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Agência de Desenvolvimento Económico Local de Sofala

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Academic year: 2021

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ADEL-SOFALA

M O Ç A M B I Q U E–Á F R I C A

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Agência de Desenvolvimento Económico Local de Sofala

RESULTADOS DO ESTUDO DE IMPACTO

2009, Distritos da Beira, Dondo e Nhamatanda

Rua Pêro de Covilhã N.º 1005, Matacuane; Tel. 258 23 362142, 84.3621420 : adelsofala@tdm.co.mz www.adelsofala.org.mz

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1. Caracterização dos respondentes

Em total, 312 pessoas responderam o questionário. A distribuição dos respondentes foi de 63% de mulheres e de 37% homens, reforçando assim a constatação de que as mulheres normalmente constituem a maioria nos programas de micro-finanças no mundo.

Gráfico 1: distribuição dos respondentes por sexo

Os dados do questionário também nos permitem fazer uma análise dos respondentes em termos de sexo e idade. Analisando estes dados, constatamos que entre os respondentes do questionário, as mulheres em geral apresentam maior idade do que os homens, o maior grupo de homens se encontrando na faixa de 30–39 anos, e o maior grupo de mulheres na faixa de 40–49 anos.

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Com o objetivo de ter uma primeira ideia do número de beneficiários do programa de micro-finanças, analisamos o número de agregados para cada respondente do questionário, sendo o número de familiares e parentes que dependem de alguma forma das atividades econômicas desta pessoa. Para os respondentes do questionário, o número médio de agregados é de 6,7, sendo a distribuição assim:

Gráfico 3: distribuição dos respondentes por número de agregados

Analisando as profissões dos respondentes, chegamos à conclusão que a maioria deles se auto-declara como camponês e/ou negociante, havendo também uma presença significante dos grupos de empregados assalariados e de professores.

Gráfico 4: distribuição dos respondentes por profissão

Por fim analisamos os respondentes por localidade, agrupados também pelos distritos de Beira (azul), Dondo (vermelho) e Nhamatanda (verde).

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Gráfico 5: distribuição dos respondentes por localidade

2. As poupanças

Dentro da metodologia da ASCA, cada membro do grupo faz uma poupança obrigatória, com uma periodicidade que pode ser semanal, quinzenal ou mensal. Tanto a periodicidade como o valor mínimo desta poupança são decididos pelo grupo ao início de cada ciclo.

Através dos questionários pudemos constatar que a grande maioridade dos grupos (65%) tem umm regime de poupanças mensais, tendo 31% dos grupos poupanças semanais e 4% dos grupos poupanças quinzenais.

Gráfico 6: distribuição das periodicidades das poupanças

Analisando os valores mínimos da poupança, vemos que são os mais frequentes os valores de 100 Mt/mês e de 20 Mt/semana.

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Gráfico 7: distribuição do valor mínimo da poupança

Também na metodologia da ASCA, cada grupo tem um ciclo, sendo após da conclusão do ciclo o valor total poupado, agregado com os lucros provindos dos juros e das multas, é distribuído entre os membros do grupo, em proporção ao valor da sua poupança. A duração do ciclo também é decidida pelo grupo.

Os dados levantados na pesquisa mostram que a maior parte dos grupos (56%) segue um ciclo de 6 meses, havendo também a existência de ciclos de 9 meses (6%) e de um ano (38%).

Gráfica 8: distribuição da duração dos ciclos

Outro dado importante é em qual ciclo estão os grupos, já que está previsto dentro da metodologia que o envolvimento da ADEL Sofala na capacitação e no acompanhamento dos grupos é maior durante o primeiro ciclo, para diminuir no segundo e terceiro ciclo, até os grupos se tornarem independentes no quarto ou quinto ciclo, quando podem prosseguir com um envolvimento mínimo da ADEL Sofala. A pesquisa mostra que 32% dos grupos se encontra no primeiro ciclo, 54% no segundo e 14% no terceiro.

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Gráfico 9: distribuição dos grupos por número de ciclo

3. O fundo social

Dentro da ASCA existe a possibilidade dos grupos constituírem um fundo social, onde os membros depositam periodicamente um valor pequeno em dinheiro, e que pode ser usado por qualquer membro em caso de emergência, sujeito à decisão do grupo.

A pesquisa mostra que 39% dos grupos dispõem de um fundo social.

Gráfico 10: distribuição dos grupos por existência de um fundo social

O fundo social pode ser usado para uma variedade de emergências, dependendo da decisão do grupo. Os tipos de emergências mais frequentes que justificam o uso do fundo social são despesas hospitalares, despesas relacionados ao falecimento, e calamidades (cheias, incêndios...) Dependendo do grupo, o fundo social pode ser usado por uma ou uma combinação destas modalidades.

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Gráfico 11: finalidades do fundo social

Os grupos que não têm um fundo social, levantaram vários motivos pela sua ausência. O motivo mais importante é a falta de interesse (53%), seguido por falta de conhecimento (25%) e falta de coordenação (13%).

Gráfico 12: motivos pela não existência de um fundo social

4. Os créditos

A pesquisa mostra que o crédito é um atrativo forte dos grupos ASCA. 99% dos respondentes indicou que já fez algum crédito dentro do grupo, restando entre os entrevistados só duas pessoas que não o fizeram. Questionados sobre o motivo porque não fizeram crédito, uma pessoa indicou que não o fez por falta de capacidade, a outra pessoa por sentimentos de medo.

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Gráfico 13: proporção dos entrevistados que fizeram crédito no grupo

Dentro da metodologia ASCA, o grupo estabelece o valor mínimo e o valor máximo do crédito que um membro pode levar. Mais comuns são as valores mínimos mais comuns são de 500 Mt, 200 Mt e 1000 Mt.

Gráfico 14: distribuição dos valores mínimos para o crédito

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Gráfico 15: distribuição dos valores máximos para o crédito

Os grupos também decidem as modalidades de pagar o crédito. A pesquisa mostra que 46% dos créditos são pagos na totalidade, 23% em duas prestações, 19% em três prestações e 11% através de um valor mínimo.

Gráfico 16: as modalidades de pagamento do crédito

5. Os benefícios do crédito

Quando lhes perguntamos sobre o uso do crédito, os respondentes indicaram que a sua utilização se divide principalmente entre despesas de casa, despesas escolares e os custos relacionados ao empreendedorismo (pequenos negócios, trabalhos na machamba). O uso para adquisição de bens de consumo (televisão, celular) é relativamente baixo.

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Gráfico 17: distribuição da utilização do crédito

Para cada forma de utilização do crédito, também perguntamos pelo número de beneficiários diretos e indiretos que o uso de de crédito traz consigo (por exemplo familiares ou empregados). Constatamos que a média de beneficiários para cada crédito é de 5,9, indicando que os créditos oferecidos pelos grupos ASCA têm um efeito multiplicador significante.

Também constatamos que o número de beneficiários é maior (ca. 6 beneficiários) para o uso na construção de habitação, nas despesas da casa, no pequeno negócio ou na maxamba. Para o uso nas despesas escolares e na aquisição de bens, o número de beneficiários é reduzido (ca. 3 beneficiários).

Gráfico 18: média do número de beneficiários para cada tipo de utilização do crédito

Das pessoas que usaram o crédito para o empreendedorismo, 98% respondeu que o negócio trouxe rendimento para família, indicando que os grupos de poupança e crédito constituem uma estrategia que traz um benefício real para as famílias necessitadas.

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Gráfico: 19 proporção dos entrevistados que indicaram que o negócio traz rendimento para a sua família

Perguntamos às pessoas também para expressar nas suas próprias palavras quais são o benefícios que o crédito traz para o seu negócio, e para a sua família. As respostas mostram que o microcrédito traz um benefício real para as famílias. As respostas mais frequentes eram:

“O crédito ajuda para comprar mais materiais e mais mercadoria para o negócio, e tornar o negócio mais sustentável.”

“O crédito e o negócio me ajudam para poupar mais dinheiro.”

“O crédito e o negócio me ajudam nas despesas da casa: vestuário, comida...”

“O crédito e o negócio me ajudam para as despesas da escola dos filhos: materiais escolares etc.”

Às pessoas que usaram o crédito para os trabalhos na machamba, perguntamos especificamente de qual maneira gastaram o dinheiro dentro desta modalidade. Reparamos que o uso mais frequente do crédito para os trabalhos na machamba é para pagar trabalhadores. Isto significa que o sistema ASCA tem um efeito positivo para o emprego na região.

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Dentro da metodologia ASCA, no final de cada ciclo de 6, 9 ou 12 meses, o valor total da poupança agregado pelos lucros, é distribuído entre os membros do grupo. Também perguntamos pela utilização que os membros fazem desta distribuição do fim do ciclo. Constatamos que o uso mais frequente desta utilização é para as propinas escolares e para o pequeno negócio.

Gráfico 21: utilização da distribuição do fim do ciclo

6. Avaliação do programa

Dos entrevistados, 79% avaliaram o programa de poupança e crédito oferecido por ADEL Sofala como “muito bom”, e 21% o avaliaram como bom. Nenhum entrevistado indicou que o programa “não é interessante”.

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Por fim, perguntamos quais são as limitações que os entrevistados enxergam do programa. Isto constitui informações importantes para poder melhorar o programa no futuro. Das respostas conseguimos tirar as seguintes recomendações:

Obrigar os membros do grupo para tirar um crédito. Conceder créditos a pessoas de confiança fora do grupo. Abrir uma conta bancária para guardar o dinheiro.

Referências

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