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Resumo do capitulo 1 a 6- Maias, de Eça de Queiroz.

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Os Maias, de Eça de Queirós Os Maias, de Eça de Queirós Capitulo I

Capitulo I

Os Maias eram uma antiga família da Beira, sempre pouco numerosa, que cou Os Maias eram uma antiga família da Beira, sempre pouco numerosa, que cou reduzida a Afonso da Maia e ao seu neto Carlos da Maia que estava a estudar reduzida a Afonso da Maia e ao seu neto Carlos da Maia que estava a estudar medicina em Coimbra.

medicina em Coimbra. No

No outono outono de de !"# !"# instalarainstalaram$se m$se na na sua sua casa casa de de %isboa, %isboa, con&ecida por con&ecida por todostodos como o '(amal&ete', que estava abandonada desde que a família se tin&a retirado como o '(amal&ete', que estava abandonada desde que a família se tin&a retirado para a quinta de )anta Ol*via, nas margens do rio +ouro. O procurador da família para a quinta de )anta Ol*via, nas margens do rio +ouro. O procurador da família -ilaa/ enumerou a Afonso da Maia das necessidades que a casa precisava em ter -ilaa/ enumerou a Afonso da Maia das necessidades que a casa precisava em ter obras e por isso Carlos, um rapaz de gosto e de lu0o entregou

obras e por isso Carlos, um rapaz de gosto e de lu0o entregou a reconstru1o doa reconstru1o do (amal&ete a um arquitecto e decorador ingl2s.

(amal&ete a um arquitecto e decorador ingl2s.  3

 3erminaderminada a reconsa a reconstru1o, a casa mtru1o, a casa manteve$se fecanteve$se fec&ada, enqu&ada, enquanto Carlos fez uanto Carlos fez umama longa viagem pela 4uropa, ap5s ter terminado o curso de medicina em Coimbra. Na longa viagem pela 4uropa, ap5s ter terminado o curso de medicina em Coimbra. Na v6spera da c&egada do neto, Afonso instalou$se no (amal&ete, dei0ando a quinta v6spera da c&egada do neto, Afonso instalou$se no (amal&ete, dei0ando a quinta de )anta Ol*via. Afonso gostava do sossego de )anta Ol*via, mas o seu neto depois de )anta Ol*via. Afonso gostava do sossego de )anta Ol*via, mas o seu neto depois de formado n1o iria querer viver na quinta por

de formado n1o iria querer viver na quinta por ter um carreira ativa, como n1oter um carreira ativa, como n1o queria viver longe do seu neto mudaram$se para %isboa.

queria viver longe do seu neto mudaram$se para %isboa. No passado, Afonso da

No passado, Afonso da Maia tin&a sido um Maia tin&a sido um rebelde 7acobino, ou se7a, um liberal orebelde 7acobino, ou se7a, um liberal o que c&ocou o seu pai, Caetano da Maia, que odiava os 7acobinos. 4ste sentindo$se que c&ocou o seu pai, Caetano da Maia, que odiava os 7acobinos. 4ste sentindo$se desonrado com as ideias liberais do seu l&o, e0pulsou$o de casa, isolando$o na desonrado com as ideias liberais do seu l&o, e0pulsou$o de casa, isolando$o na quinta de santa Ol*via

quinta de santa Ol*via.. Ap5s alguns meses de isolamento, Afonso saturado de estar Ap5s alguns meses de isolamento, Afonso saturado de estar na quinta voltou, aparentemente arrependido, a pedir ao pai que o dei0asse ir para na quinta voltou, aparentemente arrependido, a pedir ao pai que o dei0asse ir para 8nglaterra. %* depressa

8nglaterra. %* depressa esqueceu as suas ideias revolucion*rias e s5 regressou aesqueceu as suas ideias revolucion*rias e s5 regressou a %isboa quando o seu pai morreu. Nessa altura con&eceu +. Maria 4duarda (una, %isboa quando o seu pai morreu. Nessa altura con&eceu +. Maria 4duarda (una, com quem veio a casar$se e de quem teve um l&o, 9edro da Maia.

com quem veio a casar$se e de quem teve um l&o, 9edro da Maia. A família Maia vivia num

A família Maia vivia num palacete em Benca, mas palacete em Benca, mas devido a ideologia politica quedevido a ideologia politica que se vivia e a qual Afonso n1o era a sua casa foi invadida e revistada pela polícia, que se vivia e a qual Afonso n1o era a sua casa foi invadida e revistada pela polícia, que procurou, em v1o, pap6is e armas, que esperava encontrar escondidos. +epois das procurou, em v1o, pap6is e armas, que esperava encontrar escondidos. +epois das buscas efetuadas pela polícia, a

buscas efetuadas pela polícia, a família Maia partiu para família Maia partiu para 8nglater8nglaterra, tendo$sera, tendo$se instalado com lu0o, nos arredores de %ondres. Maria 4duarda (una n1o era feliz, instalado com lu0o, nos arredores de %ondres. Maria 4duarda (una n1o era feliz, sentia saudades do seu país, era uma verdadeira %isboeta. Odiando tudo o que era sentia saudades do seu país, era uma verdadeira %isboeta. Odiando tudo o que era ingl2s, 4duarda (una tamb6m n1o aceitara que 9edro estudasse num col6gio ingl2s, ingl2s, 4duarda (una tamb6m n1o aceitara que 9edro estudasse num col6gio ingl2s, tendo entregue a sua educa1o a um padre de %isboa -asques/.

tendo entregue a sua educa1o a um padre de %isboa -asques/.

9edro tornara$se um &omem, de car*cter fr*gil e melanc5lico, n1o ousando sequer 9edro tornara$se um &omem, de car*cter fr*gil e melanc5lico, n1o ousando sequer contestar o padre -asques, a quem detestava. Afonso ainda quis mandar 9edro para contestar o padre -asques, a quem detestava. Afonso ainda quis mandar 9edro para Coimbra, mas viu$se forado a obedecer : mul&er, que n1o quis separar$se do l&o. Coimbra, mas viu$se forado a obedecer : mul&er, que n1o quis separar$se do l&o. ;uando Maria 4duarda (una morreu, 9edro passou por um longo período de agonia. ;uando Maria 4duarda (una morreu, 9edro passou por um longo período de agonia. <m dia as crises de 9edro acabaram quando numa troca de ol&ares, apai0onou$se <m dia as crises de 9edro acabaram quando numa troca de ol&ares, apai0onou$se por uma bela sen&ora loira que viu passar acompan&ada do seu pai, essa rapariga por uma bela sen&ora loira que viu passar acompan&ada do seu pai, essa rapariga era Maria Monforte, que tin&a um passado obscuro tendo fugido dos Aores e era Maria Monforte, que tin&a um passado obscuro tendo fugido dos Aores e encontrado a fortuna atrav6s do traco negreiro, por isso ela foi apelidada de encontrado a fortuna atrav6s do traco negreiro, por isso ela foi apelidada de 'negreira=.

'negreira=. 9edro soube

9edro soube por Alencar &omem que l&e tin&a por Alencar &omem que l&e tin&a dado informa>es sobre Mariadado informa>es sobre Maria Monforte/ que um amigo c&amado Melo con&ecia os Monforte e duas semanas Monforte/ que um amigo c&amado Melo con&ecia os Monforte e duas semanas depois 7* 9edro acompan&ava a família Monforte no teatro de ). Carlos. Os vel&os depois 7* 9edro acompan&ava a família Monforte no teatro de ). Carlos. Os vel&os amigos dos Maias depressa comunicaram a Afonso os amores de 9edro, embora amigos dos Maias depressa comunicaram a Afonso os amores de 9edro, embora Afonso 7* suspeitasse de alguma pai01o do l&o. +epois de con&ecer o passado Afonso 7* suspeitasse de alguma pai01o do l&o. +epois de con&ecer o passado desonroso do pai Monforte, Afonso s5 aceitava que Maria fosse amante do l&o, desonroso do pai Monforte, Afonso s5 aceitava que Maria fosse amante do l&o, embora mesmo esse lugar fosse vergon&oso

embora mesmo esse lugar fosse vergon&oso.. No ver1o 9edro partiu para )intra,No ver1o 9edro partiu para )intra, pois os Monforte tin&am l* alugado uma casa. 4ntretanto -ilaa informou Afonso pois os Monforte tin&am l* alugado uma casa. 4ntretanto -ilaa informou Afonso que 9edro o tin&a questionado sobre os seus bens descobrindo$se mais tarde que que 9edro o tin&a questionado sobre os seus bens descobrindo$se mais tarde que 9edro queria casar com Maria, desonrando o seu pai. ;uando nalmente 9edro 9edro queria casar com Maria, desonrando o seu pai. ;uando nalmente 9edro

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pediu a Afonso licena para casar o seu pai recusou e por isso abandonou a casa de Benca e &ospedou$se num &otel.

Ap5s o casamento, 9edro e a amada foram em lua$de$mel para 8t*lia. Afonso mostrando a maior serenidade, limitou$se a dizer ao escudeiro que retirasse da mesa o tal&er de 9edro.

Capitulo II

9edro da Maia e Maria Monforte estavam em 8t*lia at6 que Maria mostrou$se saturada e manifestou o dese7o de ir a ?rana, e 9edro satisfez$l&e o capric&o.. C&egando da lua de mel, 9edro apressou$se a visitar o pai, mas este tin&a partido para a sua quinta de santa Ol*via. )entindo$se ferido com a rea1o do seu pai, tamb6m n1o mostrou interesse em comunicar$l&e a notícia acerca do nascimento da sua l&a. ;uando a l&a Maria 4duarda fez um ano, o casal deu uma grande festa, : qual compareceu a sociedade lisboeta. As festas comearam a tornar$se mais frequentes distinguindo$se sobretudo pela beleza e pelo lu0o de Maria.

9ara se apro0imar do pai 9edro quis dar o nome do pai ao seu pr50imo l&o que estava para c&egar mas Maria andava a ler uma novela, cu7o &er5i era o

príncipe Carlos 4duardo e por isso quis dar$l&e esse nome porque parecia prometer$ l&e um destino de 'amores e faan&as=.

<m dia, 9edro saiu numa caada, organizada na sua quinta da 3o7eira, para l* de Almada, em &onra de um príncipe italiano, que tin&a c&egado a %isboa e de quem se zera amigo. 9edro feriu$o durante a caada e &ospedou$o em sua casa, c&amando o m6dico e duas enfermeiras para o tratarem. A estadia de um príncipe italiano em sua casa e0citou a curiosidade de Maria que na man&1 seguinte,

incumbiu a sua criada de subir ao quarto do &5spede, inquirindo sobre o seu estado de sa@de e aproveitando a oportunidade para apreciar o seu aspeto físico. Ap5s o regresso do italiano ao &otel, sem ainda ter visto Maria, em agradecimento da sua &ospitalidade, mandou$l&e um admir*vel ramo de ores, acompan&ado de um belíssimo poema que zera em sua &omenagem.

9edro foi informado que o pai regressaria a %isboa para ser operado e comunicou a Maria a sua inten1o de tentar uma nova apro0ima1o, mas Maria pediu$l&e

calma, considerando que seria mais sensato diminuírem o ambiente de festas em casa e s5 depois seria adequado procurarem Afonso. Al6m disso seria tamb6m sensato esperarem que o vel&o Monforte, que receava a presena de Afonso da Maia, partisse para os 9iren6us. Os &*bitos de Maria mudaram, tendo$se tornado muito mais recatada e passando as noites apenas entre alguns íntimos, entre os quais de destacava o italiano. A tentativa de nova apro0ima1o deu$se com a ida do vel&o Monforte mas Maria sugeriu que esperassem pelo 8nverno.

Numa tarde de +ezembro, 9edro apareceu em casa do pai, surpreendendo$o com o seu aspecto desalin&ado e comunicando$l&e que Maria o tin&a abandonado,

dei0ando uma carta e partindo com o italiano, tendo levado a l&a consigo. Apesar do desrespeito que 9edro teve para com ele, reprimiu a sua raiva e tentou consol*$ lo, mostrando$l&e todo o seu carin&o de pai. 9edro apresentou a criana a Afonso, que logo l&e dispensou todas as aten>es, esquecendo os problemas que o

inquietavam. C&egou a &ora do 7antar, 9edro n1o acompan&ou Afonso, mas o tal&er de 9edro foi posto novamente na mesa e os criados moviam$se em sil2ncio, como se estivessem num ambiente de luto.

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Antes de ele pr5prio recol&er ao seu quarto, Afonso foi despedir$se de 9edro e encontrou$o a escrever, tendo ele declarado que estava a redigir um recado para o procurador -ilaa. +urante a noite, Afonso esteve apreensivo e vigilante, atento aos passos do l&o e quando, pela man&1, comeava 7* a cair no sono, foi

despertado pelo som de um tiro. Afonso foi imediatamente ao quarto e encontrou o l&o morto e uma carta que ele dei0ara. +aí a dias fec&ou$se a casa de Benca e Afonso partiu com o neto e com todos os criados para a quinta de santa Ol*via. ;uando -ilaa foi a santa Ol*via, em ?evereiro, encontrou Afonso da Maia t1o em bai0o que voltou para %isboa a dizer que o vel&o &omem n1o duraria um ano.

Capitulo III

Numa man&1 de Abril, nas v6speras da 9*scoa, -ilaa fez uma visita a santa Ol*via. -ilaa teve diculdade em recon&ecer Afonso, quando o viu a subir a rua, robusto e corado, embora os seus cabelos estivessem todos brancos.

Afonso e -ilaa cumprimentaram$se com emo1o e, ao ver Carlos, -ilaa cou deslumbrado com o seu crescimento, bei7ando$o arrebatadoramente.

4m conversa com o 3ei0eira, -ilaa comentou que era Carlos que fazia reviver aquela casa e calculou que o menino seria alvo de todos os mimos, mas  3ei0eira desenganou$o, informando$o que Carlos estava a ser su7eito a uma

educa1o muito rigorosa, inspirada no modelo ingl2s. )eguindo as regras desta educa1o, Carlos tin&a rigor na alimenta1o e beneciava de um contacto directo com a natureza, podendo correr, subir :s *rvores, cair, mol&ar$se e apan&ar sol, tal como o l&o de um caseiro.

Carlos estava a ser educado por um perceptor ingl2s, que, mal tin&a c&egado, o tin&a logo ensinado a remar e a fazer &abilidades no trap6zio.

)egundo Afonso, a instru1o n1o poderia consistir apenas em saber

recitar, mas sobretudo em aprender coisas @teis e pr*ticas. 4ntretanto os convivas puderam apreciar a desenvoltura com que Carlos falava ingl2s, no seu di*logo com o preceptor.

Carlos falou ao ouvido do av, para l&e fazer um pedido, e o av acabou por l&e dar assentimento, apenas porque era dia de festa, devido : presena do -ilaa. Carlos podia ent1o ir buscar a 3eresin&a, que era a sua namorada.

4nquanto Afonso elogiava as virtudes da gin*stica, o abade comentou que aquela educa1o poderia fazer atletas, mas n1o fazia bons crist1os, insistindo que Carlos, como @nico &erdeiro de uma casa t1o grande e com futuras responsabilidades na sociedade, deveria aprender a doutrina.

+e regresso a casa, ap5s um passeio pelo campo, 7* os esperavam as )ilveiras, sen&oras ricas de uma quinta pr50ima, uma delas com dois l&os, o 4usebiozin&o e 3eresin&a, a noiva de Carlos.

4usebiozin&o, que tin&a um aspeto fr*gil, sombrio e melanc5lico, em contraste com o vigor de Carlos, era um menino que revelava, desde o bero, um

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grande interesse por livros e por tudo o que dizia respeito ao saber, traando letras e algarismos sobre um caderno. Ap5s o caf6, os &omens dirigiram$se : sala de 7ogo, enquanto as sen&oras caram a conversar na sala.

Carlos apareceu na sala com a sua noiva, relatando as brincadeiras com que se tin&am ocupado. A tia Ana, a quem assustava a impetuosidade de Carlos, fazia recomenda>es a 3eresin&a, dizendo$l&e que devia ter prop5sitos.

;uando deram as nove &oras e Carlos viu o perceptor Bron

aparecer, suplicava que ainda era cedo para se deitar, ainda por cima sendo aquele um dia de festa, em que tin&am visitas, mas o av manteve$se impassível e obrigou Carlos a retirar$se. 3odos os presentes estran&avam aquela rigidez, mas Afonso alegava que era necess*rio m6todo.

+. Ana )ilveira desabafou com -ilaa que aquela educa1o : inglesa, ministrada por um &er6tico e protestante, nunca fora aprovada pelos amigos da casa, tendo em conta que Afonso tin&a ao seu dispor o abade Cust5dio, que daria certamente : criana uma boa prepara1o para fazer boa gura em Coimbra.

+. Ana referiu ainda que Carlos, para al6m de algum con&ecimento do ingl2s, poucos talentos possuía. +epois, querendo pr : prova os dotes de 4usebiozin&o, incitou$o a declamar uns versos que ele con&ecia e foi com a

promessa de dormir essa noite com a mam1 que o menino acedeu a cumprir esse pedido. -ilaa mostrou$se impressionado com o talento do rapaz, conrmando que ele era um prodígio.

+epois de os convidados se retirarem, -ilaa ainda acompan&ou Afonso : livraria, enquanto ele, : boa maneira inglesa, bebia o seu con&aque.

Afonso fez refer2ncia : educa1o de 4usebiozin&o que, naquela idade, vivia sob a protec1o da criadagem, da m1e e da tia, passando dias inteiros a decorar versos e p*ginas do catecismo.

-ilaa tentava abordar um assunto com Afonso, acabando por conseguir comunicar$l&e que tin&a notícias de Maria Monforte, pois o poeta Alencar, que tin&a sido frequentador da casa em Arroios, tin&a estado com ela em 9aris.

Afonso, ap5s a morte de 9edro, tin&a feito todos os esforos para localizar Maria, querendo retirar$l&e a l&a, mas, n1o conseguindo saber nada sobre o seu paradeiro, acabara por desistir.

)oube$se que Maria tin&a vivido em Dustria e depois no M5naco, tendo levado mais tarde em 9aris uma vida de desaparecimento. O italiano tin&a morrido num duelo e mais tarde tamb6m o sen&or Monforte, a quem a l&a arruinara com o seu lu0o. Maria estava reduzida : mis6ria, entregando$se a uma e0ist2ncia de

e0cessos.

)obre a neta, Afonso acabou por aceitar que ela estaria morta, de contr*rio, tal como -ilaa alegava, seria natural que Maria viesse reclamar a legítima que cabia : criana. ?icou ent1o decidido que n1o se abordaria mais o nome de Maria.

;uando -ilaa partiu, Afonso ainda l&e comunicou que iria contactar um primo que vivia em 9aris, para que tentasse abordar Maria, oferecendo$l&e din&eiro para entregar a l&a ao av, caso ela estivesse ainda viva.

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-ilaa ac&ou o plano arriscado, pois a menina 7* ia nos seus treze anos, o seu car*cter estava formado e ela teria saudades da m1e. Afonso entretanto contou a -ilaa que o Carlos sabia que o pai se tin&a suicidado, pois teria ouvido os

coment*rios de algum criado e tin&a questionado o av sobre o assunto. Como o av n1o l&e escondeu nada, a reac1o de Carlos foi a de pedir uma pistola e o av mandou comprar no 9orto uma pistola de vento.

9assadas duas semanas ap5s a sua partida, -ilaa enviou uma carta a Afonso, com a notícia de que Alencar tin&a visto em casa de Maria o retrato de uma menina que Maria apresentara como a l&a que l&e tin&a morrido em %ondres.

Afonso n1o dei0ou de escrever ao seu primo, mas as informa>es que conseguiu recol&er foi que Maria tin&a fugido com um acrobata de circo para a Aleman&a e Afonso, saturado das aventuras desta mul&er, decidiu que seria mel&or esquec2$la.

Como iria ser aberta a lin&a de camin&o de ferro at6 ao 9orto, -ilaa tin&a manifestado, por carta, o seu prop5sito de fazer uma visita demorada a Afonso, acompan&ado do seu l&o, mas essa visita 7* n1o c&egou a concretizar$se, visto que o pai -ilaa morreu de uma apople0ia.

Anos mais tarde, em Coimbra, o l&o de -ilaa, que &erdara o cargo de procurador dos bens da família dos Maias, entrou no &otel Mondego, para

comunicar a Afonso que Carlos tin&a feito o seu primeiro e0ame, mostrando um desempen&o bril&ante.

Afonso abraou$se ao neto, muito comovido, n1o conseguindo conter as l*grimas.

Capitulo IV

Carlos ia formar$se em Medicina, curso para o qual tin&a descoberto a voca1o, quando, ainda criana, encontrou no s5t1o ' um rolo manc&ado e antiquado de estampas anat5micas ', tendo passado dias a recort*$las e a distribuí$las pelas paredes. <m dia irrompeu mesmo pela sala, a mostrar :s )ilveiras e ao 4usebiozin&o a imagem de um feto no @tero materno, o que escandalizou as sen&oras, mas obteve a indulg2ncia de Afonso, que louvou a curiosidade do neto em rela1o ao funcionamento do corpo &umano. A partir daí, +. Ana n1o consentiu mais que Carlos brincasse sozin&o com 3eresin&a, mas as outras pessoas concordavam que Carlos mostrava voca1o para a Medicina.

4m Coimbra, enquanto estudou no %iceu, Carlos interessou$se sempre mais por anatomia e, numas f6rias, a criada Eertrudes, num momento em que desfazia as malas de Carlos, fugiu espavorida, ao deparar com uma caveira. Ali*s, sempre que algum criado da quinta adoecia, Carlos consultava os livros, tentando fazer diagn5sticos, e 7* merecia o respeito do m6dico da quinta, que o tratava por colega. Alguns frequentadores da quinta viam o +ireito como uma escol&a mais acertada para um dalgo de t1o alta estirpe, mas Afonso entendia que a op1o do neto deveria ser levada muito a s6rio, querendo que Carlos viesse a ser @til ao país, tal como o mais vulgar cidad1o.

9ara se instalar em Coimbra, Carlos teve direito a verdadeiras &onras de dalgo, 7* que o av l&e preparou uma casa em Celas, que recebeu o epíteto de ' paos de Celas ', devido : raridade dos seus lu0os.

No início o diletantismo de Carlos inspirou a desconana dos mais democratas, mas a constata1o do interesse de Carlos pelos ideais revolucion*rios depressa venceu as

distFncias e por m os ' paos de Celas ' eram frequentados por pessoas das mais diversas ideologias.

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Os frequentadores dos ' paos de Celas ' entregavam$se a ocupa>es t1o diversas como a esgrima, o &ist, o debate das novas ideias que alastravam na 4uropa a +emocracia, o 9ositivismo, o (ealismo.../. 4stas tert@lias contavam sempre com a presena de um criado, que servia croquetes aos convivas, acompan&ados de cerve7a.

Carlos, ao mesmo tempo que se dedicava : Medicina, ocupava$se tamb6m com a Arte e a %iteratura, tendo publicado alguns sonetos e um artigo sobre o 9*rtenon e tendo mesmo c&egado a compor contos arqueol5gicos e a tentar a pintura a 5leo.

Carlos foi obrigado a moderar o seu diletantismo e a sua dissipa1o intelectual, pois, se n1o fosse um dalgo t1o rico e con&ecido, ter$se$ia arriscado a c&umbar.

 Afonso da Maia vin&a, :s vezes, passar umas semanas a Celas e se a princípio a sua presena causava intimida1o, a sua simpatia, interesse pela arte e literatura foram cativando os frequentadores da casa.

Carlos passava as f6rias grandes em %isboa, 9aris ou %ondres, mas os Natais e 9*scoas eram passados em )anta Ol*via, que Afonso ia embelezando com lu0os de um requinte franc2s e ingl2s, mas a e0ist2ncia neste espao ia$se tornando mais triste, devido : doena, ao

envel&ecimento e : morte de alguns dos seus &abituais frequentadores. As f6rias s5 eram divertidas para Carlos quando tin&a com ele o seu amigo Go1o da 4ga, que tamb6m merecia a simpatia de Afonso.

4ga estudava +ireito em Coimbra, com pouco anco, e a sua m1e, uma mul&er vi@va, rica e beata, que vivia retirada numa quinta, perto de Celorico de Basto, na compan&ia de uma l&a, tamb6m vi@va, rica e beata, contentava$se com a promessa, feita pelo padre )eram, de que o seu l&o terminaria um dia o curso. Ali*s, convin&a mais : sen&ora, envergon&ada com a &eresia e a rebeldia do l&o, que ele se mantivesse afastado em Coimbra.

 4ga, cu7a fama de dalgo rico l&e dava o recon&ecimento das famílias, vivia enredado em amores por meninas de quinze anos, l&as de empregados, e o pr5prio Carlos, que

escarnecia destes amores, acabou por se envolver num amor ad@ltero com a mul&er de um empregado do Eoverno Civil, mas, num dia em que viu o marido enganado a passear com o l&o pela m1o, sentiu vergon&a do seu acto, desistindo da sua aventura.

A segunda aventura sentimental de Carlos em Coimbra foi quando instalou uma rapariga espan&ola, com aspecto de ' +ama das Cam6lias ', numa casa ao p6 de Celas. 4sta espan&ola comeou a tornar$se insuport*vel aos amigos de Carlos, devido ao seu conservadorismo e apreo pela monarquia, de modo que, quando Baptista, o criado de quarto de Carlos, a surpreendeu com um ator de teatro, foi usado o prete0to para que, depois de bem paga, pudesse ser recambiada para %isboa, o seu espao de origem.

No acto da formatura de Carlos, &ouve uma enorme festa em Celas, : qual acorreram todos os amigos, tendo &avido mesmo uma serenata.

Carlos partiu para uma viagem de um ano pela 4uropa e nalmente, no Outono de !"#, veio instalar$se com o av no (amal&ete. Carlos alimentava grandes pro7ectos de trabal&o e, por isso, tin&a enviado da 4uropa cai0otes rec&eados de livros e aparel&os de laborat5rio. Afonso incentivava o neto nos seus planos, dando$l&e apoio monet*rio.

Carlos acabou por instalar o consult5rio no (ossio e criou tamb6m um laborat5rio num antigo armaz6m, 7unto ao %argo das Necessidades.

 4mbora os amigos n1o levassem estes preparativos a s6rio, Carlos abusou do lu0o na decora1o do seu consult5rio e eram de tal modo s6rios os seus pro7ectos de trabal&o que c&egou a fazer anunciar no 7ornal a abertura deste consult5rio.

 4ntretanto as obras no laborat5rio arrastavam$se e -icente, o seu mestre, um &omem democrata que dese7ava e0pulsar a família real do país, de modo a desimpedi$lo para que pudessem governar as pessoas de saber, ia prometendo o seu avano.

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No (amal&ete, almoava$se pontualmente ao meio dia. Os almoos eram demorados, prolongando$se para al6m da uma &ora, pois requeriam vagares para se saborear a

requintada cozin&a, preparada pelo c&ef franc2s que os Maias tin&am ao seu servio. Nesses almoos participava tamb6m o pr5prio (everendo Bonif*cio o gato de Afonso/, deliciando$se com as suas sopas de leite.

No nal do almoo, Carlos precipitava$se para o trabal&o, mas nunca aparecia um @nico doente e Carlos, 7untamente com o criado, entregavam$se : ociosidade, fumando, boce7ando e lendo revistas. 9or m Carlos, cansado daquela dorm2ncia, abandonava o consult5rio, dando por terminado mais um dia de trabal&o perdido.

<ma man&1, Carlos recebeu a visita do seu amigo 4ga, que tencionava instalar$se em %isboa, com o acordo da m1e e da irm1, 7* que em Celorico se tin&a espal&ado uma epidemia de anginas, que foi e0plicada como uma manifesta1o da ira divina, perante a presena de t1o ac6rrimo ateu. O certo 6 que, com o afastamento de 4ga, a epidemia desapareceu.

4ga apreciava o consult5rio, pasmado com o seu lu0o, e Carlos apreciava tamb6m 4ga, elogiando a sua gura e querendo obter esclarecimentos sobre uma Madame Co&en, de quem 4ga l&e falava nas cartas e que era, anal, uma 7udia, a mul&er do banqueiro Co&en, com quem 4ga alimentava uma aventura.

4ga inquiria sobre Afonso e o (amal&ete, informando$se sobre os seus frequentadoresH +. +iogo, o )equeira, o conde de )teinbroIen, o 3aveira, empregado no 3ribunal de Contas, Cruges, um maestro e pianista, o marqu2s de )ouselas e por m o 4us6bio )ilveira, que entretanto tin&a enviuvado. ?altavam as mul&eres, porque n1o &avia quem as recebesse. 4ga opinou que era necess*rio introduzir$se a arte e a literatura nas soir6es do (amal&ete,

falando do Craft, um coleccionador de arte que tin&a &erdado uma fortuna.

Carlos e 4ga discutiam as novas ideias, comentando o atraso de 9ortugal, mas, quando bateram as quatro &oras, 4ga apressou$se a sair, revelando sinais de aventura.

$ 4ga estava &ospedado no &otel <niversal e n1o aceitou o convite de Carlos para se &ospedar no (amal&ete.

J saída, 4ga ainda informou Carlos que iria publicar o seu livro, aquele livro sobre o qual tin&a falado durante dois anos, cu7o título seria ' Mem5rias de <m Dtomo ' e cu7o assunto seria a ' Kist5ria das grandes fases do <niverso e da Kumanidade '.

Capitulo V

+e regresso a casa, ap5s uma visita : sua primeira doente, uma bela rapariga de origem alsaciana, casada com um padeiro do bairro, que tin&a sido atingida por uma pneumonia, Carlos ainda veio encontrar o av envolvido numa partida de &ist com os seus amigos. Afonso sentia$se grato para com esta doente, que possibilitava o recon&ecimento de Carlos como m6dico, tendo por isso c&egado a enviar$l&e umas garrafas de Bord6us.

 Carlos pediu informa>es acerca de 4ga, que andava desaparecido, e entretanto -ilaa esclareceu que ele tin&a aparecido no escrit5rio, indagando sobre os preos da decora1o do consult5rio de Carlos. Constava$se que 4ga pretendia montar casa e, na opini1o de -ilaa, ele vin&a talvez meter$se na política, mas, segundo +. +iogo, a ocupa1o de 4ga relacionava$ se com uma mul&er. -ilaa condenciou com 4usebiozin&o acerca das e0travagFncias dos Maias, referindo o facto de Carlos ter ' tomado uma frisa de assinatura ', em ). Carlos, quando anal ia t1o poucas vezes ao teatro, acabando a frisa por ser mais frequentemente ocupada pelos amigos. Eastava$se muito em esmolas, pens>es, empr6stimos que nunca mais eram pagos, n1o se fazendo reservas de din&eiro, embora a casa tivesse rendimentos bastantes para suportar todas as despesas.

Conversando$se sobre 5pera,3aveira fez alus1o ao conde Eouvarin&o, par do reino, e : sua mul&er, condessa de Eouvarin&o. 4ste casal tamb6m tin&a tomado uma frisa de

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seu amigo 4ga, 3aveira esclareceu ainda que o tin&a visto na frisa dos Co&ens e zeram$se coment*rios sobre a possível aventura de 4ga com (aquel Co&en, mul&er do banqueiro Co&en. Os convivas foram, entretanto, abandonando o (amal&ete.

O laborat5rio de Carlos estava nalmente pronto e Carlos tin&a entretanto gan&o alguma fama de m6dico, devido : cura de Marcelina, a mul&er do padeiro. 3in&a, assim, alguns doentes no bairro e recebia algumas visitas no consult5rio. Os colegas que, a princípio, l&e atribuíam algum recon&ecimento, comearam a consider*$lo ' um asno ', devido : sua reduzida clientela. Carlos pouco mais fazia do que ocupar$se dos seus cavalos, do seu lu0o e do seu bricabraque ob7etos de arte L antiguidades/.

4ga dizia que andava muito ocupado a procurar casa, mas era visto a deambular constantemente pelo C&iado e pelo %oreto, em 7eito de aventura. O romance do 4ga 7* comeava a ser comentado no ' Er6mio ' e na ' Casa Kavanesa '.

<m dia 4ga irrompeu pelo consult5rio de Carlos, para l&e ler um e0certo do seu livro, ' Mem5rias de um Dtomo ', um capítulo que remetia para a 8dade M6dia, sobre os amores contrariados de uma 7udia por um poeta e cavaleiro. Carlos percebeu perfeitamente, nessa  7udia, a representa1o da amada (aquel Co&en. <ns dias depois, Carlos encontrou num 7ornal

uma refer2ncia : leitura deste capítulo das ' Mem5rias de um Dtomo ', em casa dos Co&en, num artigo que causou a indigna1o de 4ga, que n1o gostou das aprecia>es dos 7ornalistas.

4ga falou a Carlos no interesse que a família Eouvarin&o tin&a manifestado em con&ec2$lo, sobretudo a condessa. Carlos lembrou$se, ent1o, dos ol&ares que madame Eouvarin&o l&e dirigia : noite, no teatro. Carlos foi ent1o essa noite a ). Carlos, mas a saída revelou$se in@til, porque esse dia n1o estavam presentes nem 4ga nem os Co&en nem os Eouvarin&o. Ao deitar$se, em conversa com Baptista, o seu criado de quarto, Carlos procurou obter informa>es sobre a família dos Eouvarin&os, 7* que Baptista con&ecia o criado de quarto do conde. Carlos soube ent1o que o conde era um sovina, que tin&a oferecido ao criado um fato 7* em t1o mau estado que o criado o tin&a deitado fora. Al6m disso o casal tamb6m n1o se dava bem, tendo o criado presenciado uma cena em que madame

Eouvarin&o tin&a partido a loia, durante uma discuss1o.

Carlos foi nalmente apresentado aos Eouvarin&o, uma noite, em ). Carlos. A

condessa observou a Carlos que o tin&a visto, no ver1o, em 9aris. No nal do espect*culo, o conde mostrou$se &onrado por con&ecer um &omem com a distin1o de Carlos, e a condessa informou$o que recebiam :s teras$feiras.

Capitulo VI

Carlos decidiu ir visitar -ila Balzac, a casa do 4ga, alugada na 9en&a de ?rana. Ningu6m o veio receber, embora l&e parecesse ter ouvido barul&os vindos do interior da casa.

Conforme sugest1o do 4ga, no dia seguinte Carlos voltou e 4ga 7* o esperava, tendo$ o recebido com todas as cerim5nias. A casa estava pobre de decora1o, como convin&a a um l5sofo.

4ntretanto Carlos tin&a estado na casa de Madame Eouvarin&o e os dois amigos falaram sobre isso. Carlos tin&a e0perimentado algum interesse por esta mul&er, mas acabou por confessar a 4ga, que a Madame Eouvarin&o logo perdeu para ele o encanto. 4ste era uma grande defeito de Carlos, que o tornava incapaz de se 0ar numa mul&er, acabando apenas por car amigo de todas.

4ga disse a Carlos que ele era como +. Guan, eternamente : procura do amor e,

quando 7ulgava encontr*$lo, vericava que se tin&a enganado, decidindo continuar : procura, apro0imando$se de outras mul&eres. 4ga lana aqui um progn5stico, dizendo a Carlos que ele pode vir a acabar como +. Guan outro indício de fatalidade/.

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)aíram e, no camin&o, encontraram Craft, colecionador de bricabraque, que tin&a uma bonita casa nos Olivais. 4ga ainda quis voltar a casa para oferecer uma bebida, mas Craft libertou$o, dizendo que aproveitava o facto de estar ali para visitar um amigo.

4ntretanto 4ga convidou$os para um 7antar no Kotel Central, no dia seguinte. 4ntretanto o 7antar foi sendo adiado, pois 4ga foi incluindo mais pessoas e acabou por transform*$lo numa &omenagem ao seu amigo Co&en.

No dia do 7antar, Carlos veio a encontrar Craft numa lo7a de um &ebreu antiqu*rio. ?alaram sobre a casa de Craft nos Olivais e do seu precioso bricabraque, mas Craft confessou que queria desfazer$se de tudo aquilo.

4ntraram ent1o no Kotel Central e nesse momento viram c&egar um coup6e. +e dentro saiu uma sen&ora loira, muito bonita, que dei0ou Carlos e Craft num estado de

atrac1o e admira1o e arrancou de Craft o elogio em ?ranc2s ' tr2s c&ic '. Craft comentou o facto de terem visto : entrada do &otel uma mul&er bonita, com uma cadelin&a ao colo, e +Fmaso, que estava a conversar com 4ga, decidiu vangloriar$se de a con&ecer. 3ratava$se da família dos Castros Eomes com quem tin&a via7ado de comboio, vindos de Bord6us. +Fmaso falou no seu interesse por 9aris e referiu tamb6m o seu tio anarquista, que vivia na capital francesa. Apareceu em seguida o poeta Alencar, a quem 4ga tamb6m apresentou Carlos. Alencar cou emocionado, po con&ecer o l&o do seu grande amigo 9edro.

Alencar e0plicou a Carlos que ele tin&a tido alguma inu2ncia na escol&a do seu nome, pois a m1e n1o tin&a querido dar$l&e o nome Afonso, do av, e ent1o, como ela andava a ler um romance cu7a personagem principal era Carlos 4duardo, o @ltimo dos

)tuarts, Alencar sugeriu$l&e que desse esse nome ao l&o. Apareceu por m Co&en, o grande convidado do 7antar.

?alou$se ent1o de crimes na Mouraria, entre fadistas. Carlos ac&ava que esses crimes mereciam um romance, o que levou : discuss1o sobre o realismo. Alencar, poeta romFntico, era contra o realismo, por mostrar os aspetos feios da realidade. Alencar ac&ava que n1o se devia mencionar o ' e0cremento ', enquanto comiam. Craft estava do lado de Alencar, sendo contra o realismo e o naturalismo. Ac&ava que a arte devia ser uma idealiza1o, mostrando as formas mais belas da vida e n1o as feias. Carlos ac&ava que o mais intoler*vel no realismo eram os ' ares cientícos=, a ideia do positivismo e do e0perimentalismo. 4ga ent1o ac&ava que o realismo ainda devia ser mais cientíco e dar$se menos : fantasia.

A conversa desviou$se para uma pergunta feita a Co&en, a prop5sito de empr6stimos e Co&em disse mesmo que as grandes fontes de receitas no país eram os empr6stimos e os impostos. Carlos ent1o ac&ava que assim o país ia para a bancarrota e Co&en disse que essa bancarrota 7* ningu6m a podia evitar.

4nt1o 4ga ac&ava que o mel&or era a bancarrota e depois uma revolu1o que

acabasse com a monarquia. 9ortugal livrava$se depois da dívida e das vel&as pessoas. Co&en dizia a 4ga para n1o ser t1o radical, 7* que &avia &omens de talento no país. Co&en era o director do Banco Nacional e n1o queria ver assim en0oval&ados os &omens de talento em 9ortugal, mas recon&ecia que o país precisava de reformas.

4ga ent1o ac&ava que era precisa a invas1o espan&ola e +Fmaso disse que fugiria logo para 9aris. 4ga riu$se e criticou a cobardia de alguns portugueses, mas Alencar defendia o patriotismo.

Os empregados serviram um prato : Co&en, que 4ga tin&a encomendado em &onra do amigo. 9or m serviu$se o caf6 e levantaram$se da mesa. Comearam a falar outra vez sobre literatura e 4ga criticava o romantismo. ?inalmente 4ga discutia com Alencar e quase que &averia pancadaria se os outros n1o os separassem. Aquele &otel t1o c&ique estava a gan&ar um ambiente de taverna, : maneira portuguesa.

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A discuss1o acabou com os dois a fazerem as pazes e a elogiarem$se um ao outro. No nal 4ga saiu com Co&en e Carlos foi com +Fmaso e Alencar a p6 pelo Aterro. +Fmaso n1o parava de fazer elogios a Carlos, que ao mesmo tempo ia sabendo informa>es sobre a tal sen&ora brasileira que tin&a visto : entrada do &otel e que +Fmaso disse que con&ecia.

+Fmaso partiu e Carlos continuou acompan&ado de Alencar, que l&e falava do tempo em que era amigo de 9edro. Afastaram$se : porta do (amal&ete. G* no quarto, Carlos lembrou$se da &ist5ria dos pais, que 4ga um dia l&e tin&a contado, durante uma bebedeira, a m1e que tin&a fugido com outro e o suicídio do pai. Assim que adormeceu comeou a son&ar com a sen&ora que tin&a visto : entrada do &otel. 4la passava e o Craft dizia ' 3r6s c&ic '.

Referências