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Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada ISSN: Universidade Federal da Paraíba Brasil

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Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada

ISSN: 1519-0501 apesb@terra.com.br

Universidade Federal da Paraíba Brasil

Rafael BOMFIM, Isabelita Pessoa; SOARES, Diana Gabriela; Rodrigues TAVARES, Gracielle; Campelo SANTOS, Ronaldo; Pessoa ARAÚJO, Túlio; Nascimento PADILHA, Wilton Wilney

Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de Prótese Dentária Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, vol. 8, núm. 1, enero-abril, 2008, pp.

117-121

Universidade Federal da Paraíba Paraíba, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=63711702019

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Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de

Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de

Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de

Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de

Prevalência de Lesões de Mucosa Bucal em Pacientes Portadores de

Prótese Dentária

Prótese Dentária

Prótese Dentária

Prótese Dentária

Prótese Dentária

Isabelita Pessoa Rafael BOMFIMI

Diana Gabriela SOARESII

Gracielle Rodrigues TAVARESIII

Ronaldo Campelo SANTOSIV

Túlio Pessoa ARAÚJOV

Wilton Wilney Nascimento PADILHAVI

ABSTRACT

RESUMO

DESCRIPTORS

DESCRITORES

Epidemiologia; Prevalência; Prótese dentária, lesões. Epidemiology; Prevalence; Dental prostheses, lesions.

Prevalence of Oral Mucosa Lesions in Denture Wearers

Objective: To identify the prevalence of oral mucosa lesions in

denture wearers and its relation with oral hygiene habits.

Method: Ninety-four denture wearers of both genders attending

the Prosthetic Clinic of the DOR/UFPB and the Prosthetic Service of Cruz das Armas, João Pessoa, PB, Brazil were examined. Data (gender, denture type, oral hygiene habits, frequency and time of denture use, lesion type and description) were collected by a single examiner upon semiological clinical examination at the facilities of both clinics and were recorded in the patient’s clinical file.

Results: It was observed that 58.6% of the individuals were

female. Nocturnal use of the dentures was reported by 71.2% of the subjects. All patients affirmed to clean the dentures, 81.9% of them using brushing with dentifrice. Time of use ranged from 6 months to 45 years. Regarding denture conditions, 54.2% were broken, 71.2% were stained, 73.4% presented visible biofilm, 59.5% had worn teeth, 73.4% lacked stability and 47.8% presented occlusal problems. Among all evaluated individuals, 69.1% presented some type of oral lesion. Denture-induced stomatitis was the most prevalent lesion (44.6%), followed by inflammatory fibrous hyperplasia (42.5%), angular cheilitis (12.7%), compression area (7.4%), traumatic ulceration (2.1%), liquen planus (3.2%) and geographic tongue (2.1%).

Conclusion: Denture-induced stomatitis and inflammatory fibrous

hyperplasia were the most frequently lesions associated with denture use. The physical and cleaning conditions of the dentures were considered as unfavorable, possibly contributing to the appearance of such lesions.

Objetivo: Identificar a prevalência de lesões de mucosa na cavidade bucal de indivíduos usuários de prótese dentária e sua relação com hábitos de higiene.

Método: Foram examinados 94 indivíduos, de ambos os gêneros,

portadores de prótese dentária atendidos na Clínica Protética/DOR/ UFPB e no Serviço de Prótese de Cruz das Armas, João Pessoa/ PB. Os dados foram coletados por meio de exame clínico semiológico, realizado nas dependências das clínicas, por um único examinador, sendo anotados em ficha clínica o gênero, tipo de prótese, forma de higienização, freqüência e tempo de uso da prótese, tipo de lesão e descrição da mesma.

Resultados: Observou-se que 58,6% dos indivíduos pertenciam

ao gênero feminino. O uso da prótese no período noturno foi relatado em 71,2% dos casos. Todos os usuários afirmaram higienizar a prótese, sendo 81,9% por meio da escovação com dentifrício. O tempo de uso da prótese variou de 6 meses a 45 anos. Quanto às condições das próteses, 54,2% estavam quebradas, 71,2% manchadas, 73,4% com biofilme visível, 59,5% com desgastes nos dentes, 73,4% com falta de estabilidade e 47,8% das próteses apresentaram problemas de oclusão. Do total de indivíduos avaliados, 69,1% apresentaram algum tipo de lesão. A estomatite protética foi a lesão mais prevalente (44,6%), seguida pela hiperplasia fibrosa inflamatória (42,5%), queilite angular (12,7%), área de compressão (7,4%), úlcera traumática (2,1%), líquen plano (3,2%) e língua geográfica (2,1%).

Conclusão: A estomatite protética e a hiperplasia fibrosa

inflamatória representaram as lesões mais freqüentemente associadas ao uso da prótese, e as condições físicas e de higiene das próteses dentárias foram desfavoráveis, podendo colaborar para o aparecimento destas lesões.

IAcadêmica do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. IICirurgiã-Dentista, João Pessoa/PB, Brasil.

IIIMestranda em Odontologia, Área de concentração em Diagnóstico Bucal pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. IVProfessor Mestre da Disciplina de Clínica Protética da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil.

VProfessor Doutor da Disciplina de Clínica Protética da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil. VIProfessor Doutor Titular da Disciplina de Clínica Integrada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa/PB, Brasil.

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INTRODUÇÃO

O levantamento epidemiológico realizado pelo SB Brasil¹ detectou altos índices de edentulismo e condições precárias de saúde bucal, indicando a necessidade do uso de prótese dentária da população. Segundo o mesmo estudo, o maior uso de prótese dentária, tanto por adultos (35-44 anos) como por idosos (65-74 anos), está na região Sul; e a região Nordeste concentra a maior necessidade do uso de algum tipo de prótese dentária, nos dois grupos, assim como, a maior porcentagem de pessoas com necessidade de prótese total.

Acredita-se que o aumento da expectativa de vida pode estar associado a uma maior necessidade de próteses dentárias. Em contraposição, as limitações funcionais e qualitativas das mesmas representam uma

tendência para ocorrência de lesões orais2.

Estudo realizado na população idosa de Piracicaba-SP revelou que 57% das pessoas entrevistadas se preocupam em ir ao cirurgião-dentista ao menos uma vez ao ano, e que com o avanço da idade essa preocupação

diminui3. Em associação, observam-se altos índices de

edentulismo e condições precárias de saúde bucal, fazendo necessária e importante a presença de um cirurgião-dentista na equipe de saúde voltada para esse

tratamento4,5.

Na prática odontológica, é comum observamos lesões orais decorrentes do uso de próteses iatrogênicas ou até mesmo de uma inadequada orientação do paciente pelo cirurgião dentista, quanto ao uso e higienização dessas próteses, sendo as estomatites, úlceras traumáticas e hiperplasias as lesões mais citadas decorrentes do uso

das próteses6.

Em trabalho desenvolvido no município de Bauru, São Paulo, com 30 pacientes acima de 50 anos, de ambos os gêneros e portadores de prótese total, observou-se, através da inspeção visual, com o auxílio de espelho clínico plano e espátula de madeira, a existência de 42,86% de candidíase; 28,57% de hiperplasias mucogengivais; 23,8% de lesões associadas e 4,76% de úlceras traumáticas. Foi observada adaptabilidade das próteses confeccionadas em um período de 20 anos, sendo que 80% foram consideradas parcialmente satisfatórias. Houve associação positiva entre o uso de próteses insatisfatórias

e a presença de lesões localizadas no palato7.

No atendimento odontológico, as lesões de mucosa bucal, relacionadas ou não ao uso de prótese, que requerem tratamento posterior ou orientação, muitas vezes não representam a queixa principal do paciente. Avaliando a freqüência de lesões em 719 pacientes que procuraram atendimento de urgência no Setor de urgência da FOUSP entre julho 98 e junho 2000, comparou-se a ocorrência de lesões em três grupos: 0 a 14 anos, 15 a 44, e 45 ou mais anos. O uso de próteses e a ocorrência de lesões relacionadas também foram pesquisados,

juntamente com o perfil sócio-econômico dos pacientes. Lesões foram identificadas em 216 pessoas (31,4% dos pacientes) examinadas. Destas, apenas sete procuraram atendimento tendo como queixa principal a lesão. Em 43,8% dos pacientes variações da normalidade e anomalias de desenvolvimento foram identificadas, sendo as lesões mais freqüentes no sexo feminino. Do total da amostra, 18,77% eram portadores de prótese e 46,6% destes pacientes apresentaram lesões pelo uso das mesmas. Houve associação direta entre a ocorrência de lesões de

mucosa bucal e as classes sociais identificadas8.

Trabalho realizado na Clínica de Semiologia do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, demonstrou que as lesões mais freqüentemente encontradas e associadas ao uso de próteses removível foram candidíase crônica atrófica, candidíase crônica hiperplásica, hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) relacionada à margem de prótese, queilite angular e ulceração traumática. E relataram ainda que o gênero feminino apresentou maior freqüência de lesões relacionadas ao uso de próteses removíveis do que o

gênero masculino9.

A candidíase é uma doença infecciosa causada pelo fungo cândida albicans, comum na cavidade bucal, e presente na flora normal de 50% da população. Lesão freqüente na mucosa palatina, sob próteses totais ou parciais, apresentando-se inicialmente como pontos hemorrágicos, evoluindo para um eritema associado com

edema10,11.

A HFI é uma lesão causada pela injúria devido à prótese mal adaptada, que ocorre junto às bordas do aparelho. Muitas vezes, são lesões iatrogênicas de

responsabilidade do cirurgião-dentista12,13.

A úlcera é lesão traumática, bem delimitada, extremamente dolorosa, que pode aparecer associada à HFI. Seu aparecimento ocorre principalmente em próteses que não tenham sido adaptadas à condição do rebordo, por isso estão presentes geralmente nos sulcos

vestibulares10.

Algumas alterações normais da mucosa bucal, não devem ser confundidas com processos patológicos, como: atrofia das papilas filiformes, hipertrofia das papilas foliáceas, varicosidades linguais e aumento do número de

grânulos de Fordyce14.

Considerando a importância de diagnosticar precocemente as lesões na cavidade bucal, colaborar com o seu tratamento e prognóstico, e proporcionar uma melhor qualidade de vida para o paciente, o objetivo deste trabalho foi identificar a prevalência de lesões de tecido mole na cavidade bucal de indivíduos usuários de prótese dentária e sua relação com hábitos de higiene.

METODOLOGIA

Utilizou-se uma abordagem indutiva com

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procedimento estatístico e descritivo e como técnica de documentação direta em pesquisa de campo, conforme

classificação proposta por Lakatos e Marconi15.

Foram examinados 94 pacientes de ambos os gêneros, portadores de prótese dentária total ou parcial removível, atendidos no Serviço de Prótese de Cruz das Armas, João Pessoa/PB e na Clínica Protética/DOR/UFPB, escolhidos por conveniência.

O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba e os dados foram coletados, após assinatura do Termo de Consentimento, por meio de exame clínico semiológico que foi realizado nas dependências da clínica, em consultório próprio, por um único examinador.

O participante foi considerado como portador de prótese se esta estivesse sendo usada no momento do exame. O exame clínico da mucosa foi realizado de forma abrangente e sistêmica, e seguindo uma seqüência: mucosa labial e sulco superior e inferior; área labial das comissuras e mucosa jugal; língua (superfícies dorsal e ventral e seus bordos); e por fim assoalho da boca, palato

duro e mole, margens alveolares e gengiva16. Os exames

foram realizados por um único examinador em cadeira odontológica sob iluminação artificial do refletor.

Os dados foram anotados em uma ficha clinica, desenvolvida especificamente para a pesquisa, que abrangeu o tipo de prótese, confecção, sua higienização e armazenamento; espaço para anotação sobre o exame inspecional e a presença de lesão, bem como localização e descrição da mesma.

A análise dos dados foi feita com estatística descritiva: prevalência das lesões, tipos e relação quanto ao gênero e hábitos de higiene.

RESULTADOS

Dos pacientes examinados, 41,5% eram do sexo masculino e 58,5% do sexo feminino. Sessenta e nove virgula um por cento (69,1%) dos pacientes apresentaram lesão clinicamente visível na cavidade bucal (Figura 1). Dentre os pacientes com presença de lesão, 16,9% eram do sexo masculino e 83,1% do sexo feminino (Figura 2).

Figura 1. Distribuição da presença ou ausência de lesões encontradas nos participantes.

25,0 50,0 75,0 100,0 Sem Lesão Com Lesão 69,1 30,9

Figura 2. Distribuição das lesões existentes segundo o gênero do paciente. 25,0 50,0 75,0 100,0 Feminino Masculino 16,9 83,1

Todos os participantes relataram realizar higiene

diária da prótese, sendo que 81,9% afirmaram utilizar a

escovação com dentifrício. Quanto ao uso da prótese, 71,2% dos pacientes dormem com a prótese. O tempo de uso da prótese variou de 6 meses a 45 anos, havendo uma média de 5,8 anos. 54,2% dos partipantes afirmaram que suas próteses não foram confeccionadas por dentistas; e 57,4% dos pacientes relataram que a prótese já incomodou ou incomoda durante o seu uso.

O aspecto geral das próteses avaliadas foi insatisfatório: 54,2% apresentavam-se quebradas, 71,2% manchadas, 73,4% com biofilme visível, 59,5% com desgastes nos dentes, 73,4% com falta de estabilidade e 47,8% das próteses apresentaram problemas de oclusão (Figura 3). A presença de lesão ocorreu em 39,5% particiantes com protéses consideradoas insatisfatórias, e em 60,5 dos participantes a prótese tinha condições satisfatórias de uso e higiene.

Figura 3. Distribuição percentual dos aspectos gerais das condições físicas das próteses examinadas.

20,0 Biofilme Visível 73,4 47,8 40,0 60,0 80,0 100,0 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 123 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234567 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 1234 73,4 71,2 59,5 54,2 12

Falta de Estabilidade Manchadas 1 1 12 12 123 123

Desgaste nos Dentes Quebradas Problemas de Oclusão

Muitos problemas de oclusão foram encontrados: oclusão topo a topo (25,5%), protrusão mandibular (15,9%), oclusão apenas na região anterior (11,6%), mordida aberta (9,5%) e oclusão apenas em um lado da prótese (3,18%) (Figura 4).

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Figura 4. Distribuição percentual de problemas de oclusão encontrados nos participantes.

10,0

Oclusão Topo a Topo 25,5 20,0 30,0 40,0 50,0 1234 1234 1234 1234 1234 123 123 123 1234 1234 15,9 11,6 9,5 3,2 12 12Protrusão Mandibular Oclusão Apenas na Região Anterior 1

1

12 12

Mordida Aberta Oclusão Apenas de um Lado da Prótese

A prevalencia de lesão foi de 69,1% dos pacientes examinados, sendo a Estomatite Protética (EP) a lesão mais freqüente, estando presente em 44,6% dos casos. Destes, 61,7% dos pacientes possuíam o hábito de dormir com a prótese, 53,1% apresentaram biofilme visível na prótese, caracterizando a má-higiene da prótese, 67% dos casos eram do sexo feminino e em todos os casos a localização foi no palato.

A Hiperplasia Fibrosa Inflamatória (HFI) foi a segunda lesão mais prevalente, estando presente em 42,5% dos pacientes, onde 39,3% destes apresentaram falta de estabilidade na prótese, 46,8% eram do sexo feminino e 45,7% dos casos ocorreu no rebordo alveolar superior. As outras lesões diagnosticadas foram: Rebordo Flácido (16%), Queilite Angular (12,7%), Área de Compressão (7,4%), Úlcera Traumática (2,1%), Fibroma (2,1%), Líquen plano (3,2%) e Língua Geográfica (2,1%) (Figura 5).

Figura 5. Distribuição absoluta dos tipos de lesões encontradas. 4 EP 10 12 16 20 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 123 123 123 123 12345 12345 12345 12345 123 123 123 12 12H F I Rebordo Flácido 12 12 12 12 123 123 Queilite Angular Área de Compressão Líquen Plano

18 14 8 6 2 123 123 1234 1234 12 12Úlcera Traumática 12 12

Fibroma Língua Geográfica

As principais motivações para o emprego de próteses na reabilitação oral são a estética, fonética e conforto do paciente, ressaltando também que a ausência dos dentes poderá implicar alterações com conseqüências

para vida emocional do sujeito17.

Quando mal adaptadas e unidas à falta de orientação do paciente, podem afetar de forma adversa o prognóstico final do tratamento, levando, por exemplo, ao aparecimento de lesões orais. De acordo com a literatura são inúmeras as lesões que podem aparecer em associação com próteses removíveis sendo as hiperplasias, estomatites, as úlceras traumáticas, as

lesões periodontais e as candidoses as mais freqüentes6.

No presente trabalho foi identificado e descrito os vários tipos de lesões na cavidade bucal relacionadas ao uso de prótese em 94 pacientes atendidos na Clínica Protética/ DOR/ UFPB e no Serviço de Prótese de Cruz das Armas, João Pessoa/PB.

Estudo semelhante, onde se avaliou as lesões nas áreas de suporte da mucosa bucal em 60 pacientes portadores de prótese parcial removível, os resultados demonstraram que a porcentagem de mulheres portadoras de prótese é maior do que a dos homens e que essas mulheres eram mais predispostas ao aparecimento de

lesões (51,16%)13. Em nossa análise tais dados também

foram constatados, pois 58,6% dos pacientes examinados pertenciam ao sexo feminino e dentre os 69,1% dos pacientes que apresentaram lesão na cavidade bucal 83,1% eram mulheres.

Em estudo realizado através de um inquérito domiciliar, sobre a condição bucal de pessoas da terceira idade, observou-se que os dados fornecidos pelos idosos sobre a freqüência de escovação não coincidiam com o estado de saúde bucal encontrado, pois os entrevistados apresentavam alterações de forma e cor dos tecidos gengivais, bem como perda do órgão dentário em grande número. Dos idosos que usavam próteses totais, muitos

relataram escová-las com sabão e escova não dentária5.

As condições de saúde bucal das pessoas examinadas em nosso estudo, assim como o aspecto da prótese, embora tenham sido precários, foram contraditórios com as informações dadas pelos pacientes entrevistados, que relataram realizar a higiene oral e também da prótese, diariamente.

Analisando as condições físicas das próteses, que poderia relacionar-se com o aparecimento de lesão, encontrou-se que 54,2% apresentavam-se quebradas e 73,4% com falta de estabilidade, mas neste estudo não houve associação entre o uso de próteses insatisfatórias e a presença de lesões. Diferentemente do que foi observado num estudo sobre a adaptabilidade das próteses confeccionadas em um período de 20 anos, 80% destas foram consideradas parcialmente satisfatórias, encontrando-se uma associação positiva entre o uso de próteses insatisfatórias e a presença de lesões localizadas

DISCUSSÃO

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no palato7.

Neste estudo, 44,6% dos pacientes apresentavam estomatite protética, corroborando com a literatura, pois estudos realizados com intuito de conhecer as principais lesões que acometem a cavidade oral em pacientes usuários de próteses demonstraram que a estomatite

protética ocorre em um maior número de casos (35%)7,8,10,13.

Alguns autores associam a estomatite protética

ao trauma e má higienização da prótese17. Carvalho de

Oliveira et al2 avaliaram a estomatite protética em 116

pacientes portadores de próteses totais, e observaram que não foi possível relacionar tais lesões a um fator causal uma vez que inúmeros fatores foram significativos para ocorrência dessa lesão. No presente estudo vários fatores podem se relacionar ao aparecimento dessa lesão como a má higienização constatada pelo biofilme visível, o hábito de dormir com a prótese, o fato de muitas serem mal adaptadas traumatizando o rebordo alveolar, assim como o tempo de uso.

Avaliou-se a prevalência de lesões estomatológicas originárias do uso de prótese total em 100 pacientes idosos internos de seis casas de repouso. A Hiperplasia Fibrosa Inflamatória por câmara de sucção foi encontrada em 12% dos casos, estando relacionada com estado de carência de higienização da cavidade bucal

e das próteses, confecção e tempo das mesmas18. Neste

trabalho, a hiperplasia fibrosa foi a segunda lesão mais prevalente, estando presente em 42,5% dos casos.

Reportando-se dos resultados dos estudos aqui já mencionados somados aos resultados encontrados no presente estudo, fica claro a necessidade de se diagnosticar precocemente as lesões na cavidade bucal, colaborar com o seu tratamento e prognóstico, e proporcionar uma melhor qualidade de vida para o paciente como também para o aumento do conhecimento científico sobre a confecção, uso e manutenção das próteses.

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS

1) As lesões de maior freqüência diagnosticadas foram respectivamente: estomatite protética, hiperplasia fibrosa inflamatória e queilite angular;

2) A presença de lesões cutâneas (líquen plano) reflete uma maior atenção do cirurgião-dentista no que se refere ao diagnóstico de lesões extra-bucais, mas que podem acometer a cavidade bucal;

3) Não foi encontrada nenhuma neoplasia;

4) As condições físicas e de higiene das próteses dentárias são desfavoráveis, podendo colaborar para o aparecimento das estomatites protéticas;

5) Não houve associação positiva entre o uso de próteses insatisfatórias e a presença de lesões de tecido mole.

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Correspondência/Correspondence: Isabelita Pessôa Rafael Bomfim

Av. Manoel Belarmino de Macedo, 368 - Ed. Atlanta VII/Apto 305 Bancários João Pessoa/PB CEP: 58052-290 Telefone: (83) 8800-4359

E-mail: isabelitapessoa@yahoo.com.br Recebido/Received: 14/08/07 Revisado/Reviewed: 12/11/07 Aprovado/Approved: 28/11/07

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