UNIVERSIDAD
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
E FEDERAL DE OURO PRETO
OURO PRETO
Departamento de Engenharia de Minas
Departamento de Engenharia de Minas
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral
SEPARAÇÃO SÓLIDO
SEPARAÇÃO SÓLIDO
–
–
LÍQUIDO
LÍQUIDO
Trabalho Nº 2
Trabalho Nº 2
SUMÁRIO SUMÁRIO 1. 1. INTRODUÇÃO ...INTRODUÇÃO ... 2... 2 2. 2. OBJETIVOS ...OBJETIVOS ... 3... 3 2.1 2.1 GGERALERAL... 3... 3 2.2 2.2 EESPECÍFICOSSPECÍFICOS... 3... 3 3.
3. REVISÃO DA REVISÃO DA LITERATURA ...LITERATURA ... 4... 4 3.1
3.1 SSEPARAÇÃOEPARAÇÃOSSÓLIDOÓLIDO-- LL ÍQUIDO ÍQUIDO... ... 44 3.2
3.2 SSEDIMENTAÇÃOEDIMENTAÇÃO... 4... 4
3.2.1
3.2.1 Ensaio de sedimentação em bancada ... 5Ensaio de sedimentação em bancada ... 5 3.2.2
3.2.2 Dimensionamento de Dimensionamento de espessador espessador ... ... 7 ... 7
3.2.2.1
3.2.2.1 Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ... 7Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ... 7 3.2.2.2
3.2.2.2 Método de Kynch com traçado Oltmann ... 8Método de Kynch com traçado Oltmann ... 8 3.2.2.3
3.2.2.3 Determinação do ponto de compressão ... 9Determinação do ponto de compressão ... 9
Comportamento da Cota de Interface Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & Clarificada, TORQUATO & DA LUZ DA LUZ (2011) ...(2011) ... 11... 11
Formulário das Variáveis de Controle ... 12Formulário das Variáveis de Controle ... 12
4.
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ... METODOLOGIA EXPERIMENTAL ... 1414 4.1
4.1 MM ATERIAIS ATERIAIS... ... 1414 4.2
SUMÁRIO SUMÁRIO 1. 1. INTRODUÇÃO ...INTRODUÇÃO ... 2... 2 2. 2. OBJETIVOS ...OBJETIVOS ... 3... 3 2.1 2.1 GGERALERAL... 3... 3 2.2 2.2 EESPECÍFICOSSPECÍFICOS... 3... 3 3.
3. REVISÃO DA REVISÃO DA LITERATURA ...LITERATURA ... 4... 4 3.1
3.1 SSEPARAÇÃOEPARAÇÃOSSÓLIDOÓLIDO-- LL ÍQUIDO ÍQUIDO... ... 44 3.2
3.2 SSEDIMENTAÇÃOEDIMENTAÇÃO... 4... 4
3.2.1
3.2.1 Ensaio de sedimentação em bancada ... 5Ensaio de sedimentação em bancada ... 5 3.2.2
3.2.2 Dimensionamento de Dimensionamento de espessador espessador ... ... 7 ... 7
3.2.2.1
3.2.2.1 Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ... 7Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ... 7 3.2.2.2
3.2.2.2 Método de Kynch com traçado Oltmann ... 8Método de Kynch com traçado Oltmann ... 8 3.2.2.3
3.2.2.3 Determinação do ponto de compressão ... 9Determinação do ponto de compressão ... 9
Comportamento da Cota de Interface Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & Clarificada, TORQUATO & DA LUZ DA LUZ (2011) ...(2011) ... 11... 11
Formulário das Variáveis de Controle ... 12Formulário das Variáveis de Controle ... 12
4.
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ... METODOLOGIA EXPERIMENTAL ... 1414 4.1
4.1 MM ATERIAIS ATERIAIS... ... 1414 4.2
LISTA DE TABELAS LISTA DE TABELAS
Tabela I
Tabela I – – Resultados obtidos nos testes de sedimentação em bancada. Nota: DRResultados obtidos nos testes de sedimentação em bancada. Nota: DR – –Dosagem deDosagem de
Reagente.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema da separação sólido-líquido num espessador, comparativamente à
evolução do fenômeno num ensaio em bancada. ... 2 Figura 2 - Esquema representativo de um espessador, destacando-se as principais zonas de sedimentação vistas num ensaio de sedimentação em bancada, (TORQUATO, 2008). ... 4 Figura 3 - (a) Etapas no teste de sediemntação em bancada; (b) Curva de sedimentação típica, TORQUATO (2008). ... 6 Figura 4 – Classificação da água sobrenadante do teste de sedimentação: (a) ótima
(turbidez (100 NTU); (b) boa (turbidez≈ 600 NTU); (c) ruim (turbidez ≈1500 NTU) e (d) péssima
(turbidez≈ 400.000 NTU). (BRAGANÇA, 2008). ... 6
Figura 5 – Modelo Kynch na determinação tu, em que se tem: tu1 – é o valor do tempo
determinado quando hu está acima do ponto de compressão – Leitura Direta; tu2 – é o valor de
tempo determinado quando huestá abaixo do ponto de compressão - traçado Talmage-Fitch. ... 8
Figura 6 – Método de Kynch com traçado de Oltmann para a determinação do fluxo crítico de
sedimentação. ... 9 Figura 7 – Curva de sedimentação, mostrando as descontinuidades na transição do regime livre
de sedimentação para o impedido, e para a compressão. ... 10 Figura 8 –Localização grosseira do ponto de compressão/crítico, por meio do gráfico de Roberts,
acentuando-se a mudança na inclinação das duas descontinuidades da curva de sedimentação. ... 10 Figura 9 – Fotos do ensaio de sedimentação em proveta sem adição de floculante que foi
conduzido no Laboratório de Flotação do DEMIN/UFOP: (a) Início do ensaio; (b) Estágio intermediário; (c) Período de 24 horas após o início do ensaio. ... 17 Figura 10 – Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos de condições distintas de
1. INTRODUÇÃO
O processamento de minérios envolve estágios de moagem e de classificação, os quais usam grandes quantidade de água. Na indústria do ouro, por exemplo, a norma operacional é a de consumo de uma tonelada de água por tonela de minério. Esse volume de água deve ser separado ou reduzido no tratamento posterior para a recuperação do mineral de interesse.
A separação de sólidos, a partir de suas suspensões em líquidos, é usualmente alcançada por sedimentação gravitacional em espessadores. No caso de partículas finas, esse processo é muito lento, sendo que, em geral, de 75% a 80% da água pode ser separada e removida por espessadores. A operação de espessamento nesses equipamentos pode ser conduzida de modo contínuo ou em batelada, dispondo-se de fluxos diretos ou contracorrentes dos produtos gerados – overflow e underflow. Para a remoção da água residual, posteriormente,
necessita-se do emprego de filtros, onde se consegue retirar 90% da água em excesso.
Os espessadores tem sido projetados usando as leis básicas de sedimentação. Métodos empíricos, indicados por muitos fabricantes desses equipamento, são também usados para a obtenção de resposta rápida de parâmetros-chave de projeto, como a velocidade de sedimentação e as dimensões do tanque.
2. OBJETIVOS 2.1 Geral
Descrever o ensaio de sedimentação em escala de bancada, considerando-se a sua importância para processo de separação sólido-líquido.
2.2 Específicos
apresentar e discutir os resultados obtidos com o teste de sedimentação em
bancada no Laboratório de Flotação do DEMIN/UFOP;
apresentar o desenvolvimento dos cálculos para a construção de um espessador convencional.
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Separação Sólido - Líquido
O crescimento tecnológico das operações de processamento mineral diante da mudança no quadro de qualidade dos minérios atuais: alta percentagem de finos, baixo teor de minerais de interesse e elevada quantidade de ganga, etc., tem realçado a importância dos processos de separação sólido-líquido, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011). Nesse contexto, ressalta-se ainda que a necessidade do cumprimento das legislações ambientais para a disposição dos rejeitos industriais tem atuado como fator determinante na escolha do processo separação-sólido para a reciclagem daqueles materiais.
As técnicas utilizadas para a separação sólido-líquido são: secagem, centrifugação, filtragem e sedimentação por gravidade (espessamento e clarificação). A escolha da técnica mais adequada para dada aplicação será uma função das características do material a ser processado, do tipo de serviço, dentre outros fatores, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011).
3.2 Sedimentação
A sedimentação é um dos processos de separação sólido-líquido baseado na diferença entre as densidades dos constituintes da suspensão. A remoção das partículas sólidas presentes
3.2.1 Ensaio de sedimentação em bancada
Os mecanismos de separação sólido-líquido vigentes no espessador podem ser entendidos pelos ensaios de sedimentação realizados em bancada. Trata-se de um teste que consiste na observação do deslocamento da interface clarificada num sistema de partículas sólidas suspensas em água – polpa dentro de uma proveta. Para essse sistema, definem-se,
previamente, as condições de pH, dosagem de floculante, concentração de sólidos, etc., que atuam como variáveis de controle do processo.
Durante o ensaio, distinguem-se dois regimes de sedimentação: um livre, e outro impedido, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011). Ao final, no fundo da proveta, forma-se uma camada de lama, em que as partículas empacotam-se/adensam-se, deslocando o líquido entre elas. Fazendo isso, o líquido clarificado ascende sobre essa lama. Essas considerações aplicam-se tanto aos processos em batelada quanto aos contínuos, levando-se em conta que nesses últimos um balanço entre o fluxo da corrente overflow e a taxa de remoção da lama (underflow) deve ser mantido.
Dentre as informações obtidas no ensaio de sedimentação em bancada, destaca-se a taxa/velocidade de sedimentação que, juntamente com o tempo de sedimentação, encarrega-se pela determinação da área unitária de espessamento – informação primordial no projeto do
(a)
(b)
Figura 3 - (a) Etapas no teste de sediemntação em bancada; (b) Curva de sedimentação típica, TORQUATO (2008).
De um modo geral, o ensaio de sedimentação em bancada é realizado para atender os seguintes objetivos, segundo (TORQUATO, 2008):
avaliar a clarificação da água em diferentes condições de ensaio (pH, tipo de
polímero, % de sólidos, etc.);
3.2.2 Dimensionamento de espessador
Grande parte do bom desempenho da separação sólido-líquido num espessador é afetada pelo seu projeto inicial – dimensionamento. Isso porque o desconhecimento da
interrelação das variáveis de controle do processo, tais como: a concentração mássica de sólidos no underflow (Cmu); a dosagem de floculante, dentre outras, pode resultar no
superdimensionamento ou no subdimensionamento desse tanque.
Segundo TORQUATO (2008), o dimensionamento é realizado, normalmente, com base em dados obtidos nos ensaios de sedimentação em bancada – teste de proveta, mas também
pode usar informações de ensaios em escala piloto. No entanto, esses últimos são mais difíceis de serem conduzidos, pois não se conseguir manter uma alimentação com características constantes. E, como não se recomenda a recirculação dos fluxos (underflow e overflow) na alimentação para evitar a quebra de flocos e alteração na dosagem do reagente, a utilização de equipamento piloto é muito restrita.
Para o dimensionamento de espessadores, necessitam-se de informações como a velocidade de sedimentação da fase sólida, a concentração mássica de sólidos no underflow (Cmu) e o tempo de sedimentação. Esse último é empregado no cálculo da área unitária de
espessamento (Au), a qual determina o diâmetro do espessador. Muitos modelos são aplicados
O modelo de Kynch com o traçado de Talmadge e Fitch adota o seguinte procedimento: traça-se uma linha tangente à curva no ponto de compressão – (hcom; tcom). O
tempo (tu) para atingir a concentração mássica de sólidos requerida no underflow (Cmu) é obtido
pela intersecção da linha tangente com a reta horizontal de ordenada igual a hu (dita “linha do underflow”), (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011), TORQUATO (2008). Caso hu estiver acima do ponto
Figura 6 – Método de Kynch com traçado de Oltmann para a determinação do fluxo crítico de
sedimentação.
Figura 7 – Curva de sedimentação, mostrando as descontinuidades na transição do regime livre
de sedimentação para o impedido, e para a compressão.
O fim da sedimentação impedida da polpa e o início da zona de compressão é referido como ponto de compressão ou ponto crítico – Pc. Essa descontinuidade na curva de
No presente estudo, adotou-se o método de Roberts, por ser de fácil condução. Nesse procedimento para a visualização de Pc, plota-se, em função do tempo de sedimentação, a
evolução das cotas da interface (h) subtraídas da cota final de equilíbrio (h∞) num gráfico de
escala logarítmica.
Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & DA LUZ (2011)
O trabalho TORQUATO & DA LUZ (2011), inserido no contexto de beneficiamento de minérios de ferro, fez uma abordagem do dimensionamento de espessadores, visando obter correlação entre resultados de ensaios em proveta e os de operações industriais.
Os autores afirmam que as equações definidas para a sedimentação discreta (partículas sólidas não exibem interação entre si) perdem a sua a validade diante das condições reinantes na operação de espessamento, como a presença de altos valores de concentração volumétrica (Cv). Isso porque nesse ambiente, o regime de sedimentação por zona exibe
partículas mutuamente interferindo no processo.
Assim sendo, os autores justificam a adoção de uma equação descritora da evolução da cota (z) da interface entre o líquido clarificado e a polpa turva com o tempo de sedimentação (t) –equação (2).
Formulário das Variáveis de Controle
a) Vazão de sólidos na alimentação:
(3)
(3.1)
b) Concentração mássica de sólidos na alimentação:
*
+
(4)
c) Concentração mássica de sólidos no underflow:
(5)
d) Concentração de sólidos na alimentação:
[(
)
]
(6)
e) Concentração de sólidos no underflow:
j) Massa de sólidos:
(12)
k) Densidade de polpa:
0
.
/1
(13)
l) Densidade de polpa (t = 0 min.):
0
.
/1
4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 4.1 Materiais
Foi utilizada amostra de protominério de ferro classificado como itabirítico dolomítico, cuja densidade (s) era de 3000 kg/m3. E, como reagentes, empregou-se o floculante aniônico
tipo Superfloc A - 100, e água destilada. Além desses, utilizaram-se ainda 4 provetas de 1000
mL e béquers como vidrarias principais, balança analítica de precisão, cronômetro, agitador mecânico, fitas de papel milimetrado, fita durex, peagâmetro e agitador ultrassônico.
4.2 Métodos
O ensaio de sedimentação em bacada foi iniciado com a preparação do aparato –
proveta, de modo que as leituras das interfaces pudessem ser observadas. Para tanto, fixou-se o papel milimetrado, segundo a maior dimensão da proveta, com o auxílio de fita durex, sendo que o zero da escala milimetrada coincindiu com a marca de 1000 ml da proveta. A fita de papel milimetrado é utilizada para registrar as leituras da interface polpa/ar ao longo do tempo de sedimentação.
Para a observação dos efeitos da concentração de sólidos na alimentação (Csa) na
A polpa foi manipulada dentro da própria proveta, imprimindo misturamento e agitação lentos por, aproximadamente, 10 minutos, visando colocar todos os sólidos em suspensão. No último curso de agitação, acionou-se o cronômetro quando o agitador mecânico atingiu a interface polpa/ar. A partir de então, registou-se o nível da interface polpa/ar no papel milimetrado para o intervalo de tempo de 1 minuto até 15 minutos.
Após o período de 24 horas, foi observada a estabilidade da interface polpa/ar em torno de uma cota específica de altura da proveta. Nesse ponto, cabe uma observação feita por TORQUATO (2008) de que, caso haja superposição de marcação (estágio de compactação dos sólidos da polpa), pode-se deixar de marcar alguns pontos. Para tanto, sugeriu-se colocar uma fita milimetrada maior que o comprimento da proveta.
A adição de floculante nos ensaios de sedimentação foi conduzida de modo lento, e sob agitação. Após o término da adição do reagente na proveta, agitou-se a polpa por mais três vezes. No último curso, acionou-se o cronômetro no momento em que o agitador mecânico atingiu a interface polpa/ar. Feito isso, anotou-se o nível da interface polpa/ar em papel milimetrado para o intervalo de tempo de 30 segundos até 15 minutos.
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 16
5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A Tabela I apresenta os dados dos ensaios de sedimentação em bancada conduzidos no Laboratório de Flotação do DEMIM/UFOP que tiveram duração de 1440 minutos (24 horas) cada um. Nessa tabela foram disponibilizados apenas algumas faixas de tempo do ensaio, tais como a inicial (t5
minutos), e a de alcance da interface de equilíbrio (t60 minutos).
Tabela I –Resultados obtidos nos testes de sedimentação em bancada. Nota: DR –Dosagem de Reagente.
Tempo [min.] Altura da Interface [m] Ensaio Nº 01 Csa1: 100 g/L DR1: 0 ppm Ensaio Nº 02 Csa2: 200 g/L DR1: 0 ppm Ensaio Nº 03 Csa2: 200 g/L DR2: 15 ppm Ensaio Nº 04 Csa2: 200 g/L DR3: 25 ppm 0,00 0,3600 0,3620 0,3620 0,3620 5,00 0,1910 0,2130 0,0803 0,0856 6,00 0,1750 0,1980 0,0706 0,0778 7,00 0,1590 0,1850 0,0654 0,0760 8,00 0,1460 0,1680 0,0629 0,0724 9,00 0,1280 0,1510 0,0619 0,0724 10,0 0,1090 0,1420 0,0615 0,0724 60,0 0,0240 0,0510 0,0614 0,0722
Nas Figuras 9a, 9b e 9c são mostrados os perfis de sedimentação nos ensaios de proveta, em que se observam os aspectos de clarificação da água sobrenante a polpa, e de formação do espessado no fundo da proveta.
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 18
5.1 Efeitos da concentração de sólidos na alimentação - Csa
A Figura 10 são apresentados os efeitos da concentração de sólidos na polpa de alimentação sem adição de floculante sobre o comportamento de sedimentação de partículas sólidas. Observa-se que, sob uma maior concentração de sólidos na alimentação (Csa2), a taxa/velocidade de sedimentação é
aumentada, como resultado da maior interação entre as partículas.
Figura 10 –Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos de condições distintas de concentração de sólidos na polpa alimentação: Csa1= 100 Kg/m3Csa2=
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 19
5.2 Efeitos da adição de floculante SuperFloc A-100
Na Figura 11 podem ser observados os efeitos da adição de floculante na polpa de alimentação sobre o comportamento de sedimentação de partículas sólidas. Nota-se que, no início do processo, há uma distinção acentudada de comportamento entre as curvas sem e com adição de floculante. Interessante é ainda observar os distintos pontos de início da zona de compressão para essas curvas de sedimentação, sendo que a dosagem de floculante (Csa2 _D1, Csa2 _D2) promoveu a redução no tempo de compressão e maior profundidade de espessado.
Figura 11 – Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos da adição de floculante SuperFloc A-100 na polpa com uma concentração de sólidos na
5.3 Dimensionamento de um espessador
Os valores dos principais parâmetros de dimensionamento do espessador, identificados ao longo da seção 3.2.2, são apresentados abaixo. Nota-se que a alimentação do espessador, em termos de concentração mássica, está abaixo de 20%, enquanto que o produto espessado mostrará uma elevação desse parâmetro para 67%. Segundo dados de DA LUZ & OLIVEIRA (2011), o espessador aqui dimensionado pode ser enquadrado nas condições operacionais, por exemplo, de um espessador de concentrado não-magnético fino no processamento de minério de ferro. Qsa... 626,08 ton./h Cma... 17,65% Csa... 200 kg/m3 Cmu... 67,20% Csu... 1.217,4 kg/m3
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 21
5.3.1 Determinação do Ponto de Compressão –Gráfico de Robert
O ponto de compressão (Pc) determinado pelo Gráfico de Robert teve as seguintes coordenadas: tcomp.igual a 5,54 minutos (332,2 s) e hcomp.igual
a 0,00809 m (0,809 cm), confome exibido na Figura 12.
Figura 12 –Gráfico de Robert para a determinação do ponto de compressão –Pc, sob condições de sedimentação: adição de floculante SuperFlocA-100
A partir do gráfico apresentado na Figura 13, é possível determinar a velocidade de sedimentação (vs), como sendo a inclinação média entre o início do regime de sedimentação por
zona e o ponto de compressão (Pc) – equação (16), onde se tem: hai – altura da interface em t =
0 min. (tai), em que há o início de sedimentação por zona, hcomp –altura da interface em t = tcomp.,
onde há o início de compressão, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011):
(16) Naturalmente os valores de tempo “tai” devem ser próximos de zero ou iguais a zero(não são iguais a zero quando existe uma acomodação natural do sistema, no início do ensaio, devida à turbulência necessária para a homogeneização inicial), (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011). Assim sendo, determinou-se vscomo sendo igual 1,14 m/h.
Ainda usando a Figura 13 como referência, o tempo necessário para que se alcance a concentração especificada no underflow, usando o modelo de Kynch com traçado Talmage-Fitch, é de tu= 8,74 minutos. Para esse tempo, a área unitária é calculada pela equação (17), onde ho –
altura da interface (m) em t = 0 min., Csa – concetração de sólidos na alimentação (kg/m3), Qsa –
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 23
Figura 13 –Modelo de Kynch com traçado Talmage-Fitch para a identificação do tempo necessário para o underflow atingir a concentração especificada (tu).
Condições de sedimentação: adição de floculante SuperFlocA-100 igual a 25 ppm (2,5mL) na polpa com uma concentração de sólidos na
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 24
Figura 14 – Modelo de Kynch com traçado Oltmann para a identificação do tempo necessário para o underflow atingir a concentração especificada (tu).
Condições de sedimentação: adição de floculante SuperFlocA-100 igual a 25 ppm (2,5mL) na polpa com uma concentração de sólidos na
PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido –Ensaio de Sedimentação em Bancada Página 25
5.3.2 Determinação dos parâmetros “a” e “b” na Relação Z(t)
Com o auxílio do software EasyPlot, foi possível identificar os parâmetros “a” e “b” narelação Z(t) de evolução da cota da interface polpa/água clarificada, a qual foi apresentada no trabalho de TORQUATO & DA LUZ (2011). Como pode ser visto na Figura 13, os valores obtidos para “a” e “b”são, respectivamente: 1,30 e 0,181 minuto.
6. CONCLUSÃO
Os ensaios de sedimentação em bancada constituem uma técnica importante e de fácil condução para identificar os principais parâmetros de projeto de equipamentos espessadores.
As metodologias avaliadas no presente estudo (método de Kynch com os traçados de Talmage-Fitch e de Oltmann) permitiram identificar, sob condições específicas de formulação de polpa de alimentação (fixadas em sala-de-aula), os seguintes dados de dimensionamento:
Método
Parâmetros tu
[min.] hu[m] Au[m
2]
Kynch com traçado Talmage-Fitch 8,74 0,059 1.266,7
Kynch com traçado Oltmann 5,95 0,059 862,3
Como pode ser visto, as duas metodologias empregadas no dimensionamento do espessador divergiram quanto ao valor de área unitária de espessamento, sendo que o método de Talmage-Fitch forneceu uma área maior que a determinada por Oltmann em, aproximadamente, 32%. Essa diferença relaciona-se ao tipo de traçado, pois o de Oltmann adota
7. BIBLIOGRAFIA
BRAGANÇA, A. C. (2008).
Avaliação de reagentes alternativos para substituição da cal em sistema de bombeamento de longa distância de polpa de minério de ferro.UFMG.
Belo Horizonte: UFMG.
DA LUZ, J., & OLIVEIRA, M. (Março de 2011). Curso de Espessamento e Filtragem.
Curso de Espessamento e Filtragem. Belo Horizonte , MG, Brasil: TTE - Treinamento
Técnico Especializado.
ROCHA, J. M. (2008).
Definição da tipologia e caracterização mineralógica emicroestrutural de itabiritos anfibolíticos das Minas de Alegria da Samarco Mineração S.A.- Minas Gerais.