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O Temor Do Senhor - John Bevere

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Academic year: 2021

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John Bevere

O Temor do Senhor

Traduzido do original em inglês: The Fear of The Lord

Copyright © 1996 by John Bevere Publicado originalmente por Creation House Tradução: Eliseu e Irene Pereira

Revisão: Audrey Paixão Projeto gráfico: Roberta Vital Braga

Capa: Marcelo Silva Segunda edição: Julho de 2002

EDITORA ATOS LTDA. Caixa Postal 402

30161 -970 - Belo Horizonte - MG Televendas: 0800-31-5580

Tenha a decência e reconhecimento de não apagar os créditos

(2)

_______________

Este livro foi digitalizado com o

intuito de disponibilizar literaturas

edificantes à todos aqueles que não

tem condições financeiras ou não

tem boas literaturas ao seu alcance.

Muitos se perdem por falta de

conhecimento como diz a Bíblia, e às

vezes por que muitos cobram muito

caro para compartilhar este

conhecimento.

Estou disponibilizando esta obra na

rede para que você através de um

meio de comunicação tão versátil

tenha acesso ao mesmo.

Espero que esta obra lhe traga

edificação para sua vida espiritual.

Se você gostar deste livro e for

abençoado por ele, eu lhe recomendo

comprar esta obra impressa para

abençoar o autor.

Esta é uma obra voluntária, e

caso encontre alguns erros ortográficos

e queira nos ajudar nesta obra, faça

a correção e nos envie.

Grato

_______________

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Sumário

Introdução

Capítulo 1 - Vento do Céu

Capítulo 2 - Glória Transformada Capítulo 3 - O Sermão do Universo

Capítulo 4 - Ordem, Glória, Julgamento: Parte 1 Capítulo 5 - Ordem, Glória, Julgamento: Parte 2 Capítulo 6 - Um Santuário Novo

Capítulo 7 - Uma Oferta Irreverente Capítulo 8 - Julgamento Adiado Capítulo 9 - A Glória Vindoura

Capítulo 10 - A Restauração da Glória de Deus Capítulo 11 - A Habilidade para Ver

Capítulo 12 - De Glória em Glória Capítulo 13 - Amizade com Deus

Capítulo 14 - As Bênçãos do Santo Temor Epílogo

(4)

A

GRADECIMENTOS

Eu gostaria de dedicar este livro a minha esposa, Lisa. Sou um homem privilegiado por ser casado com esta mulher. Precisaria de outro livro para falar sobre suas virtudes e seu caráter piedoso, mas se fosse resumir sua vida em uma frase, seria: ela é uma mulher que teme ao Senhor.

Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. Levantam-se os seus filhos e lhe chamam ditosa, seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada (Pv 31:26-30).

(5)

Minha gratidão mais profunda a

Minha esposa, Lisa. Depois do Senhor, você é meu maior amor e tesouro. Obrigado pelas horas de trabalho com as quais você contribuiu para a preparação deste livro. Eu amo você, querida!

Aos nossos quatro filhos: todos vocês têm trazido grande ale-gria a minha vida. Obrigado por compartilharem do chamado de Deus e por me encorajarem a viajar e a escrever.

Aos meus pais, John e Kay Bevere: obrigado por me ensina-rem, desde o início, o temor do Senhor, e pelo estilo de vida piedoso exemplificado por vocês.

Aqueles que tomaram de seu tempo e deram uma porção de suas vidas para ensinar-me e mostrar-me os caminhos do reino. Eu tenho visto diferentes aspectos de Jesus em cada um de vocês.

Obrigado a equipe do Ministério John Bevere pelo apoio cons-tante e fidelidade. Lisa e eu amamos cada um de vocês, com carinho.

Obrigado à equipe da Creation House, que tem trabalhado conosco e tem apoiado tanto nosso ministério. É uma alegria trabalhar com vocês.

Acima de tudo, minha sincera gratidão ao meu Senhor. Como poderiam as palavras reconhecer adequadamente tudo que tu tens feito por mim e pelo teu povo? Eu jamais poderei expressar o quanto eu te amo. Eu te amarei sempre!

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O santo temor é a chave para

o firme fundamento de Deus, que revela

os tesouros da salvação, da sabedoria

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I

NTRODUÇÃO

No verão de 1994, fui convidado a ministrar em uma igreja no sul dos Estados Unidos. Aquela experiência acabou se transformando em uma das mais desagradáveis que já havia tido no meu ministério. Mas, apesar disso, uma busca ardente nasceu no meu coração, uma busca para conhecer e compreender o temor do Senhor.

Dois anos antes, aquela igreja havia experimentado um poderoso mover de Deus. Um evangelista esteve ali por um período de quatro semanas, e o Senhor reavivou aquela igreja com sua presença. Eles estavam experimentando uma plenitude do que muitos chamam de "riso santo". Isso foi tão renovador que o pastor e muitas de suas ovelhas fizeram o que tão frequentemente acontece: permaneceram acampados no lugar de refrigério, ao invés de continuarem à busca de Deus. Eles desenvolveram mais interesse pelas manifestações de refrigério do que por conhecer ao Senhor que refrigera.

Na segunda noite de nossas reuniões, o Espírito de Deus me conduziu a pregar sobre o temor do Senhor. Nessa época, minha compreensão a respeito do temor do Senhor ainda estava se formando, mas Deus conduziu-me a pregar sobre o que já havia me ensinado por meio das Escrituras.

Na noite seguinte, fui para o culto totalmente despreparado para o que estava prestes a acontecer. Sem qualquer discussão prévia, o pastor da igreja se colocou de pé, após o período de louvor e adoração, e passou um espaço de tempo considerável corrigindo o que eu havia pregado na noite anterior. Eu estava sentado na primeira fila, um tanto chocado. A base da sua correção eram os crentes do Novo Testamento que não tinham medo de Deus. Ele se baseou em I João 4:18:

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.

Ele havia confundido um espírito de medo com o temor do Senhor.

Na manhã seguinte, encontrei um local reservado fora do ho-tel, onde passei um bom tempo orando. Cheguei diante do Senhor com o coração aberto e me submeti a qualquer correção que Ele desejasse me aplicar. Tenho aprendido que a correção de Deus visa sempre o meu bem. Ele nos corrige para que possamos nos tornar participantes da sua santidade (Hb 12:7-11).

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Então, naquele momento, senti o imenso amor de Deus. Não percebi Deus desapontado comigo pelo que eu havia pregado, mas será o seu prazer. Lágrimas escorreram pelo meu rosto diante da sua maravilhosa presença.

Eu continuei em oração e, depois de algum tempo, me vi clamando do fundo do meu espírito pelo conhecimento do temor do Senhor. Elevei minha voz e, reunindo toda a força que havia dentro de mim, clamei: "Pai, eu quero conhecer e quero andar no temor do Senhor!"

Quando terminei de orar, não me preocupei com o que poderia enfrentar no futuro. Tudo o que queria era conhecer o coração de Deus. Sentia que minha busca para aprender esse aspecto da sua natureza santa o havia agradado profundamente. Desde aquele dia, Deus tem sido fiel em me revelar a importância do temor do Senhor. Ele tem revelado seu desejo para que todos os cristãos também reconheçam a importância do temor.

Embora sempre soubesse que o temor do Senhor era importante, não compreendia muito bem como ele era essencial, até que Deus abriu meus olhos em resposta àquela oração. Sempre via o amor de Deus como o fundamento para o relacionamento com o Senhor. Descobri rapidamente que o temor do Senhor era igualmente fundamental. Isaías diz:

O Senhor é sublime, pois habita nas alturas; encheu a Sião de direito e de justiça. Haverá, ó Sião, estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento; o temor do Senhor será o teu tesouro (Is 33:5-6).

O santo temor é a chave para o firme fundamento de Deus, que revela os tesouros da salvação, da sabedoria e do conhecimento. Juntamente com o amor de Deus, o temor constitui o próprio fundamento da vida! Nós aprenderemos que não poderemos amar a Deus verdadeiramente a menos que o temamos, nem poderemos temê-lo corretamente a menos que o amemos.

Enquanto escrevia este livro, nossa família estava construindo uma nova casa. Visitei a obra muitas vezes, e Deus usou esses momentos para ensinar-me lições a partir de alguns princípios básicos de construção. A verdadeira construção começa com o alicerce e o madeira-mento da casa. É isso que vai sustentar todos os componentes finais, tais como os azulejos, o carpete, as janelas, os armários e a pintura. Uma vez que a casa está completa, você já não vê qualquer parte do alicerce e da estrutura, embora sustentem e protejam todas as belas mobílias e o acabamento interior. Sem essa estrutura, você não teria nada

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mais do que uma pilha de materiais.

O mesmo é verdade em relação à elaboração deste livro. Nós vamos delinear claramente o temor de Deus e seu julgamento; daí vamos prosseguir para um conhecimento íntimo de Deus. Vamos esboçar a proteção do julgamento providenciado por este temor e concluir com o papel do temor na nossa intimidade com Deus. Cada capítulo contém verdades que tanto informam quanto transformam.

Os primeiros capítulos proverão a estrutura para o restante do livro. Eles vão desenvolver em nosso espírito a força para sustentar o que Deus nos revelará.

Leia este livro como se ele fosse uma casa em construção. Não salte da estrutura para a colocação do carpete. Sem um telhado, o carpete precisará ser substituído antes que a construção esteja terminada. A construção é progressiva.

Tire um tempo para ler em oração e compreender cada capítulo antes de seguir para o próximo. Peça ao Espírito Santo para lhe revelar a Palavra de Deus por meio deste livro, porque a letra mata, mas o Espírito vivifica (2Co 3:6).

O temor do Senhor não é compreendido com a mente, mas gravado em nossos corações. Ele é revelado pelo Espírito Santo quando nós lemos a sua Palavra. É uma das manifestações do Espírito de Deus (Is 11:1, 2). Deus o dará aos corações daqueles que sinceramente o buscam (Jr 32:40).

Vamos orar antes de começar:

"Pai, em nome de Jesus, eu abri este livro porque desejo conhecer e entender o santo temor do Senhor. Sei que isso é im-possível sem a ajuda do Espírito Santo. Peço que o Senhor me unja com seu Espírito. Abre meus olhos para ver, meus ouvidos para ouvir, e meu coração para que eu possa conhecer e compreender o que tu estás a me dizer.

Enquanto eu leio, faze-me ouvir tua voz nas palavras deste livro. Transforma-me, elevando-me de um nível de glória para outro. Então, eleva-me novamente com o alvo de, finalmente, verte face a face. Permita que minha vida seja transformada, de modo que eu nunca mais seja o mesmo.

Por isto, dou a ti todo o louvor, a glória e a honra, agora e para sempre. Amém."

(10)

Você acha que o Rei dos reis e Senhor

dos senhores vai entrar em um lugar

onde Ele não recebe a honra e a

reverência que merece?

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CAPÍTULO

1

V

ENTO DO CÉU

Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo (Lv 10:3).

Era apenas o décimo dia do ano de 1997. Naqueles poucos dias já havia estado na Europa e na Ásia para ministrar. Estava muito empolgado, quando novamente tomei um avião, dessa vez para a América do Sul. Eu nunca estivera no Brasil e sentia-me honrado por ter sido convidado para falar em uma conferência nacional, que seria realizada em três das maiores cidades do país. Depois de viajar a noite toda, fui recebido no aeroporto por alguns líderes muito ansiosos e cheios de expectativa. Eles haviam esperado muito por aquelas reuniões, e o entusiasmo deles me reavivou.

O primeiro culto seria realizado naquela mesma noite em Brasília, capital do país. Depois de algumas poucas horas de descanso, eu e o pr. Gary Haynes, meu intérprete, fomos apanhados no nosso hotel e levados à reunião. Havia uma grande aglomeração de carros no estacionamento e nas imediações, e eu pude ver que a reunião teria muitas pessoas. Quando nos aproximamos do edifício, pude ouvir a música que vinha através das janelas de ventilação, entre o alto da parede e o teto. Minha própria ansiedade e expectativa aumentaram quando ouvi as canções de louvor familiares, cantadas em português.

Uma vez dentro do auditório, fui conduzido diretamente à plataforma. O local, que comportava cerca de quatro mil pessoas, estava repleto. A plataforma parecia balançar com músicas de louvor de alta intensidade e de qualidade muito boa, pois os músicos eram qualificados e tocavam com harmonia. As canções também eram excelentes, e os líderes eram dotados de vozes muito boas. Apesar de tudo, percebi rapidamente uma completa ausência da presença de Deus. Quando corri os olhos pela multidão e pelos músicos, pensei: "Onde está Deus?" Imediatamente perguntei: "Senhor, onde está tua presença?"

Enquanto esperava pela resposta do Senhor, prestei atenção ao que estava acontecendo no edifício. Pelas luzes brilhantes da plataforma, eu podia ver as pessoas se movendo para todos os lados. Muitos em pé e de olhos abertos procuravam alguma coisa ou alguém no auditório. Outros pareciam estar desinteressados, de mãos nos bolsos ou simplesmente inertes. Toda a postura das

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pessoas e seus semblantes davam a impressão de uma multidão indiferente, esperando pacientemente pelo início de um show. Alguns conversavam e outros perambulavam pelos corredores, entrando e saindo do auditório. Eu comecei a me entristecer. Aquilo não era um culto evangelístico, mas uma conferência para crentes. Sabia que podia haver alguns entre os presentes que não eram crentes; contudo, também sabia que a maioria deles, naquela multidão desinteressada, era "cristã". Aguardei alguns momentos na esperança de que as pessoas entrariam em verdadeira reverência ao Senhor. Eu pensei: "certamente este clima vai mudar". Mas não mudou. Depois de vinte ou trinta minutos, o ritmo das músicas tornou-se mais lento, o que chamamos de "canções de adoração". Porém, o que eu presenciava estava longe de uma verdadeira adoração. Aquele mesmo comportamento desinteressado que havia observado quando entrei no auditório, havia permanecido durante o culto.

Quando o período de louvor terminou, parecia ter passado mais de uma hora, mas, de fato, foram menos de quarenta minutos.

Os presentes foram convidados a se assentar, mas o ruído subjacente da conversação descuidada continuou. Um dos líderes pegou o microfone para exortar as pessoas, porém, elas continuaram a conversar. O líder leu a Bíblia e ensinou. O tempo todo eu ouvi o ruído surdo de muitas vozes falando ao mesmo tempo e muitas pessoas se movendo dentro da congregação. Também notei que muitos não prestavam atenção ao pregador. Mal podia acreditar no que estava presenciando. Frustrado, me voltei para o pr. Gary Haynes e perguntei-lhe se aquele comportamento era normal nos seus cultos.

Ele compartilhou do meu desagrado. "Às vezes, eu tenho que me dirigir às pessoas e pedir-lhes que, por favor, prestem atenção", ele sussurrou. Naquele momento, eu estava ficando irado. Eu já havia estado em outras reuniões onde as pessoas se comportaram daquele modo, mas nunca a tal ponto. Em cada uma dessas reuniões eu tinha encontrado uma atmosfera espiritual semelhante - opressão e vazio da presença de Deus. Agora, sabia que minha pergunta "Senhor, onde está sua presença?" havia sido respondida. Certamente a presença de Deus não estava ali.

Então, o Espírito de Deus me disse: "Eu quero que você con-fronte isto diretamente".

Quando finalmente fui apresentado, o murmúrio havia diminuído, mas ainda estava presente. Caminhei até o púlpito e fiquei ali, encarando a multidão. Estava determinado a não dizer nada até que obtivesse a atenção deles. Sentia uma ira santa

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queimando dentro do meu peito. Depois de um minuto, todos se calaram percebendo que algo estava acontecendo na plataforma.

Não me apresentei nem cumprimentei a multidão. Ao invés disso, iniciei com esta pergunta: "Como você se sentiria se, enquanto você fala com uma pessoa, ela o ignora o tempo todo ou continua conversando com outra pessoa ao lado? Ou se a outra pessoa desviasse os olhos com desinteresse e desrespeito?"

Fiz uma pausa e, então, respondi minha própria pergunta: "Você não iria gostar disto, iria?"

Eu continuei a sondagem: "E se cada vez que tocasse a cam-painha para visitar a casa de um vizinho, você fosse recebido com uma atitude desinteressada e um suspiro de monotonia: oh, é você novamente; entre?"

Parei novamente, e então acrescentei: "Você não o visitaria mais, visitaria?"

Então, declarei firmemente: "Você acha que o Rei dos reis e Senhor dos senhores vai entrar em um lugar onde não recebe a devida honra e reverência? Você acha que o Mestre de toda a criação irá falar quando a sua Palavra não é respeitada o bastante para ser ouvida atentamente? Se você acha que sim, você está enganado!"

Continuei: "Hoje à noite, quando entrei neste lugar, não senti a presença de Deus em nada. Nem no louvor, nem na adoração, nem na exortação e nem durante a oferta. Há uma razão: o Senhor nunca está onde não é reverenciado. Até o presidente do país receberia todas as honras se estivesse nesta plataforma esta noite, por simples respeito ao seu cargo. Se eu estivesse aqui com um dos seus jogadores de futebol favoritos, muitos de você estariam sentados à beira dos seus assentos, prestando toda atenção. Vocês estariam cheios de expectativa e ouviriam cada palavra que ele falasse. Contudo, quando a Palavra de Deus foi lida alguns momentos atrás, vocês mal a ouviram, porque a avaliaram levianamente".

Eu continuei, fazendo uma leitura sobre o que Deus requer daqueles que se aproximam dele:

Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo (Lv 10:3).

Durante uma hora e meia, preguei a mensagem que Deus fazia arder no meu coração. As palavras vinham com coragem e autoridade, sem medo do que as pessoas pensariam nem como elas reagiriam.

"Se eles me mandarem embora deste país amanhã, eu não me importo; prefiro obedecer a Deus", disse a mim mesmo - e

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estava falando sério.

Você poderia ouvir um alfinete caindo nos momentos de silêncio entre cada uma das minhas afirmações. Durante uma hora e meia não houve nenhum ruído na multidão. Não havia mais desrespeito. O Espírito de Deus havia prendido a atenção das pessoas pela sua Palavra. A atmosfera estava mudando a cada instante. Podia sentir a Palavra de Deus batendo nos corações endurecidos.

No final da minha mensagem, pedi a todos os presentes para fecharem os olhos. O chamado para arrependimento foi claro e breve: "Se você tem tratado como comum o que Deus chama santo, se tem vivido com urna atitude irreverente para com as coisas de Deus, e se hoje à noite você foi convencido pelo Espírito Santo, por meio da sua Palavra, você está pronto a se arrepender diante do Senhor? Se está, fique em pé". Sem hesitar, 75% dos que estavam presentes se colocaram de pé.

Curvei minha cabeça e fiz esta oração simples e sincera em voz alta: "Senhor, confirma a tua Palavra pregada hoje, à noite, a estas pessoas".

Imediatamente, a presença do Senhor encheu aquele auditó-rio. Embora não tivesse conduzido a congregação em oração, podia ouvir a multidão caindo em choro e soluço. Era como se uma onda da presença de Deus tivesse varrido o auditório, trazendo limpeza e refrigério. Não era possível que todos os presentes viessem ao altar; assim, dirigi uma oração de arrependimento que poderia ser repetida de onde estavam. Via as pessoas enxugando as lágrimas que escorriam. A maravilhosa presença de Deus permanecia ali.

Depois de alguns minutos, a sensação da presença de Deus diminuiu. Eu encorajei as pessoas a não perderem a atenção no seu Mestre. Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros (Tg 4:8).

Alguns momentos se passaram, e outra onda da presença de Deus inundou o auditório. Havia mais lágrimas, pois o pranto se intensificou. A presença de Deus era ainda mais abrangente dessa vez, e mais pessoas foram tocadas pelo Mestre. Isso durou alguns minutos e, então, novamente diminuiu. Eu exortei as pessoas a não se distraírem entre as ondas de manifestação, mas a manterem seus corações atentos.

Alguns minutos depois, ouvi o Espírito de Deus sussurrar no meu coração: "Eu estou voltando mais uma vez". Imediatamente senti isso e disse: "O Espírito de Deus está voltando novamente!"

O que escrevo agora de modo algum pode representar, com precisão, o que aconteceu logo depois. Minhas palavras são tão limitadas, e Deus é tão tremendo! Também não vou exagerar, pois

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isso seria irreverente. Consultei três outros líderes que estavam presentes para esclarecer e confirmar o que descrevo a seguir.

No mesmo instante em que pronunciei a palavra "novamen-te", aconteceu o seguinte: a única maneira que poderia descrever isso é comparando como se eu estivesse a uns cem metros do fim de uma pista, com um enorme jato vindo em minha direção. Isso descreve o rugido do vento que soprou imediatamente sobre aquele auditório. Quase simultaneamente, as pessoas irromperam em fervorosa e intensa oração, com suas vozes elevando-se e reunindo-se num clamor uníssono.

Quando ouvi o rugir do vento pela primeira vez, pensei que um jato estivesse passando bem em cima do edifício. De maneira alguma queria atribuir a Deus algo que Ele realmente não estivesse fazendo. Minha mente rapidamente tentou se lembrar da distância do aeroporto. Mas não ficava perto daquele edifício, e durante duas horas não houve nenhum som de avião sobrevoando aquele local.

Eu me voltei para o Espírito e percebi que podia sentir a pre-sença de Deus de uma maneira tremenda, e que as pessoas estavam explodindo em orações. Certamente isso não era uma reação ao som de um avião passando por cima do prédio.

Se fosse um avião, teria que estar voando numa altitude de não mais do que cem metros sobre o edifício para provocar um barulho tão forte como aquele. E além disso, não poderia ouvir um ruído tão forte, acima do estrondo de três mil pessoas orando ruidosamente.

O som que eu ouvi era muito mais alto e claramente superava todas as vozes. Mesmo com isso resolvido em minha mente - que o vento era o vento do Espírito Santo - não disse nada.

Não queria transmitir uma informação inexata ou tentar seduzir as pessoas com afirmações fervorosas de manifestação espiritual. O rugido desse vento durou aproximadamente dois minutos. Quando diminuiu, deixou no seu rastro pessoas que oravam e choravam. A atmosfera ficou impregnada de reverência santa. A presença do Senhor era muito real e poderosa.

O resultado tremendo da sua presença ainda perdurou por quinze ou vinte minutos. Passei o púlpito para o líder e pedi para ser levado embora imediatamente. Muitas vezes, permaneço no local e converso com as pessoas depois de um culto, mas, naquele momento, qualquer conversa casual parecia imprópria. Os líderes me pediram que me reunisse com eles para o jantar, mas recusei. Ainda trêmulo pela presença de Deus, respondi: "Não, eu apenas quero voltar para o meu quarto no hotel".

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acompanhado pelo pr. Gary Haynes, Ludmila Ferber e seu marido, que eram os líderes. Aquela mulher era uma cantora que já havia gravado e sua música era popular no país.

Ela entrou no carro chorando: "Vocês ouviram o vento?" Eu respondi depressa: "Aquilo era um avião". (Embora sentisse no meu coração que não era, queria a confirmação e estava determinado a não ser o primeiro a dizer alguma coisa).

"Não", ela declarou e balançou a cabeça, "era o Espírito do Senhor".

Então, seu marido, um homem que achei ser muito quieto e reservado, firmemente afirmou: "Não havia nenhum avião em qualquer lugar perto do edifício".

"Realmente!"- eu exclamei.

Ele continuou: "Além disso, o som daquele vento não passou pela caixa de ressonância, não houve nenhuma leitura na caixa, nem registro de qualquer ruído". Permaneci calado, em profunda reverência.

Mais tarde, descobri a razão daquele homem ter tanta certeza de que o vento que nós ouvimos não tinha sido causado por uma aeronave.

Havia seguranças e policiais fora do prédio, que informaram ter ouvido um som poderoso que vinha lá de dentro. Do lado de fora, não houve vento, mas apenas outra tranquila noite brasileira.

Sua esposa continuou, com lágrimas rolando pela face: "Eu vi ondas de fogo que caíam pelo edifício e anjos em todos os lugares!"

Mal podia acreditar no que escutava. Tinha ouvido essa mes-ma descrição feita por um ministro dois meses antes, durante as reuniões na Carolina do Norte. Havia pregado sobre o temor do Senhor, e a presença de Deus caiu poderosamente sobre aquela reunião - mais de cem crianças choraram copiosamente durante uma hora. Uma ministra visitante falou para o pastor que ela havia visto ondas de bolas de fogo caindo sobre o edifício. Isso também havia sido confirmado por três membros do coral.

Naquele momento, só queria estar a sós com o Senhor. Uma vez na privacidade do meu quarto do hotel, tudo que queria fazer era adorar e orar.

Estava programado para eu ministrar em mais um culto antes de partir para o Rio de Janeiro. Dessa vez, quando entrei no auditório, a atmosfera estava totalmente diferente. Podia sentir que o respeito pelo Senhor havia sido restaurado. A música não era meramente boa e sem a presença de Deus; era maravilhosa, ungida, e a presença do Senhor era doce.

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Davi diz: Entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo, no teu temor (SI 5:7). Toda verdadeira adoração é ancorada em uma reverência da sua presença, pois Deus diz: [...] e reverenciareis o meu santuário: Eu sou o Senhor (Lv 19:30).

Naquele segundo culto, muitos receberam libertação e cura. Outros que estavam aprisionados pela amargura e tinham abrigado ofensas foram libertos. Onde o Senhor é reverenciado, sua presença se manifesta - e onde a sua presença se manifesta, as necessidades são supridas.

Agora nós podemos entender a insistência de Davi: Temei o Senhor, vós os seus santos, pois nada falta aos que o temem (Sl 34:9).

Esta é a mensagem que você tem em suas mãos hoje - o temor do Senhor, nestas páginas, nós vamos procurar, com ajuda do Espírito Santo, não somente o significado do temor do Senhor, mas o que é caminhar nos tesouros da sua verdade. Nós vamos aprender sobre o julgamento que recai sobre nós quando há falta do santo temor, como também sobre os benefícios gloriosos encontrados no temor de Deus.

Há pessoas que são rápidas para reconhecei Jesus como salvador, curador e libertador. Contudo, reduzem a sua glória ao nível dos homens corruptíveis por meio das suas açoes atitudes do coração.

(18)

C

APÍTULO

2

G

LÓRIA

T

RANSFORMADA

Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao Senhor? Deus é sobremodo tremendo na assembléia dos santos e temível sobre todos que o rodeiam (Sl 89:6-7).

Antes de discutirmos o temor do Senhor, temos que ter uma idéia da grandeza e da glória do Deus que servimos.

O salmista, primeiramente, declara as tremendas maravilhas de Deus c depois faz a exortação para temê-lo. O que ele disse, numa linguagem moderna, poderia ser: "Quem no universo pode se comparar ao Senhor?" Ele quer que nós meditemos na glória insondável de Deus, pois, como podemos respeitá-lo e honrá-lo devidamente se nós permanecemos inconscientes da sua grandeza ou do motivo pelo qual Ele merece isto?

FAMOSO, CONTUDO, DESCONHECIDO

Para explicar isso, vamos imaginar alguém que é famoso no país mais poderoso da Terra. Ele é um homem talentoso e culto. Todas as pessoas no seu país conhecem sua grandeza e fama.É um inventor com as mais excelentes e significativas contribuições científicas e descobertas conhecidas pelo homem. É o atleta mais excelente desse país. De fato, ninguém pode competir com ele em qualquer área da vida. Além de tudo isso, é o rei e um governante muito sábio.

Em todos os níveis e em todos os lugares do país, recebe um tremendo respeito e honra. Grandes desfiles e gloriosas recepções são oferecidas em sua honra.

Agora, o que aconteceria se esse rei viajasse para outro país, onde sua posição e grandeza fossem desconhecidas? Que tipo de recepção ele teria num país estranho, inferior, em todos os sentidos, ao seu grande país?

Embora os maiores homens daquele país estejam abaixo do nível desse governador, ainda assim esse nobre rei decide visitar aquele lugar, como um homem comum, sem vestes reais, sem sua comitiva de nobreza, força de segurança, conselheiros ou criados. Ele vai sozinho. Como será tratado?

Para simplificar, não será tratado de maneira diferente do que seria qualquer outro estrangeiro. Embora esse homem seja muito maior do que o mais poderoso homem da nação, receberá pouco ou nenhum respeito. Ele até mesmo poderá, ser tratado

(19)

com desprezo, simplesmente porque é um estrangeiro. Suas invenções e descobertas científicas têm beneficiado grandemente aquela nação; contudo, as pessoas ainda não o conhecem e, consequentemente, não lhe darão o respeito e a honra que ele merece.

Agora, veja o relato de João a respeito de Jesus, Emanuel, Deus manifestado em carne:

O "Verbo estava no mundo e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1:10-11).

É muito triste que Aquele que criou o universo e o próprio mundo em que vivemos não tenha recebido as boas-vindas e a honra que merece. Ainda mais trágico, veio para os que eram , aqueles que o esperaram e conheciam sua aliança, aqueles a quem Ele havia libertado várias vezes pelo seu poder; contudo, não recebeu honra. Embora as pessoas falassem sobre sua vinda, frequentassem o templo regularmente com essa expectativa da e orassem pelas bênçãos que acompanhavam seus mandamentos, eles não o reconheceram quando Ele veio.

Seu próprio povo não reconheceu a grandeza daquele que professavam servir fielmente. Os israelitas não apenas eram ignorantes da grandeza do poder de Deus, mas também eram igualmente ignorantes da grandeza da sua sabedoria. Portanto, não é de se admirar que não tenham dado a Ele o temor ou a reverência que merecia. Deus explicou:

...Visto que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honram, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens... (Is 29:13)

Ele disse: Seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens. Ele está dizendo que as pessoas tinham reduzido a glória do Senhor à glória do homem corruptível. Serviram a Deus na imagem que haviam criado, não segundo a verdadeira imagem de Deus, mas segundo seus próprios padrões.

TRANSFORMANDO A GLÓRIA DO DEUS INCORRUPTÍVEL Isso não se limitou à geração de Jesus, embora se tenha estendido por todo o tempo durante a época dele. O mesmo erro se repetiu ao longo das gerações daqueles a quem foram entregues e supostamente confiados os oráculos de Deus.

Nós vemos essa irreverência demonstrada até mesmo na transgressão de Adão. Ele deu ouvidos à sabedoria da serpente:

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Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gn 3:5).

... O Deus, quem, é semelhante a ti? - o salmista pergunta no Salmo 71:19. Assim, era inútil Adão pensar que ele ainda poderia ser como Deus, mesmo estando separado dele. Na vaidade da sua mente, Adão reduziu Deus ao nível de um mero homem.

Se você olhar o pecado dos filhos de Israel no deserto, você descobrirá a mesma raiz como a causa da sua rebelião. Seu temor de Deus foi amoldado pela própria imagem errônea da sua glória.

Moisés subiu ao Monte Sinai para receber a Palavra de Deus. Vários dias se passaram, então o povo[...] acercou-se de Arão (Êx 32:1). Sempre surgem problemas quando as pessoas se reúnem em sua própria sabedoria, apartadas do poder e da presença de Deus. Em vez de esperar que Ele dê as ordens, as pessoas se reúnem e tentam fazer algo para satisfazerem a si mesmas. O que apenas Deus pode prover é substituído por uma imitação temporária.

Eles tinham visto o poder de Deus se manifestar várias vezes; contudo, fizeram um bezerro de ouro. Hoje, isso pode parecer ridículo, mas não era tão ridículo para os israelitas. Por mais de quatrocentos anos, eles tinham visto objetos semelhantes no Egito. Era um aspecto familiar da cultura egípcia e, portanto, comum.

Uma vez feito, o bezerro de ouro foi trazido diante das pessoas que, de comum acordo, disseram: ...São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito! (Êx 32:4) Então, uma proclamação foi feita pelo seu líder: ...Amanhã será festa ao Senhor(Êx 32:5). Para compreender o que estavam dizendo, temos de olhar a palavra hebraica para "Senhor", no versículo 5. E a palavra Yehovah, também conhecida como Jeová ou Yahweh. Esta palavra é definida como "Aquele que existe", o nome próprio do Deus verdadeiro.

Eles usaram o nome do único Deus verdadeiro. Este era o nome daquele sobre quem Moisés pregou, o nome daquele com quem Abraão tinha uma aliança, o nome daquele a quem nós servimos. Jeová não é usado para descrever nenhum dos falsos deuses na Bíblia. Este nome, Jeová ou Yahweh, era tão sagrado que mais tarde não foi permitido aos escribas hebreus escreverem a palavra por completo; eles omitiam as vogais intencionalmente em reverência à santidade do nome.

Assim, as pessoas, como também os líderes, apontaram para aquele bezerro dourado e o chamaram de Jeová, o Deus verdadeiro que libertara do Egito! Não disseram: "Este é Baal, aquele que libertou vocês do Egito", nem usaram o nome de

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qualquer outro falso deus. Deram àquele bezerro o nome do Senhor, reduzindo, assim, a grandeza do Senhor a termos comuns e imagens finitas, com os quais eles estavam tão familiarizados.

É interessante notar que os israelitas ainda reconheceram que Jeová os libertara de sua escravidão. Não negaram o que Deus fez; apenas reduziram a grandeza a um nível com o qual estavam mais acostumados a lidar. A saída do Egito, no Velho Testamento, é um tipo que representa o sair do mundo e ser salvo, como ensina o Novo Testamento. Os acontecimentos naturais do Velho Testamento são tipos e figuras do que haveria de vir no Novo Testamento.

SERVINDO A DEUS NAS IMAGENS QUE NÓS FIZEMOS Agora veja o que Paulo escreve para nós, no Novo Testamento:

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato (Rm 1:20,21).

Note que eles não o glorificaram como Deus. Os filhos de Is-rael reconheceram a libertação de Jeová, mas não deram a Ele a honra, a reverência ou a glória que merecia. Bem, isso não mudou muito. Basta olhar para o que Paulo diz sobre as pessoas que viviam nos tempos do Novo Testamento, que não davam a Deus a reverência merecida:

e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível (Rm 1:23).

Novamente nós vemos reduzida a imagem gloriosa do Deus verdadeiro. Desta vez não é reduzida a um bezerro, mas à imagem do homem corruptível. Israel estava rodeado por uma sociedade que adorava imagens de ouro à semelhança de animais e insetos. A igreja de hoje está rodeada por uma cultura que adora o homem.

Durante os últimos anos, esta declaração tem, constantemente, percorrido minha mente: "Nós servimos a Deus na imagem que nós temos feito".

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uma linha de pensamento que reduz a imagem e a glória de Deus à imagem de mero homem corruptível. Esta mentalidade permeia a igreja.

Há pessoas que são rápidas para reconhecer Jesus como salvador, curador e libertador. Com aboca, reconhecem o senhorio de Jesus; contudo, reduzem sua glória ao nível de homem corruptível por meio das suas ações e atitudes do coração.

Elas dizem: "Deus é meu amigo, compreende o meu coração". É verdade que Deus compreende os nossos corações do modo mais completo do que nós mesmos podemos entender. Mas, normalmente, este comentário é emitido com o objetivo de justificar as ações que contradizem sua aliança. O fato é que estão em desobediência à Palavra de Deus. Nas Escrituras, as únicas pessoas que eu vejo Deus chama de amigos são aqueles que tremem com a sua Palavra, a Sua presença e são rápidos para obedecer, não importa o preço.

Portanto, Ele não recebe a honra e a reverência que merece, senão eles o obedeceriam imediatamente. Com seus lábios honram a Deus, mas seu temor para com Ele é ensinado por mandamentos de homens. Filtraram a Palavra de Deus e seus mandamentos por meio do seu próprio pensamento influenciado pela cultura. A imagem que eles têm da glória de Deus é formada por suas percepções limitadas, ao invés de ser formada pela sua verdadeira imagem, revelada por meio da sua Palavra viva.

Isso predispõe esses homens e mulheres a serem rápidos para criticarem a autoridade, como nossa sociedade é tão rápida em fazer. Nós temos programas de televisão, desde humor até programas de entrevistas, que constantemente criticam a autoridade. A mídia zomba da autoridade constituída e exalta o desobediente e o rebelde. Mas, e se a liderança é realmente corrupta? O que Deus diz a respeito disto? Ele diz: Não falará mal de uma autoridade do teu povo (At 23:5). Contudo, nós presumimos que Deus aprova a crítica à liderança corrupta porque nós reduzimos sua resposta ao nível da nossa sociedade, reduzindo-o à imagem de homem corruptível, até mesmo em nossas igrejas.

Eu tenho ouvido líderes de igreja justificarem um divórcio com: "Deus quer que eu seja feliz". Eles, na verdade, crêem que sua felicidade tem primazia sobre sua obediência à Palavra de Deus e sobre a aliança que fizeram com Deus.

Um líder me falou: "John, eu decidi me divorciar da minha mulher porque nós não nos demos bem por dezoito anos. Nós não assistimos a filmes juntos nem fazemos coisas divertidas. Você sabe que eu amo Jesus, e se eu não estiver fazendo a coisa certa, Ele me mostrará". Por que Deus nos concederia uma audiência

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particular com , quando nós ignoramos o que já declarou?

De alguma maneira, esses indivíduos têm distorcido as pala-vras de Jesus para justificarem uma exceção para eles mesmos. É como se Jesus dissesse: "Quando disse na minha Palavra que odiava o divórcio, isto não se aplica a você. Eu quero que você seja feliz e tenha um cônjuge com quem você possa se divertir. Vá em frente e consiga o divórcio. Se for errado, você pode se arrepender mais tarde".

Este é o modo como a nossa sociedade pensa. Nossas pala-vras não ditas declaram: "O preto e branco existem para os outros, mas para mim, é cinza. É errado para os outros porque isto não me afeta, mas se obedecer torna minha vida desconfortável, então estou isento de obedecer!"

Quando isto é feito individualmente, também será feito coletividade. Assim, não é surpreendente que na igreja a glória de Deus seja reduzida ao grau de homem corruptível, da vida de pessoas que constituem a liderança da igreja às mensagens pregadas no púlpito.

Que tipo de mensagem esta redução da glória de Deus trans-mite à congregação? Ela diz: "Deus não quer dizer isso ou fazer o que Ele diz". Então, nós nos perguntamos por que o pecado corre solto entre nós e por que o temor de Deus foi perdido. Não é de se admirar que os pecadores se assentem passivamente em nossos bancos e não se arrependam com nossa pregação. Não é de se admirar que a frieza prevalece em nossas "igrejas baseadas na Bíblia". Também não é de se admirar que as viúvas, os órfãos, os homens e as mulheres encarcerados e os doentes sejam neglicenciados pelos crentes.

Frequentemente, as mensagens que nós pregamos durante os últimos vinte anos nos púlpitos e nas rádios têm dado a Deus a aparência de "Papai Noel do céu", cujo desejo é nos dar tudo o que queremos e quando queremos. Isto gera uma obediência de vida curta por motivos egoístas. Pais que criam seus filhos desta maneira acabam tendo crianças mimadas. Crianças mimadas não têm o verdadeiro respeito à autoridade, especialmente quando não conseguem o que querem e quando querem. Sua falta de reverência pela autoridade as leva a ficarem facilmente ofendidas com Deus.

Como podemos ver a reverência ser restaurada, quando temos nos afastado tanto da sua glória? Como a obediência pode prevalecer quando a desobediência e a rebelião são consideradas normais? Deus vai restaurar seu santo temor no seu povo e os trará de volta para si, para que possam lhe dar a verdadeira glória e honra que é digno de receber. Ele prometeu: Porém, tão certo como eu vivo e como toda a terra se encherá da glória do Senhor

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(Nm 14:21).

Quanto maior for a nossa compreensão da grandeza de Deus, maior será a nossa capacidade para temê-lo ou reverenciá-lo.

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C

APÍTULO

5

O

S

ERMÃO DO

U

NIVERSO

...A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja [...] para ver a tua força e a tua glória (Sl 63:1, 2).

Para darmos a Deus a devida reverência, nós temos que bus-car o conhecimento da grandeza da sua glória. Este foi o clamor do coração de Moisés quando corajosamente declarou: ...Rogo-te que me mostres a tua glória (Êx 33:18).

Quanto maior for a nossa compreensão da grandeza de Deus (embora em si mesma ela seja incompreensível), maior será a nossa capacidade para temê-lo ou reverenciá-lo. Esta é a razão porque o salmista nos encoraja: Deus é o Rei de toda a terra; salmodiai com harmonioso cântico (SI 47:7). Nós somos convidados a contemplar a sua grandeza.

O salmista ainda nos diz: Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável (SI 145:3). Isto me leva a recordar a história da morte de Santo Agostinho. Agostinho foi um dos maiores líderes da sua época. Seus escritos expunham as tremendas maravilhas do nosso Deus. Por mais de mil anos faz-se referência aos seus escritos. Um dos seus grandes trabalhos é intitulado "A Cidade de Deus".

Em seu leito de morte, cercado por seus amigos mais íntimos, quando Agostinho se foi para estar com o Senhor, sua respiração cessou, seu coração parou, e uma sensação maravilhosa de paz encheu o quarto. De repente, seus olhos se reabriram, e com as faces brilhando, declarou aos que estavam presentes: "Eu vi o Senhor. Tudo o que eu escrevi é apenas palha". Então partiu para o seu lar eterno.

SANTO, SANTO, SANTO...

Isaías teve uma visão da insondável glória de Deus. Viu o Senhor na sala do seu trono, alto e elevado, e a sua glória enchia a sala. Ao seu redor estavam grandes anjos chamados serafins que, por causa da magnífica glória de Deus, cobriam suas faces com as asas e clamavam:

...Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (Is 6:3).

Nós cantamos estas mesmas palavras em nossas igrejas em forma de hinos. Porém, na maioria das vezes, nossos louvores

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soam sem a paixão que encontramos nesses anjos. Você provavelmente verá as pessoas bocejarem ou olharem para os lados enquanto cantam as palavras do hino. Oh, como é diferente a atmosfera na sala do trono de Deus!

Esses poderosos e tremendos anjos não estão aborrecidos ou inquietos; não estão apenas cantando canções agradáveis. Não dizem: "Deus, eu tenho cantado esta canção diante do Teu trono por milhões de anos. Tu não achas que poderia ser feita uma substituição? Eu gostaria de explorar outras partes do céu". De modo algum! Eles não desejariam estar em nenhum outro lugar, a não ser clamar e cantar louvores diante do trono de Deus.

Esses anjos espetaculares não estão apenas cantando uma canção. Estão respondendo àquilo que vêem. A cada momento, através dos olhos fechados, vêem brevemente uma outra faceta e uma dimensão maior da glória de Deus sendo revelada. Impressionados, clamam: "Santo, santo, santo!" De fato, seu harmonioso clamor é tão alto que os batentes da porta são abalados por suas vozes e toda a sala se enche de fumaça. Uau! Algo que faria as ondas de som sacudirem um edifício aqui na Terra, mas tremer os batentes da arquitetura celestial é uma outra questão! Esses anjos estão ao redor do trono de Deus por tempos incontáveis, por tempos imensuráveis. Porém, experimentam uma revelação perpétua do poder de Deus e da sua sabedoria. A grandeza de Deus é verdadeiramente insondável.

SUAS OBRAS FALAM SOBRE SUA GLÓRIA

No capítulo anterior, nós falamos sobre a grande loucura do homem: reduzir a glória do Senhor à nossa imagem e à medida do homem corruptível. Nós comprovamos isto num grau alarmante na igreja. No restante deste capítulo, nós nos dedicaremos a tentar compreender apenas um pedacinho da glória de Deus e de como é revelada em sua criação. Vamos olhar além do natural e meditar na maravilha do que é descrito, pois sua criação prega um verdadeiro sermão e nos fornece pontos para ponderar.

O Salmo 145:10-11 diz: Todas as tuas obras te renderão graças, Senhor; [...]falarão da glória do teu reino, e confessarão o teu poder.

Eu tenho quatro filhos. Houve um período em que eles eram interessados demais em um certo jogador de basquete profissional. Ele é um dos atletas mais populares nos Estados Unidos e idolatrado por muitos nesta nação. Estavam acontecendo os jogos da Liga Americana de Basquete, e eu ouvia o nome desse jogador continuamente através da imprensa, dos meus filhos e dos seus amigos.

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Nós havíamos acabado de chegar da praia, onde os meninos tinham caído na água e pulado as ondas. Depois de nadarmos, enquanto nos secávamos, eu me sentei com meus três filhos mais velhos para um bate-papo.

Apontando a janela, eu perguntei: "Meninos, que grande oceano lá fora, hein?"

Em uníssono, eles responderam: "É, papai".

Eu continuei: "A gente só pode avistar cerca de dois ou três quilômetros mas o oceano, na verdade, tem milhares de quilômetros".

Enrolados no calor e no conforto das toalhas, os meninos falaram com olhos arregalados. "Uau!"

"E este aqui ainda não é o maior oceano; há outro maior chamado Oceano Pacífico. Depois, há mais dois além destes."

Os meninos balançaram a cabeça, em silêncio, maravilhados, enquanto ouviam o poder das ondas da maré alta que se quebravam lá fora.

Sabendo, até certo ponto, que meus filhos haviam compreendido a vasta imensidão de água que havia descrito, perguntei: "Meninos, vocês sabem que Deus pesou toda a água que vocês vêem, e tudo aquilo que eu há pouco descrevi, na palma da sua mão?" (Is 40:12)

O rosto deles demonstrou uma verdadeira admiração. Antes, eles ficavam impressionados porque aquela famosa figura do esporte podia segurar uma bola de basquete com uma mão! Segurar uma bola de basquete em uma mão parecia insignificante agora.

"Vocês sabem o que mais a Bíblia diz sobre como Deus é grande?"- perguntei.

"O quê, papai?"

"A Bíblia declara que Deus pode medir o Universo com a pal-ma da sua mão"(Is 40:12). Espalpal-mando minha própria mão diante deles, demonstrei que um palmo era a distância da extremidade do meu dedo polegar à extremidade do meu dedo mínimo. "Deus pode medir o universo com a distância do seu dedo polegar à extremidade do seu dedo mínimo!"

O SERMÃO SEM FIM

O próprio Universo anuncia a glória do Senhor. Leia as pa-lavras inspiradas de Davi:

Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a

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terra se faz. ouvir a sua voz, e a suas palavras, até aos confins do mundo (Sl 19:1-4).

Pare por um momento e pondere sobre a amplitude ilimitada do Universo. Faça isso e você terá uma vaga idéia da glória ilimitada de Deus! Nas palavras de Davi: "O universo proclama a glória de Deus". A criação de Deus não é limitada à Terra, ela abrange até mesmo o universo desconhecido. Ele organizou as estrelas nos céus com seus dedos (SI 8:3). Para a maioria de nós, é difícil compreender a imensidão do universo.

Além do nosso Sol, a estrela mais próxima está a 4,3 anos-luz de distância. Vamos explicar o seguinte: a anos-luz viaja à velocidade de 299.727 quilômetros por segundo, não por hora, mas por segundo. Isto é, aproximadamente 1.078.030.000 quilômetros por hora. Nossos aviões voam a aproximadamente 800 quilômetros por hora.

A órbita da Lua está a aproximadamente 384.551 quilômetros da Terra. Se nós viajássemos de avião à Lua, isso levaria dezenove dias. Mas a luz consegue chegar lá em 1,3 segundos!

Vamos continuar. O Sol está a 149.637.000 quilômetros da Terra. Se você tomar um avião a jato hoje e viajar rumo ao Sol, sua jornada levaria mais de vinte e um anos! E isso sem parar! Onde você estava há vinte e um anos atrás? Isso é muito tempo. Você pode imaginar voar esse longo tempo, sem um momento de intervalo, para chegar ao Sol? Para aqueles que preferem dirigir... bem, essa façanha não poderia ser feita em toda a vida. Levaria aproximadamente duzentos anos, não incluindo qualquer parada para abastecer o carro ou descansar! Porém, a luz viaja essa dis-tância em meros oito minutos e vinte segundos!

Vamos deixar o Sol e passar para a estrela mais próxima. Nós já sabemos que ela está a 4,3 anos-luz da Terra. Se nós construíssemos um modelo em escala da Terra, do Sol e da estrela mais próxima, o resultado seria o seguinte: em proporção, a Terra se reduziria ao tamanho de um grão de pimenta, e o Sol seria do tamanho de uma bola de oito polegadas de diâmetro. De acordo com essa escala de medidas, a distância da Terra ao Sol seria de quase vinte e quatro metros, que é apenas um quarto da largura de um campo de futebol. Mas, lembre-se de que para medir essa distância de vinte e quatro metros, um avião levaria mais de vinte e um anos!

Assim, se essa é a proporção da Terra em relação ao Sol, você consegue imaginar a que distância a estrela mais próxima estaria da nossa Terra de grão de pimenta? Você pensaria em mil metros, dois mil ou talvez três mil metros? Nem sequer chega

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perto disso. Nossa estrela mais próxima seria colocada a 6,4 mil quilômetros distante do grão de pimenta! Isso significa que se você colocar a Terra grão de pimenta em San Diego, Califórnia, a estrela mais próxima em nosso modelo em escala seria posicionada para lá da cidade de Nova Iorque, no Oceano Atlân-tico, mais de mil e quinhentos quilômetros dentro do mar!

Para alcançar essa estrela mais próxima através de avião, levaria aproximadamente uns cinqüenta e um bilhões de anos, sem parar! Isto é, 51.000.000.000 de anos! Contudo, a luz dessa estrela viaja para a Terra em apenas 4,3 anos!

Vamos ampliai- este pensamento. As estrelas que você vê à noite, a olho nu, estão de cem a mil anos-luz de distância. Porém, há algumas estrelas que você pode ver a olho nu, que estão a quatro mil anos luz. Eu nem mesmo poderia tentar calcular a quantidade de tempo que levaria para um avião alcançar apenas uma dessas estrelas. Mas, pense nisto: a luz viaja a uma velocidade de 299.727 quilômetros por segundo, e ainda leva quatro mil anos para chegar a Terra. Isso significa que a luz dessas estrelas foi lançada antes de Moisés dividir as águas do Mar Vermelho e viajou uma distância de um bilhão, setenta e oito milhões e trinta mil quilômetros por hora, sem reduzir a velocidade ou sem parar desde então, e está chegando na Terra neste exato momento!

Mas essas são apenas as estrelas na nossa galáxia, que é um ajuntamento vasto de normalmente bilhões de estrelas. A galáxia na qual moramos é chamada Via Láctea. Assim, vamos continuar.

A galáxia mais próxima da nossa é a de Andrômeda. Sua distância da nossa galáxia é de aproximadamente 2,31 milhões de anos-luz! Imagine, mais de dois milhões de anos-luz de distância! Nós já chegamos ao limite da nossa compreensão?

Os cientistas calculam a existência de bilhões de galáxias, cada uma delas contendo bilhões de estrelas. Elas tendem a se agrupar. A galáxia de Andrômeda e a nossa Via Láctea são parte de um agrupamento de, pelo menos, trinta galáxias. Outros agrupamentos podem conter outro tanto de milhares de galáxias.

O The Guinness Book of World Records (o livro de recordes mundiais) afirma que, em junho de 1994, foi descoberto um novo grupo de galáxias em forma de casulo. O comprimento desse grupo de galáxias foi calculado em seiscentos e cinquenta milhões de anos-luz! Você pode imaginar quanto tempo levaria para atravessar uma distância tão vasta, de avião?

O The Guinness Book of World Records também afirma que o mais remoto objeto já visto pelo homem parece estar a mais de 13,2 bilhões de anos-luz de distância. Nossas mentes finitas nem

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mesmo podem começar a compreender a distância dessa imensidão. Nós mal conseguimos ver as extremidades dos grupos de galáxias, quanto mais as extremidades do universo. E Deus pode medir tudo isso com a palma da sua mão! Para completar, o salmista nos diz: Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome. Grande é o Senhor nosso, e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir (SI 147:4, 5). Ele não somente pode contar os bilhões e bilhões de estrelas, mas sabe o nome de cada uma delas! Não é de se admirar que o salmista exclame: Seu entendimento não se pode medir.

Salomão disse: Mas, de fato habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até os céu dos céus, não te podem conter... (1 Rs 8:27) Você está conseguindo compreender melhor a glória da Deus?

A GLORIOSA SABEDORIA DE DEUS É REVELADA NA CRIAÇÃO

O Senhor fez. a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria... (Jr 10:12)

Não somente a grandeza e o poder da glória de Deus são vis-tos na criação, mas também a sua grande sabedoria e conhecimento. A ciência tem gasto anos e enormes quantias em dinheiro para estudar o funcionamento deste mundo natural. Os desígnios de Deus e os blocos de construção permanecem uma maravilha.

Todas as formas de vida criada têm por base as células. As células são os blocos de construção do corpo humano, das plantas, dos animais e de tudo o que vive. O corpo humano, que em si mesmo é uma maravilha de engenharia, contém cerca de 100.000.000.000.000 células - (você consegue ler este número?) - dentre as quais há uma variedade imensa. Em sua sabedoria, Deus designou estas células para desempenharem tarefas específicas. Elas crescem, se multiplicam e afinal morrem na hora certa.

Embora invisíveis a olho nu, as células não são as menores partículas conhecidas pelo homem. Elas são constituídas por um grande número de estruturas menores ainda, chamadas moléculas, e as moléculas são compostas de estruturas menores ainda - chamadas elementos - e dentro dos elementos ainda podem ser encontradas estruturas ainda mais minúsculas, chamadas átomos.

Os átomos são tão pequenos, que o ponto no final desta sen-tença contém mais de um bilhão deles. Um átomo é tão minúsculo, que é composto quase completamente de espaço vazio.

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O restante do átomo é composto de prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons e os nêutrons estão agrupados a um núcleo minúsculo e extremamente denso, bem no centro do átomo. Um pequeno feixe de energia chamado elétrons vibram ao redor desse núcleo à velocidade da luz. Eles são o núcleo dos blocos de construção que mantêm todas as coisas unidas.

Assim, onde o átomo adquire sua energia? E que força man-tém unidas suas partículas de energia? Os cientistas chamam isso de energia atômica. Este é apenas um termo científico para descrever o que eles não conseguem explicar, pois Deus já disse que Ele está sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb l:3). Colossenses 1:17 diz: Nele, tudo subsiste.

Pare e pondere sobre isto por apenas um momento. Aí está o glorioso Criador a quem nem sequer o universo pode conter. O universo é medido pela palma da sua mão; contudo, Ele é tão minucioso nos seus desígnios em relação à pequenina Terra e suas criaturas, que deixa a ciência moderna confusa após anos de estudo.

Agora, você pode entender mais claramente o salmista quando ele declara: Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste... (SI 139:14). Você também pode ver, especialmente nesta dispensação, com todo o conhecimento científico que nós acumulamos até agora, o motivo pelo qual a Palavra diz: Diz o insensato no seu coração: Não há Deus... (SI 14:1)

É claro que muitos livros podem ser escritos sobre as maravilhas e a sabedoria da criação de Deus. Este não é meu objetivo aqui. Meu propósito é despertar espanto e admiração pelas obras das mãos de Deus, porque elas proclamam a sua magnífica glória!

"NÓS VEMOS ISTO, PAPAI"

Voltando ao caso dos meus filhos, depois de relatar todas estas informações científicas em termos que eles pudessem entender, eu concluí: "Então vocês estão impressionados com um homem que pode saltar de uma linha de quatro metros e meio em uma quadra de basquete e pode colocar uma bola cheia de ar dentro de um pequeno aro?"

Eles disseram: "Nós vemos isto, papai!"

"O que este jogador de basquete tem, que Deus não tenha dado a ele?", questionei.

de basquete agora são chamados "cartões de oração". Eles estão orando pela salvação daqueles homens que os outros vêem como heróis. Agora, você pode entender um pouco melhor o que Deus realmente estava querendo dizer, quando perguntou a Jó:

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Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe ? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu (Jó 41:11).

O QUE É O HOMEM?

Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites? (Sl 8:3, 4)

Eu creio, embora eu não possa provar, que o Salmo 8 registra a reação de um anjo à criação de um dos poderosos anjos serafins, que estão ao redor do trono de Deus. Pare e pense nisto e tente ver através dos olhos desse anjo. Este tremendo e poderoso Deus, que criou o Universo e pôs as estrelas no lugar com os seus dedos, agora vem para um pontinho de um planeta chamado Terra e transforma o que parece ser um pequenino e insignificante pontinho de pó, no corpo de um homem.

Mas o que realmente impressiona esse anjo é o enfoque total da atenção de Deus. Ela está completamente fixa neste ser chamado homem. O salmista nos diz que os pensamentos dele a respeito de nós são preciosos, e que a soma deles é tão grande que se fossem contados excederiam os grãos de areia na Terra (SI 139:17, 18). Vendo isto, eu creio que esse anjo clamou: "O que é isto em que o Senhor está tão interessado e dispensando tanto afeto? O que é aquela pequena coisa que está constantemente na sua mente - o enfoque total dos seus planos?"

Tire um tempo, fique quieto e considere as obras das mãos de Deus. Nós somos chamados a fazer isto. Quando você o fizer, a criação vai pregar um sermão para você. Ela vai proclamar a sua glória!

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Porque Deus que disse: Das trevas resplandecerá luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (2 Co 4:6).

Nos próximos capítulos, nós vamos estabelecer um importante padrão que se encontra em toda a Bíblia. Ele vai se tornar uma estrutura histórica que apóia as questões pertinentes aos dias de hoje.

O PADRÃO DE DEUS

Era a primeira noite de quatro reuniões marcadas em Saskatchewan, Canadá. O pastor estava me apresentando e eu iria assumir a plataforma dentro de três minutos.

De repente, o Espírito de Deus começou a me conduzir rapi-damente através da Bíblia, revelando um padrão que se encontra ao longo de todo o Antigo e Novo Testamentos. O padrão é este:

1. Ordem divina 2. Glória de Deus 3. Julgamento

Antes de Deus manifestar a sua glória, deve haver ordem divina. Uma vez que a sua glória é revelada, há uma grande bênção. Mas, por outro lado, uma vez que a sua glória é revelada, qualquer irreverência, desordem ou desobediência é recebida com julgamento imediato.

Deus abriu os meus olhos para este padrão em menos de dois minutos e me fez saber que eu deveria pregar isso para a congregação de canadenses, sequiosa diante de mim. Naquela noite, houve um dos cultos mais poderosos de que eu já havia participado, e eu quero compartilhar esta verdade com você.

DESDE O PRINCÍPIO

Para estabelecer uma base, vamos para o princípio de tudo, quando Deus criou os céus e a Terra:

A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas (Gn 1:2).

As palavras "sem forma" são uma combinação das duas palavras hebraicas, hayah e tohuw. Juntas, estas duas palavras apresentam um relato mais descritivo: "A terra se tornou sem forma e caótica". Não havia ordem, mas desordem.

Embora o Espírito de Deus pairasse ou chocasse sobre esse caos, Ele não se moveu até que a Palavra de Deus foi liberada. Através das palavras faladas de Deus, a ordem divina foi colocada

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em operação neste planeta. Deus preparou a Terra durante seis dias antes de liberar a sua glória sobre ela. Ele tomou um cuidado especial com o jardim que tinha plantado para si mesmo. Aí, então, Deus criou o homem para si - o centro da criação.

Uma vez que o jardim estava preparado, Deus formou o homem do pó da terra (Gn 2:7). A ciência tem encontrado muitos elementos químicos do corpo humano que existem na crosta terrestre. Deus projetou ambos com técnica e maravilha científica.

A ORDEM DIVINA TRAZ A GLÓRIA DE DEUS

Deus passou seis dias trazendo ordem divina à Terra, e só então introduziu ordem ao corpo do homem. Uma vez que a ordem divina foi alcançada, Deus lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (Gn 2:7). Deus literalmente soprou o seu Espírito no corpo humano.

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e depois a mulher foi tirada da costela do homem. Nenhum dos dois estavam vestidos nem cobertos. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam (Gn 2:25). Todas as outras criaturas receberam algo com que se cobrir. Os animais têm pelo, os pássaros têm penas e os peixes têm escamas ou conchas. Mas o homem não precisava de uma cobertura externa, pois o salmista nos diz que Deus o coroou com glória e honra (SI 8:5). A palavra hebraica para "coroou" é atar. Ela significa "fazer um círculo ao redor ou cercar". Em essência, o homem e a mulher foram vestidos com a glória do Senhor e não precisaram de roupa artificial.

As bênçãos que esse primeiro casal experimentou são indescritíveis. O jardim produzia sua força sem ter de ser cultivado. Os animais estavam em harmonia com o homem. Não havia nenhuma enfermidade, doenças ou pobreza. Mas, o melhor de tudo é que esse casal teve o privilégio de andar com Deus em sua glória!

JULGAMENTO

Primeiro Deus trouxe a ordem divina por meio da sua Palavra e do seu Espírito e Sua glória foi revelada. Houve bênçãos abundantes, mas aí veio a queda. O Senhor Deus ordenou ao homem que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois a desobediência resultaria em morte espiritual imediata.

Zombando do Criador, Satanás desafiou a Palavra de Deus com palavras distorcidas: Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores

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