Segurança nos Cuidados de Saúde – Pilar Essencial da Segurança
Projeto Cirurgia Segura Salva Vidas
-Perspetiva de um Anestesiologista
Rosário Orfão
Anestesiologista – CHUC – Coimbra
•
Morbilidade e mortalidade peri operatórias
•
Anestesiologia e segurança
•
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
e Team Building
•
Constrangimentos no preenchimento e monitorização
•
Conclusões
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
Morbilidade e Mortalidade Peri operatórias
Revisão sistemática 70 000 registos de doentes
9.2% Incidência de eventos adversos no hospital
43.5% evitaveis
56.3% destes sem nenhuma limitação ou muito
ligeira
7.4% de eventos fatais
39.6% relacionados com a cirurgia
15.1% de causas médicas
Guy Haller, Morbidity in anaesthesia: Today and tomorrow in Eur. J. Anaesthesioly 2010;27:592–597
Perspetiva de um Anestesiologista
Morbilidade e Mortalidade Peri operatórias
Perspetiva de um Anestesiologista
Morbilidade e Mortalidade Peri operatórias
Perspetiva de um Anestesiologista
5
1 em 170–500
doentes tem complicações severas
perioperatórias com
lesão permanente
1 por 100 000 doentes
morre por causa atribuível à
anestesia
Eventos adversos sem consequências muito mais
frequentes mas número exato é desconhecido, apontado
18 -22%
Eventos indesejáveis devem ser prevenidos não só
porque significam má prática mas porque têm sido
ligados a problemas subsequentes mais graves, intra e
pós operatórios
Jannicke Mellin-Olsen, Sven Staender, David K. Whitaker and Andrew F. Smith in European Journal of Anaesthesiology 2010, Vol 27 No 7
Morbilidade e Mortalidade Peri operatórias
Principais causas identificadas são:
má avaliação pré operatória,
deficientes cuidados pós operatórios
erro humano
trabalho de equipe inadequado
Guy Haller, et col
.
Best Practice & Research Clinical Anaesthesiology 25 (2011) 123–132Perspetiva de um Anestesiologista
•
Morbilidade e mortalidade peri operatórias
•
Anestesiologia e segurança
•
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
e Team Building
•
Constrangimentos no preenchimento e monitorização
•
Conclusões
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
Anestesiologia e Segurança
Segurança do Doente é Preocupação Major dos Anestesiologistas • 1982-Fundação para a Segurança Anestésica do Doente
• 2010 - Declaração de Helsinki
• 2012 - Coimbra - Carta da Anestesiologia e direitos do cidadão
• 2013 – Barcelona – Safety Starter Kit e European Safety Foundation com todos os stakeholders
Perspetiva de um Anestesiologista
2010 - Declaração de Helsinki
• As conquistas do passado permitiram que a
Anestesiologia fosse percepcionada como segura mas,
não devemos ser complacentes quando ainda há muito
para fazer.
• Os utentes são cada vez mais idosos e doentes
• As cirurgias mais complexas.
• É maior a pressão para aumentar a produtividade
• Há novos farmacos e equipamentos
Tudo fontes potenciais de dificuldades acrescidas para
o trabalho do anestesiologista
2010 - Declaração de Helsinki
• Em resposta às crescentes dificuldades, e à complexidade do ambiente de trabalho o European Board of Anaesthesiology (EBA) e a European Society of Anaesthesiology (ESA), elaboraram a
Declaração de Helsinki on Patient Safety in Anaesthesiology.
• Assinada pela EBA, ESA, WorldHealth Organization (WHO), a World Federation of Societies of Anaesthesiologists (WFSA), a European Patients’Federation (EPF) o Comité das Sociedades Nacionais de Anestesiologia (NASC) no Euroanaesthesia meeting em Helsinki in June 2010.
2010 - Declaração de Helsinki
Marco na Segurança do doente
Com objetivos simples, ambiciosos e fortes
Uma opinião partilhada por toda a Europa sobre o que
vale a pena fazer
Espera-se
que
todas
as
instituições
europeias
de
Anestesiologia apliquem a
iniciativa da
WHO
Cirurgia
Segura Salva Vidas incluindo a Checklist da Cirurgia
Segura
Perspetiva de um Anestesiologista
2012 - Coimbra – Dia Mundial da Anestesiologia
Perspetiva de um Anestesiologista
12
Carta da Anestesiologia e Direitos do Cidadão
O médico anestesiologista é perito nas áreas da Anestesia
para procedimentos cirúrgicos e exames complementares,
Medicina Perioperatória…….. É o médico
responsável
pela segurança do cidadão doente nas situações
críticas
e de
grande vulnerabilidade
, no âmbito das suas
competências.
2012 – Coimbra - Carta da Anestesiologia
e Direitos do Cidadão
Perspetiva de um Anestesiologista
13
Ato anestesiológico de qualidade e seguro
• Cuidados peri-operatórios prestados por um anestesiologista;
• Vigilância intraoperatória assegurada por um anestesiologista que controle as suas funções vitais;
• Vigilância pós-operatória em Unidades de Cuidados Pós-anestésicos, onde o anestesiologista possa dar continuidade à prestação de cuidados relacionados com a recuperação das funções vitais e com o controlo da dor;
• Avaliação e orientação no pós-operatório em consulta de follow-up, por anestesiologistas.
2013 – Barcelona – Safety Starter Kit
•
Para fornecer
recursos que promovam a
segurança aos hospitais, departamentos
de
Anestesiologia e Sociedades Nacionais
a
implementar
a
Declaração
de
Helsinki,
particularmente aos que ficam em países com
maiores dificuldades
•
European Safety Foundation com todos os
stakeholders
Perspetiva de um Anestesiologista
2013 – Barcelona – Safety Starter Kit
1 - Artigos seleccionados - Best practice in Anesthesiology 2 – Guia Básico para a segurança do doente
3 – Sistema de Registo de segurança para Departamentos de Anestesiologia 4 - Declaração de Helsínquea
5 - Alertas para os anestesiologistas sobre eventos adversos
6 - Power point sobre segurança, limites humanos em sala de operações, relato de incidentes criticos….
7 - Power point da ESA e WHO sobre erros com farmacos, boa comunicação e trabalho
de equipe, simulação e engaging com os doentes e cuidadores e compreensão do risco clinico
8 - Checklists para a emergência na sala de operações, para situações
especificas como o recém nascido, a anafilaxia, hipertensão, hipotensão…
9 -
Checklist da Cirurgia Segura da WHO
10 –Lista de links para fontes importantes da InternetPerspetiva de um Anestesiologista
•
Morbilidade e mortalidade peri operatórias
•
Anestesiologia e segurança
•
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
e Team Building
•
Constrangimentos no preenchimento e monitorização
•
Conclusões
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
•
Team Briefing
•
Sign In
•
Time Out
•
Sign Out
•
Team Debriefing
Estratégias de Dinamização e melhoria do trabalho em equipa, com ênfase primordial na comunicação interprofissional, das equipas cirurgicas (norma Nº 002/13 da DGS de 2/2/13 atualizada em 25/06/13)
Perspetiva de um Anestesiologista
Comunicação interprofissional das equipas
Processo dinâmico
Partilha de responsabilidade, valores e princípios
Baseada em respeito, honestidade e confiança mútua
valorizando a perspetiva de todos os profissionais
Interdependência entre os profissionais para atingir um objetivo comum
Poder partilhado entre os diversos elementos de
•
Morbilidade e mortalidade peri operatórias
•
Anestesiologia e segurança
•
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
e Team Building
•
Constrangimentos no preenchimento e monitorização
•
Conclusões
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
Constrangimentos no preenchimento
• Grandes hospitais com salas de operações
dispersas em vários serviços
• Não existência de suporte informático em
algumas das salas operatórias
• Preenchimento passivo sem verdadeiro diálogo
na equipa
• Erros de interpretação dos vários itens
• Menorização da checklist pelos mais
responsáveis
Salas de operações dispersas em diferentes
locais do hospital
• CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
• Polo HUC - Hospitais da Universidade de Coimbra • Polo HG - Hospital Geral
• Polo Hospital Pediátrico
• Polo Maternidade Bissaya Barreto
(Maternidade Daniel de Matos pertence aos HUC)
Serviço de Anestesiologia único com médicos a trabalhar em todos os blocos operatórios
Salas de operações dispersas em diferentes
locais do hospital
• CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
-Polo HUC
- Hospitais da Universidade de Coimbra
Edifício Central
• 14 s. de operações - 12 bloco central e 2 bl urgência – um diretor • 10 salas em 4 s. cirúrgicos do menos 3 ao 10º andar – 4 diretores Maternidade Daniel de Matos 2 salas e mais outro diretor de bloco Pavilhões de Celas - 7 salas de operações – 3 diretores de bloco
Salas de operações dispersas em diferentes
locais do hospital
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
Polo HG - Hospital Geral –inclui a Unidade de
Ambulatório –
1 diretor
• Polo Hospital Pediátrico
- 1 diretor
• Polo Maternidade Bissaya Barreto -
1
diretor• 12 Diretores de Bloco operatório diferentes
Salas de operações dispersas em diferentes
locais do hospital
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
Cirurgia Maxilo Facial (um exemplo)
• Opera em 3 blocos diferentes: no bloco operatório do próprio do serviço em Celas, no bloco central dos HUC e no de Ambulatório do HG.
• Taxas de preenchimento da Checklist totalmente diferentes (de 0 a 99%)
Maioria dos Serviços Cirúrgicos opera no bloco da Unidade de Ambulatório e noutro
Salas de operações dispersas em diferentes
locais do hospital
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra
Obstetrícia - 2 Maternidades com culturas diferentes
–
• Numa, checklist em papel, sem computador na sala de
operações integrada num polo com sistema de
informação contratualizado com empresa privada
• Outra com o SAMS funcionante e checklist
Constrangimentos no preenchimento
Preenchimento passivo sem verdadeiro diálogo na equipa Erros de interpretação dos vários itens
• O doente possui: Alergia conhecida?
• Risco de perda > 500ml de sangue (7ml/Kg em
crianças)?
• Se sim - 2 acessos e administração de fluidos
planeada
• Instituído protocolo de profilaxia de TEP?
Constrangimentos no preenchimento
• Via aérea difícil ou risco de aspiração?
• Se sim, existe equipamento/assistência
acessível?
• Importante existência de normas de atuação,
de equipamento, checklist de verificação
Constrangimentos no preenchimento
Manual Utilização da Checklist é muito claro e explicito
• No sign out refere ..Finalmente a equipa reverá o planeamento do
pós operatório imediato e recobro antes da transferência do doente da sala de operações.
• O EuSOS grande estudo europeu internacional Pearse RM e col, Lancet 2012;22)
refere taxa de mortalidade pós operatória superior à esperada.
Incidentes são mais frequentes de dia (90%), em doentes ASA 1 e 2 (75%), sendo os respiratórios ou de via aérea (43%),
cardiovasculares (24%), erros com fármacos (11%).Curarização residual na PACU pode chegar a 40%.
• Normas de Conduta para Pós operatório – recomendável que
UCPA funcione 24h exceto se UMI substituir. Um anestesiologista deve estar imediatamente disponível e no mínimo duas enfermeiras sempre que esteja um doente na UCPA.
Constrangimentos na Monitorização
Indicadores de processo:
Taxa de utilização
Taxa de listas com falhas registadas
Taxa de não conformidades
Constrangimentos na Monitorização
• Grandes hospitais com
salas
de operações
não
consideradas
?
blocos diferentes podem ter
realidades diferentes
• Disparidade de
sistemas de informação
nos vários
hospitais
• Qualidade e rigor do preenchimento
• Preenchimento em papel nem sempre contabilizado
• Quem introduz os dados da ficha em papel? –
Constrangimentos na Monitorização
• Duplicação de registos operatórios
/ Aplicação
que permite que cirurgião que tem que fazer
registo operatório crie nova ficha
• Anestesiologista não regista fim da anestesia,
quem fecha registo é cirurgião, pode haver
alterações com o doente depois, que não são
registadas.
Constrangimentos na Monitorização
Indicadores de resultado:
• Estão dependentes dos fatores dos indicadores
de processo
• Importância do índice de Apgar Cirúrgico na
estratificação do risco de complicações pós
operatórias, no
planeamento do pós operatório
•
Morbilidade e mortalidade peri operatórias
•
Anestesiologia e segurança
•
Checklist da WHO um instrumento para a segurança
e Team Building
•
Constrangimentos no preenchimento e monitorização
•
Conclusões
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
Conclusões
•
A verificação rotineira de itens de segurança,
associada a
melhor comunicação e dinâmica da equipa
diminuem a
morbilidade e mortalidade perioperatórias
•
A
Checklist para a Segurança cirurgica
quando bem
implementada
aumenta a segurança do doente
•British Journal of Anesthesiology, 30/5/2012–pag 1-8; A.Walker, S Reshamwalla
Perspetiva de um Anestesiologista
Conclusões
•
Contudo
introduzir
a
checklist
não
é
tão
straightforward como parece
•
Requere liderança, flexibilidade e trabalho de equipe
de uma forma diferente da que é correntemente
praticada
O trabalho futuro deve ser dirigido a assegurar a
implementação
efetiva
da
WHO
Surgical
Safety
Checklist, o que irá beneficiar os doentes numa escala
global
British Journal of Anesthesiology, 30/5/2012–pag 1-8; A.Walker, S Reshamwalla
Perspetiva de um Anestesiologista
Perspetiva de um Anestesiologista
O caminho faz-se caminhando
Rosário Orfão
Anestesiologista – CHUC – Coimbra