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RELATÓRIO DE VIAGEM
Nome: Bernardo da Costa Semedo
Matrícula: 1313087
Curso: Ciências Econômicas
País: Estados Unidos
Universidade: University of Maryland at College Park
Período em intercâmbio: 2015.2
O relatório de viagem deverá ser entregue à DAR em versão impressa e em CD ou pen-drive e deverá conter no mínimo 4 páginas entre texto e fotos.
O relatório de viagem deverá conter os seguintes itens:
Visão geral do que foi o intercâmbio para você e apresente os pontos positivos e negativos;
Primeiros passos ao chegar à universidade, dicas de transporte, acomodação, custo de vida viagens, eventos culturais, etc.;
Fotos que ajudem a ilustrar sua experiência no exterior; Outras informações que você julgar necessária.
Meu nome é Bernardo da Costa Semedo, 21 anos, e estou cursando atualmente meu 7º período de Ciências Econômicas. Escolhi realizar um intercambio acadêmico nos Estados Unidos não só devido a estrutura incrível das faculdades de lá, mas também por ser um país que adoro e já visitei múltiplas vezes. Após realizar um filtro em todas as instituições conveniadas com a PUC-Rio, University of Maryland – College Park foi de fato a que se destacou entre todas. O desejo de ir para Maryland era tão grande que foi a única faculdade que selecionei durante meu processo.
Sinceramente descrever meu intercâmbio em palavras será um desafio. Assim que tomei a decisão de ingressar no processo seletivo em 2014.2, eu imaginava que estudar fora durante um semestre seria uma experiência para levar para vida toda, mas não imaginava que passaria por experiências tão incríveis, jamais vividas antes. Um mês antes de viajar, quando finalmente me dei conta que eu iria morar nos Estados Unidos durante um semestre sozinho, eu tentei imaginar possíveis problemas que poderia vir a encontrar. O impressionante foi que vários destes acabaram por não acontecer.
Um ponto muito positivo da minha experiência foi o fator amizade. A faculdade separa três dias antes do inicio do semestre para reunir todos os alunos de intercâmbio e com isso realiza diversas palestras informativas. Neste ambiente eu já comecei a fazer contato com pessoas que estavam presentes no auditório. Sou um pouco tímido, mas sabia que ali, naquela sala, eu encontraria diversos alunos e alunas que estariam na mesma situação que eu, “novos no pedaço”, dispostos a fazer amizades. E reitero aqui, se tivesse que dar somente uma dica para quem está indo estudar em Maryland ou qualquer outra faculdade no exterior, esta dica seria: as primeiras duas semanas serão fundamentais para criar um circulo de amizade forte. Digo isto, pois as primeiras amizades que fiz quando cheguei são amizades que mantenho até hoje, mesmo estando de volta no Brasil. A maior parte das amizades que fiz em Maryland foram com intercambistas vindos da Europa. E o interessante é que o perfil de cada um é bem diferente, pois a variedade de cursos que a faculdade oferece é enorme, então tem perfis para todos os gostos. Estes estavam comigo durante todo meu período nos Estados Unidos, tanto em grupos de viagens, como para sair nos finais de semana e até formar grupos de estudo.
Outro ponto positivo foi em relação à cultura. A experiência cultural é sempre um fator mencionado quando se faz um intercâmbio. E posso dizer que apesar de ter ido para Maryland, tive contato com culturas de
diversos países do mundo, através das amizades que fiz. No meu caso, eu morei em um apartamento dentro do campus, com seis pessoas. Dois americanos mais novos, um indiano, um porto-riquenho (naturalizado americano) e um dinamarquês, este ultimo sendo aluno de intercâmbio também. Além da diversidade cultural enorme relacionada aos países, cada um tinha um perfil diferente, o que posso dizer que tornou a experiência ainda mais interessante.
Um dos americanos era o típico ‘geek’ que tinha ‘drones’, adorava jogar games no seu
laptop, consertava coisas pelo apartamento, resolvia um cubo mágico em um minuto e por ai vai. Definitivamente não tem nada haver comigo, mas era uma pessoa muito divertida e sempre gostava de trocar uma ideia com ele. O outro americano era o típico ‘frat boy’. Era calouro (freshman) na faculdade, entrou no processo para virar membro de uma fraternidade e acabou conseguindo passar. Um rapaz alto astral e muito divertido. Já o indiano era o estudioso do apartamento, sempre estudando, até nos finais de semana. O porto-riquenho já se aproximava mais a minha cultura, porem ainda bem distante. Este era já veterano na faculdade, conhecia todo mundo do campus, ficamos muito amigos e acabei conhecendo muitas pessoas através dele. O dinamarquês já fazia parte do grupo de intercâmbio. Por coincidência fomos alocados no mesmo apartamento. Através desses amigos e dos demais que fiz, incluindo espanhóis, alemães, holandeses, ingleses, formamos um circulo de amizade bem diversificado.
Afirmo com convicção que viver sozinho durante um período foi algo muito importante para mim. Eu sempre tive um desejo de morar fora, principalmente nos Estados Unidos. E o intercâmbio para mim serviu como uma ferramenta para avaliar se é isso mesmo que eu quero. E tenho que dizer que não tenho reclamações a fazer, pelo contrário, fiquei mais convicto de meus planos de sair do Brasil. Acredito que a liberdade que tive durante este tempo foi muito importante. Os momentos nos quais eu me encontrava sozinho e desocupado eram raros. Mas quando ocorreram, mais para o final do intercâmbio, tive a chance de pensar bastante sobre o momento que estava vivendo e o que eu iria extrair de toda experiência vivida. Comecei a dar valor para coisas que eu não dava tanta atenção anteriormente, e vi que de fato morar fora é algo sem preço. Certamente é algo que irei almejar após a conclusão do meu curso na PUC-Rio.
Citar pontos negativos nessa experiência toda é bem difícil. Talvez 16 semanas vão passar voando e você nem terá tempo de pensar em coisas negativas! Escolhi por cursar cinco matérias durante o semestre e acabou ficando um pouco puxado. O modelo de aprendizagem vigente lá força o aluno a estar ativo e em dia com a matéria durante o semestre. Isso acontece via testes, tarefas de casa, leituras, listas de exercício que contribuem diretamente na sua nota final. Então você não só tem 2-4 provas por semestre, mas participação em sala e essas tarefas extras compõem a nota final do aluno. Às vezes durante o período me sentia um pouco pressionado e sem tempo para curtir o intercambio em si, mas no final consegui me planejar bem e não tive problemas. E não posso reclamar dessa demanda que ocorre durante o semestre, pois você é recompensado com notas maiores, já que a nota final está distribuída durante o período todo. Se pudesse voltar no tempo, talvez me inscrevesse em somente 4 matérias, como a maioria faz.
A minha chegada aos Estados Unidos e minha acomodação toda foi excepcional. Como tenho família morando em Nova Iorque, cheguei duas semanas antes do início das aulas não só para curtir a grande maçã, mas para fazer todo o preparo para me mudar para Maryland. Foi tudo muito mais fácil para mim. Tive o auxilio de minha prima para
resolver todas as pendencias antes do inicio do semestre, principalmente fazer as compras para poder montar meu quarto (travesseiros, roupa de cama e banho...). Fui para College Park, MD, de carro, que é uma viagem de 4 horas então a mudança toda foi muito fácil. Mas para quem não tem essa facilidade em mãos, a estrutura da faculdade e seus arredores são bastante eficientes. Existem ‘shuttles’ dos aeroportos de Washington para o campus e existe até uma Ikea a 10 minutos de distancia do campus. Mas uma recomendação que faço é, use e abuse do Uber para ir para lugares fora do campus, ainda mais quando estiver em grupos de 4 pessoas, pois o custo será mínimo. Mas dentro do campus e seus arredores existe uma frota de ônibus surreal que te leva para qualquer lugar do campus 24/7.
Tive muita sorte de ser alocado em um apartamento. Havia 4 quartos, sendo 2 individuais e 2 duplos. Muito espaçoso, bem equipado, e com uma cozinha completa, o que me livrou de ter que comer no refeitório do campus. Para pessoas como eu que gosta de cozinhar, foi excelente. Mas para quem não gosta de cozinhar, a avenida principal que passa pela entrada do campus (Baltimore Ave.) está lotada de opções para fazer todas as refeições do dia, das saudáveis as tentadoras. Não é necessário depender do refeitório do campus para se alimentar. Além do mais, o custo é o mesmo.
Tive algumas oportunidades de viajar durante o semestre, mas foram viagens curtas, pois tinha aulas com chamada, e as faltas geravam perda de pontos na média final. Visitei a Filadélfia, Chicago, Baltimore, Nova Iorque e Miami para comemorar meus 21 anos com estilo. Recomendo todos os destinos. Durante o Thanksgiving, feriado prolongado no final de novembro, existe a oportunidade de fazer uma viagem mais longa. Um grupo de amigos ficou uma semana em Cancun por exemplo.
O custo de vida projetado pela faculdade é subestimado, em minha opinião. Ele inclui acomodação, alimentação, seguro saúde... Na época que fui este valor era US$7000, que só dá para fazer o básico. Da faculdade até Washington, DC, mais especificamente o ‘National Mall’ não levará mais de 35 minutos de metrô. O custo de vida em DC e suas redondezas são altos. Apesar de 90% dos museus serem gratuitos em DC, você irá gastar dinheiro como todo o resto. Seja para almoçar, jantar, na noite, que é bem badalada porem com preços bem
salgados. Geralmente as boates e bares não cobram entrada (chamado de “Cover”), porem bebidas são bem caras (cervejas US$8-10 e drinks US$12-15). Viagens ao redor do país certamente não estão incluídos nos US$7000. Mas existem diversas maneiras de reduzir o custo, como por exemplo, viajar de ônibus e utilizar o Airbnb para locação de apartamentos para ficar no fim de semana.
Este relatório está bem completo, mas acho que cada um vive um intercambio diferente. Os últimos relatórios que li constaram o básico igual ao meu, porem as experiências relatadas foram bem diferentes. Posso afirmar com convicção que qualquer um que for estudar na Univerisity of Maryland – College Park viverá uma experiência incrível, podendo ser completamente diferente da minha.
