2021
revista ampliada atualizada8
a
ediçãoLÍNGUA
PORTUGUESA
para concursos
DUDA NOGUEIRA
Substantivação de Preposição
Substantivação de Interjeição
Substantivação de Conjunção
9. EM PROVAS RECENTES
9.1. CESPE/CEBRASPE
Fragmento de texto para responder às questões.
Não há conclusões unânimes, mas a ciência e os especialistas ca-minham para o entendimento de que o preconceito seja um conceito aprendido. Por definição, o precon-ceito é uma opinião formada antes da aquisição dos conhecimentos adequados; um sentimento desfa-vorável, concebido antecipadamen-te ou independenantecipadamen-te de experiência ou razão. Assim, foge da postura
típica dos animais, que só passam a rejeitar aquilo que os prejudica a partir da experiência adquirida.
O racismo prevê uma superioridade racial independente da experiência pessoal. (...)
Internet: <www.uol.com.br> (com adaptações).
01. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A substituição da
for-ma verbal “seja” por é for-manteria a coerência e a correção gramatical do texto.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
Coerência é a lógica das ideias:
perma-nece; correção gramatical: o verbo continua concordando como sujeito (preconceito). Cuidado! A banca não se refere ao sentido, pois esse sim seria alterado: seja – presente do subjuntivo (ação duvidosa); é – presente do indicativo (ação certa).
Resposta: Certo.
02. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A correção gramatical
e os sentidos do texto seriam mantidos caso o período “Assim, foge da postura típica dos animais, que só passam a rejeitar aquilo que os prejudica a partir da experiência adquiri-da.” fosse reescrito da seguinte forma: Assim, o preconceito foge da postura típica dos ani-mais, que rejeitam aquilo que é prejudicial a partir da experiência adquirida.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
Ao retirar o vocábulo “só”, o sentido é al-terado. No trecho original: somente passarão a rejeitar a partir da experiência; na reescri-ta: passaram a rejeitar por razões diversas. A gramática permanece correta, mas o sentido é alterado.
Resposta: Errado.
Texto para responder às questões. A primeira celebração do Dia Mundial da Segurança dos Alimen-tos das Nações Unidas, que ocorreu em 7 de junho de 2019, tinha como objetivo fortalecer os esforços para garantir que os alimentos que co-memos sejam seguros. A cada ano, quase uma em cada dez pessoas no mundo (cerca de 600 milhões de pessoas) adoece e 420 mil morrem depois de ingerir alimentos conta-minados por bactérias, vírus, parasi-tas ou substâncias químicas.
Alimentos não seguros também dificultam o desenvolvimento em muitas economias de baixa e média renda, que perdem cerca de US$ 95 bilhões em produtividade devido doenças, incapacidade e morte pre-matura de trabalhadores.
Nas Américas, estima-se que 77 milhões de pessoas sofram um epi-sódio de doenças transmitidas por alimentos a cada ano — metade
delas são crianças com menos de 5
anos de idade. Os dados disponíveis indicam que as doenças transmi-tidas por alimentos geram de US$
700 mil a US$ 19 milhões em custos anuais de saúde nos países do Ca-ribe e mais de US$ 77 milhões nos Estados Unidos da América.
Na celebração do Dia Mundial da Segurança dos Alimentos de 2019, discutiu-se que a segurança dos alimentos é responsabilidade de todos. A inocuidade dos
ali-mentos contribui para a seguran-ça alimentar, a saúde humana, a prosperidade econômica, a agri-cultura, o acesso ao mercado, o turismo e o desenvolvimento sustentável.
Internet: <www.paho.org> (com adaptações).
03. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A substituição da
ex-pressão “metade delas” (3.º §) por cuja
meta-de manteria a correção gramatical e a coesão
do texto.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
O problema é a coesão textual, pois substituir apenas por “cuja metade” causaria ambiguidade: metade de 77 milhões de pes-soas, ou metade de doenças transmitidas? Lembre-se de que o pronome relativo “cuja” possui valor de posse do termo anterior. Para ficar correto quanto à coesão, seria necessá-rio manter a contração da preposição “de” + o pronome pessoal “ela”: cuja metade delas.
Resposta: Errado.
04. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A correção
grama-tical e os sentidos originais do texto seriam mantidos caso o período “A inocuidade dos alimentos contribui para a segurança alimen-tar, a saúde humana, a prosperidade econô-mica, a agricultura, o acesso ao mercado, o turismo e o desenvolvimento sustentável.” (último §) fosse reescrito da seguinte forma: A integridade dos alimentos contribuem
com a segurança alimentar, saúde humana, prosperidade econômica, agricultura, acesso ao mercado, turismo e desenvolvimento sus-tentável.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
Ortografia: inocuidade significa que os alimentos não são prejudiciais; integridade significa que não sofreram alteração. O sen-tido é alterado.
Quanto à concordância, há um erro cras-so: a integridade (sujeito) contribui. O verbo deve permanecer no singular.
Resposta: Errado.
Texto para responder às questões. “Desprezo o que dizes, mas de-fenderei até a morte o teu direito a dizê-lo.” É com essa afirmação atri-buída a Voltaire, filósofo do ilumi-nismo francês, que Nigel Warburton principia o seu ensaio sobre liber-dade de expressão. A liberliber-dade de expressão — entendida em sentido amplo, em que se incluem a
pala-vra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, entre ou-tros — é um direito consagrado no
artigo 19.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948.
A liberdade de expressão é particularmente valiosa em uma sociedade democrática, ao ponto de haver quem sustente que, na ausência de uma ampla liberdade de expressão, nenhum governo se-ria de todo legítimo e não devese-ria ser denominado democrático. Essa é a perspectiva defendida por Ro-nald Dworkin, para quem “A livre expressão é uma das condições de um governo legítimo. As leis e políticas não são legítimas a me-nos que tenham sido adotadas por meio de um processo democrático,
e um processo não é democrático se o governo impediu alguém de exprimir as suas convicções acerca de quais devem ser essas leis e po-líticas”.
Desde os alvores da democra-cia ateniense, são sobejamente co-nhecidas as suas relações com a argumentação e a retórica. Porém, tal como a retórica e a argumenta-ção podem ser postas ao serviço da mentira e da manipulação, também em relação à liberdade de expres-são se coloca a questão dos seus limites.
Internet: <https://agora-m.blo-gs.sapo.pt> (com adaptações).
05. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) Sem prejuízo para a
correção gramatical e para os sentidos origi-nais do texto, o trecho “em que se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas, entre outros” (1.º §) poderia ser reescrito da seguinte forma: onde se incluem a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas e entre outros.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
O pronome relativo “que” retoma “senti-do amplo”. Lê-se: a palavra escrita, as peças teatrais, os filmes, os vídeos, as fotografias, os cartuns, as pinturas incluem-se em sentido amplo. Como não retoma lugar, a substitui-ção é indevida.
Resposta: Errado.
06. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A correção gramatical
e a coerência do texto seriam mantidas caso fosse inserida a expressão por isso, isolada por vírgulas, entre as palavras “e” e “não”, no segundo parágrafo — e, por isso, não.
COMENTÁRIOS:
Existe a ideia de conclusão indicada pela expressão “por isso” e coloca-la entre vírgu-las demarca intercalação. Gramática correta e coerência mantida.
Resposta: Certo.
07. (Cebraspe – Analista Ministerial – MPE CE – 2020 – adaptada) A expressão “suas
relações” (último parágrafo) refere-se às rela-ções da “democracia ateniense”.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
Nota da autora: A questão gerou
polê-mica sem ter motivo plausível.
No texto: Desde os alvores da democracia
ateniense, são sobejamente conhecidas as
su-as relações com a argumentação e a retórica.
Está claro que são conhecidas as relações
da democracia ateniense. Resposta: Certo.
Texto para responder às questões. Quando eu era criança (e isso aconteceu em outro tempo e em outro espaço), não era incomum ou-vir a pergunta “Quão longe é daqui até lá?” respondida por um “Mais ou menos uma hora, ou um pouco me-nos se você caminhar rápido”. Num tempo ainda anterior à minha infân-cia, suponho que a resposta mais comum teria sido “Se você sair ago-ra, estará lá por volta do meio-dia” ou “Melhor sair agora, se você qui-ser chegar antes que escureça”. Ho-je em dia, pode-se ouvir ocasional-mente essas respostas. Mas serão normalmente precedidas por uma solicitação para ser mais específico: “Você vai de carro ou a pé?”.
“Longe” e “tarde”, assim como “perto” e “cedo”, significavam quase a mesma coisa: exatamente quanto esforço seria necessário para que
um ser humano percorresse uma certa distância — fosse caminhan-do, semeando ou arando. Se as pessoas fossem instadas a explicar o que entendiam por “espaço” e “tempo”, poderiam ter dito que “es-paço” é o que se pode percorrer em certo tempo, e que “tempo” é o que se precisa para percorrê-lo. Se não fossem muito pressionados, porém, não entrariam no jogo da definição. E por que deveriam? A maioria das coisas que fazem parte da vida co-tidiana são compreendidas razoa-velmente até que se precise defini--las; e, a menos que solicitados, não precisaríamos defini-las. O modo como compreendíamos essas coi-sas que hoje tendemos a chamar de “espaço” e “tempo” era não apenas satisfatório, mas tão preciso quanto necessário, pois era o wetware — os humanos, os bois e os cavalos — que fazia o esforço e punha os limites. Um par de pernas humanas pode ser diferente de outros, mas a substituição de um par por outro não faria uma diferença suficiente-mente grande para requerer outras medidas além da capacidade dos músculos humanos.
Zygmunt Bauman. A moderni-dade como história do tempo. In:
Modernidade líquida. Plínio Dentzien (Trad.). Rio de Janeiro: Zahar, 2001 (com adaptações).
08. (Cebraspe – Ministério da Economia Tecnologia da Informação – 2020) No
pri-meiro parágrafo do texto, os trechos ‘Se você sair agora’ e ‘Melhor sair agora’ exprimem, respectivamente, a consequência do evento expresso pelo trecho ‘estará lá por volta do meio-dia’ e o resultado do que é expresso pelo trecho ‘se você quiser chegar antes que escureça’.
COMENTÁRIOS:
Nota da autora: Para haver
consequên-cia, é necessário que haja causa e não é o ca-so. A oração é condicional.
1. “Se você sair agora, estará lá por volta do meio-dia” = caso você saia agora: condi-ção.
2. “Melhor sair agora, se você quiser chegar antes que escureça” = caso você queira chegar antes: condição.
Resposta: Errado.
09. (Cebraspe – Ministério da Economia Tecnologia da Informação – 2020) No
tre-cho “Um par de pernas humanas pode ser diferente de outros, mas a substituição de um par por outro não faria uma diferença suficientemente grande para requerer ou-tras medidas além da capacidade dos mús-culos humanos”, no último período do tex-to, a substituição de “mas” por entretanto manteria a correção gramatical e a coerên-cia do texto.
( ) certo ( ) errado
COMENTÁRIOS:
As conjunções “mas” e “entretanto” são coordenadas adversativas e manteria a cor-reção gramatical na substituição sugerida.
Dica de pontuação: a conjunção “mas”
não pode ser intercalada, ou seja, nunca es-tará entre vírgulas. Quanto as demais conjun-ções adversativas, a intercalação é permitida.
Resposta: Certo.
Texto para responder às ques-tões.
O peso de Eurídice se estabili-zou, assim como a rotina da famí-lia Gusmão Campelo. Antenor saía para o trabalho, os filhos saíam pa-ra a escola e Eurídice ficava em ca-sa, moendo carne e remoendo os pensamentos estéreis que faziam da sua vida infeliz. Ela não tinha emprego, ela já tinha ido para a
escola, e como preencher as horas
do dia depois de arrumar as camas, regar as plantas, varrer a sala, lavar a roupa, temperar o feijão, refogar o arroz, preparar o suflê e fritar os bifes? Porque Eurídice, vejam vo-cês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados, ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório, ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas, ela es-creveria clássicos. No entanto, o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no so-fá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar. E foi assim que concluiu que não deveria pensar, e que, para não pensar, deveria se manter ocupada todas as horas do dia, e que a única atividade caseira que oferecia tal benefício era aquela que apresentava o dom de ser quase infinita em suas demandas diárias: a culinária. Eurídice jamais seria uma engenheira, nunca poria os pés em
um laboratório e não ousaria es-crever versos, mas essa mulher se
dedicou à única atividade permitida que tinha um certo quê de engenha-ria, ciência e poesia. Todas as ma-nhãs, depois de despertar, preparar, alimentar e se livrar do marido e dos filhos, Eurídice abria o livro de recei-tas da Tia Palmira.
Martha Batalha. A vida invisível de Eurídice Gusmão. 1.ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com adaptações).
10. (CESPE/CEBRASPE – Auxiliar Judiciário – TJ PA – 2020 – adaptada) A correção
gra-matical e o sentido original do texto CG4A1-I seriam preservados caso
I. os dois-pontos imediatamente após “diá-rias” fossem substituídos por uma vírgula. I. o vocábulo “estéreis” fosse substituído
II. se inserisse, no trecho “nunca poria os pés em um laboratório e não ousaria escrever versos”, uma vírgula logo após “laboratório” e o vocábulo “não” fosse substituído por nem.
Assinale a opção correta. A) Nenhum item está certo. B) Apenas o item I está certo. C) Apenas o item II está certo. D) Apenas o item III está certo. E) Todos os itens estão certos.
COMENTÁRIOS:
I. Certo: cabe a substituição porque separa um aposto explicativo.
II. Errado: “estéreis”, no sentido figurado, significa que não produz o resultado espe-rado; inútil, ineficaz; que não se consegue produzir; que não pode ser criado.
III. Errado: a conjunção “e” deveria ser retira-da porque “nem” também possui ideia de adição. Mesmo assim, a vírgula seria des-necessária.
Alternativa "a" – O item I está correto. Alternativa "b" – O item I está correto. Alternativa "c" – II: errado.
Alternativa "d" – III: errado. Alternativa "e" – II e III: errados. Alternativa correta: B
Fragmento de texto para responder à questão.
(...) Se não é fácil definir a família, é legítimo o esforço de tentar deci-frar quem é o homem pós-moderno e quais as necessidades emergentes que o impulsionam ao encontro com o outro, seja no espaço social, seja no interior da família, produzindo significados e razões que o lançam na busca de realização. (...)8
8 Reflexões sobre a paternidade na pós-moder-nidade. Internet:<www.newpsi.bvs-psi.org.br> (com adaptações).
11. (CESPE/ Cebraspe – Analista Judiciá-rio – TJ PA – 2020 – adaptada) No
fragmen-to, a forma pronominal “o”, em “o lançam”, faz referência a A) “esforço”. B) “homem”. C) “outro”. D) “espaço”. E) “interior”. COMENTÁRIOS:
Nota da autora: Basta encaixar o termo
que o objeto direto do verbo lançar retoma.
Alternativa “a” – O termo “o esforço” é
sujeito do verbo ser: o esforço é legítimo.
Alternativa “b” – Perceba que existe
outro pronome pessoal junto ao verbo
im-pulsionar. Lê-se: quem é o homem, quais as
necessidades que impulsionam o homem e razões que lançam o homem na busca de realização.
Alternativa “c” – O pronome indefinido
refere-se ao homem: como o outro homem.
Alternativa “d” – Trata-se de um
adjun-to adverbial de lugar – no espaço social.
Alternativa “e” – Também é um adjunto
adverbial de lugar – no interior da família.
ALTERNATIVA CORRETA: B
12. (CESPE/ Cebraspe – Analista Judiciário – TJ PA – 2020 – adaptada) Cada uma das
op-ções a seguir apresenta uma proposta de rees-crita para o seguinte trecho: “Trata-se de uma condição que comporta riscos, pois, segundo Dufour, desaparece o motivo geracional.”9.
As-sinale a opção em que a proposta de reescrita apresentada mantém os sentidos originais e a correção gramatical do texto.
A) Isso se trata de uma condição que com-porta riscos, pois, segundo Dufour, desa-parece o motivo geracional.
9 Reflexões sobre a paternidade na pós-moder-nidade. Internet: <www.newpsi.bvs-psi.org.br> (com adaptações).
B) Segundo Dufour, trata-se de uma condi-ção que comporta riscos, pois desapare-ce o motivo geracional.
C) Trata-se de uma condição que comporta riscos pois, segundo Dufour, desaparece o motivo geracional.
D) Trata-se de uma condição que comporta riscos, visto que o motivo geracional, se-gundo Dufour, desaparece.
E) Se trata de uma condição que redunda em riscos, pois, segundo Dufour, o moti-vo geracional desaparece.
COMENTÁRIOS:
Nota da autora: É imprescindível
verifi-car os sentidos das conjunções: pois = expli-cação, é sinônima de visto que, uma vez que,
dado que; segundo = conformidade, é
sinô-nima de de acordo com, conforme, consoante.
Alternativa “a” – No trecho original, o
sujeito é indeterminado (trata-se) e não cabe a inserção de um sujeito pelo fato de haver o índice de indeterminação de sujeito. Isso
se trata: incorreto. Opções de correção: isso
trata ou trata-se.
Alternativa “b” – O sentido foi alterado:
“desaparece o motivo geracional” está ligado a Dufour. Ao reescrever a frase, a oração “tra-ta-se de uma condição que comporta riscos” é que está ligada a Dufour.
Alternativa “c” – A vírgula anteposta à
conjunção explicativa “pois” é obrigatória.
Alternativa “d” – A conjunção “pois” é
sinônima de visto que, como mencionado na nota, e a pontuação do período está perfeita.
Alternativa “e” – O pronome pessoal
oblíquo não pode iniciar uma frase: Trata-se.
ALTERNATIVA CORRETA: D
Fragmento de texto para responder à questão.
(...) Se o usuário aceitar repas-sar suas informações, o que pode acontecer, por exemplo, quando ele concorda com termos e condições de um aplicativo, as companhias
passam a ter o direito de tratar os dados (respeitada a finalidade espe-cífica), desde que em conformidade com a legislação. (...)10
13. (CESPE/CEBRASPE – Analista Judiciá-rio – TJ PA – 2020 – adaptada) Mantendo-se
a coerência e a correção gramatical do trecho, o verbo “aceitar” poderia ser substituído por A) consentir. B) prescindir. C) assistir. D) obstar. E) enjeitar. COMENTÁRIOS:
Alternativa “a” – Consentir: permitir,
aprovar, concordar, aceitar.
Alternativa “b” – Prescindir: dispensar,
desobrigar, isentar.
Alternativa “c” – Assistir: estar presente
em, observar.
Alternativa “d” – Obstar: dificultar,
impe-dir, proibir.
Alternativa “e” – Enjeitar: recusar,
aban-donar, reprovar.
ALTERNATIVA CORRETA: A
9.2. IBFC
Texto para responder às questões.
Sem direito e Poesia
Eis me aqui, iniludível. Inci-piente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os com as pa-lavras que lhes atribuem significa-do. Às vezes dá vontade ser assim, hermético. Talvez, porque eu sinta que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe harmonicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fa-zer entender. É que, talvez, a vida seja mesmo um mal entendido.
10 Internet: <www.agenciabrasil.ebc.com.br> (com adaptações).
Portanto, despiciendo as opini-ões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever em uma lín-gua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tran-co e jogo fora a chave do entendi-mento. Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do mundo nada entendo, por que razão deve-ria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compro-missos assumidos, tenho no ple-nilúnio um desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o re-creio em espírito. Na realidade. Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla. Teto alto. Prate-leiras rústicas com farta literatura e filosofia. Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo. Uma poltrona aveludada. Frio. Lareira acesa. Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não! Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega. Apenas eu. Apenas eu e o tempo. Cerrado na sala cerrada. Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imar-cescível seria tal momento. Mas a vida. A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a cria-tura humana é botão de rosa, ma-téria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo... Soerguendo--me... Sobrevivo...
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018_JUS Brasil)
01. (IBFC – Analista Judiciário – Área Ad-ministrativa – TRE PA – 2020) Com relação
ao emprego de elementos de referência, substituição, funcionalidade e repetição de conectores e de outros elementos da sequ-ência textual, analise as afirmativas abaixo. I. “Incipiente na arte da escrita, desfraldo
sentimentos vestindo-os com as palavras que lhes atribuem significado”. O prono-me em destaque faz referência ao vocá-bulo “sentimentos”.
II. “Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem co-mum”. O vocábulo em destaque é uma conjunção subordinativa com função ex-plicativa.
III. “Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento”. O vocá-bulo em destaque faz referência à pala-vra “vocabulário.
IV. “Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender”. A partícula “se” transforma os vocábulos em desta-que em verbos pronominais.
Assinale a alternativa que apresenta a se-quência correta de cima para baixo.
A) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corre-tas.
B) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas. C) Apenas as afirmativas II, III e IV estão
cor-retas.
D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
COMENTÁRIOS:
I. Certa: vestindo os sentimentos com as pa-lavras.
II. Errada: é uma preposição – liga palavras. III. Errada: eu me tranco no quarto, não no
vocabulário.
IV. Certa: basta conjugá-los e perceber que os pronomes também devem ser conju-gados: eu me comunico, tu te comunicas, ele se comunica; eu me faço, tu te fazes, ele se faz.
Alternativa "a" – II: errada. Alternativa "b" – II e III: erradas. Alternativa "c" – II e III: erradas. Alternativa "d" – II: errada. Resposta: B
02. (IBFC – Analista Judiciário – Área Ad-ministrativa – TRE PA – 2020) A linguagem
permite a comunicação de diferentes formas sem alterar o sentido da mensagem. Uma frase ou texto pode ser reescrito de maneira diversa e manter a ideia original. Tendo por base o enunciado abaixo, assinale a alternati-va que apresenta corretamente sua reescrita sem alteração de sentidos.
“Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compro-missos assumidos, tenho no plenilú-nio um desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural”.
A) Percebo o decesso aproximar-se, pelo au-ferir-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros apru-mados pelos compromissos assumidos, tenho na lua nova um desejo incompreen-sível de que haja vida no satélite natural. B) Sinto o abatimento aproximar-se, pelo
esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho na lua crescente um desejo inacei-tável de que haja vida no satélite natural. C) Identifico o definhamento aproximar-se,
pelo fenecer do fluido vital, e, sem tempo para a azáfama desejada, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um desejo inabalável de que haja vida na lua.
D) Sinto a morte aproximar-se, pelo esvair--se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho na lua cheia um desejo inalterável de que haja vida no satélite natural.
COMENTÁRIOS:
Nota da autora: É necessário saber o
sentido de “recreio” e de “plenilúnio”. Res-pectivamente: entretenimento, distração e lua
cheia, fase da lua que se define pela sua com-pleta iluminação.
Alternativa "a" – Plenilúnio não é lua
nova.
Alternativa "b" – Plenilúnio não é lua
crescente.
Alternativa "c" – Azáfama significa
ex-cesso de pressa, afobação, ou seja, é o
contrá-rio de recreio.
Alternativa "d" – Plenilúnio: lua cheia,
lua plena.
Resposta: D
Texto para responder à questão.
Projeto brasileiro pretende mapear genoma de 15 mil pesso-as para prever e tratar doençpesso-as
Por Filipe Domingues, G1/ 10/12/2019 12h00
Um projeto liderado por uma cientista brasileira vai identificar as principais características genéticas dos brasileiros para prever doen-ças e antecipar tratamentos. Lan-çada nesta terça-feira (10), em São Paulo, a iniciativa "DNA do Brasil" quer mapear o genoma de 15 mil pessoas de 35 a 74 anos de idade e se tornar o maior levantamento do tipo já realizado no país. A ideia é que em cinco anos já se tenham os primeiros resultados. "O desafio é entender quais variações genéticas
estão associadas a quais caracterís-ticas das pessoas", disse a pesqui-sadora Lygia da Veiga Pereira, da Universidade de São Paulo (USP), na abertura do projeto. "Nós somos o resultado do nosso genoma mais o nosso estilo de vida. O genoma é a receita do nosso corpo."
Além da geneticista, estão en-volvidos na parceria o Ministério da Saúde que oferecerá dados epide-miológicos da população brasileira por meio do projeto ELSA Brasil; organizações privadas como a Da-sa, empresa da área de saúde, que financiará e realizará o sequencia-mento das primeiras 3 mil amos-tras; a Illumina que vai fornecer os insumos e a Google Cloud que fará o armazenamento e proteção dos dados. As descobertas que os cien-tistas fizerem poderão ser traduzi-das em inovações tanto na área de pesquisa genética quanto nos diag-nósticos e tratamentos de doenças como o câncer, a hipertensão, o diabetes, depressão, esquizofrenia e algumas doenças raras. Ao des-cobrir que determinada proteína presente no corpo de uma pessoa permite manter o colesterol baixo, é possível "editar" o DNA do paciente para imitar o comportamento deste elemento. [...]
O diretor médico da Dasa, Gus-tavo Campana, lembrou que 80% das 8 mil doenças consideradas raras têm origem genética. Já os cânceres hereditários são de 5 a 12% dos casos. Portanto, além da previsão de tais doenças, o mape-amento dos genes e sua associação com as características da população brasileira podem permitir avanços em "terapêutica gênica", ou seja, métodos de tratamento que atuam diretamente nos genes
±
o mais fa-moso deles é o CRISPR, a técnica de edição do DNA. "Esse projeto é ummarco da genética populacional no Brasil," disse Campana. [...]
03. (IBFC – Técnico Judiciário – Área Admi-nistrativa – TRE PA – 2020) Analise as
afir-mativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) [...] "quer mapear o genoma de 15 mil pessoas". O termo em destaque faz re-ferência ao conjunto de todos os genes meramente de seres humanos.
( ) "O genoma é a receita do nosso corpo". O termo em destaque tem a função de objeto direto e indica uma característica do sujeito.
( ) [...] "a Illumina que vai fornecer os insu-mos. O termo em destaque faz referência a cada componente necessário para a re-alização da pesquisa.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
A) F, V, V. B) V, V, F. C) F, F, V. D) V, F, V.
COMENTÁRIOS:
(F) O genoma não faz referência a todos os genes: conjunto de genes transportado
pe-los cromossomos da espécie. O erro está ao
generalizar.
(F) O genoma (sujeito) é (verbo de ligação) a receita (predicativo do sujeito). (V) Os insumos são essenciais à pesquisa, são
componentes básicos e a a Google Cloud que fará o armazenamento e proteção dos dados.
Alternativa "a" – A segunda afirmação é
falsa também.
Alternativa "b" – A primeira e a segunda
são falsas; a terceira é verdadeira.
Alternativa "c" – Apenas a última
afirma-ção é verdadeira.
Alternativa "d" – A segunda afirmação é
falsa, e a terceira é verdadeira.
9.3. VUNESP
01. (Vunesp – Assistente de Gestão e Políticas públicas – Pref. Bragança Pau-lista – SP/2020) Assinale a alternativa que
atende à norma-padrão de concordância e pontuação.
A) Os países emergentes, estão à frente das nações desenvolvidas, quando o assunto é as tecnologias.
B) Para trazer mais segurança aos pleitos re-alizados, o Brasil e a Índia, estão utilizan-do a tecnologia.
C) Na pesquisa da empresa francesa Idemia ouviu-se 2800 pessoas que disseram uti-lizar a biometria.
D) No Brasil, 89% dos cidadãos utilizaram a biometria digital; na Índia, a voz e a íris são utilizadas.
E) Várias ferramentas de segurança estão sendo utilizado pelos bancos, inclusive, a biometria.
COMENTÁRIOS:
Nota da autora: Questão de reescrita de
frases, concordância e pontuação.
Alternativa "a" – Pontuação: não pode
existir vírgula entre sujeito e predicado = Os países emergentes (sujeito) estão à frente das nações desenvolvidas (predicado).
Con-cordância: o assunto são as tecnologias =
a concordância do verbo ser deve ser com o predicativo plural, não com o sujeito.
Alternativa "b" – Pontuação: não pode
existir vírgula entre sujeito e predicado = O Brasil e a Índia (sujeito) estão utilizando.
Alternativa "c" – Pontuação: faltou
vír-gula para demarcar a inversão da locução adverbial extensa = Na pesquisa da empre-sa franceempre-sa Idemia, ouviu-se.
Concordân-cia: o verbo ouvir é transitivo direto (ouve
alguém) e está seguido do pronome apas-sivador “se”. Isso indica que a oração está na voz passiva sintética e o verbo precisa concordar com o sujeito = ouviram-se 2800 pessoas (sujeito).
DICA: Caso haja dúvida, transponha a
oração para a voz passiva analítica (verbo ser + particípio): 2800 pessoas foram ouvidas.
Alternativa "d" – Pontuação: correta =
a primeira e a segunda vírgula indicam inver-são do adjunto adverbial. Concordância: correta = 89% dos cidadãos utilizaram; a voz e a íris são utilizadas.
Alternativa "e" – Concordância: várias
ferramentas estão sendo utilizadas.
Resposta: D
Texto para responder à questão.
Emergentes à frente
As tecnologias de segurança digital por meio de biometria estão evoluindo para coibir roubos e frau-des, seja nas contas bancárias, seja nas eleições. Isso acontece princi-palmente em países emergentes, que, nesse quesito, estão à frente de nações desenvolvidas. Grandes de-mocracias, como o Brasil e a Índia, estão utilizando a tecnologia para trazer mais segurança aos pleitos. Por aqui, 67% do eleitorado já ca-dastrou as impressões digitais para se identificar na hora do voto, se-gundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Não é por acaso, portanto, que uma pesquisa realizada pela empresa francesa Idemia, que ouviu 2 800 pessoas em 11 países, apon-tou que 89% dos brasileiros utiliza-ram a biometria digital em algum momento da vida. Trata-se do maior índice do mundo – a proporção cai para 48% nos Estados Unidos. No reconhecimento de voz e íris, a Ín-dia lidera. Os bancos também têm adotado a biometria como mais uma ferramenta de segurança. Isso faz com que as populações emer-gentes confiem mais nesse tipo de tecnologia.