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CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO WISC-III NA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MARÍLIA/SP.

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Academic year: 2021

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CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CRIANÇAS COM

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO WISC-III NA REDE

MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE MARÍLIA/SP.

Márcia Kiyomi Fuonke Lopes Centro Escola Municipal de Atendimento Educacional Especializado “Professora Yvone

Gonçalves” Rede de apoio na constituição do processo escolar inclusivo

Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem, Avaliação Psicológica, Educação Inclusiva.

1. Introdução

A educação inclusiva deve ser entendida na perspec tiva de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar que os alunos que apresentam qualquer tipo de deficiênciatenham os mesmos direitos que os outros alunos com participação plena na sociedade. Para es se fim, faz-se necessário esforço conjunto de toda comunidade escolar – professores e funcionários da escola, alunos, pais, familiares e outros profissionais – para que este processo seja efetivado com sucesso (SÁNCHEZ, 2005; SASSAKI, 2000).

Reconhecendo os professores como os principais atores desse processo de inclusão, torna-se imprescindível que os mesmos estejam preparados para atuar junto a esses alunos, identificando e sabendo intervir sobre suas necessidades educacionais especiais.

Nesse sentido, a avaliação psicológica é um instrum ento importante, contribuindo para delinear características cognitivas de cada aluno possibilitando averiguar quais (dis) funções influenciam o processo de aprendizagem. Essa investigação possibilita elaboração de intervenções mais eficazes para facilitar ou potenc ializar o aprendizado.

Segundo Zimmerman e Glasser (1977) as Escalas Wechsler são de extrema relevância na avaliação e interpretação clínica das funções co gnitivas, sendo um instrumento clássico de reconhecimento internacional na avaliação da inteli gência e, portanto, uma excelente ferramenta na investigação das possibilidades e lim itações intelectuais, e no estabelecimento de estratégias de intervenção.

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A terceira edição da s Escalas Wechsler de Inteligência para Crianças, (WISC-III) destina-se a avaliação de crianças entre 6 e 16 ano s, com a finalidade de avaliar a capacidade global do indivíduo, compreendida como um conjunto de capacidades cognitivas que

envolvem a compreensão verbal, raciocínio espacial, memória, raciocínio lógico, capacidade de abstração entre outras, que juntas formam a inte ligência global (Cavalini, 2008; Figueiredo, 2001).

Wechsler utilizou o termo ‘global’ para a definição da inteligência, uma vez que a compreende de uma maneira geral e multifacetada, nã o relacionando apenas com habilidades específicas e cognitivas, mas também, aspectos afetivos e não intelectivos (Wechsler, 1973, 1975 apud Cavalini, 2008). Sendo assim, a sua compreensão da inteligência é de uma combinação de várias associações genéticas, motivacionais, que envolvem também o esforço pessoal do indivíduo, as suas motivações e a sua tr ajetória socioeducacional, formando as habilidades dos sujeitos.

O município de Marília, localizado na região Centro Oeste do estad o de São Paulo, com população estimada de 232.006 habitantes (IBGE, 2015), conta com 52 escolas na rede pública municipal, sendo 16 Escolas Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), 2 Escolas Municipal de Ensino Fundamental e Ensino Infantil (EMEFEI) e 34 Escolas Municipal de Ensino Infantil (EMEI). Há dois anos foi implantado o Centro Escola Municipal de Atendimento Educacional Especializado “Professora Y vone Gonçalves” - CEMAEE,

constituído por profissionais de diversas categorias com o objetivo de apoiar as demandas das escolas e dos alunos com atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, deficiências,

transtornos globais do desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e altas habilidades ou superdotação.

O teste WISC-III ainda não havia sido utilizado pe la Secretaria Municipal da Educação e poderá trazer grandes benefícios aos alunos com dificuldades importantes de aprendizagem e, muito mais do que avaliar apenas os resultados psicométricos, visa-se descobrir as

potencialidades e dificuldades da criança para poder propor intervenções que possam beneficiá-la no seu desenvolvimento. E ainda, se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade, recur sos diferenciados identificados como necessidades

educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos apoios de

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caráter specializado, como mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual.

2. Objetivos

O objetivo deste trabalho é apresentar relato da utilização do teste WIS C-III em crianças de EMEF do município de Marília, considerando que a Psicologia poderá contribuir para o processo de inclusão das pessoas com deficiência.

3. Métodos

Participaram 4 crianças pertencentes a rede municip al de ensino do 5º ano, com idades entre 10 e 11 anos, de ambos os sexos e seus respectivos familiares.

Os participantes foram indicados a partir da dificuldade acentuada de aprendizagem em contexto de sala regular pela professora de Educaçã o Especial, responsável

pela Adequação Curricular Individualizada e Atendim ento Educacional Especializado - AEE. Os Instrumentos foram: Roteiro Simplificado de Anamnese – elaborado para colher informações referente à vida dos sujeitos, da conce pção aos dias atuais, envolvendo antecedentes pessoais, desenvolvimento neuropsicomotor e vida escolar, permite que se avalie o desenvolvimento infantil de forma ampla, podendo ser considerado como dentro da normalidade ou não; Questionário de Funcionamento Adaptativo Atual – para averiguar déficits ou prejuízos nas áreas de comunicação, cuidados pessoais, atividades de vida no lar, habilidades sociais, uso de recursos comunitários, independência, interrelacionamento familiar, trabalho, lazer, saúde e segurança e Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (WISC-III) – bateria padronizada, composta por 12 s ubtestes destinados a avaliar o desempenho cognitivo em seus aspectos verbal e de execução, destacando-se 3 subtestes denominados de resistência a distratibilidade (Código, Dígitos e Aritmética).

A aplicação dos instrumentos ocorreu entre os meses de setembro e novembro do ano letivo de 2015. Os encontros com os responsáveis pelas crianças para coleta de dados do Roteiro Simplificado de Anamnese e o Questionário Adaptativo Atual, foram realizados nas dependências do CEMAEE, mas devido as faltas aos agendamentos, foi necessário que a aplicação desses instrumentos fosse finalizada nas escolas.

A aplicação do WISC- III foi individual, atendendo os critérios estabelecidos no manual (Figueiredo, 2002), com a presença apenas do aplica dor e da criança, sem ruídos que

pudessem prejudicar o bom desempenho do participante. As aplicações levavam em torno de três a quatro encontros, de aproximadamente 1 horacada, de acordo com o ritmo de cada

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criança. Ao final da avaliação fora m elaborados relatórios de devolutiva às escolas e às

famílias.

4. Resultados

Os resultados foram organizados no quadro a seguir:

Escalas Resultado e Resultado e Resultado e Resultado e WISC-III Interpretação Interpretação Interpretação Interpretação

Criança A Criança B Criança C Criança D

60

104 73 92

Verbal Intelectualmente

Média Limítrofe Média

Deficiente

68

103 64 82

Execução Intelectualmente Intelectualmente Média

Média

Deficiente Deficiente Inferior

61

103 65 86

Total Intelectualmente Intelectualmente Média

Média

Deficiente Deficiente Inferior

Compreensão 65 110 71 96

Intelectualmente

Verbal Média Superior Limítrofe Média

Deficiente

Organização 70 112 66 85

Intelectualmente Intelectualmente Média

Perceptual Média Superior

Deficiente Deficiente Inferior

Resistência à 64 72 63 70

Distratibilidade Intelectualmente Limítrofe Intelectualmente Limítrofe

Deficiente Deficiente

Velocidade de 85 68 71 82

Processamento Média Inferior Intelectualmente Limítrofe Média

Deficiente Inferior

QI/Índices: ≥ 129 e acima indica classificação Muito Superior; 1 20-128 indica Superior; 110-119 indica Média

Superior; 90-109 indica Média; 80-89 indica Média nferior;I 70-79 indica Limítrofe e 69 e abaixo indica classificação Intelectualmente Deficiente (esse ter mo intelectualmente Deficiente é descritivo e refere-se apenas ao funcionamento intelectual baixo).

5. Conclusão

Através da aplicação da WISC – III foi possível ava liar o desenvolvimento intelectual das crianças indicadas com dificuldades de aprendiz agem acentuada. Levando-se em consideração os dados colhidos durante anamnese, áreas com defasagem no funcionamento adaptativo atual, questões emocionais, biológicas, fatores relacionados ao meio social, foi realizado o levantamento das reais necessidades de cada criança, seja no aspecto educacional ou da saúde.

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Velden e Leite (2013) consideram que a Psicologia pode se apresentar como instrumento de apoio a uma nova versão da educação, uma versão transformadora e

democrática, que compreende a escola como espaço deprodução e ampliação da consciência. A aplicação do teste é viável e foi avaliado pela quipe do CEMAEE como adequado, podendo auxiliar os escolares no seu desenvolvimento global, apoiados pelas famílias e professores.

Assim, para 2016 já foram agendadas 40 crianças de várias EMEF para aplicação do teste WISC-III. Ao final da avaliação serão feitas devolutivas para o responsável pela escola, professores do AEE e representante legal do aluno de forma coletiva, quando serão

compartilhados os resultados obtidos na avaliação. Será disponibilizado o relatório contendo as propostas de intervenções e encaminhamentos nece ssários para um bom prognóstico do caso.

Essa proposta de avaliação dos escolares com dificu ldades na aprendizagem pelo psicólogo, com utilizaçãode ferramentas apropriada s, possibilitará o favorecimento da inclusão desses indivíduos, constituindo grande ava nço para a rede pública da educação do município.

Referências

CAVALINI, S. F. S. A utilização do WIS C- III no diagnóstico das dificuldades de aprendizagem. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São P aulo, 2008.

FIGUEIREDO, V. L. M. (2002) WISC-III: Escala de inteligência Wechsler para crianças. Adaptação e Padronização Brasileira 1 ª edição. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – I BGE – 2015.

SÁNCHEZ, P.A. A educação inclusiva: um meio de cons truir escolas para todos no século XXI. Inclusão: revista da Educação Especial, Brasília, DF, v. 1, n. 1, p. 7-18, 2005.

SASSAKI, R.K. Inclusão : construindo uma sociedade para todos. 5. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2000.

VELDEN, H. F. V.; LEITE, L. P. A interface entre a psicologia e a inclusão educacional. In: MARTINS, S. E. S. O.; GIROTO, C. R. M.; SOUZA, C. B. G. (Org.). Diferentes olhares sobre a inclusão. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Oficina Universitária, 2013.

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