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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

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Academic year: 2021

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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS

INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

A Justiça como equidade pela perspectiva filosófica de John Rawls, através do livro uma Teoria da Justiça.

Nathalia Carolini Mendes dos Santos Advogada

Mestranda em Direito do Trabalho na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo mendes@mendesesavoia.com.br

Este simpósio tem o apoio da Fundação Eduardo Lee

Resumo:

O presente artigo tem o intuito de abordar uma visão político filosófica da Justiça como Equidade, do Bem como Racionalidade e do Senso de Jusiça de John Rawls, conforme a terceira parte do livro “Uma teoria da Justiça”, demonstrando paralelamente a influência do pensamento de Aristóteles, no embasamento da Teoria que estabeleceu um novo marco na Filosofia Política em busca de uma sociedade igualitária.

Palavras chave: Justiça como Equidade. Bem como Racionalidade. Senso

de Justiça. John Rawls.

Summary

The present paper aims to address a philosophical political view of Justice as Equity, Goodness and Rationality, and John Rawls Sense of Justice, according to the third part of the book “A Theory of Justice”, demonstrating in parallel the influence of the thought of Aristotle, on the basis of Theory that established a new milestone in Political Philosophy in a search of an egalitarian society.

Key-words: Justice as Equity. Well as Rationality. Sense of Justice. John

Rawls.

Seção 4 – Monografias, artigos científicos e Trabalhos de Conclusão de

Curso (TCC), sobre outros temas e relacionados a qualquer curso.

Apresentação: colóquio científico. 1 – Introdução

No presente artigo será feita uma breve análise de alguns pontos da obra Uma Teoria da Justiça, especificamente a terceira parte do livro de John Rawls, que trata dos fins.

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Uma Teoria da Justiça é a principal obra de John, que foi escrita em 1960, mas, apenas publicada em 1971.

John Rawls foi o criador da teoria da justiça por equidade. Todavia, o mesmo sempre fez questão de frisar que sua teoria não foi inventada do zero ou de toda original, visto que se baseia em uma evolução do contrato social, trazido por Rousseau, Locke e Kant, tentando desenvolver o autor, uma alternativa contratualista.

Dentro de uma sociedade ordenada, como defendido por Rawls, é necessária a correta distribuição de bens e direitos aos seus membros, isso, através de regras e princípios justos.

Todavia, não há possibilidade de formular regras e princípios justos, com fito de construir uma sociedade com a devida distribuição, por meio daqueles que estão inseridos nessa coletividade, visto que cada qual tentará, logicamente, se favorecer.

A proposta de John Rawls, para uma sociedade justa, parte da premissa de um novo contrato social, pois há necessidade da formulação de regras imparciais e justas, que só podem ser elaboradas por pessoas abstraídas de suas posições sociais para uma posição originária, onde o individuo está coberto pelo véu da ignorância. Nesta posição não saberá absolutamente nada. Assim, será imparcial e poderá formular regras justas e universais que satisfaça todos.

O pensamento de John Rawls sofre influência de Aristóteles, que inclusive tem sua teoria (Teoria Aristotélica) mencionada na obra. Mesmo com larga distância de tempo entre os pensamentos, existe grande aproximação entre o filósofo político norte americano e o filósofo grego.

Aristóteles entende que a justiça não deve privilegiar ninguém, mas, deve ser recíproca. Nesse ponto encontramos a forte ligação ao pensamento consubstanciado por Rawls, que centra seu pensamento na fundamentação da sociedade justa.

Os pensamentos de Aristóteles prevalecem até os dias atuais, sendo extremamente utilizados, não somente em Uma Teoria da Justiça, mas, em muitas outras teorias liberais modernas.

2 – Objetivo e Metodologia

O presente artigo tem como objetivo realizar um estudo sobre a teoria filosófica de John Rawls, baseada no livro Uma Teoria da Justiça, especificamente sobre a terceira parte do livro, analisando conjuntamente a influência da Teoria da Justiça de Aristóteles.

A metodologia utilizada para a elaboração e conclusão do presente tema foi qualitativa, isto é, se caracteriza pela qualificação dos dados coletados e análise do problema.

3 – A Teoria da Justiça de John Rawls 3.1 – O bem com racionalidade

Na terceira parte do seu livro, John Rawls, de forma inicial, nos traz que o justo e o bem devem ser complementares, estando sintonizados.

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O Bem deve estar sintonizado com os princípios de justiça, derivados racionalmente da posição original e assim receber um caráter racional, excluindo de suas bases, quaisquer, interesses pessoais e imposições, que venham a ferir a liberdade e igualdade.

A idéia da posição original, lançada na obra, é estabelecer um procedimento justo, de modo que quaisquer princípios acordados sejam imparciais perante a coletividade.

A posição original faz com que haja condições justas de negociação. E, para isso, vale frisar que o uso da força, também deve ser, totalmente, excluído.

Da mesma forma, deve ser excluído, qualquer tipo de artifício, que possa burlar a justa negociação. Como diz John Rawls: “a posição original deve permitir acordos que sejam justos, as partes devem estar situadas de maneira justa, a ser tratadas de maneira equânime como pessoas morais”.

O Autor afirma, que as deliberações sobre a justiça social, apenas serão justas quando autores não conhecerem determinados fatos sobre si mesmos, como seu lugar na sociedade, posição social, capacidades naturais e concepção de bem, ou seja, fatos particulares.

Para que isso ocorra, os participantes devem estar cobertos pelo que o autor chama de véu da ignorância, que tem o papel de excluir tais informações, deixando os participantes em perfeita situação de igualdade.

O indivíduo, na posição originária, sob o viés da ignorância, formulará dois princípios básicos e importantes para construção da sociedade:

- 1º Todos devem ter a mesma liberdade, sendo usufruída ao máximo (Igual Liberdade para todos), inclusive direitos civis e políticos (Direitos Humanos de 1ª Geração).

- 2º As desigualdades econômicas são legitimas. Isso, porquê existem pessoas com talentos, dons, potencialidades, e outras, ao contrário, são medíocres. Assim, seria injusto não permitir as desigualdades econômicas entre essas pessoas, nivelando todos pelo mediano. Mas, há regras que permitem o desnivelamento das desigualdades sociais e, estas devem atender a dois princípios:

A) Princípio da Diferença: Para que seja aceita como justa a desigualdade econômica e social, as regras devem favorecer os menos favorecidos, isto é, segundo John Ralws, garantir oportunidades a todos. Exemplificando; dentro de uma sociedade podem existir pessoas mais abastadas, desde que, os menos abastados, também consigam manter suas famílias sem ser miseráveis.

B) Igualdade de Oportunidades: Todos devem partir das mesmas condições, com oportunidades iguais, inclusive, de ocupar cargos públicos.

Nessa Teoria, John Rawls, defende que os direitos sociais devem ser respeitados com a garantia de oportunidades, condições iguais de ascensão econômica e posição de destaque dentro de uma sociedade.

Tais princípios de justiça levam o indivíduo a uma sociedade justa. A principal ideia de justiça como equidade, na qual são enfatizados os princípios que emergem racionalmente da posição original de equidade, preparam o caminho para uma teoria completa do bem.

A pessoa exerce o bem em benefício da equidade, não usa as demais pessoas como meios, mas, as trata como livres e iguais. Assim as

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ações voltam-se ao bem público, implicando que seus membros tenham desejo de agir de acordo com os princípios de justiça. Tal colaboração mútua, não utilitarista, visa o desejo de estabilidade.

Uma sociedade bem organizada é propicia a estabilidade da justiça, criando em seu seio um senso de justiça, no qual se desenvolve uma moralidade em torno dos princípios de justiça.

Nessa sociedade, as crianças, em seu desenvolvimento, começam a aprender e compreender os benefícios da justiça, sendo capazes, com consciência adequada a fazer as devidas associações justas, tratando todos os membros da sociedade como iguais, sempre cooperando para o bem comum. Crescem nesses termos o sentimento de associação, lapidado pelo ideal de igual cidadania, igual liberdade.

O sentimento moral favorece os princípios de justiça, criando atitudes em benefício da equidade e a propósito da liberdade. Os sentimentos morais são considerados como características naturais da vida humana, sendo que não podemos simplesmente desconsiderá-los em nossas atitudes.

Sentimentos ruins, como a raiva e a perturbação não tem suporte nos princípios de justiça, emoções circunstanciais não se pautam sobre o alicerce da justiça. Estas são alterações comportamentais. Já a indignação e o ressentimento diante da injustiça encontram justificação legal.

A pessoa desprovida de senso de justiça é igualmente desprovida de atitudes fundamentais sobre a noção de humanidade. Os sentimentos morais revestem-se de responsabilidades em relação ao outro, fortalecendo atitudes de justiça como equidade. Essa responsabilidade é o preço do amor e confiança, amizade e afeição e de uma devoção as instituições e tradições pelas quais se beneficiaram e serviram os interesses gerais da humanidade.

John Rawls fomenta os sentimentos morais como necessários para a promoção dos princípios de justiça, viabilizando atitudes de responsabilidades em prol da liberdade e igualdade.

Ao falar que as atitudes morais fazem parte da humanidade, o autor quer dizer que os sentimentos morais encontram sua justificação racional na justiça como equidade.

3.2 – O senso de justiça

As instituições sociais, políticas e econômicas são congruentes com a moral, influenciando decisivamente na qualidade moral da vida pública e na formação do caráter dos cidadãos. Assim, o modo que as instituições estiverem estruturadas é fundamental para justiça ou para a injustiça da sociedade, das relações humanas e mesmo dos seres.

John Rawls aponta as três leis da psicologia moral, com o fim de realçar o caráter educativo e formativo da Estrutura básica da sociedade, pautada no senso de justiça, vejamos:

- 1º Dado que as instituições familiares são justas e que os pais amam seus filhos e se preocupam com o seu bem, então, a criança passa a reconhecer esse amor, aprendendo a amá- los.

- 2º Dado que a capacidade de uma pessoa para o sentimento de companheirismo se tornou uma realidade, quando da aquisição de

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vínculos, de acordo com a primeira lei e dado que uma organização social é justa e esse fato é reconhecido por todos, essa pessoa desenvolve laços de amizade e de confiança em relação aos outros membros da sociedade, à medida que esses, com evidente intenção cumprem os seus deveres e obrigações junto aos demais.

- 3º Dado que a capacidade de uma pessoa para o sentimento de companheirismo foi realizado quando a pessoa criou vínculos de acordo com as duas primeiras leis, e dado que as instituições de uma sociedade são justas e esse fato é publicamente reconhecido por todos, então essa pessoa adquire senso de justiça.

As duas primeiras leis se reportam ao ambiente institucional como sendo justo e a terceira lei, destina-se ao reconhecimento público disso.

Essa conexão entre os princípios de justiça com as aspirações humanas acabam criando o senso de justiça dentro de uma concepção coletiva do bem, formando a congruência necessária para estabilidade da justiça como equidade. Assim, todos os três princípios ou leis psicológicas, conspiram para suportar as instituições de uma sociedade bem estruturada, favorecendo a autoestima, o companheirismo e o desejo de justiça, elementos fundamentais para a estabilidade e consequentemente os princípios de justiça encontrarem maior força.

3.3 – O bem da justiça

Quando lutamos para concretizar os princípios de justiça e conseguimos atingir a natureza individual e coletiva dos agentes morais e nos tornamos completamente realizados e congruentes.

O que deve ser buscado é a objetividade dos bens na vida prática social. E, para isso, busca-se a lógica Aristotélica, pela qual a felicidade se dá pelas ações dentro de um plano de vida. Assim, a congruência do bem com os princípios de justiça se justificam objetivamente no contexto social.

O indivíduo dá forma aos seus objetivos de forma gradual, conforme for permitido pela justiça, sendo capaz de formular e seguir um plano de vida no qual possa engendrar sua unidade.

A justiça, para John Rawls, se objetiva na vida social, onde todos trabalham por um benefício mútuo da estabilidade racional da justiça como equidade.

Por fim, o autor termina a presente obra, afirmando que a congruência entre justiça e o bem, trazem credibilidade e justificam a igualdade e liberdade, envolvendo a cooperação de todos, podendo dizer que a justiça como equidade não se restringe a uma ideologia especifica ou há um tempo especifico, mas, é constituída para todos os tempos e lugares, é construída sob o aspecto da eternidade.

4 – Paralelo entre a teoria da justiça de John Rawls e a teoria da justição de Aristóteles – Influência e proximidades

Para John Rawls, uma sociedade ordenada, com princípios justos e bem distribuídos é fruto de um consenso racional entre os indivíduos.

O desenvolvimento de sua Teoria da Justiça, visa a possibilidade de direitos iguais, priorizando o justo sobre o bem.

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Sua principal obra, Uma Teoria da Justiça, sofreu grandes alterações, face as fortes críticas sofridas. Dessa forma, posteriormente, foi republicada com diversos acréscimos e alterações.

A Republicação da obra, com as pertinentes correções o aproximaram da Teoria e pensamentos Aristotélicos.

Como foi possível notar, no decorrer do texto, a Teoria da Justiça de John Rawls, pretende garantir a justiça como equidade, baseada em algumas regras e princípios, para justa distribuição dos benefícios em uma sociedade, garantindo que a mesma se torne totalmente bem ordenada.

Nesse esteio, nítida a aplicação do conceito de equilíbrio reflexivo e ponderados de justiça, trazidos por Aristóteles. Da mesma forma o Autor nos traz, dentro do Capítulo VII, o Principio Aristotélico, que é um princípio de motivação.

Por fim, é possível notar, mais uma vez, influência de Aristóteles na obra de John Rawls, quando fala em aspiração e prazer, expressões muito utilizadas no Livro Ética a Nicômaco.

5 – Conclusão

John Rawls apresentou a teoria da justiça como equidade e assim, estabeleceu um novo marco da filosofia política, enfrentando a complexa questão da Liberdade e Igualdade, para conceber uma Sociedade Justa.

Com o desenvolvimento da teoria, o autor nos trouxe a liberdade ajustada com a igualdade.

A Teoria da Justiça tem como objeto princípios de justiça, conforme abordado no decorrer do presente, sempre aplicados à estrutura básica da sociedade. Colocando o homem na posição original, sob o véu de ignorância, fazendo com que a elaboração das regras e princípios sejam justos, visando distribuir bens e direitos de forma imparcial entre os indivíduos.

A teoria da justiça de John Rawls se aproxima do pensamento aristotélico, inclusive, as grandes alterações realizadas em seu livro, após a republicação, nos remetem aos pensamentos do filósofo grego sobre o meio termo e as aspirações dos seres humanos. O próprio autor faz menção dessa proximidade em seu livro e dedica um tópico em um dos capítulos do livro como “O Princípio Aristotélico”.

É possível notar o viés Aristotélico, também, através do equilíbrio reflexivo e os juízos ponderados no princípio de justiça para atingir uma norma que beneficie a todos.

John Rawls, segundo sua Teoria da Justiça, nos remete a diversos princípios que devem ser aplicados dentro de uma sociedade bem ordenada, sendo de suma importância que os cidadãos tenham ideais de Justiça e do Bem, de forma harmônica.

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REFERÊNCIAS:

ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco, Atlas, 2009.

FLEISCHACKER, Samuel, Uma breve história de justiça distributiva, Martins Fontes, 2006. LOVETT, Frank, Uma Teoria da Justiça, de John Rawls, Penso, 2013.

Referências

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