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AÇÕES. A base legal das informações que se seguem é a Lei 6.404, 15/12/1976 consolidada. O grafado em itálico refere-se à cópia fiel da referida lei.

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AÇÕES

A base legal das informações que se seguem é a Lei 6.404, 15/12/1976 consolidada. O grafado em itálico refere-se à cópia fiel da referida lei.

Ação é um pedacinho de uma empresa. Com um ou mais pedacinhos da empresa, você se torna sócio dela. Sendo mais formal, podemos definir ações como: títulos nominativos negociáveis que representam, para quem as possuem, uma fração do capital social de uma empresa (S/A).

Valorização da Ação

Quando o investidor aplica seu dinheiro em ações, ele espera obter um retorno positivo, dentro de suas expectativas. Mas de que maneira o investidor pode dizer que, de fato, obteve algo de positivo a partir de um investimento realizado em ações de uma empresa?

Os principais retornos obtidos a partir de um investimento em ações são os ganhos por meio de dividendos e pela valorização da ação.

O ganho por meio da valorização da ação se dá quando a cotação dela aumenta após o investidor tê-la adquirido. Se um investidor tiver comprado uma ação por $50 num dia e no dia seguinte esse mesmo papel valer $52,50, então o investidor terá tido um retorno (positivo) de 5% (relativo aos $2,50, que correspondem a 5% de $50).

Entretanto, esse não é o único meio de se obter um retorno a partir do investimento realizado. Além do ganho que se pode obter quando da valorização da ação, há ainda a possibilidade de receber dividendos da empresa.

As ações podem ou não ter valor nominal. As ações com valor nominal são aquelas cujo seu valor está em seu corpo. As ações sem valor nominal são aquelas cujo valor não está em seu corpo. Neste caso, o seu valor está no estatuto. Uma maneira simples de se saber o valor de uma ação é dividir o capital social pelo número de ações emitidas.

Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor nominal.

O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia.

O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

As ações podem ser:

- Ordinárias (ON): que concedem o direito de voto nas assembleias da empresa;

- Preferenciais (PN): que oferecem preferência no recebimento de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia. Entretanto, as ações preferenciais não concedem o direito de voto, ou o restringem.

O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas.”

As ações preferenciais podem ainda ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que apareça após o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social.

As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.

- De fruição

Ação que confere ao titular participação nos dividendos e no acervo, preferência de aquisição de novas ações.

Conserva o direito de voto.

É de posse e propriedade dos fundadores da companhia.

A ação de fruição pode substituir as ações integralmente amortizadas, com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia geral que deliberar a amortização.

Em qualquer caso, ocorrendo liquidação da companhia, a ação amortizada só concorre ao acervo líquido depois de assegurado às ações não amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido

monetariamente.

Quanto à forma, as ações podem ser:

o

Nominativas;

o

Escriturais.

Ações Nominativas: são aquelas emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas;

Ações Escriturais: são ações nominativas, cujo controle da posição dos titulares é feito por instituições financeiras especificamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM para a prestação do serviço de ações escriturais.

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A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de Registro de Ações Nominativas ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.

A instituição depositária não pode dispor das ações e fica obrigada a devolver ao depositante a quantidade de ações recebidas, com as modificações resultantes de alterações no capital social ou no número de ações da companhia emissora, independentemente do número de ordem das ações ou dos certificados recebidos em depósito.

As ações conferem a seus titulares os seguintes direitos: a) Dividendos;

Parcela do lucro da empresa distribuído aos seus acionistas em proporção ao seu número de ações daquela empresa.

b) Bonificações;

A bonificação é uma espécie de prêmio que o acionista recebe da empresa em função de bons resultados desta. No caso, o acionista recebe uma quantidade de ações proporcional à quantidade que ele já possui. Normalmente, as bonificações ocorrem devido ao aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. Não impactam no patrimônio da empresa, visto que na prática apenas ocorre uma transferência de valor de uma conta para outra (no caso, de uma conta do Patrimônio Líquido – reservas de lucros, de reavaliações etc – para outra, de capital).

A bonificação também representa um aumento do capital da empresa, originando-se da incorporação de reservas acumuladas ao capital, com a emissão de novas ações, que são oferecidas aos acionistas. Não envolve captação de recursos.

c) Direitos de Subscrição (bônus de subscrição) (direito de preferência)

É direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com preferência na subscrição – em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa. Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a terceiros os direitos que detém.

d)Juros sobre Capital Próprio

Os juros sobre capital próprio são proventos pagos aos acionistas de acordo com o desempenho da empresa em um período, e são baseados nas Reservas de Lucros da empresa.

Para a companhia, há uma vantagem em distribuir juros sobre capital próprio em vez de distribuir dividendos: a contabilização do valor pago aos acionistas é feita como sendo um custo, logo reduz o montante de imposto de renda devido pela empresa.

Subscrição de Ações

A subscrição de novas ações no mercado, também conhecida pelo nome de underwriting, ocorre quando a empresa emite novas ações e as lança no mercado, buscando captar recursos para viabilizar um plano de investimentos, amortização de dívidas ou por outro motivo.

Mercado Primário de Ações.

OPA – Oferta Pública de Aquisição de Ações: operação através da qual um acionista ou uma sociedade pretende comprar uma participação ou a totalidade das ações de uma empresa cotada em Bolsa. O termo em inglês para esta intenção é “take-over”.

IPO (do inglês Initial public offering) é o evento que marca a primeira venda de ações de uma empresa no mercado de ações. Seu principal propósito para empresas novas/pequenas é levantar capital pela sociedade para utilizar como investimento para expansão da empresa, porém também ocorre em empresas/corporações maiores por motivos de alavancagem. Oferta Pública Inicial.

Underwriting

O underwriting é um esquema de lançamento de ações mediante subscrição pública, para o qual uma empresa encarrega um intermediário financeiro, que será responsável por sua colocação no mercado. O underwriting apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens existentes, podemos citar: há o acesso a uma nova fonte permanente de recursos, fortalecendo a empresa; amplia-se a base da captação de recursos e o potencial de crescimento da empresa; cria-se liquidez para os títulos de emissão da empresa aberta e também para o patrimônio dos acionistas; desenvolve-se uma imagem institucional da companhia junto ao mercado, clientes e fornecedores; etc. Entretanto, há também custos e obrigações, como citado a seguir: distribuição de resultados aos novos acionistas; contratação de auditoria independente; trimestralmente, apresentar contas de resultado; anuidade à Bolsa de Valores; manter fluxo de informações à CVM, Bolsa e mercado; etc.

Existem formas diferentes de se realizar a operação de underwriting:

- Abertura de Capital: quando a sociedade oferece pela primeira vez suas ações ou debêntures à subscrição pública, por meio de uma (ou mais) instituição financeira.

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- Aumento de capital: nesta operação, a empresa oferece suas ações ou debêntures a seus acionistas e aos investidores em geral.

- Abertura de capital via block-trade: Consiste em colocar no mercado um lote de ações pertencente a um acionista ou grupo de acionistas por meio de um leilão, em que se parte de um preço mínimo e se fecha a operação no preço máximo obtido.

- Block-trade de ações ou debêntures de companhias abertas: processo similar à abertura de capital via block-trade, mas sujeito a alguns procedimentos particulares de negociação, de acordo com regras da Bolsa e da CVM.

Desdobramento (Split)

Neste caso, o que ocorre é apenas a multiplicação do número de ações da empresa, que se desdobra em determinada proporção. Não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a multiplicação do número total de ações (modifica-se exclusivamente o valor individual das ações). Na prática, as empresas emitem N novas ações para cada ação antiga, onde a quantidade N pode ser 1, 2, 3, 4 ou mais vezes.

Agrupamento (Inplit)

Processo inverso ao descrito acima. Neste caso o número de ações da empresa é dividido em

determinada proporção. Também não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a redução do número total de ações.

MERCADO À VISTA DAS AÇÕES

Uma operação à vista é a compra ou venda, em pregão, de determinada quantidade de ações para liquidação imediata.

A liquidação é realizada em D+3.

É permitida, no mercado à vista, a realização de operações de compra e venda de uma mesma ação em um mesmo pregão, por uma mesma corretora e por conta de um mesmo investidor. É uma operação de arbitragem conhecida como day-trade, ocorrendo sua liquidação financeira por compensação em D+3.

TIPOS DE ORDEM DE COMPRA E VENDA

Ordem a Mercado: Quando o investidor especifica à corretora apenas a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender.

Ordem administrada: Quando o investidor especifica à corretora apenas a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender, deixando para a corretora escolher o momento que quiser.

Ordem Limitada: Quando o investidor estabelece o preço máximo ou mínimo pelo qual ele quer comprar ou vender determinada ação. Ela somente será executada por um preço igual ou melhor do que o indicado.

Ordem Casada: Quando o investidor determina uma ordem de compra de um título e uma venda de outro, condicionando sua efetivação ao fato de ambas poderem ser executadas.

Ordem de Financiamento: Quando o investidor determina uma ordem de compra (ou venda) de um título em um tipo de mercado e uma outra concomitante de venda (ou compra) de igual título, no mesmo ou em outro mercado, com prazos de vencimentos distintos.

Ordem On-Stop - é aquela que especifica o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada. Uma ordem on-stop de compra deve ser executada a partir do momento em que, no caso de alta de preço, ocorra um negócio a preço igual ou superior ao preço especificado. Uma ordem on-stop de venda deve ser executada a partir do momento em que, no caso de baixa de preço, ocorra um negócio a preço igual ou inferior ao preço especificado.

Ações "Com" e Ações "Ex"

Ações "Com" (cheias) - ações que conferem a seu titular o direito aos proventos distribuídos pelas empresas;

Ações "Ex" (vazias) - ações cujo direito ao provento já foi exercido pelo acionista. Somente podem ser negociadas, em pregão de bolsa, as ações que não possuam proventos anteriores a receber. Assim, quando a assembléia de uma empresa aprova a distribuição de um novo provento, as ações passam a ser negociadas "ex".

COMMERCIAL PAPER/PROMISSÓRIA COMERCIAL

É um título emitido por sociedade por ações (S/A), destinado à oferta pública, para captação de recursos no mercado interno, para financiamento de capital de giro.

NÃO PODEM emitir: instituições financeiras, sociedades corretoras e distribuidora de valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing).

Podem ser transferidos mediante endosso em preto sem direito de regresso. Não possuem garantia. O risco é do investidor (comprador do título).

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. Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo máximo de 180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias. Em ambos os casos o prazo mínimo é de 30 dias.

Sua emissão é registrada na CVM e há a necessidade de intermediação de uma instituição financeira. As Notas Promissórias são emitidas com um valor de face (valor nominal) sendo negociados no mercado por um deságio. É comum haver um indexador: a taxa CDI, por exemplo.

Possui baixa liquidez, sendo pouco negociada no mercado.

MERCADO DE BALCÃO ORGANIZADO

O mercado de balcão organizado é um ambiente administrado por instituições auto-reguladoras que propiciam sistemas informatizados e regras para a negociação de títulos e valores mobiliários. Estas instituições são autorizadas a funcionar pela CVM e por ela são supervisionadas.

Tradicionalmente, o mercado de balcão é um mercado de títulos sem local físico definido para a realização das transações que são feitas por telefone entre as instituições financeiras. O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente.

As principais regras estabelecidas pelas entidades administradoras do mercado de balcão organizado são:

- Com relação aos intermediários financeiros:

• Regras para admissão – ou seja, quais os critérios e procedimentos para que uma instituição financeira possa participar do mercado de balcão organizado e intermediar as negociações entre os investidores;

• Regras de negociação e de conduta que devem ser observados pelos intermediários; • Procedimentos para fiscalização dos intermediários e aplicação de penalidades para os

infratores;

- Com relação às companhias abertas:

Exigências específicas das entidades auto-reguladoras para admissão dos títulos da companhia à negociação – além daquelas previstas pela CVM;

Critérios para cancelamento de listagem dos referidos títulos que foram uma vez admitidos à negociação.

Todas as instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários podem ser membros do mercado de balcão organizado: as sociedades corretoras de valores ou de mercadorias, as distribuidoras e os bancos de investimento. Para se tornar membro do mercado de balcão organizado é necessário cumprir todos os requisitos impostos pela entidade administradora, pela CVM e pelo Banco Central do Brasil.

Os intermediários são responsáveis por executar e liquidar adequadamente as ordens de seus clientes, os investidores, que devem estar previamente cadastrados antes de iniciar qualquer operação. Os intermediários têm como obrigação informar seus clientes sobre as regras de operação do mercado de balcão organizado, bem como todos os detalhes dos negócios executados em nome do mesmo. A entidade administradora do mercado de balcão organizado pode admitir a presença de formadores de mercado. O formador de mercado é o intermediário especial, credenciado para promover a liquidez de um determinado título. Para isso, esse intermediário irá manter e executar ordens de compra e venda para esse título observando as condições estabelecidas pela entidade administradora do mercado.

O formador de mercado deverá utilizar seus recursos próprios para executar ordens de compra e de venda para investidores interessados no ativo em que for credenciado. Esses investidores podem ser seus clientes ou clientes de outro intermediário financeiro autorizado a operar no mercado. A receita do formador de mercado nesta operação é a diferença positiva entre o preço de compra e preço de venda, chamada “spread”.

A diferença máxima entre as ofertas de compra e de venda que o formador de mercado divulga no sistema de negociação é determinada pela entidade administradora do mercado de balcão organizado. A presença do formador de mercado aumenta a chance de ocorrer uma operação quando um investidor quiser comprar e vender este determinado título.

O mercado de balcão organizado pode admitir à negociação somente as ações de companhias abertas com registro para negociação em mercado de balcão organizado. As debêntures de emissão de companhias abertas podem ser negociadas simultaneamente em bolsa de valores e mercado de balcão organizado desde que cumpram os requisitos de ambos os mercados.

Como dissemos, antes de ter seus títulos negociados no mercado primário, a companhia deverá requerer o registro de companhia aberta junto à CVM e neste momento deverá especificar onde seus títulos serão negociados no mercado secundário: se em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.

Essa decisão é muito importante, pois uma vez concedido o registro para negociação em mercado de balcão organizado este só pode ser alterado com um pedido de mudança de registro junto à CVM.

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A companhia aberta é responsável por divulgar à entidade administradora do mercado de balcão

organizado todas as informações financeiras e atos ou fatos relevantes sobre suas operações. A entidade administradora do mercado de balcão organizado, por sua vez, irá disseminar essas informações

através de seus sistemas eletrônicos ou impressos para todo o público.

No mercado de balcão organizado, a companhia aberta pode requerer a listagem de seus títulos, através de seu intermediário financeiro, ou este poderá requerer a listagem independentemente da vontade da companhia.

Por exemplo, se o intermediário possuir uma grande quantidade de ações de uma determinada companhia, ele poderá requerer a listagem da mesma e negociar esses ativos no mercado de balcão organizado. Neste caso, a entidade administradora do mercado de balcão organizado irá disseminar as informações que a companhia aberta tiver encaminhado à CVM.

Além de ações e debêntures, no mercado de balcão organizado são negociados, diversos outros títulos, tais como:

● bônus de subscrição;

● índices representativos de carteira de ações; ● opções de compra e venda de valores mobiliários; ● direitos de subscrição;

● recibos de subscrição;

● quotas de fundos fechados de investimento, incluindo os fundos imobiliários e os fundos de investimento em direitos creditórios; ● certificados de investimento audiovisual;

● certificados de recebíveis imobiliários.

MERCADO DE CÂMBIO Primário

As pessoas físicas e as pessoas jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, sendo contraparte na operação agente autorizado a operar no mercado de câmbio, observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as responsabilidades definidas na respectiva documentação.

Esta regra aplica-se, também, às compras e às vendas de moeda estrangeira por pessoas físicas ou jurídicas, residentes, domiciliadas ou com sede no País, para fins de constituição de disponibilidade no exterior e do seu retorno, bem como às operações de "back to back".

É permitido às pessoas físicas e jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no País pagar suas obrigações com o exterior:

a) em moeda estrangeira, mediante operação de câmbio;

b) em moeda nacional, mediante crédito à conta de depósito titulada pela pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no exterior, aberta e movimentada no País nos termos da legislação e regulamentação em vigor;

c) com utilização de disponibilidade própria, no exterior, observadas, quando for o caso, disposições específicas contidas na legislação em vigor,

As operações do mercado de câmbio devem ser realizadas exclusivamente por meio de agentes autorizados pelo Banco Central do Brasil para tal finalidade,

O agente autorizado a operar no mercado de câmbio é o comprador ou o vendedor, respectivamente. Nas remessas de recursos ao exterior, a respectiva mensagem eletrônica deve conter, obrigatoriamente, o nome, número do documento de identificação, endereço e número da conta bancária ou CPF/CNPJ do remetente da ordem, quando a forma de entrega da moeda pelo remetente não for débito em conta. A instituição autorizada a operar no mercado de câmbio deve comunicar imediatamente ao beneficiário o recebimento de ordem de pagamento em moeda estrangeira oriunda do exterior a seu favor, informando-o de que pinformando-ode ser neginformando-ociada de finformando-orma integral informando-ou parcelada.

: implica na entrada/saída efetiva de moeda estrangeira do país (importação, exportação, etc...)

Secundário: a moeda estrangeira migra de um ativo de um Banco para o outro (operações interbancárias).

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A taxa de câmbio é livremente pactuada entre os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio ou entre estes e seus clientes, podendo as operações de câmbio ser contratadas para liquidação pronta ou futura e, no caso de operações interbancárias, a termo, observado que:

a) nas operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de câmbio deve refletir exclusivamente o preço da moeda negociada para a data da contratação da operação de câmbio, sendo facultada a pactuação de prêmio ou bonificação nas operações para liquidação futura;

b) nas operações para liquidação a termo, a taxa de câmbio é livremente pactuada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio. Sujeita-se às penalidades e demais sanções previstas na legislação e regulamentação em vigor, a compra ou a venda de moeda estrangeira a taxas que se situem em patamares destoantes daqueles praticados pelo mercado ou que possam configurar evasão cambial e formação artificial ou manipulação de preços.

Devem os agentes autorizados a operar no mercado de câmbio observar as regras para a perfeita identificação dos seus clientes, bem como verificar as responsabilidades das partes envolvidas e a legalidade das operações efetuadas.

Na operação de venda de moeda estrangeira, o contravalor em moeda nacional deve ser recebido pelo vendedor por meio de:

a) débito de conta de depósito titulada pelo comprador;

b) acolhimento de cheque de emissão do comprador, cruzado, nominativo ao vendedor e não endossável; ou

c) Transferência Eletrônica Disponível (TED) ou qualquer outra ordem de transferência bancária de fundos, desde que emitida em nome do comprador e que os recursos sejam debitados de conta de depósito de sua titularidade.

Na operação de compra de moeda estrangeira, o contravalor em moeda nacional deve ser entregue ao vendedor por meio de:

a) crédito à conta de depósito titulada pelo vendedor;

b) TED ou qualquer outra ordem de transferência bancária de fundos emitida pelo comprador para crédito em conta de depósito titulada pelo vendedor;

c) cheque emitido pelo comprador, nominativo ao vendedor, cruzado e não endossável.

Excetuam-se as compras e as vendas de moeda estrangeira cujo contravalor em moeda nacional não ultrapasse R$ 10.000,00 (dez mil reais), por cliente, podendo nessa situação ser aceito o pagamento ou o recebimento dos reais por meio de qualquer instrumento de pagamento em uso no mercado financeiro, inclusive em espécie.

Cambio manual: Refere-se às operações que envolvem a compra e a venda de moedas estrangeiras em espécie, isto é: quando a troca se efetua com moedas metálicas ou cédulas de outros países. É o caso do turista que troca uma nota de cem dólares pelo seu equivalente em reais.

Cambio sacado: Ocorre quando, na troca, existem documentos ou títulos representativos da moeda. Neste tipo de operação, as trocas se processam pela movimentação de uma conta bancária em moeda estrangeira. Portanto, o câmbio sacado pode ser entendido como operações que se processam através de saques, como: as letras de câmbio ou cambiais, as cartas de crédito ou crédito documentários, as ordens de pagamento e os cheques.

É facultativa a interveniência de sociedade corretora quando da contratação de operação de câmbio de qualquer natureza, independentemente do valor da operação, sendo livremente pactuado entre as partes o valor da corretagem.

. As autorizações para a prática de operações no mercado de câmbio podem ser concedidas pelo Banco Central do Brasil a bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio, agências de fomento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.

A posição de câmbio é representada pelo saldo das operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro - instrumento cambial), registradas no Sistema Câmbio.

Comprada: quando a posição está comprada é porque houve mais fechamentos de câmbio de compras (exportações, transferências do exterior, turismo no País, cobertura interbancária). Em todas essas operações, o Banco é o comprador das moedas estrangeiras e o cliente é o vendedor. Assim sendo, o Exportador vende moeda estrangeira ao banco e recebe reais, tudo convertido pela taxa de câmbio da contratação.

Vendida: Quando a posição está vendida é porque houve mais fechamentos de câmbio de vendas (importações, transferências para o exterior, turismo no exterior, repasse interbancário). Em todas essas operações, o Banco é o vendedor das moedas estrangeiras(dólar, euro, iene, etc) e o cliente é o

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comprador. Dessa forma, quando o importador compra uma máquina no exterior, ele precisa de dólares para pagar essa máquina. Então o banco faz-lhe a venda respectiva. Tudo convertido pela taxa de câmbio. O importador recebe dólares e entrega reais ao Banco.

Nivelada: Na posição nivelada, não precisa nem comentar. As compras se igualam, ou quase se igualam às vendas. Não há risco. Nem na queda da taxa de câmbio.

Não há limite para as posições de câmbio comprada ou vendida dos bancos e caixas econômicas autorizados a operar no mercado de câmbio.

Não há limite para a posição de câmbio comprada das demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, sendo a posição de câmbio vendida limitada a zero.

Podem ser autorizados pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio: bancos múltiplos; bancos comerciais; caixas econômicas; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; bancos de câmbio; agências de fomento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.

Esses agentes podem realizar as seguintes operações:

a) bancos, exceto de desenvolvimento, e a Caixa Econômica Federal: todas as operações previstas para o mercado de câmbio;

b) bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento e agências de fomento: operações específicas autorizadas pelo Banco Central;

c) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:

o

c1.) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$100 mil ou o seu equivalente em outras moedas; e

o

c2.) operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio, arbitragem com o exterior.

Além desses agentes, o Banco Central também concedia autorização para agências de turismo e meios de hospedagem de turismo para operarem no mercado de câmbio. Atualmente, não se concede mais autorização para esses agentes, permanecendo ainda apenas aquelas agências de turismo cujos proprietários pediram ao Banco Central autorização para constituir instituição autorizada a operar em câmbio. Enquanto o Banco Central está analisando tais pedidos, as agências de turismo ainda

autorizadas podem continuar a realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem, relativamente a viagens internacionais.

As instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio podem contratar correspondentes (pessoas jurídicas em geral) para a realização das seguintes operações de câmbio:

a) execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferência unilateral (ex: manutenção de residentes, transferência de patrimônio, prêmios em eventos culturais e

esportivos ) do ou para o exterior, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por operação;

b) compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem, bem como carga de moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por operação; e

c) recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.

As operações realizadas pelos correspondentes são de total responsabilidade da instituição contratante. A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) também é autorizada pelo Banco Central a realizar operações com vales postais internacionais, emissivos e receptivos, para liquidação pronta, não sujeitos ou vinculados a registro no Banco Central do Brasil e de até o equivalente a US$50 mil, por operação.

 

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Pessoais ou Fidejussórias: ‰ Aval ‰ Fiança. Reais: ‰ Alienação fiduciária; ‰ Penhor; ‰ Hipoteca. AVAL

Garantia plena e solidária, prestada por terceiro(s), a favor de obrigado por letra de câmbio, nota promissória, ou título semelhante, caso o emitente, sacador ou aceitante não o possa liquidar.

Formaliza-se pela assinatura do garantidor em um título de crédito. Não existe aval em contrato, somente em título de crédito. O avalista responde apenas e tão somente pelo valor expresso no título de crédito.

O aval pode ser completo/em preto, quando traz o nome da pessoa em favor de quem é dado; e aval em branco, quando não traz o nome da pessoa a quem é dado o aval.

Com a entrada em vigor do novo Código Civil, em 2003, tornou-se obrigatória a assinatura conjunta do cônjuge para dar validade ao aval (outorga uxória).

O que diz o DECRETO Nº 57.663 DE 24 DE JANEIRO DE 1966 sobre aval:

Art. 30 – O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra.

Art. 31 – O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.

Exprime-se pelas palavras “bom para aval” ou por qualquer fórmula equivalente; e assinado pelo dador do aval.

O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.

O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação entender-se-á ser pelo sacador.(nota: refere-se, aqui, sobre a letra de câmbio).

Art. 32 – O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.

A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vicio de forma.

Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra.

O que diz o CÓDIGO CIVIL sobre o aval:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.

Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.

§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. § 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.

Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.

§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.

§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. É autorizada a realização de avais parciais nos títulos regulados por lei específica, como se dá com a Letra de Câmbio, Nota Promissória ou Cheque, que seguem a regra constante na Lei Uniforme.

FIANÇA

Contrato pelo qual uma pessoa se obriga por outra, para com o credor desta, a satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra.

É um contrato, sempre escrito, pelo qual a pessoa física ou jurídica garante a obrigação do devedor.

A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva, isto é, a lei não aceita que seja entendido o contrato de forma a ir além do que está pactuado, tanto nas obrigações como da duração.

Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. Portanto, a lei determina que a dívida futura também é de responsabilidade do fiador. Como exemplo, podemos citar quando a cobrança chega a justiça em ação de execução onde durante o caminho possam

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surgir despesas processuais e o fiador deverá paga-las pois a fiança acompanha o contrato principal, logo ao acabar o principal o acessório deixa de existir.

Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.

A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.

As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor.

. Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a obrigação.

Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituído. Tratando agora da participação do fiador durante a possível execução da dívida, quando informado, pode para salvar seus bens que se encontram como garantia, indicar bens do devedor que não estejam comprometidos, pois a fiança é acessória e subsidiária. A obrigação principal é originária do devedor e não do fiador, esse está prestando auxílio ao devedor, este argumento vem do benefício de ordem ou benefício de execução, ou seja, dar a possibilidade de primeiro serem vistos os bens do devedor.

“art. 827 do C.Civil – O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.”

Porém existem algumas restrições, onde não poderá ser invocado tal benefício quando o fiador : • renunciou expressamente;

• obrigou-se como principal pagador, ou devedor solidário; • se o devedor for insolvente, ou falido.

O fiador ainda pode utilizar o benefício de divisão, para que se existirem outros fiadores haverá solidariedade, portanto, cada um contribuirá de acordo com o combinado.

Pode ainda o fiador requerer o que pagou ao devedor, bem como todas as perdas e danos que sofreu em razão da fiança, pode também auxiliar no devido andamento da execução iniciada pelo credor, pois o fiador está interessado na exoneração, ou seja, solução do caso para se ver livre da

responsabilidade.

Vale lembrar que a fiança que não possui prazo determinado, a qualquer momento pode o fiador exigir sua exoneração, que se dará por sentença judicial através de ação declaratória, ou também tem se admitido pela simples notificação ao credor, independente da concordância do devedor principal ou do credor, porém durante os 60 dias determinados por lei, contados da notificação ao credor, continuará ligado a função de fiador.

“art. 835. do Código Civil – O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após notificação do credor.”

Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicado eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.

(excussão: ato de executar judicialmente os bens do devedor principal)

No caso de fiador casado, sob os regimes de comunhão parcial ou universal de bens, a fiança só terá validade com a assinatura do outro cônjuge (outorga uxória).

Desquitados ou divorciados podem assinar isoladamente uma fiança, desde que apresentem cópia da sentença judicial ou da averbação da separação na certidão de casamento.

Na fiança por pessoa jurídica, o credor deverá analisar os estatutos sociais (S.A.) ou contrato social (Ltda.), para verificar se a empresa pode prestar esse tipo de garantia.

Se nada constar expressamente, não pode.

DIFERENÇAS ENTRE AVAL E FIANÇA:

A fiança exige a formalização da obrigação do fiador, enquanto que no aval basta a assinatura do avalista no título de crédito;

Na fiança a responsabilidade é subsidiária, ou seja, o fiador só responderá em caso de inadimplência do afiançado, ou seja, a fiança goza do benefício da ordem, salvo se existir estipulação em contrário. Já no aval, a responsabilidade é sempre solidária;

A fiança é dada para garantir contratos, enquanto que o aval é dado para garantir títulos de crédito; A fiança pode ser dada em documento separado, enquanto que o aval só pode ser dado no próprio título.

FIANÇAS BANCÁRIAS

Garantia de uma obrigação contratada pelo cliente da instituição financeira junto a terceiros, onde a instituição financeira é o fiador; e o cliente da instituição é o afiançado; e o terceiro é o favorecido.

Principais modalidades de fiança:

(10)

Participação em concorrências públicas e privadas;

Substituição de cauções;

Execução de contratos (cumprimento do cronograma de obras ou fabricação de máquinas ou equipamentos sob encomenda);

Operações em Bolsas de Mercadorias, Futuros, e Valores;

Interposição de recursos fiscais ou de ações judiciais;

Aluguel de imóveis;

Garantias em operações de crédito;

Performance.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

É a cessão temporária de bens, sendo aplicável a bens móveis e imóveis, que dá ao devedor a posse e o uso do bem, mantendo a propriedade do credor. O devedor como depositário, tem a responsabilidade de conservar o bem e indenizar o credor por quaisquer danos que o bem sofra.

A alienação fiduciária é o instituto de direito real sobre coisa alheia, que se define com o direito do fiduciário sobre o bem do fiduciante.

Portanto, na alienação fiduciária, o fiduciante (devedor ou terceiro que entrega o bem para garantia) tem a posse direta e o depósito do bem, sendo que o fiduciário (credor), que realiza o financiamento para a aquisição, fica com o direito à propriedade do bem e a sua posse indireta, podendo reter este, em caso do não pagamento.

Ocorrendo inadimplência do devedor, vencidas todas as tentativas de composição amigável, a lei faculta ao credor propor as ações a seguir: ação de busca e apreensão (retomada do bem, caso não seja encontrado o bem, é cabível a ação de depósito); ação de execução (cobrança de toda dívida e seus acréscimos legais, caso a simples retomada do bem não satisfaça ao credor, podendo ser penhorados os bens necessários para quitação integral das obrigações do devedor).

O que reza o Código Civil sobre alienação fiduciária:

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.(*)

§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

§ 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.

§ 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.

Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá: I – o total da dívida, ou sua estimativa;

II – o prazo, ou a época do pagamento; III – a taxa de juros, se houver;

IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:

I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II – a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.

Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.

Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.

Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante.

Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.

(*) A lei 9.514, de 20/11/1997, no seu artigo 22, estipula a alienação fiduciária de bem imóvel. (*) A lei 10.931/04 passou a permitir a alienação fiduciária de bem móvel fungível.

Referências

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