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PERFIL BIOQUÍMICO DAS COLÔNIAS DE ROEDORES PRODUZIDOS PELO SACPA/IEC/SVS/MS

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Academic year: 2021

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PERFIL BIOQUÍMICO DAS COLÔNIAS DE ROEDORES PRODUZIDOS PELO SACPA/IEC/SVS/MS

Alexandra Ariadine Bittencourt GONÇALVES 1; Klena Sarges Marruaz da SILVA2; Kleber

FAIAL3; Luiza Loureiro ARAÚJO2

Resumo

Ratos (Rattus novergicus),

camundongos (Mus musculus) e hamsters (Mesocricetus auratus) são roedores extensamente utilizados como modelos animais em pesquisas biomédicas por possuírem porte pequeno, custo relativamente baixo para criação e alta prolificidade. Um conhecimento detalhado de suas fisiologias é um importante aliado para a utilização destes em pesquisas e para orientar sobre a saúde das colônias em biotérios de criação. Para estabelecer o perfil bioquímico da colônia de roedores criados na Seção de Criação e Produção de Animais de Laboratório do

Instituto Evandro Chagas

(SACPA/IEC/SVS/MS) realizou-se o presente trabalho.

Palavras-chave: bioquímica sérica, biotério, roedores.

Àrea de Conhecimento: Àrea:Saúde

animal; Sub-Área:Medicina Veterinária; Linha de Pesquisa:Vigilância sanitária e biossegurança

Introdução

A literatura demonstra que os dados publicados referentes ao perfil bioquímico de roedores mantidos em

variados biotérios variam

significantemente conforme a condição

de criação, dieta e genética dos animais (Olfert; Cross; Mcwilliam, 1993; Andrade et al., 2004).

Numerosas técnicas para obtenção de sangue de roedores de laboratório são descritas. A maioria destas técnicas são delineadas para obter uma pequena amostra sanguínea, sendo necessárias repetições de coletas para realizar exames que necessitam de uma maior quantidade de sangue, como o hemograma e bioquímica sérica. Pool de amostras não são recomendadas para realizar estes exames (Wiedmeyer; Ruben; Franklin, 2007). Nestes casos, onde é necessária a coleta de sangue total do animal, é recomendada a eutanásia a fim de minimizar o sofrimento deste (Hoff, 2000). As colônias de roedores mantidas atualmente na SACPA/IEC/SVS/MS são originárias de animais adquiridos em 2007 dos biotérios das instituições FIOCRUZ/RJ, FIOCRUZ/BA e CEMIB/UNICAMP. Após 2 anos do início da recolonização, identificou-se a necessidade de caracterização do perfil bioquímico dos roedores criados na SACPA/IEC/SVS/MS, a fim de disponibilizar dados acerca dos animais que são entregues às pesquisas biomédicas realizadas em nossa Região e armazenar dados sobre o estado sanitário das colônias de ratos e camundongos.

Material e Métodos

Foram utilizados animais sentinela, ou seja, habitualmente separados para controle de qualidade das colônias, em quantidade abaixo descrita para cada espécie e linhagem de pequenos roedores mantidos na SACPA/IEC, com idade variando entre 4 a 5 semanas de

1Acadêmica do curso de Medicina veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia; Bolsista PIBIC-CNPq/IEC; E-mail:

ale_ariadine@hotmail.com

2 Pesquisadora da Seção de Criação e Produção de Animais de Laboratório (SACPA) do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), Avenida BR-316, Km 07, S/n°, Ananindeua-Pará. CEP 67030000; E-mail: klenasilva@iec.pa.gov.br

3 Pesquisador da Seção de Meio Ambiente (SEMAM) do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), Avenida BR-316, Km 07, S/n°, Ananindeua-Pará. CEP 67030000

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vida (adultos), para camundongos, e com 60 a 90 dias para ratos, segundo esquema abaixo:

Camundongos Swiss Weber: 39♂ 33♀ Camundongos Balb-C An: 33♂ 39♀ Ratos McCoy: 10 ♀

Os animais utilizados foram mantidos em mini-isoladores instalados em racks ventilados, em salas com temperatura média de 22oC (+-2) e umidade relativa de 60%, ciclo de luz de 12/12 horas, recebendo ração autoclavada específica e água autoclavada ad libitum.

Após contenção física manual, os animais foram anestesiados com associação de cloridrato de quetamina (75 mg/kg PV) e cloridrato de xilazina (5 mg/kg PV), por via intra-peritoneal. Em seguida, as colheitas foram realizadas através de punção cardíaca com retirada de amostra sangüínea total, acondicionadas em tubos de ensaio de vidro siliconado com gel separador de soro. Os vidros contendo as amostras foram rotulados, com a identificação do animal e data de colheita, e encaminhados para centrifugação a 3.000 rpm, objetivando separação do soro e plasma sanguíneo. Em seguida, o soro foi encaminhado ao laboratório da Seção do Meio Ambiente do IEC, utilizando o analisador bioquímico

VITROS DTSCII e DT60II da

Jonhson&Jhonson, que utiliza o método

semi-automático, onde 0,2µl de soro sanguíneo é depositado no slide de cada kit-teste bioquímico. Foram analisados os seguintes parâmetros: fosfatase alcalina,

creatinina quinase, aspartato

aminotransferase, alanina aminotransferase, bilirrubina total, colesterol total, amônia, glicose, ferro, uréia, ácido úrico e amilase.

Após a obtenção dos resultados de todos os testes empregados em cada animal utilizado no experimento, estes foram anotados em uma planilha do programa Excel, onde foram obtidas as médias e desvio-padrão e, a partir destes resultados, foi aplicado o teste estatístico de Mann-Whitney (teste U), com valor de significância de P ≤0,05.

Resultados e Discussão

Os parâmetros bioquímicos analisados diferem de espécie a espécie e linhagem a linhagem, pois algumas características devem ser consideradas: idade, sexo, raça, fatores ambientais, estado nutricional, uso de medicamentos, existência de doença crônica, inclusive a diferença de localização geográfica. O método empregado para coleta de amostras de sangue em ratos depende do volume de sangue necessário, da idade do animal e do nível de habilidade do técnico (Sirois, 2008). Sendo assim, em geral, ratos e camundongos podem exibir variações dos parâmetros bioquímicos relacionados com sexo, linhagem e genótipo, podendo ser influenciadas pela idade, dieta, manuseio, meio ambiente e outros fatores (Almeida et al, 2008).

Tabela 1. Análise bioquímica de rato McCoy fêmeas (♀)

Parâmetros n Média D.P.

Fosfatase alcalina (u/l)

10 ±309,0 ±41,0 CRS/Creatinina (mg/dl) 10 ±0,4 ±0,0 ALT/TGO (u/l) 10 ±282,2 ±188,2 AST/TGP (u/l) 10 ±285,5 ±287,9 URIC (mg/dl) 9 ±1,8 ±1,1

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Bilirrubina total (mg/dl) 7 ±0,7 ±0,3 Colesterol/CHOL (mg/dl) 10 ±148,3 ±14,7 Glicose (mg/dl) 10 ±270,5 ±58,9 Fe/Ferro (ug/dl) 10 ±400,0 ±28,1 Uréia BUN (mg/dl) 10 ±19,5 ±1,4 AMYL/Amilase (u/l) 10 ±37,2 ±2,4 NH3 (umol/l) 10 ±66,3 ±5,0

Tabela 2. Análise bioquímica de camundongos Balb C-An machos(♂) e fêmeas(♀)

Parâmetros n Média ♂ D.P ♂ n Média

D.P ♀ U-test

Fosfatase alcalina (u/l) 27 ±252,5 ±127,5 33 ±270,0 ±129,4 NS CRS/Creatinina (mg/dl) 28 ±0,3 ±0,1 36 ±0,4 ±0,1 NS ALT/TGO (u/l) 19 ±62,7 ±132,3 17 ±82 ±206,4 NS AST/TGP (u/l) 18 ±128,2 ±173,8 18 ±154 ±218,8 NS URIC (mg/dl) 26 ±2,2 ±2,0 32 ±1,7 ±2,4 NS Bilirrubina total (mg/dl) 24 ±0,6 ±0,5 31 ±0,7 ±0,3 NS Colesterol/CHOL (mg/dl) 24 ±64,3 ±40,4 26 ±60,0 ±33,6 NS Glicose (mg/dl) 25 ±248,9 ±126,6 29 ±234,0 ±129,2 P<0,05 Fe/Ferro (ug/dl) 27 ±198,9 ±106,6 30 ±246,0 ±127,6 NS Uréia BUN (mg/dl) 28 ±13,2 ±6,6 30 ±15,0 ±8,2 NS AMYL/Amilase (u/l) 26 ±31,5 ±16,6 33 ±40,0 ±14,5 NS NH3 (umol/l) 22 ±49,4 ±33,9 28 ±65,0 ±34,3 NS NS=não significante

Tabela 3. Análise bioquímica de camundongo Swiss Weber machos(♂) e fêmeas(♀)

Parâmetros n Média ♂ D.P ♂ n Média

D.P ♀ U-test

Fosfatase alcalina (u/l) 38 ±268,4 ±76,2 14 ±109,5 ±132,9 P<0,05 CRS/Creatinina (mg/dl) 39 ±0,4 ±0,0 20 ±0,2 ±0,2 NS ALT/TGO (u/l) 31 ±49,4 ±73,6 04 ±24,9 ±96,2 P<0,05 AST/TGP (u/l) 31 ±146,7 ±175,7 04 ±38,7 ±131,0 P<0,05 URIC (mg/dl) 34 ±1,3 ±0,9 13 ±0,9 ±1,5 P<0,05 Bilirrubina total (mg/dl) 34 ±0,5 ±0,3 15 ±0,6 ±1,1 NS Colesterol/CHOL (mg/dl) 34 ±82,1 ±32,7 10 ±19,6 ±29,5 P<0,05 Glicose (mg/dl) 38 ±273,5 ±80,4 13 ±101,3 ±135,3 P<0,05 Fe/Ferro (ug/dl) 37 ±292,1 ±78,5 19 ±174,6 ±165,0 NS Uréia BUN (mg/dl) 37 ±19,4 ±6,5 15 ±7,4 ±9,1 P<0,05 AMYL/Amilase (u/l) 36 ±37,3 ±11,0 16 ±19,3 ±20,9 P<0,05 NH3 (umol/l) 35 ±54,4 ±19,5 12 ±27,8 ±38,6 NS NS=não significante

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Os resultados encontrados referentes a camundongos foram equivalentes aos padrões normais já publicados (Olfert, Cross e Mcwillian, 1993; Nichols, 2003), porém, em relação a ratos, os valores para bioquímica seca não obtiveram igual resultado; os valores encontraram-se em grandes variações junto aos resultados normais já publicados (Prichett e Corning, 2004; UNIFESP, 2009). Isto, talvez, em virtude da diferente linhagem comparada, sendo o objeto de pesquisa deste projeto os ratos McCoy, e o padrão normal publicado refere-se a ratos Wistar.

Figura 1: Processamento bioquímica seca (A = identificação do animal; B= anestésicos utilizados; C= coleta de sangue de camundongo;

D= coleta de sangue de rato; E= coleta de

sangue de camundongo; F= transferência de sangue para o tubo com gel; G = centrifuga para obter o soro do sangue, H e I= VITROS DTSCII e DT60II.)

Conclusões

O perfil bioquímico das espécies animais é importante porque auxilia o veterinário na análise e diagnóstico do estado sanitário do animal. A dificuldade na obtenção dos valores de referência na literatura está principalmente relacionada às dificuldades para estabelecê-lo. O consumo de tempo para realização e os custos são algumas das dificuldades

encontradas, pois é necessário um significante número de animais clinicamente normais para traçar o perfil de valores bioquímicos normais de uma espécie (Pratt, 1997).

Em um biotério, conhecer os valores de referência de algumas enzimas é extremamente importante para caracterizar o quadro clínico de uma doença específica que possa estar ocorrendo na colônia.

Agradecimentos

A orientadora Klena Sarges, por dedicação, compromisso e competência. Ao pesquisador Kleber Faial pela ajuda de suporte. A colaboração de todos do Instituto Evandro Chagas, principalmente Seções SACPA e SEMAN, e especialmente a Deus e minha família por me terem feito chegar até aqui.

Referências

ALMEIDA, A.S. 2008. Valores de

referência de parâmetros bioquímicos no sangue de duas linhagens de camundongos.

Bras Patol Med Lab, v. 44, n. 6, p. 429-432.

HOFF, G., 2000, Colonoscopy without

sedation. Scandinavian journal of

gastroenterology, Vol. 35, No. 3, 2000, p. 225-226.

OLFERT, E.D.; CROSS, B.M.;

MCcWILLIAN, A.A. 1993. Guide to the

care and use of experimental animals. V. 1.

Ottawa: Canadian council on animal care.

PRATT, P.W. Laboratory procedures for

veterinary technicians. 3rd ed. St Louis: Mosby, 1997. 660p.

PRITCHET, K.R.; CORNING, B.F. 2004.

Biology and Medicine of Rats. In:

REUTER, J.D. and SUCKOW, M.A.

Laboratory Animal Medicine and

Management. New York: Ithaca.

SIROIS, M. 2008. Medicina de Animais de

laboratório. Princípios e Procedimentos.

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WIEDNEYER, C.E.; RUBEN, D.; FRANKLIN, C. 2007. Complete Blood

Count, Clinical Chemistry, and Serology Profile by using a Single Tube of Whole Blood from Mice.

Journal of the American Association for Laboratory Animal Science, v. 46, n. 2, p. 59-64,

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