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Como fazer Peróxido de Acetona

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Academic year: 2021

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Como fazer Peróxido de Acetona

O que é a TATP?

A TATP (triacetone triperoxide, ou, triperóxido de triacetona), também denominada por Peróxido de Acetona, ou, na sua forma mais simples, Peroxiacetona, é um forte explosivo primário, apresentando-se sob a forma de macios cristais em pó. A Peroxiacetona ser um explosivo primário significa que pode ser usada por si mesma, ou para detonar outros explosivos (secundários), tal como o nitrato de amónio.

Alegadamente usada nos atentados em Londres a 7 de Julho de 2005, tem sido usada com alguma regularidade em ataques suicidas e em engenhos explosivos improvisados. Uma vez que é muito sensível à detonação acidental por choque, fricção ou faíscas, ganhou no seio de alguns grupos militantes islâmicos a alcunha de “Mãe de Satã”. Por essa mesma instabilidade, não é usada com fins militares.

Um simples rastilho ou chama são quanto basta para detonar a Peroxiacetona, sendo que, por razões de segurança, não é aconselhável o uso de grandes quantidades, tornando-se a sua compartimentação em quantidades menores uma exigência da precaução.

Com uma densidade de 1,18 g/m³, uma velocidade de detonação de 5300 m/s e uma relação de eficiência de 0,83, quanto a qualidades explosivas, encontra-se ligeiramente acima do ANFO e um tanto ou quanto abaixo do TNT (matéria de referência para explosivos), mas muito acima da pólvora, a qual apresenta uma densidade de 1,70 g/m³, uma velocidade de detonação de 400 m/s e uma relação de eficiência de 0,55.

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Materiais necessários

1 – Jarro grande em vidro

2 – Jarro em vidro, de preferência com tampa 3 – Filtros brancos de café

4 – Trapo ou t-shirt velha

5 – Termómetro digital (opcional), se possível termómetro em vidro sem ponta metálica (muito menos se for de alumínio) e com graduação negativa

6 – Vara para mexer (madeira, vidro ou plástico), por exemplo, o cabo de uma colher de pau

7 – Jarro graduado

Ingredientes químicos

1 – Acetona

Aquela que é utilizada para a remoção de verniz de unhas não serve, uma vez que está demasiado diluída. Procurar Acetona o mais pura possível, sendo encontrada facilmente em supermercados, lojas de bricolage ou de materiais de construção. É utilizada normalmente para a remoção de sujidades profundas e de vernizes.

2 – Peróxido de Hidrogénio

É o componente activo da Água Oxigenada. A mais comum, encontrada em qualquer superfície comercial, é a de 10 volumes, com 3% de Peróxido de Hidrogénio. Apesar de funcional, origina muito pouca Peroxiacetona, mesmo aumentando a quantidade no procedimento. O ideal é a utilização de Água Oxigenada de 20 ou 30 volumes (com 6% e 9% de Peróxido de Hidrogénio, respectivamente), que se encontra em

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farmácias ou em lojas de artigos para cabelo, pois para além de desinfectante de superfícies e de removedor de nódoas de sangue, é também largamente usada na descoloração de cabelos.

3 – Ácido Muriático

O Ácido Muriático encontra-se em qualquer superfície com secção de produtos para canalização, uma vez que é usada em desentupimentos. Convém encontrar uma solução que contenha um mínimo de 25% de Ácido Clorídrico (HCl). As embalagens mais pequenas de 1 litro têm, normalmente, uma menor percentagem de HCl, ao contrário das maiores de 5 litros.

Procedimento

Conselho: A colocação prévia dos ingredientes químicos no frigorífico (um dia antes do procedimento será suficiente) irá assegurar um processo mais rápido na manufactura, evitando alguns passos de espera e uma boa reacção química. Tal como o procedimento ser feito utilizando um banho de gelo (uma tina grande ou alguidar com água previamente arrefecida no frigorífico e com alguns cubos de gelo) garantirá a manutenção dos 5º centígrados essenciais para o sucesso da operação.

1. Reúnem-se todos os químicos, o jarro grande em vidro, o jarro graduado, o jarro de vidro com tampa e a vara.

2. Primeiro, pega-se na Acetona e medem-se exactamente 650 ml do líquido. Então, verte-se o líquido medido no jarro grande em vidro.

3. Em segundo, pega-se na Água Oxigenada e medem-se 1000 ml do líquido. Então, cautelosamente, adiciona-se-o à Acetona no jarro grande em vidro (a mistura pode efervescer ou borbulhar quando os elementos se juntam).

4. De imediato, com a vara, mexe-se muito bem e calmamente a mistura durante 5 minutos. Depois coloca-se o jarro no frigorífico. Por forma a evitar a acumulação de cheiros no frigorífico, pode-se colocar o jarro dentro de um saco de plástico.

5. Em seguida, pega-se no jarro em vidro, que de preferência tenha tampa, e no Ácido Muriático. Medem-se 500 ml e verte-se-o no jarro. No caso de o jarro não ter tampa, cobre-se-o com filme transparente de cozinha, de modo a não emitir o forte odor libertado pelo ácido e a evitar qualquer derrame deste líquido corrosivo. Depois coloca-se o jarro no frigorífico. 6. Após 1 ou 2 horas, regressa-se ao frigorífico, mede-se a temperatura da

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a temperatura do Ácido Muriático. Se ambos estiverem a menos de 5º centígrados, está-se pronto a avançar. Caso contrário, espera-se mais uma hora (pode ser necessário esperar várias horas, consoante a capacidade de refrigeração do frigorífico).

7. Quando os elementos estiverem na temperatura certa, verte-se lentamente o Ácido Muriático no jarro grande em vidro onde se encontra a solução de Acetona e Água Oxigenada. Mexer-se esta mistura não é um passo absolutamente necessário, mas pode-se fazê-lo com cuidado e calmamente. De seguida, volta-se a colocar o jarro no frigorífico, opcionalmente, dentro de um saco de plástico.

8. Após cerca de 48 horas no máximo, retira-se o jarro do frigorífico. Por esta altura, é visível no fundo do jarro a acumulação de uma substância branca. Esta substância são cristais de Peroxiacetona. Contudo, está num ambiente líquido e não detona, devendo-se proceder ainda à filtragem e à secagem.

Filtragem e Secagem

1. Pega-se num jarro vazio, no trapo, num ou dois filtros brancos de café e no jarro com Peroxiacetona. Leva-se todo o material para um ambiente exterior, de preferência com terra, ou para um local bem arejado.

2. Do jarro com Peroxiacetona assente no fundo, verte-se a parte de líquido que não tenha qualquer cristal na terra ou num lugar de esgoto. Não é conveniente verter o excesso de líquido em nenhum tipo de cimento ou pedra, pois esta solução retira a cor às coisas e liberta um forte odor. 3. Pega-se no jarro vazio e coloca-se o trapo sobre a abertura do mesmo.

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filtro(s) de café lá caiba(m) na perfeição. Em seguida, coloca(m)-se o(s) filtro(s), segura-se com uma mão o trapo à volta do jarro e usa-se a outra para verter lentamente o líquido do jarro com Peroxiacetona sobre o(s) filtro(s). Obviamente, o líquido verte-se aos poucos, sendo necessário esperar de cada vez que o(s) filtro(s) esteja(m) cheio(s).

4. Depois do líquido estar vertido, lava-se o jarro de Peroxiacetona com um pouco de água fria e volta-se a verter sobre o(s) filtro(s), por forma a que todos os cristais sejam aproveitados, tanto os que permanecem no fundo como os que ficam presos nos lados do jarro.

5. A filtragem encontra-se concluída e no(s) filtro(s) deve estar toda a Peroxiacetona feita. O próximo passo é opcional, mas recomenda-se por questões de segurança e de qualidade.

6. Num recipiente limpo, misturam-se 4 colheres de sopa de Bicarbonato de Sódio num litro de água fria e mexe-se até estar bem dissolvido. Calmamente, verte-se a solução sobre os cristais ainda no filtro. Isto irá criar alguma espuma. Depois de usado todo o litro de solução de água fria e Bicarbonato de Sódio, limpam-se os cristais pelo mesmo processo com meio litro de água fria. Este passo estabiliza o explosivo sem o enfraquecer, tornando-o também mais seguro de armazenar e usar.

7. Retira-se o filtro com os cristais do trapo e coloca-se a secar num prato ou sobre um vidro, em ambiente interior. Outra opção é retirarem-se os cristais molhados do filtro para o prato, de modo a que a secagem seja mais rápida.

8. Deixa-se a Peroxiacetona a secar naturalmente pelo menos umas 5 horas, se bem que o ideal serão cerca de 12 horas, para que haja uma maior garantia de secagem completa. Não é de todo conveniente secar os cristais ao Sol, nem utilizar fontes de calor para a secagem de Peroxiacetona, como um secador de cabelo. Porém, o uso de uma ventoinha a alguma distância não é problemático.

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Usando a Peroxiacetona

Quando se pretende preparar uma carga de Peroxiacetona com boa aparência, são precisas três coisas e alguma imaginação:

• uma fonte de ignição, como por exemplo um rastilho;

• um pequeno recipiente à medida da quantidade de Peroxiacetona, qualquer coisa de forma cilíndrica com uma das extremidades tapadas serve, sendo conveniente ser de plástico, vidro ou cartão (não convém juntar muita Peroxiacetona no mesmo recipiente por razões de segurança, mas para cargas maiores podem sempre juntar-se vários recipientes menores);

• fita cola, de preferência fita isoladora.

Pode ser também necessário um lenço de papel ou papel higiénico. No interior do recipiente coloca-se pelo menos umas 4 gramas de Peroxiacetona. Em seguida, lentamente, coloca-se o rastilho atravessando o explosivo até ao fundo do recipiente ou até meio. Depois pega-se no papel (lenço de papel ou papel higiénico) e coloca-se à volta do rastilho no interior do recipiente; usando-o como vedante, empurra-se-o, lenta e firmemente, até cobrir todo o explosivo no topo. Não convém usar um martelo ou algo que pressione o papel com muita força, pois isso poderá detonar a Peroxiacetona. Faz-se um buraco na tampa do recipiente, de modo a que o rastilho a atravesse, e instala-se a tampa. Em seguida, cobre-se a totalidade do recipiente com fita isoladora. Não só lhe dará uma melhor aparência, como evitará qualquer fuga de cristais e manterá o explosivo afastado de terra ou de água, se for usado num ambiente aquoso ou lamacento. 4 gramas de Peroxiacetona são o suficiente para arrancar a mão de uma pessoa e causar outros danos, pelo que não deve ser usada como fogo de lançamento ou de arremesso.

A Peroxiacetona é difícil de explodir exposta (fora de um recipiente fechado) com menos de 4 gramas, nesse caso fará apenas uma grande chama e muito rápida. Apesar de a Peroxiacetona ser dada como um explosivo de curta durabilidade (7 a 15 dias segundo diversas fontes), na realidade, bem armazenada poderá manter-se em plenas condições após, pelo menos, 5 meses. Para tal, é conveniente não a armazenar num recipiente em que esteja comprimida e deve ser guardada num lugar fresco, pois alterações de pressão ou de temperatura poderão detonar o explosivo. Assim, deve ser guardada solta num recipiente, de preferência em vidro (como um frasco, por exemplo), sendo aconselhável fazer um orifício de respiração na tampa, e num local fresco e seco, afastada de exposição solar directa. Para um armazenamento seguro, é fundamental proceder ao passo de limpeza com o bicarbonato de sódio.

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Renúncia de responsabilidade

A manufactura caseira de explosivos é ilegal e punida por lei. Este artigo tem apenas propósitos informativos. O autor deste artigo não assume qualquer responsabilidade por acções ou resultado de acções levadas a cabo com base neste artigo. A manufactura de explosivos feita por leitores deste artigo é da sua própria e inteira responsabilidade. Ao ler este artigo, o leitor compreende e aceita esta renúncia de responsabilidade.

Referências

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