1 0 0 1 1,85 Fratura de tíbia 1 0 0 1 1,85 Gastroenterite 1 0 0 1 1,85 Hepatopatia 0 1 0 1 1,85

Insuficiência renal aguda 1 2 0 3 5,57

Insuficiência renal crônica 1 0 0 1 1,85

Luxação de patela 2 0 0 2 3,71

Malasseziose 1 0 0 1 1,85

Mamite 1 0 0 1 1,85

Massa cavidade oral 1 0 0 1 1,85

Neoplasia mamaria 3 1 0 4 7,4

Obstrução uretral 0 2 0 2 3,71

Ulcera de córnea 3 1 0 4 7,4

Parvovirose 1 0 0 1 1,85

Perfuração globo ocular 1 0 0 1 1,85

Periodontite 1 0 0 1 1,85 Piodermite 3 0 0 3 5,57 Piometrite 2 0 0 2 3,71 Pneumotórax traumático 1 0 0 1 1,85 Sarna sarcóptica 1 0 0 1 1,85 Total 43 10 1 54 100

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Tabela 3 – Exames complementares solicitados e/ou realizados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013.

Exame Cães Gatos Total %

Alanina aminotransferase 40 5 45 13,28 Citologia de ouvido 3 0 3 0,89 Citologia de pele 10 0 10 2,96 Colesterol 3 0 3 0,89 Creatinina 30 6 36 10,61 Fosfatase alcalina 60 4 64 18,88 Glicose 4 0 4 1,18 Hemograma 90 7 97 28,61 Lípase 2 0 2 0,59 Micológico de pele 1 1 2 0,59 Parasitológico de pele 5 0 5 1,47 Radiografia 12 0 12 3,54 Teste fluoresceína 3 1 4 1,18 Tiroxina 2 0 2 0,59 Tricrograma 1 0 1 0,27 Triglicerídeos 2 0 2 0,59 Ultrassonografia 3 0 3 0,89 Uréia 30 4 34 10,03 Urinálise 10 0 10 2,96 Total 311 28 339 100

Tabela 4 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados e/ou realizados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia no HV-UNIJUÍ, no período de 21 de agosto a 18 de outubro de 2013.

Cirurgias Cães Gatos Total %

Cesariana 1 0 1 11,11

Enucleação 1 0 1 11,11

Exérese massa da cavidade oral 1 0 1 11,11

Ovariosalpingohisterectomia eletiva 3 0 3 33,34

Ovariosalpingohisterectomia terapêutica 2 0 2 22,22

Tartarectomia 1 0 1 11,11

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3 DISCUSSÃO

3.1 Demodicose em um cão

A Demodicose canina também conhecida como sarna folicular, sarna vermelha, ou lepra canina, é uma dermatopatia parasitária que acomete cães, não sendo constatada predileção por raça, sexo ou idade, apesar de que em filhotes é observado de forma mais severa e com maior frequência (BICHARD & SHERDING, 2003).

É um processo inflamatório da pele caracterizado pela presença do ácaro

Demodex canis que normalmente habita o folículo piloso de cães (ETTINGER &

FELDMAN, 2004). Este ácaro é considerado como parte da fauna natural da pele, porém em número reduzido em cães saudáveis (WILKINSON & HARVEY, 1996).

O Demodex canis pertence ao filo Arthropoda, subfilo Chelicerata, classe Arachnida, subclasse Acari, ordem Acarina, subordem Trombidiforme, família Demodecidae (SANTAREM, 2008). Apresentam pés articulados e exoesqueleto, possuem o corpo do tipo vermiforme, dividido em duas partes: gnatosomo, que contém as peças bucais, na falsa cabeça e idiosomo, que compreende o restante do animal, onde as patas estão inseridas, o que o diferencia dos demais gêneros de ácaros (GREINER, 1999). Segundo Scott et. al (1996) quatro estágios do Demodex canis podem ser encontrados em raspados de pele dentre eles, ovos fusiformes, larvas com três pares de patas, que mudam para forma de ninfas com quatro pares de patas e em seguida para forma adulta.

Muller & Kirk (1985) descrevem que o contágio ocorre por contato íntimo da cadela com os neonatos como no aleitamento, durante os três primeiros dias de vida do filhote. Onde o ácaro pode ser encontrado nos folículos pilosos de filhotes com apenas 16 horas do nascimento, principalmente na região do focinho, evidenciando o contágio por contato direto durante a amamentação.

Contudo devido a fatores genéticos e, distúrbios imunológicos, o número de ácaros pode aumentar drasticamente levando assim ao desenvolvimento da doença (ETTINGER & FELDMAN, 2004). Quando ocorrem quadros de imunodeficiência do

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animal por motivos variados, e consequentemente uma falha nos mecanismos de defesa próprios da derme, a pele do cão torna-se um ambiente favorável à proliferação e crescimento do ácaro Demodex canis. Os parasitas oportunamente aproveitam essa situação para colonizar os folículos pilosos, elevando sua população a milhares de ácaros (MULLER & KIRK, 1985).

Em virtude de ser uma das dermatopatias mais comumente encontradas na clínica veterinária, o presente trabalho tem por objetivo descrever um caso clínico de demodicose em um canino, enfatizando principalmente os sinais clínicos apresentados pelo animal bem como os métodos de diagnóstico e a terapia instituída.

Foi atendido no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, um canino, macho, da raça Yorkshire Terrier, castrado, com dois anos de idade, pesando 2,9 kg, apresentando lesões cutâneas e prurido intenso. Segundo relato do proprietário, com aproximadamente 8 meses de idade o animal começou a apresentar lesões alopécicas no dorso e orelhas, logo após prurido, e que o pai e os irmãos do animal possuíam lesões semelhantes. Descreveu também que anteriormente já haviam sido realizados diversos tratamentos com a utilização de corticosteróide, antifúngico, antibiótico e banhos, porém todos sem sucesso. Ao exame clínico, o paciente apresentava estado nutricional bom, hidratado, tempo de perfusão capilar de um segundo e mucosas rosadas. A temperatura retal era de 39,4ºC e os sinais vitais estavam dentro dos parâmetros fisiológicos. Ao exame dermatológico foi observado alopecia bilateral simétrica do tronco (figura 1), orelhas, focinho (figura 2), crostas, pústulas hemorrágicas, eritema, placas, hiperpigmentação, caspa, descamação, hiperceratose, unhas quebradiças e coxins plantares edemaciados e com crostas (figura 3).

(18)

Figura 1 – Animal apresentando alopecia do dorso

Figura 2 – Animal exibindo alopecia circunscrita do focinho

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Logo após foi solicitado exames complementares, efetuando-se coleta de sangue para hemograma para verificação do estado geral do animal. A sorologia para leishmaniose também foi solicitada pelos sinais clínicos apresentados e pelo animal vir de uma área endêmica da doença. Também foi realizado raspado de pele profundo para exame parasitológico de pele.

Nos exames de sangue foram encontradas alterações compatíveis com de estresse devido o animal ser muito agitado, e no teste sorológico para leishmaniose obteve-se o resultado para não reagente. No exame parasitológico de pele foi possível observar a presença de grande quantidade e de diversos estágios dos ácaros de Demodex canis, culminando assim o diagnóstico de Demodicose.

Após o estabelecimento do diagnóstico, o tratamento instituído foi a aplicação de 0,6 mg/kg de Moxidectina por via subcutânea duas vezes na semana por um período de 60 dias mais a utilização de enrofloxacina 5 mg/kg devido a piodermite que o animal apresentava. Também foi prescrita a utilização tópica de um composto spot a base de ceramidas e ácidos graxos (Alerderme®1), 1 ampola entre as escápulas e ao logo do dorso uma vez por semana durante um mês, e manutenção dos banhos semanais com shampoo de clorexidine 2% e miconazol que já vinha sendo utilizado pelo proprietário.

Os sinais clínicos associados a esta doença são muito variáveis os quais compreendem perda de pêlo, eritema da pele e recidivas de infecções cutâneas bacterianas. As lesões mais indicativas são: alopecia facial, descamação eritematosa focal ou multifocal, comedões, pododermatite, blefarite, foliculite e furunculose (GREINER, 1999; DeMANUELLE, 2004).

Todavia a demodicidose pode ser classificada em duas formas de apresentação clínica. A juvenil que se desenvolve em cães jovens com suscetibilidade genética e, a adulta, que é resultado de quadros de imunossupressão. E complementarmente ainda é classificada como localizada e generalizada. Na forma localizada apresenta uma a cinco áreas de alopecia, com graus variados de eritema, hiperpigmentação e descamação, mais comumente encontradas na região da face, mas podem ser encontradas por todo o corpo. A doença é considerada generalizada se duas ou mais patas forem acometidas, se mais de cinco áreas circulares de alopecia forem observadas ou se todo o corpo for

1

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acometido (MEDLEAU; HNILICA, 2003; CAMPBELL, 2004; DeMANUELLE, 2004; WHITE, 2004).

Baseado nisso, podemos dizer que o animal relatado apresentou a forma de demodicose generalizada de inicio juvenil, pois o proprietário relatou que os sinais clínicos começaram a aparecer a partir dos oito meses de idade e ao exame dermatológico evidenciaram-se mais de cinco áreas de lesões, distribuídas por diversas regiões do corpo (Figura 4).

Figura 4 – Animal com demodicose generalizada

A demodicose localizada ocorre principalmente em cães com menos de um ano de idade, sem predileção de raça ou sexo. As lesões se apresentam comumente na cabeça e nas extremidades dos membros.

Alopecia é o achado mais compatível, com graus variados de eritema, descamação, hiperpigmentação, formação de comedões e piodermite. Onde em média de 10% dos casos da forma localizada evoluem para generalizada (MUNDELL, 2003).

A demodicose generalizada pode ser tanto juvenil quanto adulta. Esta forma é considerada de difícil controle e tratamento. Os sinais são semelhantes à localizada, diferindo quanto aos fatores de risco e ao seu prognóstico. Se o inicio ocorre em adultos, o prognóstico será mais reservado, devido à probabilidade das condições predisponentes serem graves. Em cães com menos de um ano de idade, o

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prognóstico será considerado mais favorável, pois pode ocorrer cura espontânea (MUNDELL, 2003; DeMANUELLE, 2004).

O diagnóstico deve ser realizado através do exame parasitológico de pele, por raspado cutâneo profundo das áreas de transição entre pele saudável e as com lesões, abrangendo no mínimo três a seis regiões diferentes. A pele deve ser raspada na direção dos pêlos, até que se observe sangramento capilar, sendo recomendável comprimir a pele durante a raspagem, para que ocorra a expulsão dos ácaros dos folículos pilosos. É considerado um método de diagnóstico de fácil execução, alta sensibilidade e baixo custo (SILVA et al., 2008). O diagnóstico é confirmado quando são encontrados no exame parasitológico grande número de ácaros adultos ou aumento da proporção entre formas imaturas e adultas (SCOTT et al.,1996).

Segundo Bichard & Sherding (2003), devemos recorrer à realização de biópsia cutânea quando suspeitarmos de demodicose, e não conseguirmos dar o diagnóstico definitivo através dos exames de raspados cutâneos rotineiros. Esse fato ocorre freqüentemente quando a doença apresenta-se na forma crônica, onde o tecido cicatricial impede um raspado apropriado.

Já os diagnósticos diferenciais para demodicose são piodermatite superficial e profunda, dermatofitoses, infecções micóticas profundas, e infecções micobacterianas atípicas (WILKINSON & HARVEY, 1996).

A efetividade do tratamento da sarna demodécia esta relacionada com a localização dos ácaros, controle de imunossupressão e com o tratamento das piodermatites secundárias (SANTOS et. al, 2012).

A forma localizada da doença é considerada benigna e não requer tratamento, visto que cerca de 80% desses cães controlam espontaneamente sua própria população de ácaros, dentro de dois a três meses. Acredita-se que seja uma disfunção especifica de linfócitos T (DeMANUELLE, 2004; WHITE, 2004).

Entretanto na forma generalizada a maioria dos tratamentos requer meses de tratamento intensivo, e consiste na identificação e correção de possíveis doenças basais que permitem a proliferação dos ácaros, bem como terapias acaricidas especificas e tratamento de infecções bacterianas secundárias (ETTINGER & FELDMAN, 2004).

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A castração dos cães com demodicose, principalmente das fêmeas, é uma medida auxiliar importante no tratamento, devido ao cio ou a gestação serem fatores que podem predispor a reincidência (MEDLEAU; HNILICA, 2003).

O uso de amitraz tópico é o tratamento mais indicado e especificado em diversas literaturas, entretanto, nem sempre é efetivo e bem tolerado. Como alternativas terapêuticas às situações de insucesso no tratamento com o amitraz, novas drogas têm sido preconizadas para a terapia da demodicose (SILVA et. al, 2008).

Atualmente, o tratamento mais utilizado para essa dermatopatia parasitária tem sido através do emprego do grupo das drogas denominadas lactonas macrocíclicas, que se dividem em milbemicinas como milbemicina oxima e moxidectina, e em avermectinas como ivermectina, doramectina e abamectina (SANTOS et al., 2012).

No caso relatado o tratamento instituído obteve resultados satisfatórios no tratamento da demodicose, onde após vinte e um dias de tratamento já era possível observar uma melhora no quadro clínico do animal como a diminuição das crostas e um pequeno crescimento de pêlos.

Qualquer protocolo de tratamento deve se estender até a constatação de múltiplos raspados de pele com resultados negativos, para o ácaro Demodex Canis. E em casos de piodematite, tratar qualquer infecção secundária com antibiótico sistêmico de longa duração (MEDLEAU; HNILICA, 2003; CAMPBELL, 2004).

Segundo Muller & Kirk (1985), algumas pesquisas revelaram 94% de cura completa em casos tratados, sendo que os casos remanescentes poderão ser controlados apresentando quase ausência de lesões, por meio de tratamento de manutenção mensal ou bimestral. Entretanto em geral a doença pode ser controlada, mas nem sempre será curada.

Através deste relato conclui-se que o diagnóstico definitivo da demodicose é facilmente obtido através de raspado cutâneo profundo. Além disso, que o emprego terapêutico de moxidectina é efetivo no tratamento da doença causada pelo ácaro

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3.2 Malasseziose em um cão

O gênero Malassezia spp. compreende leveduras que normalmente habitam a microbiota cutânea da maioria dos vertebrados contudo em algumas ocasiões podem vir a atuar como patógenos (MACHADO, 2010). As leveduras do gênero Malassezia pertencem ao reino Fungi, família Cryptococcaceae, ordem Cryptococcales, classe Blastomycetes e divisão Deuteromycotina, representadas por células esféricas ou elipsóides, com brotamento único em base larga, não sendo formadora de micélio, lipofílica, podendo ou não ser lipodependente (MARTINS, et al., 2013). Essa levedura tem sido avaliada como um importante invasor secundário e patógeno oportunista do meato acústico externo e pele, e também isolados nas axilas, pescoço, reto, sacos anais, e vagina em caninos e felinos, além de ser considerado um importante agente causador de dermatopatias e otopatias. (GIRÃO et al., 2004).

Atualmente já são distinguidas treze espécies do gênero Malassezia, dentre elas, M. furfur, M. globosa, M. obtusa, M. restricta, M. slofia, M. sympodialis, M. dermatis, M. nana, M. japônica, M. yamatoensis, M. equina sp. nov. e M. caprae sp. nov, consideradas leveduras lipidiodependentes. Apenas uma espécie é classificada como não lipidiodependente, a M.pachydermatis (MACHADO, 2010). Sendo o microrganismo mais comum isolado de cães com otite externa ou dermatite. (LEITE, 2003).

Malasseziose ou dermatite por malassezia é o termo empregado para descrever patologias cutâneas ligadas com o aumento do número de malassezias, ou em condições que se obtenham resultados com a terapia antifúngica. Os locais onde cães apresentam dermatites associadas à malassezia, podem alojar uma população aumentada dessa levedura em até dez mil vezes, se comparada à densidade populacional em cães saudáveis (MACHADO, 2010). Dentre os fatores que podem predispor a colonização dos tecidos por fungos podem ser citados, imunossupressão, terapia antibiótica prolongada, defeitos imunológicos, imaturidade, envelhecimento, desnutrição, tecidos traumatizados e umidade persistente na superfície da pele. Nota-se que são, fatores que de alguma forma afetam a barreira da derme. (QUINN et al., 2005). Entretanto o correto mecanismo que favorece a

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modificação da posição de microorganismo comensal para a de um patógeno potencial ainda não é completamente elucidado (MACHADO, 2010).

Em virtude da frequência em que ocorre esta afecção na clínica veterinária, e por atualmente ter sido considerado um dos principais agentes causadores de otopatias e dermatopatias, o presente trabalho tem por objetivo descrever um caso clínico de Malasseziose, em um canino, ressaltando principalmente os sinais clínicos apresentados pelo animal assim como os métodos de diagnóstico e a terapia estabelecida.

Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, um canino, fêmea, da raça Pinscher, com sete anos e cinco meses de idade, pesando 3,2 quilos, apresentando lesões alopécicas. Segundo relato do proprietário, há mais de um ano o animal começou a apresentar lesões na pele, prurido, mau cheiro e secreção auricular. O proprietário também descreveu a realização de outros tratamentos anteriormente, mas não soube informar quais medicamentos foram utilizados, porém sem nenhuma melhora do quadro clínico do animal. Ao exame clínico, o paciente apresentava estado nutricional bom, hidratado, tempo de perfusão capilar de um segundo e mucosas rosadas. A temperatura retal era de 37,9ºC e os sinais vitais encontravam-se dentro dos parâmetros fisiológicos. Ao exame dermatológico verificou-se alopecia na cabeça, pescoço, membros torácicos e pélvicos, região perineal, região ventral, pele hiperpigmentada, edemaciada, crostas, hiperceratose, seborreia e odor desagradável na pele (Figura 5 e Figura 6). Ao exame otológico foi observado, secreção marrom escura e mal cheirosa nos dois ouvidos. E ao exame oftálmico foi constatada a presença de uma pequena úlcera superficial de córnea no olho esquerdo.

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Figura 5 – Animal com alopecia da cabeça, pescoço, membros torácicos e pélvicos, e região ventral

Figura 6 – Animal com a pele hiperpigmentada, edemaciada, crostas, hiperceratose, seborreia

Após exame clínico, foram solicitados exames complementares, tais como: parasitológico de pele através de raspado profundo, citológico de pele por meio de imprint com lâmina para análise de microscopia e fita adesiva. Por fim, realizou-se citológico de ouvido através de swab.

Antes dos resultados do exame foi iniciado o tratamento com uso de predinisona 0,8 mg/kg a cada 24 horas durante 5 dias, aplicação de ivermectina 0,4 mg/kg por via subcutânea, shampoo de clorexidine 2% prescrito um banho semanal, 5 a 10 gotas de solução otológica para higienização do ouvido, colírio de

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ciprofloxacina 1 gota a cada 2 horas no olho esquerdo e uma gota a cada quatro horas no olho direito por um período de 25 dias.

Os resultados dos exames de citológico de pele e ouvido foram positivos para

Malassezia spp. Já o resultado do exame do parasitológico de pele teve como

resultado a ausência de ácaros na amostra. A partir dos resultados dos exames, a conduta terapêutica adotada foi tratamento com Cetoconazol 10 mg/kg de 12 em 12 horas por uma período de trinta dias, Otodem plus®2 5 a 10 gotas em cada ouvido a cada 12 horas na primeira semana e após a cada 24 horas até reconsulta, shampoo de clorexidine 2 % na frequência de 2 banhos por semana.

Os sinais clínicos característicos podem ser, prurido de moderado a intenso, escoriações, eritema, seborréia, comumente apresentando odor corporal desagradável, rançoso, pele espessada e áspera, alopecia local ou generalizada (WILKINSON e HARVEY, 1996). Em casos de cronicidade da patologia podem ser observados, sinais de hiperpigmentação, hiperceratose e liquenificação. As lesões geralmente ocorrem nos espaços interdigitais, parte ventral do pescoço, axilas, região perineal e dobras cutâneas (MEDLEAU e HNILICA, 2003). Já em casos de otopatias fúngicas encontra-se acúmulo de cerúmen de odor característico e coloração castanha (LEITE et al., 2003). Baseado nisso, podemos dizer que o animal relatado possuía a maioria dos sinais clínicos característicos da doença, e que também já apresentava a forma crônica da doença por apresentar os sinais clínicos como hiperpigmentação e hiperceratoce e ainda uma otopatia com cerúmen típico de malasseziose.

Para a realização do diagnóstico a ferramenta mais útil e disponível pra o clínico é o exame citológico. Este pode ser realizado através de amostras obtidas mediante raspado cutâneo superficial, acentuadamente esfregadas com swab de algodão sobre a pele, pressionando-se um pedaço de fita adesiva nas áreas lesadas diversas vezes, ou comprimindo-se uma lâmina de vidro para microscopia sobre a pele (MEDLEAU & HNILICA, 2003).

Reconhece-se que, tanto o raspado quanto a fita, demonstram mais confiabilidade do que o esfregaço (SCOTT et al., 1996), e que a confirmação do crescimento excessivo de leveduras é realizado quando forem encontrados mais de duas leveduras redondas e ovais por campo (MEDLEAU & HNILICA, 2003). Quanto

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ao caso clinico atendido o método de imprint com lâmina e fita adesiva demonstrou-se suficiente para realização do diagnóstico, pois foi possível obdemonstrou-servar um a grande número de Malassezias por campo.

O diagnóstico também pode ser feito através histopatológico da pele, porém para identificação de leveduras demonstra-se menos confiável que o exame citológico. Pode ainda ser realizado por meio de culturas fúngicas em que, culturas de 30°C a 37°C são realizadas para diferenciação de Malassezia spp. e candidíase (MEDLEAU & HNILICA, 2003; WILLEMSE, 1998). Posteriormente as mesmas devem ser submetidas aos ensaios morfofisiológicos para a identificação da espécie (SCHLOTTFELDT et al., 2002; MEDLEAU e HNILICA, 2003).

Já o diagnóstico diferencial para malasseziose envolve algumas enfermidades que cursam com sinais clínicos parecidos à malassezia, como, piodermite mucocutânea e superficial, dermatofitose, demodicose, escabiose canina e felina, ectoparasitas, atopia canina, hipersensibilidade alimentar, foliculite bacteriana, acne felina e otite externa (SCOTT et al., 1996; WILLEMSE, 1998; MEDLEAU e HNILICA, 2003; ROSYCHUK e LUTTGEN, 2004).

Medleau e Hnilica (2003) ressalvam que no tratamento da malasseziose é importante a identificação e controle da causa primária da infecção. Em casos leves apenas o tratamento tópico com shampoos a base de Cetoconazol 2%, Miconazol 2%, Clorexidina 2% a 4% ou Sulfeto de Selênio 1%, com intervalos de 2 a 3 dias, por um período de aproximadamente 2 a 4 semanas, são satisfatórios para manter o tratamento até a cura das lesões e exame citológico negativo para presença de malassezia.

Todavia para casos moderados ou graves é necessária a associação dos banhos com shampoos uma terapia sistêmica com medicamentos antifúngicos. Onde se deve conservar o tratamento até a cura das lesões e um exame citológico negativo para presença de fungos, que ocorre em aproximadamente 2 a 4 semanas (COSTA e GÓRNIAK, 2006). No caso acompanhado optou-se pela terapia com a associação de banhos e medicação sistêmica, devido a se tratar de um caso de moderado a grave.

As drogas antifúngicas podem ser classificadas como de uso tópico ou sistêmico. Os principais farmácos utilizados como antifúngicos em Medicina Veterinária são: os imidazóis (cetoconazol, miconazol, clortrimazol, econazol), mais

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antigos, e os triazóis (itraconazol e fluconazol) esses mais contemporâneos. São nomeados de antifúngicos azólicos (PAPICH et al., 2003; SLAGLE, 2005).

O itraconazol representa a nova geração de antifúngicos de uso sistêmico. Hoje em dia, sua apresentação farmacêutica é apenas para administração oral. Quando confrontado ao cetoconazol, o itraconazol tem maior espectro de ação, é mais efetivo em doses menores e apresenta menor demonstração de efeitos colaterais. Este medicamento é lipofílico e insolúvel em água e exige a presença de um pH gástrico baixo para sua absorção. Foi considerado eficaz contra todos os fungos clinicamente importantes, incluindo Microsporum, Trichophyton, Candida, Malassezia, Sporothrix, Pythium, Histoplasma, Aspergillus, Coccidioides e Cryptococcus (PAPICH et al., 2003; SLAGLE, 2005; COSTA & GÓRNIAK, 2006). No caso relatado a terapia com cetoconazol demonstrou-se satisfatória para o tratamento do animal onde foi possível observar um pequeno crescimento de pêlos, ausência de mau cheiro, diminuição do prurido, e quanto aos efeitos colaterais que podem ocorrer devido ao uso do cetoconazol o animal apresentou apenas um episódio de vômito durante o tratamento.

A dermatite por malassezia não é uma patologia considerada contagiosa para outros animais ou para humanos, exceto no caso de indivíduos imunossuprimidos. E o prognóstico da dermatite por malassezia pode ser considerado favorável quando a causa primaria for identificada e corrigida. (RHODES, 2005).

Conclui-se que apesar da Malassezia spp. ser um habitante natural da pele, pode se multiplicar quando o animal é submetido a algum quadro de imunossupressão, causando alterações cutâneas incômodas, que podem acometer todo o corpo do animal. E que a escolha da citologia como método de diagnóstico mostrou ser uma técnica confiável, precisa, de baixo custo.

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4 CONCLUSÃO

O estágio curricular supervisionado é um momento de fundamental importância à formação profissional como médico veterinário, pois é nesse momento que podemos avaliar a nossa capacidade técnica, bem como aprimorar e complementar os conhecimentos que foram adquiridos durante a graduação. Além disso, o estágio curricular foi também um dos passos de separação do acadêmico do ambiente universitário, ao que estávamos habituados para a “vida real”, o futuro mercado de trabalho.

No qual, tive a oportunidade de conviver com profissionais competentes e de grande responsabilidade em relação a seus pacientes, que procuravam sempre fazer o melhor, para transmitir seus conhecimentos aos estagiários.

Além disso, com base que hoje a dermatologia é uma área em grande ascensão, onde ocupa um alto percentual dos atendimentos realizados em clínicas e hospitais de pequenos animais é um dos principais motivos de visita ao veterinário, acredito que a especialização dos clínicos nas patologias de pele se torna cada vez mais importante, para que possamos diagnosticar o que está acontecendo com nossos pacientes e tratá-los de maneira mais adequada.

Conclui-se assim que o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica de Animais de Companhia chega ao final atingindo todos objetivos propostos, o qual me proporcionou contato com a rotina clínica e com as diversas especialidades, permitindo conhecer as diferentes abordagens clínicas e terapêuticas e obtenção de novos conhecimentos tanto práticos como teóricos na área escolhida.

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Referências

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