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CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO CRAS CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PASSOS-MG

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CARACTERIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS USUÁRIAS DO CRAS –

CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PASSOS-MG

Adriana de Souza Lima Queiroz Cynthia Silva Machado

RESUMO

Esta pesquisa se propõe a levantar dados como sexo, idade, escolaridade, nível sócio-econômico e quais os tipos de demandas são mais frequentes no CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, do bairro Novo Horizonte na cidade de Passos/MG, possibilitando,assim, a caracterização das famílias que são atendidas nesse serviço. Sabe-se que o serviço acima mencionado é um órgão de Proteção Social Básica da Política Nacional de Assistência Social – PNAS - e da Resolução CNAS nº 130, de 2005, que considera o Sistema Único de Assistência Social – SUAS.

1. Introdução

A família, por si só, não dispõe de condições básicas para garantir o seu desenvolvimento.Há necessidade de políticas públicas que visem à proteção e integração de seus membros: idoso, doente crônico, dependentes, crianças, jovens, desempregados. É bom lembrar que “tanto a família quanto o Estado desempenham papéis similares, em seus respectivos âmbitos de atuação: regulam, normatizam, impõem direitos de propriedade, poder e deveres de proteção e assistência. Tanto a família quanto Estado funcionam de modo similar, como filtros redistributivos de bem-estar, trabalho e recursos.”(CARVALHO, 2008)

O CRAS é caracterizado como a porta de entrada das políticas de assistência social no Brasil. Nele constitui-se a rede de proteção e promoção social que o governo federal vem implantando, evidenciando-se assim, a compreensão de que a assistência social é um dever do Estado, e em contrapartida, um direito do cidadão.

O CRAS é um lugar de convergência de diferentes ações e não se limita a um programa apenas. Ele faz parte de um programa de atenção integral à família, o PAIF, com acompanhamento das famílias participantes do programa Bolsa Família e dos que recebem o Benefício de Prestação Continuada, o BPC; e os serviços de convivência com programas de segurança alimentar e nutricional, também, com outras políticas sociais. Devido justamente a isso, o CRAS atua com mulheres, homens, crianças, jovens e idosos, reafirmando a

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importância da família e da comunidade na construção da autonomia e da segurança individual.

O CRAS Novo Horizonte tem uma área de abrangência de 4000 famílias e faz parte do município de Passos – MG, tendo uma população de 107619 habitantes, segundo o Censo Populacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realizado do ano 2010.

Este CRAS foi inaugurado em outubro de 2010 e está situado na Rua Jangada n˚ 82 no bairro Novo Horizonte e tem como objetivo atender famílias referenciadas no território deste bairro. O seu período de funcionamento é de 08h às 17h de segunda a sexta-feira.

De acordo com a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/ SUAS, a composição da equipe mínima de referência que trabalha no CRAS para a prestação de serviços e execução das ações no âmbito da Proteção Social Básica nos municípios é a seguinte:

1) Municípios de Pequeno Porte I – Até 2.500 famílias referenciadas: 2 técnicos de nível superior, sendo 1 assistente social e outro, preferencialmente, psicólogo; 2 técnicos de nível médio. 2) Municípios de Pequeno Porte II – Até 3.500 famílias referenciadas: 3 técnicos de nível superior, sendo 2 assistentes sociais e, preferencialmente, 1

psicólogo; 3 técnicos de nível médio.

3) Municípios de Médio, Grande, Metrópole e Distrito Federal - a cada 5.000 famílias referenciadas: 4 técnicos de nível superior, sendo 2 assistentes sociais, 1 psicólogo e 1 profissional que compõe o SUAS; 4 técnicos de nível médio.

Considerando-se a NOB - RH/SUAS, o CRAS Novo Horizonte possui como equipe de referência: um coordenador, cujo perfil é: técnico de nível superior, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios sócio-assistenciais, assistente social, psicólogo, pedagoga, educadores físico e social, recepcionista e estagiário de serviço social.

Fazem parte das funções dos profissionais que formam a equipe técnica:

1)Recepção e acolhimento de famílias, seus membros e indivíduos em

situação de vulnerabilidade social;

2) Oferta de procedimentos profissionais em defesa dos direitos humanos e sociais e daqueles relacionados às demandas de proteção social de

Assistência Social;

3) Vigilância social: produção e sistematização de informações que possibilitem a construção de indicadores e de índices territorializados das situações de vulnerabilidades e riscos que incidem sobre famílias/pessoas nos diferentes ciclos de vida. Conhecimento das famílias referenciadas e as

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beneficiárias do BPC - Benefício de Prestação Continuada e do Programa

Bolsa Família;

4) Acompanhamento familiar: em grupos de convivência, serviço sócio-educativo para famílias ou seus representantes; dos beneficiários do Bolsa Família, em especial das famílias que não estejam cumprindo as condicionalidades; das famílias com beneficiários do BPC; 5) Proteção pró-ativa por meio de visitas às famílias que estejam em situações de maior vulnerabilidade (como, por exemplo, as famílias que não estão cumprindo as condicionalidades do PBF), ou risco; 6) Encaminhamento para avaliação e inserção dos potenciais beneficiários do PBF no Cadastro Único e do BPC, na avaliação social e do INSS; das famílias e indivíduos para a aquisição dos documentos civis fundamentais para o exercício da cidadania; encaminhamento (com acompanhamento) da população referenciada no território do CRAS para serviços de Proteção Básica e de Proteção Social Especial, quando for o caso; 7) Produção e divulgação de informações de modo a oferecer referências para as famílias e indivíduos sobre os programas, projetos e serviços socioassistenciais do SUAS, sobre o Bolsa Família e o BPC, sobre os órgãos de defesa de direitos e demais serviços públicos de âmbito local, municipal, do Distrito Federal, regional, da área metropolitana e ou da micro-região do estado;

8) Apoio nas avaliações de revisão dos cadastros do Programa Bolsa Família, BPC e demais benefícios.

O conhecimento da legislação social é fundamental para o exercício profissional da equipe técnica do CRAS. Constituem, portanto, instrumento de trabalho dos profissionais, devendo ser parte integrante do processo de educação permanente, o que segue:

1)Constituição Federal de 1988;

2)Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS/1993; 3)Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA/1990; 4)Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004; 5)Política Nacional do Idoso - PNI/1994;

6)Estatuto do Idoso;

7)Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência/ 1989; 8) Legislação Federal, Estadual e Municipal que assegura direitos das

pessoas com deficiência;

9)Norma Operacional Básica da Assistência Social – NOB SUAS/2005; 10)Norma Operacional Básica de Recursos Humanos – NOB RH/2006;

11)Leis, decretos e portarias do MDS;

12) Fundamentos éticos, legais, teóricos e metodológicos do trabalho com famílias, segundo especificidades de cada profissão; 13)Legislações específicas das profissões regulamentadas; 14)Fundamentos teóricos sobre Estado, sociedade e políticas públicas

15)Trabalho com grupos e redes sociais

16) Legislação específica do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, Benefícios Eventuais e do Programa Bolsa-Família.

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De acordo com o Guia de Orientações Técnicas para a implantação do CRAS, os profissionais, além dos conhecimentos teóricos, devem ser aptos para: executar procedimentos profissionais para escuta qualificada individual ou em grupo, identificando as necessidades e ofertando orientações a indivíduos e famílias, fundamentados em pressupostos teórico-metodológicos, ético - políticos e legais; articular serviços e recursos para atendimento, encaminhamento e acompanhamento das famílias e indivíduos; trabalhar em equipe; produzir relatórios e documentos necessários ao serviço e demais instrumentos técnico-operativos; realizar monitoramento e avaliação do serviço; desenvolver atividades sócio-educativas de apoio, acolhida, reflexão e participação que visem ao fortalecimento familiar e a convivência comunitária.

De acordo com Sposat (2004, p. 81) “É fundamental entender que a assistência social, com os direitos sociais e humanos, opera por direitos coletivos e não só pelo alcance de individualidades”.

Os princípios éticos que devem orientar a intervenção dos profissionais da área de assistência social, segundo a NOB-RH/SUAS são:

1)Defesa severa dos direitos sócio-assistenciais; 2)Compromisso em ofertar serviços, programas, projetos e benefícios de qualidade que garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de

laços familiares e comunitários;

3)Promoção aos usuários do acesso à informação, garantindo conhecer o nome e a credencial de quem os atende; 4) Compromisso em garantir atenção profissional direcionada para construção de projetos pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade; 5) Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso aos benefícios e renda e aos programas de oportunidades para a inserção profissional e social; 6) Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de participar de fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares e de produção;

7)Garantia do acesso da população a política de assistência social sem discriminação de qualquer natureza (gênero, raça/etnia, credo, orientação sexual, classe social, ou outras), resguardando os critérios de elegibilidade dos diferentes programas, projetos, serviços e benefícios; 8) Devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-las para o fortalecimento de seus interesses;

9) Contribuição para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados.

Observa-se que o bairro tem como características principais: a extrema pobreza, vulnerabilidade social, tráfico de drogas. O bairro ainda é lembrado por seu antigo nome, “Patrimônio”, o que faz carregar o estigma de ser “uma favelinha”, local de tráfico de drogas

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e prostituição. Em razão desta realidade social, a implantação de um Centro de Referência Assistência Social foi de relevante importância para acolher as famílias em processo de reconstrução de autonomia e de vínculos; famílias com crianças, adolescentes, jovens e idosos inseridos em serviços sócio-assistenciais, territorialmente referenciados ao CRAS; famílias do Benefício de Prestação Continuada; famílias inseridas em programas de transferência de renda.

Atualmente um dos maiores problemas mencionados pela equipe técnica do CRAS Novo Horizonte é a adesão das famílias na rede de proteção social básica e o que se tem feito para amenizar estas questões é a divulgação do trabalho oferecido pelo serviço através de visitas domiciliares (busca ativa), por meio da realização da Conferência Municipal de Assistência Social e busca de parcerias com a rede.

2. Desenvolvimento

Esta pesquisa se justifica pela intenção de conhecer e compreender as famílias usuárias do CRAS/Novo Horizonte, tendo em vista as peculiaridades do local. O objetivo geral é descrever o perfil dessas famílias que utilizam este serviço oferecido pelo programa do Governo Federal. Os objetivos específicos se voltam para a descrição do perfil sócio-demográfico das famílias e para a identificação das principais demandas destas em relação ao serviço.

A pesquisa realizada caracteriza-se por ser um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa com o propósito de favorecer a dinâmica do processo de pesquisa. Como instrumental técnico utilizou-se a pesquisa documental para descrição dos dados já existentes nos Cadastros Sociais. Ressaltamos que anterior a realização da pesquisa, houve autorização por parte da Secretária Municipal de Assistência Social de Passos para consulta e publicação dos dados existentes nos cadastros. De posse destes dados, aplicou-se um tratamento estatístico por meio da análise quantitativa e qualitativa.

A pesquisa caracterizou-se por ser um estudo descritivo, com tratamento quantitativo e qualitativa com a finalidade de favorecer a dinâmica do processo de pesquisa.

Para Lehfeld (2004, p. 34), “a pesquisa descritiva é a descrição do objeto por meio da observação e do levantamento de dados, ou ainda pela pesquisa bibliográfica e documental”.

A abordagem quantitativa e qualitativa é esclarecida por Demo (1992, p. 13, destaque do autor), enfatiza que “[...] entre qualidade e quantidade não pode haver dicotomia, como se

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uma fosse a degradação da outra. A realidade social possui ambas as dimensões, e assim sendo, são no fundo a mesma “coisa” embora pareçam com lógicas próprias.”

Na abordagem quantitativa busca a quantificação na coleta de dados ou informações por meio das técnicas estatísticas. Ela permitirá indicar os dados sócio demográficos e identificar as principais demandas do CRAS.

Espera-se, com esta pesquisa, contribuir com reflexões sobre o perfil das famílias usuárias do CRAS Novo Horizonte frente às questões de preconceito e estigma apontados ao bairro.

3. Apresentação dos dados coletados

Faz-se necessário esclarecer que os cadastros pesquisados são das famílias cadastradas em outubro de 2010, data em que iniciou as atividades do CRAS no local, até novembro de 2011.

Explicamos também que alguns cadastros encontravam-se incompletos, este fato, de acordo com a coordenação, se deve ao preenchimento inicial dos cadastros terem ocorridos em “nível de divulgação do CRAS, para levantamento de faixas etárias, com objetivo de se formar os grupos de convivência de 0 a 6 anos, 6 a 15 anos, adolescentes, mulheres, homens, pessoas com deficiência e demais demandas”.

Diante deste fato, os dados coletados e distribuídos nos gráficos e tabelas estão com quantitativos desiguais.

Para esta pesquisa analisou-se 420 cadastros, sendo que os resultados não são precisos devido à falta de dados, porém a diferença não é considerada expressiva dentro do universo pesquisado. Sendo assim, estes dados não alteram de forma significativa o resultado da pesquisa.

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Gráfico 1 – Distribuição dos cadastrados segundo identificação do sexo:

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IDENTIFICAÇÃO - sexo da pessoa cadastrada

MASCULINO FEMININO

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte

De acordo com os dados identificados neste gráfico, verifica-se que 397 cadastros informavam a identificação do sexo, sendo que 71,03% dos cadastros são realizados por pessoas do sexo feminino, enquanto que 28,96% por pessoas do sexo masculino. Observando assim, que as mulheres solicitam mais os serviços oferecidos pelo CRAS em relação aos homens.

Tabela 1 – Distribuição das pessoas cadastradas, segundo a idade:

IDADE % N 11 a 15 anos 0,50 02 16 a 20 anos 6,04 24 21 a 30 anos 20,15 80 31 a 40 anos 21,41 85 41 a 50 anos 17,63 70 51 a 60 anos 15,86 63 Mais de 61 anos 18,38 73 Total 100 397

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

Nesta tabelas foi possível identificar a idade das pessoas cadastradas e o bairro pertencente à área de abrangência. Sendo que os adultos correspondem a 20,15% e 21,41%, estes percentuais somados correspondem a 41,56% das pessoas cadastrados com idade variada entre 21 a 40 anos. Já 18,38% correspondem a pessoas com idade acima de 61 anos,

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17,63% com pessoas de 41 a 50 anos, 15,86% a pessoas com idade de 51 a 60 anos, 6,04% de pessoas com idade entre 16 a 20 anos e 0,5% correspondentes a idade de 11 a 15 anos.

Gráfico 2 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo estado civil:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

Dos cadastros pesquisados 516 pessoas mencionaram o seu estado civil. Destas 38,75% estão na condição de solteiras, 21,89% de casados, 17,82% formam união estável, 12,40% são separados e 9,10% na condição de viúvos. Diante de tais dados, observa-se um número considerável de pessoas na condição de solteiros, porém se somarmos os que se enquadram na situação de casados e de união estável o resultado ficará pouco acima dos que estão na condição de solteiros, sendo 39,71%. Desta forma conclui-se que o percentual de pessoas cadastradas na condição de solteiras e na condição de um núcleo familiar (formado por pessoas casadas e/ou união estável) é quase a mesma.

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Gráfico 3 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo ocupação:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

No que se refere à ocupação das pessoas cadastradas no CRAS – Novo Horizonte verifica-se que dos 424 cadastros apenas 353 mencionam algum tipo de ocupação. Sendo que 32,86% são do lar, 24,92% estão na condição de desempregados, 17,56% são aposentados ou pensionistas, 11,89% como autônomo, 9,91% como empregado, 1,69% como outros, ou seja, algum tipo de ocupação não enquadrada no formulário e 1,13% como estudante.

Gráfico 4 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo formação da composição familiar:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

Neste gráfico, observa-se que 363 cadastros informavam a composição familiar. Destes, 47,65% possuemfamílias com 03 a 05 moradores, 32,50% são de famílias com 01 a

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02 moradores, 19,55% com 06 a 10 moradores e 0,27% acima de 10 moradores na residência. Ao analisar estes resultados, conclui-se que há um percentual amplo de famílias compostas por mais de 03 moradores.

Gráfico 5 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo a renda:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

De acordo com o gráfico, 278 pessoas cadastradas informaram a renda. Entre estas predomina número de pessoas com a renda de 01 salário mínimo, sendo 39,20%. Há também um número significativo de pessoas possuindo menos de 01 salário mínimo 33,45%. Já com a renda maior que 01 salário mínimo 18,34%; com mais de 02 salários mínimos 7,55%; com mais de 03 salários mínimos 1,07% e com mais de 04 salários mínimos 0,35%. Observa-se nestes dados que as pessoas que sobrevivem com até 01 salário mínimo (75,65%) sobressaem dentre as que vivem com mais de 01 salário, favorecendo assim o aumento significativo da pobreza no local junto àquestão dos que estão na condição de desempregados.

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Tabela 2 – Distribuição das pessoas cadastradas, segundo faixa etária do grupo familiar: IDADE % N Menos de 5 anos 18,51 175 06 a 14 anos 26,77 253 15 a 18 anos 11,00 104 19 a 25 anos 11,11 105 26 a 35 anos 12,38 117 36 a 45 anos 6,98 66 46 a 55 anos 4,55 43 56 a 60 anos 2,32 22 Mais de 61 anos 6,34 60 Total /Grupo Familiar 100 945

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

De acordo com a tabela acima, os cadastros possuem um total de 945 pessoas distribuídas entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Dentro da faixa etária do grupo familiar cadastrado, prevalece o número de crianças e adolescentes com idade que varia entre 06 a 14 anos com 26,77%, 18,51% com crianças que possuem menos de 05 anos, 12,38% com adultos na faixa etária de 26 a 35 anos, 11,11% de 19 a 25 anos, 11% de 15 a 18 anos, 6,98% de 36 a 45 anos, 6,34% com mais de 61 anos, 4,55% de 46 a 55 anos e 2,32% de 56 a 60 anos.

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Gráfico 6 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo escolaridade do grupo familiar:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte

Diante dos dados coletados sobre a escolaridade do grupo familiar, nota-se que do total 241 pessoas que mencionaram a escolaridade, há um percentual significativo de pessoas com apenas o ensino fundamental, sendo 85,89%, já no ensino médio 12,86%, 0,82% analfabeto e 0,41% com curso técnico. Identifica-se nestes dados que o grau de escolaridade das pessoas cadastradas é relativamente baixo, favorecendo ainda mais a questão do desemprego e a baixa renda manifestados nos gráficos anteriores.

Gráfico 7 – Distribuição das pessoas cadastradas segundo situação habitacional:

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No que se refere à situação habitacional,302 cadastros contém esta informação, sendo que 57,28% residem em casa própria, 21,85% em casa cedida, 17,21% em casa alugada, 3,31% informam outro tipo de enquadramento (rua, casa de passagem, entre outros), 0,33% casa financiada. Apesar do alto índice de desemprego constatado, mais da metade das pessoas cadastradas residem em casa própria. Um dado interessante é a questão de muitos residirem em casas cedidas.

Gráfico 8 - Distribuição dos cadastros segundo identificação da demanda:

Fonte: Pesquisa nos cadastros do CRAS Novo Horizonte.

Segundo dados coletados pela pesquisa, observa-se que 424 cadastros identificam 14 diferentes tipos de demandas preponderantes desde a implantação do CRAS – Novo Horizonte. Verifica-se nos resultados que há significativa predominância quanto à solicitação para viabilização de documentos, sendo um total de 32,31% dos cadastros, 25,23% foram cadastros de grupos familiares visitados pela equipe técnica do CRAS, 11,55% foram de visitas domiciliares realizadas, 8% referem-se ao CAD Único, 6,36% ao BPC – Benefício de Prestação Continuada, 4,71% para atendimento social e o mesmo percentual para orientações,

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3,30% destinados à Bolsa família, 1,65% para desconto de energia elétrica, 0,74% para atendimento psicológico, 0,74% cadastro social, 0,23% para grupo de convivência, 0,23% oficinas e 0,23% para cartão do idoso.

4. Considerações finais

Os dados coletados mostram a predominância de pessoas do sexo feminino e um percentual significativo de pessoas adultas. Estas informações dizem respeitos às pessoas que estão como responsáveis pelo cadastro. Desta forma, justifica-se o percentual de mulheres e de pessoas na fase adulta. Dentre os cadastrados, há um percentual representativo de pessoas solteiras, porém se considerarmos as pessoas que estão na condição de casadas e de união estável, verifica-se que o percentual não se diferencia em relação aos solteiros.

Segundo a ocupação, observa-se que um número expressivo é atribuído às pessoas que se enquadram como “Do lar”, esse dado sofre interferência devido ao fato da maioria das pessoas cadastradas serem do sexo feminino. Já o percentual de pessoas na condição de desempregado também é significante, o que leva a concluir que estas pessoas não possuem condições favoráveis de subsistência, agravando assim, os problemas relacionados à pobreza e outros no local. Observa-se que nestes cadastros as famílias não são numerosas, sendo que a maioria das casas das famílias cadastradas possui de 03 a 05 pessoas.

Quanto à renda, fica evidente que a maioria possui 01 salário mínimo, e num segundo patamar, enquadram-se aqueles que sobrevivem com menos de 01 salário, agravando assim, a situação de vulnerabilidade social destas famílias.

No que se refere à idade do grupo familiar, fica evidente uma população jovem com muitas crianças, percentual este significativo para a implementação de ações que atendam as necessidades específicas deste grupo. Segundo a escolaridade, observa um percentual expressivo para o ensino fundamental e outro nada expressivo do ponto de vista educacional, social e profissional para a formação técnica e de ensino superior.

Um número curioso é identificado na situação habitacional, onde muitos moram em residências cedidas. Este fato foi esclarecido pela coordenação do CRAS que relatou a inexistência de escrituras das casas por parte das famílias que se apropriaram há muitos anos do local, e não resolveram esta questão, passando a residência para outras pessoas. Houve uma tentativa da prefeitura em regularizar a situação, porém nem todos os moradores se interessaram.

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bairro, há um índice relevante de pessoas que procuram o local para a viabilização de documentos (identidade, CPF, Carteira de Trabalho, certidão e outros). Outro índice relevante, porém menos expressivo, é identificado nas visitas domiciliares realizadas pelos técnicos (assistente social e psicólogo).

Fica claro que alguns fatores determinantes como educação, moradia, emprego e renda, influenciam para o agravamento das vulnerabilidades e desigualdades sociais.

Ressaltamos a importância na realização de pesquisa nesses locais, pois fatores culturais e sociais se divergem nos bairros. O conhecimento, compreensão e análise são procedimentos essenciais para a avaliação de determinada realidade. Estes instrumentais favorecem para a implantação eficiente de ações estratégicas para políticas públicas mais eficazes.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento o Social e Combate à Fome. Secretária Nacional de Assistência Social – Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004. Brasília, 2005. CADERNOS de Assistência Social: Trabalhador/[coordenação: Núcleo de Apoio à Assistência Social, coordenador Leonardo Avritzer]. Belo Horizonte; NUPASS, 2006.

DI GIOVANI, Geraldo. Sistemas de Proteção Social: uma introdução conceitual. In Reforma do Estado e Políticas de Emprego no Brasil. Campinas/SP, UNICAMP, 1998.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Perfil dos Municípios Brasileiros –

Assistência Social2009. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1620&i d_pagina=1.> Acesso em 05 de setembro. 2011.

LEFHELD, Neide Aparecida; BARROS, Aidil Jesus Paes de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 15. Ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

RICHARDSON, R. J. et AL Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1999.

SPOSAT, Aldaiza. A Menina LOAS: Um processo de construção da assistência social. São Paulo. Cortez, 2004.

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