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Farmácia Estética. Gustavo Beraldo Fabrício. Consultoria Jurídica Conselho Federal de Farmácia (CFF) outubro de 2017

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(1)

Farmácia Estética

Gustavo Beraldo Fabrício

Consultoria Jurídica – Conselho Federal de Farmácia (CFF)

outubro de 2017 ©

(2)

Farmácia Estética

A

ESTÉTICA

, inobstante não possuir regulamentação

específica no país, sequer por norma expedida pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode ser situada a

partir do

Decreto Federal nº 20.931/32

(que regula e fiscaliza

o exercício da medicina, da odontologia, da medicina

veterinária e das profissões de farmacêutico, parteira e

enfermeira, no Brasil, e estabelece penas):

Art. 25 Os institutos de beleza, sem direção

médica, limitar-se-ão aos serviços compatíveis com sua

finalidade, sendo terminantemente

proibida

aos que neles

trabalham

a prática de intervenções de cirurgia plástica, por

mais rudimentares que sejam,

bem como a aplicação de

(3)

Farmácia Estética

No tocante às clínicas de estética, o Decreto Federal nº 77.052/76dispõe sobre a fiscalização sanitária das condições de exercício de profissões e ocupações técnicas e auxiliares, relacionadas diretamente com a saúde, sendo que tal ato abrangerá as atividades exercidas também em institutos de esteticismo, observando-se que:

Art. 1º A verificação das condições de exercício de profissões e ocupações técnicas e auxiliares relacionadas diretamente com

a saúde, por parte das autoridades sanitárias dos órgãos de fiscalização das Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

Federais, obedecerá em todo o território nacional, ao disposto neste Decreto e na legislação estadual.

Art. 2º Para cumprimento do disposto neste Decreto as autoridades sanitárias mencionadas no artigo anterior, no desempenho da ação fiscalizadora, observarão os seguintes requisitos e condições:

I - Capacidade legal do agente, através do exame dos documentos de habilitação inerentes ao seu âmbito profissional ou ocupacional, compreendendo as formalidades intrínsecas e extrínsecas do diploma ou certificado respectivo, tais como, registro expedição por estabelecimentos de ensino que funcionem oficialmente de acordo com as normas legais e regulamentares vigentes no País e inscrição dos seus Titulares, quando for o caso, nos Conselhos Regionais pertinentes, ou em outros órgãos competentes previstos na legislação federal básica de

ensino.

II - Adequação das condições do ambiente onde se processa a atividade profissional, para a prática das ações que visem à promoção, proteção e recuperação da saúde.

III - Existência de instalações, equipamentos e aparelhagem indispensáveis e condizentes com as suas finalidades, e em perfeito estado de funcionamento.

IV - Meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes, pacientes, e dos circunstantes.

V - Métodos ou processos de tratamento dos pacientes, de acordo com critérios científicos e não vedados por lei, e técnicas de utilização dos equipamentos.

Art. 3º A fiscalização de que trata este Decreto abrangerá todos os locais em que sejam exercidas as profissões ou ocupações referidas no artigo 1º através de visitas e inspeções sistemáticas e obrigatórias, das autoridades sanitárias devidamente credenciadas, abrangendo especialmente:

VII - Institutos de esteticismo, de ginástica, de fisioterapia e de reabilitação.

(...)

Art. 7º O Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia do Ministério da Saúde orientará e providenciará sobre a exata aplicação do disposto neste Decreto e demais normas legais e regulamentares pertinentes.

(4)

Farmácia Estética

Como se pode observar, a estética sempre esteve atrelada à Farmácia, incluso o

âmbito dos cosméticos, conforme se depreende do

Decreto Federal nº 85.878/81

:

Art. 1º São atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos:

(...)

II - assessoramento e responsabilidade técnica em:

(...)

VI - desempenho de outros serviços e funções, não especificados no presente Decreto, que se situem no

domínio de capacitação técnico-científica profissional.

Art. 2º São atribuições dos profissionais farmacêuticos, as seguintes atividades afins, respeitadas as

modalidades profissionais, ainda que não privativas ou exclusivas:

I - a direção, o assessoramento, a responsabilidade técnica e o desempenho de funções especializadas

exercidas em:

(...)

d) estabelecimentos industriais em que se fabriquem insumos farmacêuticos para uso humano ou veterinário e

insumos para produtos dietéticos e cosméticos com indicação terapêutica;

(...)

h) estabelecimentos industriais em que se fabriquem produtos cosméticos sem indicação terapêutica e

produtos dietéticos e alimentares;

(...)

Art. 6º Cabe ao Conselho Federal de Farmácia expedir as resoluções necessárias à interpretação e execução

do disposto neste Decreto.

(5)

Farmácia Estética

Nos termos da Lei Federal nº 9.656/98 (dispõe sobre os planos e

seguros privados de assistência à saúde), o tratamento de emagrecimento

com finalidade estética não está instituído no plano-referência de

assistência à saúde:

Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com

cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo

partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de

enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a

internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da

Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas

estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:

(…)

IV - tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade

estética;

(6)

Farmácia Estética

A jurisprudência tem mitigado que, a princípio,

a

massagem estética facial, bronzeamento artificial,

depilação, manicure, pedicure, corte e penteado, e

vendas de produtos de beleza, são atividades cujo

desempenho não dependem de profissionais com

habilitação específica, exigida e regulamentada por

lei

, mas requer, antes, trabalhadores com formação

empírica ou, no máximo, baseada em cursos básicos

(apud TRF – 4ª Região – AC nº 200571000164527 –

D.E. 30/05/2007).

(7)

Farmácia Estética

O próprio Conselho Federal de Medicina sequer

reconhece a "Medicina Estética" como especialidade

médica, conforme se depreende do julgado oriundo do

Superior Tribunal de Justiça – REsp nº 1.038.260 – DJE

10/02/2010: “(...) 5. Hipótese em que o Conselho Federal

de Medicina não reconheceu a "Medicina Estética" como

especialidade médica negando, em consequência, o título

de especialista ao profissional que concluiu curso de

pós-graduação lato sensu . 6. Não pode o Poder Judiciário

invadir a competência dos Conselhos de Medicina, para

obrigá-los a conferir o título de especialista, em ramo

científico ainda não reconhecido como especialidade

médica. (...)”

(8)

Farmácia Estética

A primeira norma a tratar do assunto, a

Resolução/CFF nº 573/2013

EM NENHUM DOS

SEUS

ARTIGOS

(*),

PREVÊ

QUALQUER

PROCEDIMENTO INVASIVO OU CIRÚRGICO

NA ÁREA DE ESTÉTICA, com expressa ressalva

em seu artigo 1º de que o farmacêutico poderá ser o

responsável técnico por estabelecimentos nos quais se

utilizam técnicas de natureza estética e recursos

terapêuticos para fins estéticos, desde que não haja a

prática de intervenções de cirurgia plástica.

(*) cosmetoterapia; eletroterapia; iontoforese; laserterapia; luz intensa pulsada; peelings químicos e

mecânicos; radiofrequência estética; sonoforese (ultrassom estético).

(9)

Farmácia Estética

Processo N° 0061755-88.2013.4.01.3400 - 17ª VARA FEDERAL/DF Requerente: CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

Requerido: CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA

Trata-se de ação civil pública proposta pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em face do Conselho Federal de Farmácia (CFF), visando à declaração da ilegalidade da Resolução CFF nº 573/2013.

Dessa feita, vislumbrando a possibilidade supramencionada e reconhecendo a adequabilidade aos procedimentos estéticos dos conhecimentos adquiridos com a formação técnico-científica do farmacêutico, o Conselho Federal de Farmácia editou a Resolução nº 573/2013, a qual estabeleceu, com técnicas de natureza estética e recursos terapêuticos a serem utilizados pelo farmacêutico, os seguintes procedimentos: I – avaliação, definição dos procedimentos e estratégias, acompanhamento e evolução estética; II – cosmetoterapia; III – eletroterapia; IV – iontoforese; V – laserterapia; VI – luz intensa pulsada; VII – peelings químicos e mecânicos; VIII – radiofrequência estética; IX – sonoforese (ultrassom estético).

À primeira vista, de concluir-se que a realização de nenhum dos procedimentos estéticos elencados no rol supracitado exige técnicas invasivas, se considerado o sentido proposto pela definição prescrita no inciso III do artigo 4º da lei 12842/2013. É dizer, intui-se, por evidente, que tais intervenções não alcançam órgãos internos, fato que infirma a aduções de ser a aplicação de tais técnicas de exclusividade médica.

Dessa forma, de ver-se que não impõem óbices à associação das atividades estéticas elencadas acima à atividade farmacêutica, até mesmo porque os conhecimentos e a experiência adquiridos pelo exercício desta encontram aparente aplicabilidade na realização de procedimentos afetos àquela.

Por sua vez, indique-se ainda que em passagem alguma da lei 12.842/2013 reserva à atuação exclusiva do médico a realização de diagnóstico nosológico – com exceção daqueles cuja para cuja realização seja necessário procedimento invasivo – e a prescrição terapêutica correspondente.

Tanto é assim que o inciso I do artigo 4, que prescrevia tais medidas como ato privativo médico, foram vetados sob justificativa que considerou a possibilidade de outros profissionais da saúde oficiarem nesse sentido.

Dessa feita, nos termos retroindicados, não há defender-se a exclusividade médica da realização de diagnóstico nosológico e da prescrição terapêutica.

No que respeita aos demais dispositivos da Resolução combatida, que definem incumbências do farmacêutico quando no exercício da responsabilidade técnica em estabelecimentos de saúde estética, tais encontram-se em consonância com o permissivo da alínea H do inciso I do artigo 2º do Decreto nº 85.878/81, pelo que isento de irregularidade.”

(10)

Farmácia Estética

Processo N° … multifários …

Requerente: CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA e OUTROS Requerido: CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA

Várias ações cíveis propostas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e outros em desfavor do Conselho Federal de Farmácia (CFF), visando à declaração da ilegalidade das Resoluções CFF nº 585/2013, nº 586/2013 (prescrição e farmácia clínica) e, em alguns casos, a nº 616/2015, que versa sobre aestética:

(11)

Farmácia Estética

Toxina Botulínica (Resolução/CFF nº 616/2015)

(procedimento minimamente invasivo)

A forma cosmética da toxina botulínica é uma

injeção não cirúrgica que temporariamente reduz ou

elimina linhas de expressão, rugas na testa, pés de

galinha perto dos olhos e bandas grossas no pescoço.

Fonte:

http://www2.cirurgiaplastica.org.br/cirurgias-e-procedimentos/minimamente-invasivos/toxina-botulinica/

(12)
(13)

Farmácia Estética

Nenhuma ação até o momento em desfavor

da Resolução/CFF nº 645/2017, que incluiu

o fio lifting de autosustentação e a

laserterapia ablativa.

(14)

Farmácia Estética

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

C O O R D E N A D O R I A D E C O N T RO L E D E D O E N Ç A S

C E N T R O D E V I G I L Â N C I A S A N I T Á R I A

Portaria CVS nº 1, de 5 de agosto de 2017

Disciplina, no âmbito do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária – Sevisa, o

licenciamento dos estabelecimentos de interesse da saúde e das fontes de radiação

ionizante, e dá providências correlatas.

(regulamenta o consultório farmacêutico ,

CLÍNICAS DE ESTÉTICA

e

serviços de vacinação em farmácias)

(15)

Farmácia Estética - propaganda

RESOLUÇÃO Nº 596 DE 21 DE FEVEREIRO DE 2014

Ementa: Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares

Art. 14 - É proibido ao farmacêutico:

XXVII - submeter-se a fins meramente mercantilistas que venham a comprometer o seu desempenho técnico, em prejuízo da sua atividade profissional;

Art. 16 - É vedado ao farmacêutico: (…)

III - promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário; (…)

Art. 7º - Às infrações éticas e disciplinares leves devem ser aplicadas as penas de advertência sem publicidade na primeira vez; advertência por inscrito, sem publicidade, com o emprego da palavra “censura” na segunda vez; multa no valor de 1 (um) salário mínimo a 3 (três) salários mínimos regionais, que serão elevados ao dobro no caso de reincidência, cabíveis no caso de terceira falta e outras subsequentes, sendo elas:

(…)

VIII - submeter-se a fins meramente mercantilistas que venham a comprometer o seu desempenho técnico, em prejuízo da sua atividade profissional;

Art. 8º - Às infrações éticas e disciplinares medianas, devem ser aplicadas a pena de multa no valor de 1 (um) salário mínimo a 3 (três) salários mínimos regionais, que serão elevados ao dobro, ou aplicada a pena de suspensão, no caso de reincidência, sendo elas:

(...)

XIX - promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário, bem como em relação a produtos farmacêuticos e à divulgação de assuntos científicos não fundamentados na promoção, proteção e recuperação da saúde;

(16)

Farmácia Estética – propaganda

Lei Federal nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e

imediatamente, a identifique como tal. Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus

produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os

dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.

Art. 37- É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1º - É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter

publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão,

capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade,

quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2º - É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza,

a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de

julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de

induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou

segurança.

§ 3º - Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão quando

deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

(17)

Farmácia Estética – propaganda

O artigo 220, § 4º, da Constituição da República, assegura a livre

manifestação do pensamento, impondo, contudo, limitações à propaganda

comercial na área de saúde (exemplo: medicamentos), mostrando-se necessário,

assim, contrabalançar, de um lado, a livre iniciativa e, de outro lado, a segurança e a

saúde dos consumidores, não podendo haver preponderância de interesses

meramente econômicos sobre o interesse público.

Não se cogita de afronta ao princípio constitucional que assegura a liberdade de expressão do pensamento

inserto no art. 220, caput, da CF/88 à vista da exceção trazida pelo § 4º da mesma disposição

constitucional, onde admitida a restrição, a partir de lei, a propagandas de medicamentos, agrotóxicos,

bebidas alcoólicas, tabaco e terapias. Constitucionalmente admitida a limitação, dela tratou,

expressamente, o art. 7º do referido diploma legal:

"A propaganda de medicamentos e terapias de

qualquer tipo ou espécie poderá ser feita em publicações especializadas dirigidas direta e

especificamente a profissionais e instituições de saúde".

Evidenciada a prática de propaganda de

medicamento controlado mediante divulgação de conteúdo aparentemente jornalístico, resta configurada

lesão à proibição legal constante do art. 7º da Lei n. 9.294/96. (AC 2008.34.00.001649-2, JUIZ FEDERAL

EVALDO DE OLIVEIRA FERNANDES, filho, TRF1 - QUINTA TURMA, e-DJF1 13/01/2016)

Empresa do ramo de comunicação, veiculou propaganda de chá verde em cápsulas, cujo produto, segundo

a ANVISA, contudo, é considerado "novo alimento", nos termos da Resolução/ANVISA nº 16/99, devendo o

interessado em comercializá-lo requerer o respectivo registro e apresentar documentos contendo

informações sobre o produto e evidências científicas comprovando sua segurança para o consumo humano.

Na propaganda veiculada pela impetrante, o produto, apesar de ser um alimento, foi anunciado como

possuindo propriedades terapêuticas, nestes termos: "O chá verde é bom para o colesterol, doenças

cardíacas, previne envelhecimento precoce e auxilia também no tratamento para emagrecer". A

divulgação de que o produto possui propriedades terapêuticas descaracteriza sua condição de produto

alimentar

(Decreto-Lei 986/69, art. 56). A multa aplicada, no montante de R$ 15.000,00 (quinze mil reais),

não se mostra exorbitante. (AMS 2009.34.00.02

7417-0, DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES, TRF1

- QUINTA TURMA, e-DJF1 31/08/2015)

(18)

Farmácia Estética – propaganda

RECURSO

ESPECIAL.

DIREITO

DO

CONSUMIDOR.

AÇÃO

INDENIZATÓRIA.

PROPAGANDA ENGANOSA. COGUMELO DO SOL. CURA DO CÂNCER. ABUSO DE

DIREITO.

ART.

39,

INCISO

IV,

DO

CDC.

HIPERVULNERABILIDADE.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MORAIS. INDENIZAÇÃO DEVIDA. DISSÍDIO

JURISPRUDENCIAL COMPROVADO. 1. Cuida-se de ação por danos morais proposta por

consumidor ludibriado por propaganda enganosa, em ofensa a direito subjetivo do

consumidor de obter informações claras e precisas acerca de produto medicinal vendido pela

recorrida e destinado à cura de doenças malignas, dentre outras funções. 2.

O Código de

Defesa do Consumidor assegura que a oferta e apresentação de produtos ou serviços

propiciem informações corretas, claras, precisas e ostensivas a respeito de características,

qualidades, garantia, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, além de

vedar a publicidade enganosa e abusiva, que dispensa a demonstração do elemento

subjetivo (dolo ou culpa) para sua configuração. 3. A propaganda enganosa, como atestado

pelas instâncias ordinárias, tinha aptidão a induzir em erro o consumidor fragilizado, cuja

conduta subsume-se à hipótese de estado de perigo (art. 156 do Código Civil).

4. A

vulnerabilidade

informacional

agravada

ou

potencializada,

denominada

hipervulnerabilidade do consumidor, prevista no art. 39, IV, do CDC, deriva do manifesto

desequilíbrio entre as partes. 5. O dano moral prescinde de prova e a responsabilidade de seu

causador opera-se in re ipsa em virtude do desconforto, da aflição e dos transtornos

suportados pelo consumidor. 6. Em virtude das especificidades fáticas da demanda,

afigura-se razoável a fixação da verba indenizatória por danos morais no valor de R$ 30.000,00

(trinta mil reais). 7. Recurso especial provido. ..EMEN: (RESP 201201240476, RICARDO

VILLAS BÔAS CUEVA, STJ - TERCEIRA TURMA, DJE 09/12/2014.)

(19)

Farmácia Estética – propaganda

A obrigação decorrente de procedimento estético

embelezador é de resultado.

Portanto, a relação entabulada entre paciente e

clínica médica-estética é tipicamente de consumo,

nos termos do Código de Defesa do Consumidor.

(TJRS APELAÇÃO CÍVEL Nº 70046636346, DES.ª

IRIS

HELENA

MEDEIROS

NOGUEIRA

(20)
(21)

Farmácia Estética – propaganda

COMO SE APRESENTA:

“ESPECIALIDADE …… DEVIDAMENTE RECONHECIDA”

“FARMACÊUTICO ELIMINA …% DA GORDURA”

“MILAGROSO FITOTERÁPICO”

(22)

Farmácia Estética – propaganda

Serviços de estética e beleza são os mais denunciados

(2016)

Anvisa publica relatório de denúncias sobre Serviços de Interesse para a Saúde. As demandas

envolvem desde salões de beleza e clínicas de estética, até instituições de longa permanência para idosos e

estúdios de tatuagem.

Das 409 denúncias recebidas na Anvisa sobre serviços de interesse para a saúde, que envolvem desde salões

de beleza e clínicas de estética, até estúdios de tatuagem, 232 são sobre serviços de estética e embelezamento.

Os dados foram extraídos do “Relatório Denúncias em Serviços de Interesse para a Saúde” – primeiro

semestre de 2016, que reúne cumulativamente as denúncias recebidas entre os dias 10/03/2015 e 30/06/2016.

A publicação, que está em sua terceira edição, foi elaborado pela Coordenação de Serviços de Interesse para

a Saúde da Anvisa (CSIPS/GGTES) e apresenta um consolidado quantitativo e categorizado das denúncias

vinculadas aos diversos serviços de interesse para a saúde que chegam à Agência.

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/servicos-de-interesse-a-saude-tem-relatorio-publicado/219201?inheritRedirect=false

(2017)

Os serviços de estética e embelezamento dominam o quadro de demandas do 4º Relatório de

Denúncias em Serviços de Interesse para a Saúde. Divididos entre salões de beleza e clínicas de

estética, esses serviços concentram 52% das denúncias recebidas e 80% das demandas avaliadas como de

maior risco à saúde.

As denúncias se concentram principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná e no

Distrito Federal. Entre as ocorrências, estão lesões nos olhos e queimaduras diversas, vindas principalmente

das atividades de cabeleireiro e das clínicas de estética.

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/estetica-e-embelezamento-dominam-quadro-de-denuncias/219201/pop_up?_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_viewMode=print&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_languageId=pt_BR

(23)

Farmácia Estética – propaganda

Telefone: (61) 3878.8788

Sítio: http://www.cff.org.br

E-mail: gustavo@cff.org.br

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