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Com a pressão do PP, é delicada a situação de Mário Negromonte(PP) no Ministério das Cidades

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Deputado Federal Mário

Negromonte, Ministro das Cidades

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Ministro das Cidades, Mário Negromonte

Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA 10/10/2011 - 16:33

Com a pressão do PP, é delicada a situação de

Mário Negromonte(PP) no Ministério das

Cidades

Antônio Galdino

"Tá confirmado. Serei anunciado dia 15 e tomarei posse logo após a diplomação da presidente Dilma". Ouvi essa resposta do Deputado Mário Negromonte, à minha indagação ainda na entrada do Portão 9 do Aeroporto de Brasília quando tomávamos o avião da TAM, vôo 3560, de Brasília para Salvador, dia 9 de Dezembro, quinta-feira.”

Claro que a nomeação de um ministro desta sofrida região sertaneja gerou em todos a grande expectativa de solução para grandes e pequenos problemas regionais.

Em 21 de dezembro de 2010, ao noticiar a indicação do Deputado Federal Mário Negromonte para o Ministério das Cidades, o G1, o importante portal da Globo, o apresenta como um político que “exerceu por quatro vezes o cargo de deputado federal e foi reeleito pelo PP da Bahia nas eleições de outubro. Aos 60 anos, foi escolhido para ocupar o Ministério das Cidades no governo Dilma Rousseff após ter sido ponto de apoio na relação de ex-ministro do PP com o Congresso.”

O Portal da Globo também informa a trajetória política do novo Ministro, sua passagem pelo PMDB(1986-1988), PSDB(1988-2001), PPB(2001-2003) e a sua chegada ao PP (2003) e que ele “liderou o Partido Progressista (PP) na Câmara nos últimos quatro anos (2006-2010)”.

Diz o G1, naquela época (21/12/2010) que Mário Negromonte, além de ter sido Secretário de Transporte de Salvador, (na gestão de Lídice da Mata, hoje Senadora pelo PSB da Bahia), “É o atual vice-presidente Nacional do Partido Progressista, presidente do Diretório Estadual

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Antônio Galdino

Ministro das Cidades, Márcio Fortes (dir), no palanque de Ena Vilma, na Quixaba (setembr/2008)

Antônio Galdino

Governador Jaques Wagner no palanque dos Mários e Ena Vilma, em

Glória(setembro/2008)

do PP na Bahia e presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados”.

A matéria do G1 é encerrada com a informação “É também apontado como um bom articulador e foi considerado um dos pontos de apoio na gestão do ex-ministro Márcio Fortes, que chegou a passar por períodos de desgastes com os deputados durante sua gestão no governo Lula.” Ou seja: a prática do desgaste de ministro de sua legenda parece ser um exercício constante dos deputados pepistas.

Durante a sua campanha para Deputado Federal em 2010, associada à campanha do filho Mário Júnior para a Assembleia Legislativa da Bahia e da esposa Vilma Negromonte para a Prefeitura de Glória-BA, Mário Negromonte pôde demonstrar o seu prestígio ao trazer para o palanque o Governador Jaques Wagner (em comício na sede) e o então Ministro das Cidades Márcio Fortes (em comício no povoado Quixaba), hoje tido como seu maior desafeto, o preferido de Dilma para continuar naquela pasta, conforme divulgou toda a imprensa na época e confirma a revista ISTOÉ desta semana (dição 2187, de 12/10/2011 – pág.50)

O prestígio do Deputado Mário Negromonte, que liderou por quatro anos uma bancada de mais de 40 deputados federais, também se comprovou na política regional, o que levou o filho a ser o segundo mais votado na Bahia, com mais de 100 mil votos, ele próprio ser reeleito, pela quinta vez, também com mais de 160 mil votos e ainda eleger a esposa prefeita de Glória com grande diferença sobre o seu opositor, o prefeito Policarpo que tentava a reeleição.

No governo da Bahia(PT), o Deputado Negromonte conseguiu colocar correligionários em secretarias importantes e outros cargos.

A nomeação de Mário Negromonte para o Ministério das Cidades, mesmo esse órgão sofrendo um corte de quase 9 bilhões de reais do seu orçamento, que ainda assim continuou o 3º maior do país, encheu de expectativas os moradores desta sofrida região sertaneja, desde Abaré, Rodelas, Chorrochó, até Santa Brígida, Cel. João Sá, Pedro Alexandre, Jeremoado, passando por Glória, onde a prefeita é sua esposa e Paulo Afonso, maior polo de desenvolvimento regional, com 110 mil habitantes e mais de 70 mil eleitores, onde o Ministro tem uma bela casa na principal Avenida da cidade.

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Presidente Dilma entrega ao Ministro Mário Negromonte a comenda Barão do Rio Branco

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Ministro das Cidades, Mário Negromonte

A pedido do próprio Ministro das Cidades, o prefeito Anilton Bastos, então ainda filiado ao DEM (de onde saiu recentemente para o PDT, partido da base do governador Wagner), esteve em Brasília várias vezes e deixou nas mãos do Ministro Mário Negromonte vários projetos de melhoria para esta cidade, dentre eles a duplicação da ponte sobre o canal da barragem de PA-IV, que exige uma ação imediata para se evitar uma tragédia, e outros como a Orla do Canal, revitalização dos lagos e acessibilidade, até hoje sem informação de andamento.

De repente o Ministério das Cidades e seu ministro, Mário Negromonte, começaram a merecer espaços cada vez maiores e frequentes, nos principais veículos da mídia nacional. Quando todos apontavam para sua queda iminente, a presidente Dilma lhe concede, em cerimonia pública, a comenda Barão do Rio Branco, que soou como um gesto de apoio. Mas as pressões continuaram e por trás das notícias estavam os próprios colegas deputados, ex-liderados do atual ministro.

O “fogo amigo”, as pressões dos próprios deputados do PP, o desconforto e a relação tumultuada entre os pepistas, liderados por quatro anos pelo atual Ministro, esse mal-estar doméstico, ganhou as páginas dos principais e mais influentes órgãos da imprensa nacional, onde o ministro passou a ser alvo de notícias de uma agenda nada positiva.

Uma entrevista do Ministro Mário Negromonte, dizendo que os deputados do seu partido “não tinham currículo mas folha corrida” e que falava em “sangue em briga de irmãos”, acirrou ainda mais os ânimos. E a cada momento, mesmo com a intensa ação dos “bombeiros”, aparece um novo motivo “para a degola” do ministro, chamado de “fantasma” pelos pepistas. As negociações para a permanência do Ministro Mário Negromonte no importante Ministério da Cidades passam a encontrar resistência no próprio palácio, onde a Presidente Dilma não parece nada satisfeita, como diz a revista ISTOÉ.

O jornal A TARDE, de domingo, 09 de outubro, traz matéria assinada por Gerson Camarotti, da Agência Globo de Brasília, onde diz que “Apesar da pressão da bancada do PP na Câmara pela substituição do ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), a decisão da presidente Dilma é mantê-lo até a reforma ministerial que deve ocorrer em janeiro. A não ser que surja fato novo e forte, a presidente não quer ter o desgaste de nova troca no primeiro escalão só porque os deputados do PP querem. Mas já há o reconhecimento no núcleo palaciano de que Negromonte perdeu a sustentação do partido e que sua situação é delicada”

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O jornalista informa ainda que “A insatisfação da bancada foi comunicada ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, pelo novo líder do partido, o deputado Aguinaldo Ribeiro(PP-PB)”. Acrescenta a matéria que Gilberto Carvalho teria dito que “o Brasil tem um regime presidencialista, e não parlamentarista. E que os partidos não têm autonomia para tirar os ministros do governo Dilma.” E disse ainda Gilberto Carvalho “Já falei ao PP que não é assim. Isso não é um parlamentarismo. A decisão é da presidente Dilma. Não dá para ficar tirando e botando(ministro) a toda hora”.

A Revista ISTOÉ, edição 2187, de 12/10/2010, pág. 50, relata que “Mário Negromonte deixa de usar R$24 milhões em obras, irrita correligionários e a presidente Dilma, e perde sustentação política”

Esse dinheiro, segundo a revista, de emendas parlamentares de deputados do PP deixou de ser empenhado pelo Ministério das Cidades porque “o contrato de prestação de serviços entre o ministério e a Caixa Econômica simplesmente caducou, bloqueando assim os repasses federais para dezenas de obras em todo o país.”

O jornalista Cláudio Dantas Sequeira, diz ainda que quando assunto foi levado à presidente Dilma, “ela esbravejou: ‘Quando o Marcinho (Márcio Fortes) e sua equipe estavam lá o ministério rodava direitinho. Agora é essa letargia” Diz ainda o jornalista que “Dilma se mostrou preocupada com o que chamou de “falta de gestão” de Negromonte e, ao fim do encontro, deixou clara sua intenção. “Precismos trocá-lo”.

Diz ainda o jornalista da ISTOÉ, sobre a falta da liberação do dinheiro das emendas parlamentares, que o líder da bancada do PP ouviu da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati: “Eu fiz a minha parte”, transferindo a responsabilidade para o ministério das Cidades.

Sobre a falta de sustentabilidade do ministro Mário Negromonte no ministério das Cidades, a ISTOÉ revela que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que teria intercedido pela indicação do ministro das Cidades hoje teria dito “que se equivocou, ao avalizar a indicação”. Segundo a revista, “Além de perder o apoio da bancada, o ministro das Cidades está sendo abandonado por um seus principais fiadores no governo. O governador da Bahia, Jaques Wagner(PT) já avisou que não quer o seu nome associados “às trapalhadas” de Negromonte e o excluiu de seu projeto político para as eleições de 2012”.

Em agosto, quando esteve em Paulo Afonso, não foi esta a posição do governador que, ao contrário, disse que não abandonaria os companheiros de primeira hora.

A revista conclui falando de conversa de Mário Negromonte com o ex-presidente da Câmara, “quase três horas de conversa no 14º andar do Ministério das Cidades, após o que Severino o aconselhou a reassumir seu mandato de deputado federal”. Não deve ser nada confortável viver

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sobre uma pressão dessas.

É certo que, deixando o ministério, o deputado retomará o cargo de deputado federal que conquistou com 169.209 votos, o sexto melhor colocado na Bahia. Mas, como vai ficar a relação com o governo da Bahia? E que clima vai encontrar na bancada do PP na Câmara Federal? E que desdobramentos vão acontecer na região que o elegeu e que, por sua influência também levou a eleição do filho Mário Júnior, com mais de 100 mil votos, o segundo mais votado da Bahia e de sua esposa, à Prefeitura de Glória?

Em Carta Aberta, o ministro das Cidades, fala dessa “briga interna de partido, pela disputa da liderança do PP na Câmara, acabou tomando as páginas dos jornais e revistas, provocando muitos mal-entendidos” e afirma que “no jeito nordestino de ser e de me expressar, posso tropeçar nas palavras, mas nunca na moral e na ética” e assegura “quero pisar no chão da Bahia sentindo que aqui é o meu lugar e para cá sempre quero voltar, com a sensação do dever cumprido...”

Considerando que às eleições de 2012, para vereadores e prefeitos, já estão às portas e que, dessas eleições vai-se formar a base para 2014, elegendo-se deputados, senadores, governadores, presidente da República, todos esses acontecimentos que envolvem um ministro de Estado, desta região, serão avaliados, por todos os ângulos, por todos os políticos, candidatos a prefeito e a vereadores, mas também por sociólogos, administradores, economistas, cientistas políticos e, claro, pela imprensa e pelos eleitores.

Referências

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