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6713980 Os Sete Reinos Sagrados

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Academic year: 2021

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UMBANDA

UMBANDA

Os 7 Reinos Sagrados

Os 7 Reinos Sagrados

Manoel Lopes

Manoel Lopes

(2)

REGISTRO

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ESSA OBRA ENCONTRA-SE SOB

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REGISTRO

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 NO ESCRITÓRIO DE DIREITOS

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AUTORAIS

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DA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA

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 NACIONAL (RJ)

 NACIONAL (RJ)

SOB NO. 393.432 LIVRO: 732 FOLHA: 92

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TODOS OS DIREITOS DO AUTOR 

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RESERVADOS

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ESSA OBRA ENCONTRA-SE SOB

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TODOS OS DIREITOS DO AUTOR 

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RESERVADOS

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ÍNDICE ÍNDICE INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO ... 77 CAPÍTULO 1...8 CAPÍTULO 1...8 O U O U NIVERSO NIVERSO...8...8 A M A MITOLOGIAITOLOGIAGGREGAREGA...8...8

H HOMEROOMERO...8...8

T THALESHALES((DEDEMMILETUSILETUS)...9)...9

A A NAXIMANDER  NAXIMANDER ((DEDEMMILETUSILETUS)...9)...9

H HERACLITUSERACLITUS((DEDEEEPHESUSPHESUS)) ... 1010 A A NAXIMENES NAXIMENES((DEDEMMILETUSILETUS)...10)...10

A A NAXAGORAS NAXAGORAS((DEDECCLAZOMENAELAZOMENAE)...10)...10

O O UNIVERSO DEUNIVERSO DEPPITÁGORASITÁGORAS((DEDESSAMOSAMOS)) ...11...11

T TEOREMA DEEOREMA DEPPITÁGORASITÁGORAS...11...11

A A MÚSICA DAS ESFERASMÚSICA DAS ESFERAS...11...11

O OSSPPITAGÓRICOS NO SÉCULOITAGÓRICOS NO SÉCULO55AA.C..C. ... 1212 PPLATÃOLATÃO...12...12

SSÓLIDOSÓLIDOSPPLATÔNICOSLATÔNICOS...12...12

E EUDOXOSUDOXOS...13...13

E ESFERASSFERASCCELESTIAISELESTIAIS...13...13

D DEMOCRITUSEMOCRITUS(460(460AA.C. - 370.C. - 370 OUOU360360 AA.C.)...14.C.)...14

O O UNIVERSO DEUNIVERSO DEAARISTÓTELESRISTÓTELES...14...14

O OS QUATRO ELEMENTOSS QUATRO ELEMENTOS...14...14

O O UNIVERSO DOSUNIVERSO DOSEESTÓICOSSTÓICOS...15...15

Z ZENO DEENO DECCITIUMITIUM...15...15

A E A ESCOLASCOLAEELEÁTICALEÁTICA...16...16

PPARMÊNIDESARMÊNIDES...16...16

CAPÍTULO 2...17

CAPÍTULO 2...17

O U O U NIVERSO NIVERSOUUMBANDISTAMBANDISTA...17...17

E ETERNIDADE E OTERNIDADE E OII NFINITO NFINITO...17...17

A A DIMENSÃO ESPIRITUALDIMENSÃO ESPIRITUAL...17...17

O ORUM ERUM EAAYÊYÊ...18...18

O U O U NIVERSO NIVERSOMMATERIALATERIAL  – AYÊ...18  – AYÊ...18

U U NIVERSO NIVERSOEESPIRITUALSPIRITUAL- ORUM...18- ORUM...18

CAPÍTULO 3...20

CAPÍTULO 3...20

C CAMPOS DEAMPOS DEFFORÇAORÇA...20...20

O O NDAS NDASMMENTOENTO--EMOCIONAISEMOCIONAIS...20...20

O U O U NIVERSO SEGUNDO OS NIVERSO SEGUNDO OSYYORUBASORUBAS...21...21

II NTERAÇÃO ENTRE OS NTERAÇÃO ENTRE OSUU NIVERSOS NIVERSOS...21...21

CAPÍTULO 4...23

CAPÍTULO 4...23

C CAMPOAMPOEETÉRICOTÉRICO...23...23

O O ÉTER ÉTER ...23...23

(5)

O FIM DO ÉTER ...23

DEFINIÇÃO DE CAMPO ETÉRICO...24

CAPÍTULO 5...25

CAMPOESTRUTURAL...25

MANIFESTAÇÕES DO CAMPO ESTRUTURAL ...26

I NFINITOS CAMPOS ESTRUTURAIS ...28

CAPÍTULO 6...30

DEUS- O CRIADOR ...30

MONOTEÍSMO...30

MAS AFINAL,QUEM ÉDEUS?...30

OXALÁ EJESUS...31 CAPÍTULO 7...32 A ESTRUTURA DA MATÉRIA...32 I NTERAÇÕES...33 I NTERAÇÃO FÍSICA...33 I NTERAÇÃO ETÉRICA ...33

I NTERAÇÕES MENTO-EMOCIONAIS...34

I NTERAÇÕES ENTRE AS PESSOAS...35

O CAMPO ESTRUTURAL DOS OBJETOS...36

AS MÔNADAS...36

CAPÍTULO 8...37

O NASCIMENTO DO PLANETATERRA...37

UMA LONGA HISTÓRIA...38

A QUATRO BILHÕES DE ANOS ...38

AQUI COMEÇA NOSSA HISTÓRIA...39

A VIDA NO PLANETA...40

O HOMEM NO PLANETA...41

AS SETE FASES DO PLANETA ...42

CAPÍTULO 9...43

OS7 REINOS...43

OS SETE REINOS E OS ORIXÁS...43

AS CORES E OS SETE REINOS ...44

PARA REFLEXÃO...44

A ASTROLOGIA...44

OSSIGNOS E OS ELEMENTOS...45

A SEQÜÊNCIA DOS QUATRO ELEMENTOS...45

A PRIMEIRA CODIFICAÇÃO DAS SETE LINHAS DA UMBANDA ...46

MATTA ESILVA E AS SETE LINHAS DA UMBANDA...46

CAPÍTULO 10...48

OS SETE GRAUS DA INICIAÇÃO UMBANDISTA...48

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2º GRAU DE INICIAÇÃO – XANGÔ...48

3º GRAU DE INICIAÇÃO – IANSÃ...48

4º GRAU DE INICIAÇÃO – IEMANJÁ...48

5º GRAU DE INICIAÇÃO – OXOSSI...48

6º GRAU DE INICIAÇÃO – OXALÁ...48

7º GRAU DE INICIAÇÃO – OMULU...48

QUALIDADES DO SETE REINOS DA UMBANDA...49

1) R EINO DOFOGO – ORIXÁ REGENTEOGUM – COR VERMELHA - I NICIATIVA...49

2) R EINO DATERRA – ORIXÁ REGENTEXANGÔ – COR MARROM – ESTRUTURA...49

3) R EINO DOAR  – ORIXÁ REGENTEIANSà– COR AMARELA – EXPANSÃO...49

4) R EINO DAÁGUA – ORIXÁ REGENTEIEMANJÁ – COR AZUL CLARO – ADAPTABILIDADE49 5) R EINO DASMATAS – ORIXÁ REGENTE OXOSSI – COR VERDE – INDEPENDÊNCIA...50

6) R EINO DAHUMANIDADE – ORIXÁ REGENTEOXALÁ – COR BRANCA – LIVRE ARBÍTRIO50 7) R EINO DASALMAS – ORIXÁ REGENTEOMULU – COR PRETA – ESPIRITUALIDADE...50

CAPÍTULO 11...51

OS ORIXÁS...51

ORIXÁOGUM...51

OGUM DÁ AOS HOMENS O SEGREDO DO FERRO. ...52

OGUM NAUMBANDA ESOTÉRICA...53

OGUM NO CONHECIMENTO POPULAR ...54

ORIXÁXANGÔ...55

XANGÔ É RECONHECIDO COMO O ORIXÁ DA JUSTIÇA...56

XANGÔ NA UMBANDA ESOTÉRICA ...57

XANGÔ NO CONHECIMENTO POPULAR ...58

ORIXÁIANSÃ...58

IANSÃ FOGE LIGEIRA E TRANSFORMA-SE NO VENTO...59

OIÁ SOPRA A FORJA DE OGUM E CRIA O VENTO E A TEMPESTADE ...59

IANSÃ NO CONHECIMENTO POPULAR ...60

ORIXÁIEMANJÁ...61

IEMANJÁ AJUDAOLODUMARE NA CRIAÇÃO DO MUNDO...62

IEMANJÁ DÁ À LUZ AS ESTRELAS,AS NUVENS E OS ORIXÁS ...63

IEMANJÁ NA UMBANDA ESOTÉRICA...63

IEMANJÁ CONHECIMENTO POPULAR ...64

ORIXÁOXÓSSI...64

OXÓSSI APRENDE COMOGUM A ARTE DA CAÇA...65

OXÓSSI QUEBRA TABU E É PARALISADO COM SEU ARCO E FLECHA ...66

OXOSSI NO CONHECIMENTO POPULAR : ... 67

ELEMENTO EFORÇA DA NATUREZA:AS MATAS...68

DIA DASEMANA: QUINTA-FEIRA...68

CHACRA ATUANTE: ESPLÊNICO...68

PLANETA REGENTE: VÊNUS...68

 NOTA MUSICAL: RÉ...68

COR VIBRATÓRIA: AZUL...68

COR REPRESENTATIVA: VERDE(ROUPAS,ETC.)...68

COR DA GUIA(COLARES):VERDE E BRANCO...68

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 NEGATIVO: EXUMARABÔ...68

AMALÁ:MILHO COZIDO COM MEL DE ABELHA,MANDIOCA COZIDA E TODAS AS FRUTAS...68

OTÍ: CERVEJA BRANCA,VINHO TINTO OU ALUÁ(CACHAÇA DE MILHO)...68

LOCAL DE ENTREGA: MATAS(OU AO PÉ DE UMA ÁRVORE) ...68

 NA REPRESENTAÇÃO DOS PONTOS RISCADOS,SÃO USADOS ARCOS E FLECHAS...68

ORIXÁOXALÁ...68

OBATALÁ CRIA ICU,A MORTE...69

ORIXÁOMULU...71

OMULU CURA TODOS DA PESTE E É CHAMADO OBALUAÊ...73

OMULU GANHA AS PÉROLAS DE IEMANJÁ...74

CAPÍTULO 12...76

 NASCE UMA REDE...76

R EDEBRASILEIRA DEUMBANDA...76

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Introdução

Durante mais de trinta anos, exercemos a mediunidade na religião de umbanda.

Durante este período constatamos, que a maioria dos Terreiros de umbanda deixavam muito a desejar, quando o assunto era estudo teórico da umbanda.

Somos de uma época, em que os dirigentes não estimulavam o estudo da doutrina umbandista; é fácil entender o motivo deles quando analisamos a prática e a teoria existente naquela época.

A maioria dos dirigentes eram iniciados na umbanda sem estudos teóricos, seu aprendizado era empírico, observando o dia a dia dos trabalhos espirituais.

Era muito comum também a preocupação em perder seus “filhos” para outras casas maiores, ou mais organizadas; era difundida a idéia que seus filhos não deveriam visitar  outras tendas de umbanda, para não trazerem “demandas” ou perturbações das outras casas. Alguns chegavam ao cúmulo de não aconselharem o estudo teórico da umbanda, pois a teoria de nada serviria para a prática do terreiro (que na maioria das vezes, era totalmente diferente do que os livros diziam), e comentavam “que era bobagem colocar idéias erradas na cabeça”.

O tempo passou e hoje não podemos imaginar um Terreiro que não forneça estudos e orientações aos seus filhos.

Pensando nisso lançamos este livro juntamente com o Curso de Doutrina Umbandista –  Umbanda e os sete reinos sagrados realizado no Núcleo de Estudos Espirituais Mata Verde, localizado na cidade de Santos/SP.

 Neste livro é apresentado os princípios básicos da “doutrina”, podemos dizer que se trata do alicerce, de onde se originou toda a estrutura ritualística da nossa casa.

Entre todos os assuntos abordados neste livro destacamos três principais: definição dos sete reinos sagrados, as sete vibrações primordiais, definição de campo estrutural e campo etérico.

É a partir destes conceitos básicos, que um novo horizonte se abrirá para o leitor e umbandista.

Registramos que embora este livro seja fruto de estudos e experiências vividas pelo autor, ele também é resultado de orientações dos mentores espirituais Caboclo Mata Verde e o  Exú das Sete Encruzilhadas, que sempre estiveram dispostos a sanar nossas dúvidas.

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CAPÍTULO 1

O Universo

Vamos iniciar o estudo da Umbanda e os sete reinos sagrados, tentando responder uma  pergunta:

O que é o Universo?

Vamos voltar ao passado e relembrar algumas interpretações e conceitos sobre a natureza do Universo.

É muito interessante fazermos um passeio pela história para termos uma visão de como nossos antepassados entendiam o Universo.

Iniciaremos nosso passeio pela civilização que mais se destacou no estudo científico do universo, a civilização grega.

Foram eles que começaram a desenvolver o método cientifico de investigação.

O desenvolvimento da matemática grega foi um fato da maior importância para o desenvolvimento da ciência naquela região.

Os gregos antigos também desenvolveram uma verdadeira paixão pela geometria. Eles acreditavam que o círculo era a forma "perfeita". Esta quase adoração pela perfeição do círculo levou os gregos antigos a postularem que, uma vez que os céus também são "perfeitos", as órbitas planetárias tinham de ser circulares.

 A Mitologia Grega

A mitologia grega é vastíssima. Inúmeros deuses e semi-deuses dividiam poderes e,  possuíam também vários dos chamados "defeitos" humanos tais como, ciúme, cobiça, ódio, etc. Encontramos na mitologia grega muitas semelhanças com os Deuses Africanos - Os Orixás.

Um desses deuses, Atlas, era representado carregando o mundo em suas costas. Com esses deuses os gregos montaram a sua concepção do universo.

 Nos poemas épicos escritos por Homero e por Hesíodo encontramos os primeiros registros de como os gregos interpretavam o universo.

 Homero

Homero escreveu a Odisséia e a Ilíada, dois famosos poemas épicos, nos quais descrevia as guerras da época e os perigos de retornar para casa após tão longas ausências.

 Na Odisséia Homero dizia que o firmamento tinha a forma de uma bacia sólida emborcada que englobava toda a terra, e com um "aither" (éter) brilhante e flamejante situado acima do "aer" (ar), onde estão as nuvens.

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Para Homero, Tártaro era o lugar de todo o mal, nele estavam as cavernas e grutas mais  profundas e cantos mais terríveis do reino de Hades, o mundo dos mortos, para onde todos

os inimigos do Olimpo eram enviados e onde eram castigados por seus crimes.

Tártaro estava localizado no "lado de baixo"da Terra. Esta localização teve um profundo impacto sobre o conceito grego de firmamento: Hades, o reino dos mortos ou simplesmente o submundo, não era iluminado pelo Sol e, por conseguinte, tanto o Sol como os outros corpos celestes deveriam se esconder somente até o nível do Oceano.

O Oceano é o rio que circunda a borda da Terra. É do Oceano que o Sol também se levanta  para brilhar durante o dia.

Para Hesíodo, a noite era uma substância, vinda das profundezas da Terra, que jorrava para cima como se a noite fosse uma névoa escura que fluía no fim do dia.

Além das interpretações do universo feitas pelos gregos cultos havia também aquelas que   pertenciam à cultura popular. Um desses cultos era o de Orpheus que desenvolveu seus  próprios deuses e uma variante sobre a criação do universo diferente daquelas de Homero e

Hesíodo. Neste caso, os deuses teriam gerado um ovo, onde a metade superior de sua casca quebrada se tornou a abóbada do céu.

Lembramos que as cidades e tribos gregas estavam unidas pela linguagem e pela cultura comum e, mesmo assim, ambas tinham variantes regionais. Os cultos existentes nestas cidades e tribos eram muito variados e certamente tinham versões diferentes sobre o universo. Os deuses responsáveis pelos movimentos dos corpos celestes também variavam ligeiramente entre as várias regiões.

Thales (de Miletus)

O interesse dos gregos pela especulação científica foi visto pela primeira vez na cidade de Miletus, em Iônia. Entre os filósofos que lá viviam um se destacou: Thales de Miletus. Thales de Miletus nasceu em 640 a.C., é considerado o pai da astronomia grega, foi o   primeiro filósofo natural (assim os cientistas eram chamados naquela época) grego

importante.

  Nenhum dos trabalhos de Thales sobreviveu, mas a sua reputação entre os gregos nos séculos que se seguiram, ficou sendo aquela de um homem que sempre assumia uma abordagem racional ou "científica" em relação aos mistérios do mundo natural.

A descrição do universo feita por Thales sugeria que a Terra flutuava sobre a água.  Anaximander (de Miletus)

Depois de Thales a escola iônica foi liderada por Anaximander (610 – 547 a.C.), também de Miletus. Entretanto, o ensinamento de Anaximander era mais complexo e sutil do que o de Thales.

Curiosamente, a reputação de Thales de Miletus esteve fortemente apoiada pelas realizações de seu aluno Anaximander.

A este é creditado ter sido o primeiro homem a tentar mapear o mundo e a oferecer uma audaciosa explicação da origem do universo.

Segundo Anaximander o cosmos resultou de uma luta entre os opostos de calor e frio. No vasto começo não limitado do tempo os dois começaram a se separar, resultando em uma   bola de fogo circundada por neblina. A bola quente contraiu e endureceu formando uma

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Como essa separação não foi perfeita, alguns anéis mais externos de fogo aprisionaram camadas de névoa dentro deles. Esta névoa é a nossa atmosfera.

Através de aberturas nela podemos observar pequenas partes do fogo circundante, na forma do Sol, Lua e as estrelas.

Anaximander mantinha que a origem de tudo era uma massa primária, indefinida e eterna, a  partir da qual os opostos primários de calor e frio, aridez e umidade se separaram.

A idéia da existência de uma matéria primária é digna de reflexão. Que força de abstração científica temos que ter para visualizar um único princípio metamórfico como base de todas as coisas!

Anaximander afirmava que a Terra estava necessariamente em repouso por causa da sua homoiotes, palavra grega que significa uniformidade, e portanto, não precisava repousar  sobre coisa alguma.

 Heraclitus (de Ephesus)

Heraclitus viveu no período entre 540 e 480 a.C.

Para ele a criação ocorria através do equilíbrio de diferentes substâncias e todas as coisas eram produzidas através de um processo de condensação criado pelo fogo.

O fogo era o princípio constitutivo de todas as coisas.

Tudo nasce do fogo e tudo também termina nele. Segundo ele, a parte mais espessa do fogo, ao se contrair, fez nascer a terra e quando esta se dilatou, em virtude do fogo, nasceu a água. Da evaporação da água teve origem o ar.

A noite era formada por emanações escuras liberadas pela Terra e o dia era criado pelas emanações acendidas pelo Sol.

Heraclitus acreditava que Sol, a Lua e as estrelas são fogos aprisionados em bacias que lançam pontas para fora delas ocasionando os eclipses e as fases da Lua.

Ele também achava que a Lua se deslocava através do ar menos puro que está próximo à Terra e, por esse motivo, ela é menos brilhante.

 Anaximenes (de Miletus)

Anaximenes viveu por volta do ano 525 a.C. Ele refinou a idéia de que a Terra era plana e sugeriu que todas as coisas seriam produzidas através de um processo de "condensação" e "rarefação" gradual.

Para Anaximenes a terra se condensa a partir do ar e o fogo é "exalado" pela terra.

Segundo ele a Terra e os corpos celestes são planos e flutuam no ar infinito como se fossem folhas de uma árvore.

 Anaxagoras (de Clazomenae)

Anaxagoras viveu no período entre 500 e 428 a.C.

Ele sugeriu que nous, palavra grega que significa a mente, controlava o universo.

Anaxagoras acreditava que o Sol era uma bola de fogo, de ferro derretido, maior que o Peloponeso.

Segundo ele, a Terra era plana, sólida e estava suspensa no ar. Para ele a Lua estava mais  perto da Terra do que o Sol.

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Anaxagoras também acreditava que os meteoros que eles viam caírem do céu eram formados pelos mesmos materiais que encontramos na Terra. Para ele os corpos celestes originalmente faziam parte da Terra, mas foram lançados no espaço devido à rápida rotação do nosso planeta. À medida que a rotação desses outros corpos diminuía, eles eram puxados de volta pela Terra e caiam sobre ela na forma de meteoros.

O universo de Pitágoras (de Samos)

Pitágoras viveu no período entre 580 e 500 antes de Cristo e é geralmente considerado um dos maiores professores gregos desta época mais remota.

Pitágoras foi um importante contemporâneo de Thales de Miletus.

Ele fundou uma escola que misturava filosofia natural e misticismo e que atraiu muitos seguidores. Vários estudiosos preferem dizer que Pitágoras formou um culto e não uma escola.

Porque um culto?

Os seguidores de Pitágoras viviam em um rígido regime, que incluía o vegetarianismo, o voto de silêncio durante os cinco primeiros anos de permanência no grupo, e total anonimato em relação a feitos pessoais.

A escola de Pitágoras fez vários desenvolvimentos na matemática. Foram eles que, pela   primeira vez, reconheceram a existência de números irracionais. Havia também muito

misticismo nos seus estudos. Para os pitagóricos o ponto estava associado ao número 1, uma linha com o número 2, uma superfície com o 3 e um sólido com o 4. Sua soma dava 10, número então considerado sagrado e onipotente.

Teorema de Pitágoras

Pitágoras é muito conhecido pelo Teorema de Pitágoras :

"Em um triângulo retângulo o comprimento da hipotenusa elevado ao quadrado é igual à soma dos comprimentos de cada cateto elevado ao quadrado."

O teorema de Pitágoras já era conhecido pelos antigos Babilônios, mas parece que Pitágoras foi o primeiro a demonstrá-lo.

 A música das esferas

A escola de Pitágoras estava interessada na relação entre a música e a matemática. Seus membros acreditavam que os planetas estavam associados a esferas cristalinas, uma para cada planeta, as quais produziam a "Música das Esferas". Estas esferas estavam centradas na Terra, e ela mesma estava em movimento. Nós não notamos a "música das esferas" por  que ela sempre esteve à nossa volta e, portanto, não sabemos como seria não sentir o seu som.

Embora somente oito corpos celestes fossem conhecidos naquela época, Pitágoras acreditava que deveria haver dez - os cinco planetas conhecidos, o Sol, a Lua, a Terra, e uma chamada "contra Terra" designada pelo termo grego antikhthon.

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Os Pitagóricos no século 5 a.C.

Os seguidores de Pitágoras, no século 5 a.C., foram os primeiros a produzir uma teoria astronômica na qual uma Terra esférica girava em torno de seu próprio eixo assim como se movia em uma órbita. Essa teoria surgiu em parte da necessidade de localizar o grande fogo que eles acreditavam alimentar o universo. Os Pitagóricos acreditavam que nem a Terra nem o Sol, mas sim um "fogo central", estava no centro do universo. Este fogo é que fornecia a energia para que os outros corpos celestes pudessem se movimentar. Em torno deste "fogo central" moviam-se os planetas conhecidos, a Terra, a contra-Terra, a Lua e o Sol, cada um deles associado à sua própria esfera de cristal.

Estas "esferas celestiais", surgidas no século 5 a.C. e conservadas como relíquias por  Ptolomeu, introduziram os círculos concêntricos que dominariam a descrição do Universo  pelos próximos 2000 anos.

A Terra estava protegida deste "fogo central" pela terra". Acredita-se que a "contra-terra" foi "inventada" para explicar os eclipses, mas também para fazer com que o número de objetos que circundavam o fogo central fosse 10, o número mágico dos pitagóricos. Os Pitagóricos colocaram esse fogo no centro escondido das coisas, com a Terra girando em torno dele mais próxima do que qualquer um dos outros corpos visíveis no céu. A razão  pela qual nunca vemos ou somos torrados por esse fogo é pelo fato de que vivemos sobre

somente metade da esfera da Terra e essa nossa metade está sempre virada na direção contrária ao fogo.

 Platão

Platão (427 a.C. - 347 a.C.) estabeleceu que o tempo teve um início e que ele surgiu junto com o universo em um instante de criação.

Platão foi o primeiro filósofo que formou uma escola, a primeira universidade. Como ela estava no terreno que tinha uma vez pertencido a um lendário grego chamado Academus, o nome dessa escola passou a ser "Academia".

Para Platão os corpos celestiais exibiam formas geométricas perfeitas. Baseado nisso ele   procurou associar os elementos essenciais de sua concepção do universo com os sólidos

regulares considerados perfeitos.  Sólidos Platônicos

Existem cinco sólidos regulares possíveis. Cada um desses sólidos tem faces equivalentes com todas as linhas e ângulos iguais. Todos os seus lados são iguais, seus ângulos são os mesmos e todas suas faces são idênticas. Em cada vértice de tais sólidos vemos o encontro do mesmo número de superfícies.

A esses sólidos, perfeitamente regulares, damos o nome de "sólidos Platônicos". Existem somente cinco sólidos platônicos: o tetraedro, o hexaedro, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro. Para Platão, quatro destes cinco sólidos regulares representavam os quatro elementos, ar, fogo, água e terra. Um deles representava o universo como um todo.

São eles:

Tetraedro: Possui quatro lados que são triângulos eqüiláteros. Ele tem o menor volume para sua superfície e representa a propriedade de secura, falta de chuva.

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O tetraedro corresponde ao fogo.

Hexaedro: Possui seis lados que são quadrados.

Como o hexaedro (ou cubo) pode permanecer firmemente sobre sua base, corresponde à Terra estável.

Octaedro: Possui oito lados que são triângulos eqüiláteros. Quando seguro por dois vértices opostos, o octaedro pode girar livremente. O octaedro corresponde ao ar.

Dodecaedro: Possui 12 lados que são pentágonos eqüiláteros. O zodíaco é formado por 12 signos, que correspondem às doze faces do dodecaedro. Por esse motivo o dodecaedro corresponde ao universo.

Icosaedro: Possui 20 lados que são triângulos eqüiláteros. Ele tem o maior volume para a sua área superficial. O icosaedro representa a propriedade de umidade, umedecimento e,  por conseguinte, corresponde à água.

Foi na época de Platão, século 4 a.C., que surgiu o modelo que descrevia o universo por  meio de esferas.

Este modelo tornou-se popular e consistia de uma Terra esférica no centro, circundada por  uma esfera externa formada por estrelas. Entre estas duas esferas os planetas se moviam de um modo não determinado.

 Eudoxos

Eudoxus nasceu entre 408 e 390 a.C. em Cnidus, nas costas do Mar Negro, e morreu aos 53 anos.

Aos 23 anos Eudoxus freqüentou a academia de Platão em Atenas com o objetivo de estudar filosofia e retórica. Anos mais tarde ele foi para o Egito aprender astronomia em Helopolis. No ano 365 a.C. Eudoxus retornou a Atenas com seus alunos e tornou-se colega de Platão. A astronomia grega alcançou um novo patamar científico, muito mais sofisticado, a partir dos trabalhos de Eudoxus.

 Esferas Celestiais

Ele foi o primeiro a propor que o movimento dos corpos celestes podia ser descrito por  meio de uma série de esferas transparentes nos céus, que transportavam os corpos celestiais a diferentes velocidades em grupos encadeados, com centros que variavam ligeiramente. Através deste engenhoso conjunto de esferas que se relacionavam de tal forma que alguns importantes aspectos do movimento planetário eram reproduzidos por este conjunto.

O mais importante é que Eudoxus foi o primeiro a propor um modelo deste tipo, com esferas concêntricas, e que foi adotado por muitos filósofos do seu tempo.

Para fazer com que essas "esferas celestiais" agissem mais de acordo com o que pode ser  observado no céu arranjos ainda mais complexos do que o proposto por Eudoxus foram necessários. Seu modelo foi melhorado por Callippus que logo viu a necessidade de serem introduzidas mais esferas. Mais tarde, no século 4 a.C.,

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Aristóteles acreditou que tinha resolvido o problema de certos movimentos anômalos introduzindo algumas "esferas retrógradas". O modelo de Aristóteles exigia não menos do que 55 esferas transparentes.

 No entanto, todas essas adições feitas ao modelo de Eudoxus não conseguiam explicar por  que os astros variavam suas luminosidades, um fenômeno facilmente observável.

 Democritus (460 a.C. - 370 ou 360 a.C.)

Por volta do ano 500 a.C. Leucippus enunciou sua teoria atomística do mundo.  No final do século 5 a.C. Democritus estabeleceu uma interessante teoria.

Democritus estabeleceu que toda a matéria é composta por substâncias infinitamente   pequenas, eternas, indivisíveis, indestrutíveis, que se reúnem em diferentes combinações  para formar os objetos que percebemos. A palavra grega para "indivisível" é "atomo". Esta

teoria fez nascer o conceito de átomo.

Democritus descreve um começo extraordinário para o universo. Ele explica que originalmente todos os átomos estavam rodopiando de uma maneira caótica, até que colisões os reuniram de modo que pudessem formar estruturas maiores, incluindo eventualmente o mundo e tudo que está nele.

A teoria de Democritus não foi bem aceita e encontrou poucos seguidores ao longo dos séculos seguintes.

O universo de Aristóteles

Aristóteles, que foi estudante de Platão, viveu no período entre 384 e 322 antes de Cristo. Aproximadamente no ano 335 a.C. Aristóteles fundou a sua própria escola de Filosofia  Natural, o "Liceu", em Atenas.

Ao contrário de Platão, Aristóteles prestava muita atenção aos resultados das observações e das experiências de outros filósofos.

Aristóteles acabou sendo o mais famoso e mais influente dos filósofos iniciais gregos. Sua Filosofia Natural foi incorporada nos escritos de Tomás de Aquino e se tornou o fundamento da doutrina Católica e da instrução universitária na época medieval.

O trabalho cosmológico de Aristóteles chamava-se "Sobre os Céus". Este é o mais influente livro deste tipo em toda a história da humanidade tendo sido aceito por mais de 18 séculos, desde a sua criação por volta de 350a.C. até os trabalhos de Copernicus no início dos anos 1500.

Os quatro elementos

Segundo Aristóteles a Terra, assim como todos os corpos, era composta de 4 elementos: terra

água fogo ar 

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1) Corpos feitos de terra caem na Terra.

2) A chuva cai do céu, se deslocando através dos arroios, para os córregos, para os rios e finalmente para o mar.

  Na cosmologia Aristotélica, a Terra "imperfeita" estava situada no centro do Universo. Lembramos que nesta época o Universo era apenas o Sistema Solar.

Aristóteles adotou o sistema de esferas concêntricas proposto por Pitágoras para descrever  os planetas, mas deduziu que a Terra devia estar imóvel. A Terra não gira em torno de qualquer outra coisa nem gira em torno do seu eixo.

A Terra é circundada por 10 esferas concêntricas feitas de uma substância perfeitamente transparente conhecida como "quintessência" ou "éter". Essas esferas é que "seguram" os  planetas. As estrelas são fixas e não se movem. O "Reinado dos Céus" está localizado além

da décima esfera.

Aristóteles afirmava que o universo não surgiu em um ponto, mas sim que ele tinha existido, inalterado, por toda a eternidade. Isso tinha que ser assim porque ele era "perfeito". Deste modo Aristóteles estabelecia um cenário de "estado estacionário" para o universo. Mais ainda, como ele acreditava que a esfera era a mais perfeita de todas as formas geométricas, o universo tinha um centro, que era a Terra, e sua parte "material" tinha uma borda que era "gradual", começando na esfera lunar e terminando na esfera das estrelas fixas. Depois da esfera das estrelas o universo continuava para dentro do domínio espiritual onde as coisas materias não podiam estar.

Aristóteles rejeitava a descrição da matéria por meio de átomos, ou seja, a visão atomística de Democritus.

O universo dos Estóicos

 Zeno de Citium

Zeno de Citium (333 a.C.-264 a.C. ou 334 a.C.-262 a.C.) nasceu em Citium, ilha de Chipre. Zeno, também chamado de "O Fenício", chegou a Atenas ainda jovem, em 313 a.C., e ai viveu pelo resto de sua vida, embora sem jamais ter se tornado cidadão ateniense.

Ele estudou nas várias escolas filosóficas de Atenas e teve várias profissões. Por volta do ano 308 a.C.,(com 42 anos) ele fundou em Atenas a chamada escola Estóica de filosofia. Seus adeptos foram chamados de estóicos.

Zeno ensinava a seus discípulos em vários lugares públicos, em particular na chamada "Stoa Poikile", um lugar público localizado na "Agora" ou mercado de Atenas.

O estoicismo é uma doutrina filosófica que propõe viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo ao ser. O homem sábio obedece a lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e  propósito do universo.

Os estóicos acreditavam no destino. Para eles tudo estava predestinado. A mente é governada pelo universo.

O universo era uma entidade orgânica viva.

Para os estóicos o cosmos estrelado é finito. Para além do cosmos finito se estende o "vazio".

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Os estóicos também acreditavam que o cosmos pulsava lentamente em tamanho e que ele   periodicamente passa por eventos catastróficos. Este era o chamado "ciclo eterno de

eventos" dos estóicos.

Os estóicos mantinham que "Logos" era o "princípio ativo" ou estimulador de toda a realidade. O Logos era concebido como um conduto para o poder divino que, em essência, ordena e dirige o universo. A razão e a alma humanas eram ambas consideradas subordinadas ao Logos e, por conseguinte imortal tendo em vista a reciclagem contínua do universo.

A visão cosmológica dos estóicos teve grande influência por cerca de 2000 anos. Ela também serviu de fundamento para o universo vitoriano do século 19.

 A Escola Eleática

A Escola Eleática de filósofos foi fundada pelo poeta e pensador religioso Xenophanes (nascido por volta de 570 a.C.). Seu principal ensinamento era que o universo é singular, eterno e inalteravel. Segundo Xenophanes "O todo é um".

A Escola Eleática se opunha à doutrina Jônica de desenvolvimento.

Os eleáticos viam a natureza como uma unidade imutável, universal, considerando a criação, a variedade, a mudança e o movimento como ilusões dos sentidos.

 Parmênides

O maior dos filósofos eleáticos foi Parmenides( 539 a.C.).

As crenças de Parmenides na unidade absoluta e constância da realidade são bastante radicais e abstratas, mesmo para os padrões modernos.

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CAPÍTULO 2

O Universo Umbandista

A ciência atual tenta de todas as maneiras encontrar uma explicação para o universo e novas teorias surgem a todo instante.

 Não é nossa intenção aprofundarmos em questões teóricas da física.  Eternidade e o Infinito

Para nossos estudos podemos considerar o universo como sendo infinito e eterno.

Em termos espaciais ele é infinito, isto significa, que se pudéssemos nos deslocar para qualquer direção: para cima, para baixo, para frente, para trás, para esquerda para a direita; iríamos sempre caminhar e nunca encontraríamos um limite, não estamos falando do  planeta Terra e sim do universo.

Com o desenvolvimento dos telescópios cada vez o homem consegue enxergar mais longe, mas sempre observa que mais coisas existem além daquele limite; as galáxias, os buracos negros, os quasares, as estrelas, os planetas, etc...

Em relação ao tempo, uma idéia semelhante se apresenta: A eternidade do tempo.

Se através do nosso pensamento voltarmos no tempo, não conseguiremos encontrar um limite, da mesma maneira em relação ao futuro.

Através das teorias da física moderna, sabemos que a luz das estrelas, que são observadas  pelos telescópios, demoraram bilhões de anos luz até atingirem nosso planeta, ou seja, são eventos que foram realizados num passado muito distante e que devido a sua grandeza  podemos até considera-lo eterno, pois em função das nossas grandezas (tempo de vida do

ser humano), bilhões de anos luz é uma eternidade.

Podemos, portanto, considerar o universo, quando comparado com as dimensões (espaciais e temporais) da realidade humana, como infinito e eterno.

Sabemos que as dimensões espaciais e temporais são interligadas, conforme diz a Teoria da relatividade; mas o universo Umbandista inclui mais uma dimensão.

 A dimensão espiritual 

A dimensão espiritual independe do espaço e do tempo da dimensão material, podemos dizer que se trata de uma dimensão independente, embora exista uma forte interação entre estas duas realidades: a material (espaço e tempo) e a espiritual.

Podemos afirmar que o universo é formado por dois universos distintos: O universo material e o universo espiritual.

  Neste estudo é dada prioridade a uma visão macroscópica da realidade, que servirá de referencia ao estudo dos fenômenos que ocorrem nos Terreiros Umbandistas.

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Orum e Ayê 

Os africanos chamavam estes universos de AYÊ e ORUM . O mundo material e o mundo espiritual.

O Universo Material – AYÊ 

Atualmente temos observado uma grande confusão em relação a questões espirituais e, sobretudo sobre a natureza do espírito.

É prática muito comum, nos dias de hoje, uma tentativa de materialização do espírito, e da mesma forma uma espiritualização da matéria.

Alguns conceitos da física quântica tem levado alguns cientistas (materialistas) a tentarem explicar a realidade espiritual através de fenômenos da dimensão quântica.

Por sua vez, alguns “Espiritualistas” mais apressados e talvez sem alicerces filosóficos acabaram num processo de materialização do espírito.

È muito comum, ouvirmos expressões de que Deus, ou um espírito é uma forma de energia, que os pensamentos são ondas eletromagnéticas, que o espírito irradia luz (luz no sentido material e não no sentido figurado significando conhecimento e evolução); muito comum tratamentos espirituais com luz, como se o fato de ficarmos expostos a uma determinada lâmpada incandescente produzisse alterações espirituais (evolução, conhecimento, determinação, etc...), percebe-se uma tentativa de fugir da difícil tarefa de nos espiritualizarmos vencendo nossos vícios, fazendo a caridade, e praticando o amor ao  próximo.

Combatemos formalmente esta visão; matéria e espírito são as essências básicas distintas do Universo, uma não se transforma na outra; são totalmente diferentes e distintas, embora uma interaja com a outra, nunca uma se transformará na outra.

O universo material é o universo que conhecemos melhor, é onde vivemos a experiência do nosso dia a dia, como somos espíritos presos a matéria, é a realidade da nossa consciência.   Neste universo encontramos a matéria (independente da definição científica de matéria,

todos sabem subjetivamente o que é a matéria), a eletricidade, o magnetismo, a gravidade, o calor,a luz (ondas eletromagnéticas), ondas de radio, a radioatividade , o som, etc....Todas são manifestações do universo material, e são estudadas pela física e pela ciência tradicional.

Incluímos neste rol as construções e objetos da nossa vida cotidiana.

Da nossa experiência diária sabemos que os corpos possuem altura, largura e profundidade e também, é da nossa vivência a noção do tempo. Vivemos “presos” ao tempo, mais   precisamente ao que chamamos de “Presente”; todos os acontecimentos que nos

sensibilizam, são acontecimentos que se realizam no “Presente”; por exemplo: você não tem como conversar com uma pessoa que viveu na época do descobrimento do Brasil, você só pode conversar com pessoas que estão vivendo neste momento.

Universo Espiritual - ORUM 

 No universo espiritual encontramos o espírito.

 Neste universo se manifesta a inteligência, os pensamentos, as emoções e sentimentos, as informações etc....

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  Neste universo seus elementos não possuem formas físicas definidas, como no universo material, também estas manifestações não se encontram presas ao tempo.

Podemos em espírito, facilmente viajar no tempo. Faça uma experiência com seus  pensamentos (podemos dizer que onde o pensamento está, o espírito também está), viaje   pelo passado e pelo futuro, perceba que seus pensamentos não se encontram presos ao

“Presente” do universo material.

  Num instante nos deslocamos da Terra ao Sol, ou do momento presente até a época da formação do universo, não existem barreiras para as manifestações neste universo.

É neste universo que “vive” o espírito.

Acreditamos que todos tenham entendido a diferença existente entre as duas dimensões – a material e a espiritual.

O elemento “principal” do universo espiritual é o que chamamos de espírito, e este espírito  possui a característica (qualidade) de gerar (criar) os pensamentos que por sua vez geram o

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CAPÍTULO 3

Campos de Força

O termo “campo” é emprestado da física moderna.

Para que todos entendam de uma maneira bem simples o conceito de campo, vamos comentar rapidamente sobre o campo elétrico.

A maioria de nós já estudou nos cursos básicos, os princípios de eletricidade e das  partículas elementares: elétrons e prótons.

O elétron é definido como uma partícula (física tradicional e não a quântica) que possui carga elétrica, ou seja, se colocarmos ao seu redor outro elétron, notaremos a manifestação de uma força de repulsão entre as duas partículas.

Afirmamos então, que existe ao redor da partícula denominada elétron, um campo elétrico, onde qualquer partícula que possua carga elétrica, colocada dentro deste campo, sofrerá a ação de uma força.

O campo sempre é definido em função de uma característica da matéria.

Encontramos por exemplo: campo elétrico, campo magnético, campo gravitacional, campo sonoro, campo visual etc...

Após esta breve descrição do conceito de campo, voltamos nossa atenção ao espírito.

Além dos pensamentos que geram o campo mental, ele também possui a característica de gerar emoções e sentimentos e respectivamente um “campo emocional”.

Citamos estas duas características do espírito, pois todos nós somos espíritos presos a matéria (encarnados na linguagem espírita) e possuímos a capacidade de pensar e de se emocionar.

Estas duas manifestações, não são consideradas manifestações materiais e sim espirituais,  portanto pertencentes ao universo espiritual.

É obvio que uma pedra, uma mesa, uma cadeira, etc... , não pensa e nem se emociona. Se por um momento o espírito parar de pensar e/ou manter-se livre das emoções, teríamos uma situação peculiar, onde o espírito estaria gerando um campo mental e emocional estático (sem alterações), em algumas ocasiões isto é possível.

Mas a realidade é bem diferente, nosso espírito não se cansa de pensar e de se emocionar. Ondas Mento-emocionais

Esta alteração no pensamento e nas emoções gera o que chamamos de ONDAS MENTO-EMOCIONAIS.

O conceito de onda é emprestado da física. Geramos uma onda quando produzimos alterações em um campo.

Por exemplo: Quando produzimos alterações no campo elétrico e no campo magnético, geramos o que chamamos na física de ondas eletromagnéticas.

Estas ondas eletromagnéticas nada mais são que variações do campo elétrico e do campo magnético. Estas ondas se propagam através do espaço material e na prática são as ondas de radio, ondas de luz, raios X, microondas, etc...

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Voltando as ONDAS MENTO-EMOCIONAIS (geradas pelos espíritos e propagadas no universo espiritual), podemos perceber que o universo espiritual é rico em ONDAS MENTO-EMOCIONAIS, de diferentes naturezas, pois todos os espíritos geram constantemente estas ondas.

Como estas ondas existem somente na dimensão espiritual, podemos chamá-las de ondas ou vibrações espirituais.

Resumindo:

UNIVERSO ESPIRITUAL -> ESPÍRITOS -> ONDAS MENTO-EMOCIONAIS  Lembramos que somente os espíritos geram este tipo de ondas.

Citamos a pergunta 27 do Livro dos Espíritos de Allan Kardec:

27 - “Haveria assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?

Sim, e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas; essas três coisas são o  princípio de tudo o que existe, a trindade universal....”

O Universo segundo os Yorubas

A resposta dos espíritos é bastante semelhante ao conceito dos Yorubas: Deus – Olorum (criador)

Mundo material – Ayê Mundo espiritual – Orum

 Interação entre os Universos

Sabemos que os espíritos agem sobre a matéria; basta pensarmos em nós mesmos, pois somos espíritos encarnados (ligados a matéria), ou seja, nosso espírito controla todo o nosso corpo, ou seja, ele (o espírito) tem ação sobre a matéria.

Mas, se espírito e matéria são princípios diferentes e existem em universos diferentes e com características diferentes como se processa esta interação entre estes universos (o material e o espiritual).

É ponto pacifico a interação, pois além do exemplo dado acima, basta ir até um Terreiro de Umbanda e assistir as manifestações dos nossos queridos guias: Caboclos, Pretos Velhos, Exus, crianças, etc...

O fenômeno existe, portanto, precisamos de um modelo lógico que explique e demonstre esta realidade.

Para os espíritas existe um fluido universal, responsável pela interação entre a matéria e o espírito.

Vamos ler novamente a pergunta numero 27 do livro dos espíritos, já mencionada anteriormente, agora faremos a leitura na íntegra.

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Sim, e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas; essas três coisas são o  princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material é preciso   juntar o “Fluido Universal”, que desempenha  papel intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa ter uma ação sobre ela. Ainda que, sob certo ponto de vista se possa incluí-lo no elemento material, ele se distingue por propriedades especiais; se fosse matéria não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Ele está colocado entre o espírito e a matéria; é fluido, como a matéria é matéria, suscetível, pelas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito , de produzir uma infinita variedade de coisas das quais não conheceis senão uma   pequena parte. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo agente que o

espírito utiliza, é o principio sem o qual a matéria estaria em perpetuo estado de divisão e  jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá.”

Em nosso modelo dizemos que a interação entre a matéria e o espírito se dá através da interação entre o “Campo Etérico” e o “Campo Estrutural”.

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CAPÍTULO 4

Campo Etérico

A palavra etérico nos remete a palavra éter. Como vimos anteriormente o conceito de éter é anterior a Aristóteles e depois, na era moderna, durante muito tempo se pensou que existisse uma meio chamado éter, que serviria de substrato as ondas elétricas e magnéticas, (luz, por exemplo).

O éter 

A idéia era, que da mesma forma, que as ondas sonoras necessitavam do ar para se   propagarem e as ondas do mar da água, era normal se imaginar que as ondas luminosas

(eletromagnéticas) precisassem de algum meio para se propagar.

Os físicos já sabiam há muito tempo que o som se propagava através de um meio material. Isso naturalmente levou-os a postular, no final do século XIX, que também deveria existir  um meio material no qual a luz se propagava. Tal meio foi chamado de éter luminífero ou, simplesmente, éter.

Vários grandes cientistas dessa época, tais como Cauchy, Stokes, Thomson e Planck, aceitaram a hipótese da existência do éter e postularam suas várias propriedades. No final do século XIX a luz, o calor, a eletricidade e o magnetismo todos tinham seus respectivos éters.

  No entanto, à medida que os pesquisadores tentavam explicar o éter e estabelecer suas  propriedades o que se viu foi o surgimento de uma substância quase mágica. Segundo as teorias correntes, o éter tinha que ser um fluido, pois ele precisava preencher o espaço. No entanto, ele também precisava ser milhões de vezes mais rígido do que o aço pois precisava agüentar as altas freqüências das ondas luminosas. Ao mesmo tempo o éter não podia ter  massa, deveria ser completamente transparente, não dispersivo, incompressível, contínuo e não ter viscosidade!

Ao verificar que o campo eletromagnético se propagava com uma velocidade essencialmente igual à velocidade da luz, Maxwell postulou que a própria luz era um fenômeno eletromagnético. Ele escreveu um artigo sobre o éter para a edição de 1878 da   Encyclopaedia Britannica e propôs a existência de um único éter. Seu artigo narra sua   própria tentativa, sem sucesso, em medir o efeito do arrasto do éter provocado pelo

movimento da Terra no espaço. Maxwell também propôs uma maneira astronômica pela qual poderíamos verificar o arrasto do éter feito pelo nosso planeta. Para isso deveríamos medir a velocidade da luz usando os diferentes satélites de Júpiter quando eles estivessem em posições diferentes em relação à Terra.

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Impelido pelas idéias de Maxwell, o físico Albert Abraham Michelson (nascido na Prússia e naturalizado norte-americano) iniciou uma série de experiências sobre o éter. Em 1881, ele registrou:

"O resultado da hipótese de um éter estacionário é mostrada ser incorreta, e segue a conclusão necessária de que a hipótese está errada." 

Em 1886 o físico holandês Hendrik Lorentz escreveu um artigo onde criticava a experiência feita por Michelson. Ele declarou que, realmente, não estava preocupado com o resultado experimental obtido por Michelson, que ele desprezava considerando-o ter sido resultado de experiências realizadas sem a precisão necessária.

Michelson foi persuadido por Thomson e outros a repetir sua experiência. Ele assim o fez em 1887, dessa vez associando-se ao físico norte-americano Edward Williams Morley. Os dois cientistas registraram, mais uma vez, que nenhum efeito de arrasto havia sido encontrado. Parecia que a velocidade da luz era independente da velocidade do observador. Michelson e Morley refinaram a experiência e a repetiriam várias vezes até 1929.

A idéia da existência de um meio material chamado éter só foi abandonada quando as transformações Galileanas e a dinâmica Newtoniana foram modificadas pelas transformações de Lorentz-FitzGerald e pela Teoria da Relatividade Restrita de Albert Einstein.

Atualmente é uma idéia ultrapassada e desnecessária, pois o conceito de campo veio esclarecer este assunto.

Como o termo é muito utilizado ainda, nas principais escolas esotéricas e espiritualistas, manteremos a expressão, mas lembrando que estamos utilizando este nome simplesmente  por uma questão histórica.

 Definição de campo etérico

Iremos então definir “Campo Etérico” como o conjunto (a somatória) de todas as radiações geradas pela matéria independente da sua natureza.

A física prova e demonstra, que todo deslocamento de partículas carregadas eletricamente geram campos elétricos, magnéticos e ondas eletromagnéticas.

Como a matéria é formada por partículas carregadas de energia elétrica, todos os corpos materiais (objetos materiais), orgânicos e inorgânicos, possuem ao seu redor campos elétricos e eletromagnéticos das mais diversas freqüências, intensidades e naturezas. Podemos incluir neste item também o calor irradiado, a luz refletida ou emitida etc...

Portanto, em nosso “modelo”, o “Campo Etérico” é definido como o conjunto de todas as radiações, emitidas pela matéria, conhecidas ou ainda não conhecidas pela ciência.

Lembramos que no caso do corpo humano, existem variadas emissões eletromagnéticas geradas por ele.

É importante registrar que a matéria gera o campo etérico, mas que perturbações no campo etérico também produzem alterações na intimidade da matéria.

Por exemplo: Quando colocamos alguma substância num forno de micro-ondas, as radiações geradas pelo forno interagem com o campo etérico da substância, produzindo alterações na (estrutura) da matéria.

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CAPÍTULO 5

Campo Estrutural 

O “Campo Estrutural“ é gerado e mantido pela vontade do espírito.

Como exemplo, pedimos que você mentalize, por exemplo, uma estrela vermelha.

 Neste processo de mentalização, seu espírito plasmou na dimensão espiritual a imagem de uma estrela vermelha.

Esta imagem é mantida pela sua vontade e através das ondas mento-emocionais emitidas  por você.

A esta imagem da estrela chamamos de “Campo Estrutural” de uma estrela vermelha e ele existe na dimensão espiritual.

Se você parar de mentalizar a estrela, ela provavelmente deixará de existir, por isto é que afirmamos que o espírito gera e mantém o campo estrutural.

É fácil perceber que não é tarefa fácil, para nós que somos espíritos encarnados, manter um campo estrutural na dimensão espiritual. Veremos a necessidade de grandes esforços para manter estas formas no universo espiritual.

Lembramos que todos os espíritos possuem a capacidade de gerar campos estruturais; alguns possuem mais habilidades e força, mas todos possuem a capacidade de gerar e manter os campos estruturais.

As chamadas “formas-pensamento” são um dos tipos de “campos estruturais” artificiais criados pelos espíritos.

Os campos estruturais são formados a partir das ondas mento-emocionais geradas pelos espíritos.

Estes campos quando gerados podem ser mantidos, por um único espírito ou por uma “comunidade” de espíritos, o que normalmente chamamos de egrégoras.

O campo estrutural é mantido por uma intensa onda mento-emocional, dirigida para aquela finalidade, através da vontade do espírito.

Embora tenha uma direção e sentido, uma parcela das ondas mento-emocionais é dispersada em outras direções o que será utilizado na manutenção de outros campos estruturais semelhantes.

Voltando a questão da interação entre a dimensão material e a dimensão espiritual, dizemos que esta interação é feita entre os campos: Estrutural e o Etérico.

Sabemos da dificuldade de explicar novos conceitos, estranhos ao cotidiano, e muitas vezes não encontramos palavras adequadas, pois a realidade espiritual é totalmente estranha a vida material e somente aqueles que possuem alguma vivência espiritual é que entenderão de início estas explicações.

Mas fazemos questão de dizer, que todos podem entender e utilizar estes mecanismos que estaremos descrevendo neste livro.

Com um simples exemplo, vamos explicar em seguida a interação entre o campo etérico e o campo estrutural:

Se você não continuou a emitir as ondas mento-emocionais necessárias, a estrela vermelha que você gerou a poucos instantes no universo espiritual, provavelmente já deixou de existir.

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Continuando com nosso exercício, agora iremos trazer a estrela para o universo material,   pois como somos espíritos presos a matéria (encarnados), nossos sentidos fornecem as

impressões do universo material.

Você poderá “materializar” a estrela vermelha no universo material de várias maneiras. A mais simples e que todos podem fazer é através da escrita, através do risco.

Vamos trazer agora a estrela para o universo material:

Primeira etapa: gerar e manter o “campo estrutural” da estrela no universo espiritual.

Segunda etapa: através da sua habilidade (leia-se conhecimento) você poderá utilizar uma caneta, lápis, pincel, etc...e ir desenhando a estrela num papel por exemplo.

Quando você acabar de desenhar a estrela, podemos afirmar que você conseguiu através de seu esforço individual, e de sua habilidade, materializar a estrela que você havia criado no dimensão espiritual.

Mas e a interação entre os universos? É neste ponto que queremos chegar.

Conforme foi desenhando a estrela, você foi através de sua vontade, dirigindo esforços no sentido de “trazer” para o universo material (realidade material) aquele campo estrutural gerado por você na dimensão espiritual.

O desenho que você acabou de fazer, possui a “matéria estruturada”, ou seja, o grafite está sobre o papel, mas está “preso” num campo estrutural que lhe dá a forma de uma estrela. Sabemos que é um conceito bastante abstrato, mas quando começarmos a entender esta “Ciência Umbandista”, nossos horizontes irão se expandir.

Começaremos a entender e a compreender que certos conceitos não são somente abstrações, mas realidades.

Se você entendeu o mecanismo acima, deve estar percebendo que tudo aquilo que existe no universo material, que conhecemos ou não, possui um campo estrutural, que lhe dá as formas e características.(o campo estrutural possui as informações)

  Na minha frente tenho um microcomputador, estou sentado em uma cadeira, minha sala tem paredes azuis, uma lâmpada fluorescente ilumina a sala, o micro está sobre uma mesa de madeira que possui gavetas do lado esquerdo, etc....

Perguntamos: Todos estes objetos existiam sozinhos ou foram criados por alguém?

Pare um momento e examine ao seu redor. O que você observa? Perceba que vivemos dentro de um universo material criado pelos homens, vários são os campos estruturais existentes.

O conceito de campo estrutural é bem amplo.

Acabamos de estudar um campo estrutural que possui as informações de um determinado objeto material (a estrela vermelha), ele dá as formas e características deste objeto.

Quando olhamos para uma pintura (um quadro) foi um espírito que criou aquele campo estrutural (o artista), ele está ligado àquela estrutura através das ondas mento-emocionais, em muito casos é muito fácil identificar o autor daquele campo estrutural.

  Neste primeiro contato com o campo estrutural, estamos estudando de uma maneira  bastante genérica. Mas todo o modelo é desenvolvido em cima destes conceitos que foram

abordados acima.

 Manifestações do campo estrutural 

Para que você possa ir refletindo e ampliando seus horizontes vamos citar mais algumas manifestações dos campos estruturais:

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1)Aquilo que os espíritas chamam de perispírito, nada mais é do que um campo estrutural, a   própria doutrina diz que os espíritos podem mudar a sua “vestimenta fluídica”( leia-se:  podem criar campos estruturais diferentes) na hora que quiserem.

2)Um Templo de Umbanda.

Podemos dizer que é uma construção (um salão, uma casa, uma sala, etc),mas todos concordam que o lugar é mais do que uma simples casa.

Dizemos que existe naquele lugar um campo estrutural, que é mantido por todos os   participantes daquele templo (incluindo os espíritos de Caboclos, Pretos Velhos, Exus,

etc...).

Este campo estrutural transformou aquela construção num lugar “sagrado”, e todos aqueles que participam daquele Terreiro, alimentam o campo estrutural com suas ondas mento-emocionais, e desta forma sentem a influência do campo estrutural, mantendo o respeito, a educação, a compostura, o equilíbrio que o lugar inspira.

O Campo Estrutural transfere para aquelas pessoas que estão em sua área de atuação as mesmas características das ondas mento-emocionais que estão mantendo a egrégora.

Quando estão em oração, mesmo sem saberem, estão alimentando e mantendo o campo estrutural daquele Terreiro.

Muitas vezes o Dirigente é quem iniciou o campo estrutural daquele Templo, desejou e criou na dimensão espiritual; depois através de seu esforço conseguiu materializar, e aos  poucos, quando outras pessoas começam a freqüentar o lugar, o campo estrutural passa a

ser mantido pelas ondas mento-emocionais dos demais participantes.

3)A cidade onde residimos, possui um campo estrutural que lhe dá as características do lugar, este campo é mantido pelas pessoas que aí residem.

4)O lugar onde você trabalha, você vive dentro de um campo estrutural que lhe confere as atribuições do seu cargo.

5) Normalmente criamos campos estruturais para “prendermos” as pessoas da maneira que achamos melhor, outras vezes, estamos sendo vitimas de campos estruturais criados por  outras pessoas.

Por exemplo, um rapaz não quer que sua namorada olhe para outro rapaz (ou vice-versa), então ele cria aquele campo estrutural em cima da namorada.

Ela por sua vez sente aquele campo e se transforma em vítima, fazendo exatamente aquilo que o rapaz determinou no campo estrutural.

6) Nossos pais criam campos estruturais mesmo antes do nosso nascimento. Por exemplo: Meu filho será médico.

O filho nasce e é vitima daquele campo estrutural alimentado pelos seus pais, o que muitas vezes poderá trazer sérias conseqüências.

Enquanto aquele campo estrutural não for destruído, ele estará exercendo sua ação sobre a  pessoa, independente do lugar e do tempo.

7)Não podemos nos esquecer nos nossos desafetos. Temos um desentendimento com uma   pessoa, esta pessoa cria um campo estrutural negativo sobre nós, e enquanto aquele

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desentendimento existir, a pessoa estará alimentando com as ondas mento-emocionais aquele campo estrutural negativo.

8) Os inimigos de outras vidas.

Os espíritos continuam a existir e alimentar os campos estruturais negativos, mesmo depois de desencarnados.

Existem campos estruturais que foram criados e são mantidos a centenas de anos.

9)Nós mesmos geramos campos estruturais sobre nós, alguns podem acabar nos  prejudicando, nos limitando.

Somos vítimas, muitas vezes dos nossos próprios campos estruturais.

Em função de todas as nossas encarnações, geramos um campo estrutural que é fruto da nossa evolução e experiências vividas, sejam elas boas ou más.

Este campo é normalmente responsável pelas nossas limitações, ou em outras palavras pelo nosso “destino”, ele nos “prende” e nos influência.

Mas lembramos que podemos alimentar, alterar, neutralizar ou destruir estes campos estruturais.

10) O País em que vivemos possui o seu campo estrutural, que é alimentado por todos os seus habitantes.

Estes campos estruturais determinam uma série de características de cada nação.

11) O Karma não seria produto do conjunto de campos estruturais que nós mesmos geramos e de todos aqueles outros campos gerados pelos nossos inimigos de outras vidas? Fica a pergunta.

Para a reflexão: Muitos destes campos são ou foram produzidos por nós mesmos, ou seja, nós mesmos criamos o nosso Karma, e conseqüentemente campos estruturais que irão limitar nossa vida atual.

 Nós mesmos temos as condições de alterarmos estas campos.  Infinitos campos estruturais

Poderíamos ficar relacionando inúmeros exemplos de campos estruturais, mas acreditamos que estes são suficientes.

É fácil observar que vivemos dentro de infinitos campos estruturais, os quais acabam determinando nossas ações.

Algumas pessoas mais “acomodadas” passam suas vidas totalmente “presas” a estes campos, outras pessoas (aquelas que possuem mais força de vontade) resistem, mudam, alteram, destroem e criam novos campos estruturais.

Para encerrarmos este assunto, colocamos duas questões que serão discutidas mais a frente. 1) Sabemos que todos os objetos do universo material possuem um campo estrutural, que lhes dá a forma e suas características. Estes campos foram criados e são mantidos por  espíritos, ou seja, somente espíritos possuem a característica de gerar e manter campos estruturais.

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Quem criou estes campos estruturais? Quem sustenta estes campos estruturais?

2) Segunda questão: Como podemos fazer para alterar ou destruir campos estruturais que estão nos prejudicando?

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CAPÍTULO 6

 Deus - o criador 

Como podemos falar de Deus diante da nossa pequenez e das nossas limitações.

Ainda estamos engatinhando neste processo de conhecimento do universo e de suas leis, ainda somos mônadas que evoluíram até o estágio da humanidade, estágio em que nos encontramos, ainda temos um caminho muito longo a percorrer até compreendermos a grandeza e a beleza de toda a realidade espiritual.

 Nossa visão limitada pela matéria nos induz constantemente a erros e muitas vezes nos leva a arrogância e a prepotência.

Temos muito a aprender, e não somos ninguém para definirmos Deus.

De uma maneira simples, mas esperamos que seja do entendimento dos leitores, iremos relacionar algumas características de Deus.

 Monoteísmo

A Umbanda aceita um único Deus, ela não é politeísta. A Umbanda é monoteísta.

Como a umbanda é uma religião universalista, ela permite que chamemos este Deus, pelo nome que quisermos.

As palavras servem para que os homens possam se entender, então utilizem as palavras que quiserem, desde que, expressem as mesmas características.

Como os fundamentos da umbanda foram absorvidos de várias religiões e filosofias, encontramos vários nomes para Deus: Olorum, Monã, Zambi, Olodumare, Deus, etc... Lembramos que na umbanda você poderá usar qualquer uma destas palavras quando se referir a Deus.

  Não é necessário você chamar o criador pelo seu nome africano ou indígena, se você se sente bem chamando somente por Deus, assim deve fazer; não existem estes preconceitos dentro da Umbanda; devendo respeitar aqueles que preferem chamá-lo por Olorum ou Zambi.

 Mas afinal, quem é Deus?

A primeira assertiva, é que Deus é o criador.

Deus criou os Orixás, os espíritos, os homens, a natureza, o universo. Ele é a “força” criadora e mantenedora da vida e do próprio universo.

Ele é único, se não fosse único, haveria milhares de Deuses e a umbanda não aceita esta tese.

É incriado, ou seja, não foi criado por ninguém, pois se assim não fosse, teríamos outros seres que teriam a qualidade de criar ao próprio Deus.

Devido a nossa limitação não podemos entender como alguma coisa pode ser incriada, nesta fase da nossa evolução espiritual somente podemos aceitar.

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 Não tem sexo ou raça, pois o sexo e a raça pertencem às limitações da matéria, e Deus não é material.

Como o ser mais perfeito do universo, ele é a fonte geradora de todas as virtudes e qualidades.

É justo, é o amor em sua totalidade, é o princípio inteligente (pois se nós pequenas almas em evolução temos inteligência, o que falar de Deus o criador).

É imutável e por ser único é todo poderoso.

Devido a nossa incapacidade intelectual, espiritual e da nossa limitação sensorial; só  podemos compreender Deus através da descrição de suas qualidades.

Resumindo: Deus é o criador.

Mantenedor da vida e do universo. É único.

É todo poderoso. É infinito e eterno.  Não é material.

 Não tem sexo e nem raça.

É incriado. (Não foi criado por ninguém)

É a perfeição, o amor, a inteligência, a bondade e a justiça em sua plenitude.

Se quisermos crescer em termos espirituais, devemos buscar seu entendimento, sua aproximação em nossas vidas, somente assim conseguiremos evoluir.

 Nada existe acima de Deus, ele é o ápice da evolução espiritual, e nunca chegaremos a ele,  pois nunca poderemos nos igualar a Deus.

Se um dia igualássemos a Deus, seriamos outro Deus, e como Deus é único isto nunca acontecerá.

Oxalá e Jesus

Deus também não é Oxalá e nem Jesus; Oxalá é um Orixá cósmico (mais a frente falaremos sobre os Orixás) e Jesus é um espírito de elevada evolução espiritual, responsável pelo sistema solar, e em missão se encarnou na Terra.

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CAPÍTULO 7

 A estrutura da matéria

Já estudamos que todo elemento existente no universo possui a seguinte constituição; Elemento físico (elemento material mais denso)

Campo etérico Campo estrutural

Ondas mento-emocionais sustentadoras do campo estrutural Para os seres vivos a estrutura tem a seguinte configuração: Elemento físico (corpo material)

Campo etérico (corpo etérico) Campo estrutural (corpo espiritual)

Ondas mento-emocionais (elo de ligação entre o corpo estrutural e o espírito) Espírito (indivisível)

Percebemos que as estruturas são bastante semelhantes; diferenciando somente em relação a estrutura dos seres vivos possuírem um espírito que é a fonte das ondas mento-emocionais responsáveis pela manutenção do campo estrutural responsável pela organização do seu corpo físico; este campo estrutural é também conhecido como corpo espiritual, ou  perispírito.

O significado de campo estrutural é bastante amplo, é como o conceito das ondas eletromagnéticas, que na dimensão material podem se apresentar como calor, luz, ondas de rádio, ondas de TV, micro ondas, raios X, etc...

Embora o conceito de ondas eletromagnéticas seja amplo ele permite que possamos estudar  as suas várias manifestações.

Quando falamos em campo estrutural, também expressamos um conceito bastante amplo,  principalmente por ser uma estrutura existente na dimensão espiritual.

Sabemos que a dimensão espiritual é bastante diferente da dimensão material, onde tempo e espaço deixam de ter as mesmas características que conhecemos.

Achamos importante lembrar algumas manifestações do campo estrutural:

É ele quem dá a aparência de todos os corpos, objetos e elementos existentes no universo. Se alguma “coisa” existe e esta “coisa”, de alguma maneira influência nosso espírito então existe um campo estrutural mantendo aquela “coisa”.

Uma rocha, uma chama, uma ventania, um átomo, todos possuem um campo estrutural que existe na dimensão espiritual.

Este campo estrutural é responsável pela estrutura do objeto.

Podemos dizer que o campo estrutural é mantido pelos campos mentais e emocionais gerados por um espírito, e reside no “campo estrutural” toda a informação necessária para manter aquele objeto.

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