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Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia Mestrado em Ciência Animal Tropical

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Academic year: 2021

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Mestrado em Ciência Animal Tropical

Morfometria e alterações patológicas ovarianas de vacas

zebuínas criadas na Amazônia Oriental

Elaine Magalhães Ramos

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical, da Universidade Federal do Tocantins

Área de Concentração: Produção Animal Orientadora: Profª Drª. Tânia V. Cavalcante Co-Orientadora: Profa. Dra. Silvana M. M. S. Silva

Araguaína-TO 2008

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Elaine Magalhães Ramos

Morfometria e alterações patológicas ovarianas de vacas zebuínas criadas na Amazônia Oriental

Orientadora: Profª Drª. Tânia V. Cavalcante

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical, da Universidade Federal do Tocantins.

Área de concentração: Produção Animal

Araguaína - TO 2008

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Morfometria e alterações patológicas ovarianas de vacas zebuínas criadas na Amazônia Oriental

Por

Elaine Magalhães Ramos

Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, tendo sido julgado pela Banca Examinadora formada pelos professores:

_______________________________________________________________ Presidente: Profª. Dra. Tania Vasconcelos Cavalcante, Universidade Federal do

Tocantins

_______________________________________________________________ Membro: Prof. Dr. Jael Soares Batista, Universidade Federal Rural do

Semi-Árido

_______________________________________________________________ Membro: Prof. Dr. Marcello Otake Sato, Universidade Federal do Tocantins

_______________________________________________________________ Membro: Profa. Dra. Francisca Elda Ferreira Dias, Universidade Federal do

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Agradecimentos

A Deus,

Meus pais: Elza Márcia e Noélcio, Roneyjaldo,

Profª. Drª. Tânia Vasconcelos Cavalcante e Profª. Drª. Silvana M. M. Sousa Silva,

Profª. Drª. Helciléia Dias Santos

e demais professores da UFT que colaboraram para esse trabalho. Profª. Drª. Francisca Elda Ferreira Dias

e demais professores da pós-graduação, Aos colegas de Mestrado,

Profª. Drª. Viviane M. Mayumi,

Coordenadora da pós-graduação em Ciência Animal Tropical EMVZ/UFT – Araguaína-TO.

Frinorte Alimentos LTDA, Frigorífico Boi Forte LTDA.

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SUMÁRIO RESUMO……… vii ABSTRACT………... viii LISTA DE TABELAS………... ix LISTA DE FIGURAS……..….………... x LISTA DE SIGLAS……….. xi 1 INTRODUÇÃO……….. 01 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……… 03

2.1 Aspectos morfológicos e biométricos dos ovários de bovinos……… 03

2.2 Constituição dos ovários……….. 04

2.3 Função gametogênica……….. 05

2.4 Função hormonal………... 06

2.5 Dinâmica folicular……….. 07

2.6 Alterações patológicas……….. 07

2.6.1 Alterações do desenvolvimento………... 08

2.6.1.1 Fusão dos ovários……….. 08

2.6.1.2 Ovários supranumerários e acessórios….……….. 08

2.6.1.3 Agenesia………... 08 2.6.1.4 Hipoplasia ovariana……… 09 2.6.2 Alterações regressivas……….. 10 2.6.2.1 Hipotrofia……….. 10 2.6.2.2 Fibrose……….. 10 2.6.3 Cistos ovarianos………... 11

2.6.3.1 Cisto do folículo atrésico……… 11

2.6.3.2 Cisto do corpo lúteo……… 11

2.6.3.3 Cisto luteínico ou luteinizado………. 12

2.6.3.4 Cisto folicular……… 12

2.6.3.5 Cisto tubo-ovárico……… 17

2.6.3.6 Cisto bursa-ovárico………... 18

2.6.3.7 Hidátide de Morgani……… 18

2.6.3.8 Cisto paraovárico………... 18

2.6.3.9 Cisto da rete ovarii………... 18

2.6.3.10 Cisto de inclusão germinal……….. 19

2.6.4 Neoplasias ovarianas………. 19

2.6.4.1 Tumor das células da granulosa (TCG)……….. 19

2.5.4.2 Teratoma……….. 20

2.6.4.3 Disgerminoma……….. 20

2.6.5 Alterações inflamatórias ……… 20

2.6.6 Alterações patológicas ovarianas em bovino zebu……….. 21

3 REFERÊNCIAS………. 23

4 MORFOMETRIA OVARIANA DE ZEBUÍNAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL……28

RESUMO……… 28 ABSTRACT……… 29 4.1 INTRODUÇÃO……… 30 4.2 MATERIAL E MÉTODOS………. 31 4.2.1 Animais……… 31 4.2.2 Material coletado………. 31

(6)

4.2.3 Análise do material………. 31

4.2.4 Análise estatística……….. 32

4.3 RESULTADO E DISCUSSÃO ……… 32

4.4 CONCLUSÃO………. 36

4.5 REFERÊNCIAS……….. 37

5 ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS OVARIANAS EM VACAS ZEBUÍNAS CRI-ADAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL……….………... 39

RESUMO……… 39 ABSTRACT……… 40 5.1 INTRODUÇÃO……… 41 5.2 MATERIAL E MÉTODOS………. 41 5.2.1 Animais……… 41 5.2.2 Material coletado……… 42 5.2.3 Análise histológica………. 42

5.2.4 Análise dos dados……….. 42

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO……….. 43

5.4 CONCLUSÕES……….. 50

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RESUMO

Patologias que afetam o sistema reprodutor feminino podem provocar grandes perdas econômicas. Devido a escassez de informações sobre as alterações patológicas que ocorrem nos ovários de fêmeas zebuínas, criadas na Amazônia Oriental, faz-se necessário uma pesquisa para obtenção desses dados. Esse estudo tem como objetivo avaliação das características morfométricas dos ovários e o diagnóstico macroscópico e histopatológico das alterações que acometem as gônadas de fêmeas zebuínas, criadas nessa região. Após a coleta de 311 tratos genitais de fêmeas zebuínas, em um frigorífico de Araguaína-TO, verificou-se a presença de feto para a separação em grupo não prenhe (G1) e prenhe (G2). Em seguida os ovários foram identificados quanto ao lado direito (OD) e esquerdo (OE) e numerados. O comprimento, largura, espessura, volume dos ovários e o diâmetro do maior folículo presente em cada ovário foram mensurados e a característica dos corpos lúteos (CL) foi avaliada. O teste de Tukey a 1% foi utilizado para a biometria ovariana e o teste de Barlett, para o diâmetro folicular. Foi observada diferença significativa para comprimento do ovário esquerdo (2,03 cm) de fêmeas não prenhes (G1) com o ovário esquerdo (2,68 cm) de fêmea prenhes (G2) e na largura dos ovários direitos (1,54 e 2,18 cm) e esquerdos (1,39 e 1,87) dos grupos (G1 e G2), respectivamente. Para volume e espessura, não houve diferença significativa entre os ovários direito e ovários esquerdos, nem entre os grupos G1 e G2. Na análise dos corpos lúteos (CL) foi constatado que 52% eram do tipo incluso (CL2). Para o tamanho dos folículos não houve diferença significativa entre os grupos não prenhe e prenhe. O tamanho e a largura dos ovários e o tipo de corpo lúteo incluso devem ser considerados como fatores importantes quando da utilização de exame ginecológico por palpação retal. Após análise macroscópica e histopatológica de 406 pares de ovários verificou-se 11,82% de alterações. Alterações inflamatórias, cistos ovarianos (de inclusão epitelial, folicular e de corpo lúteo) e hiperplasia adenomatosa da rete ovarii foram as mais encontradas.

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ABSTRACT

Pathologies that affect the female reproductor system may cause economic loss. Since the lack of information about the pathologic alterations that occur in ovaries of the zebu cattle, raised in the Oriental Amazonia, it’s necessary a research to get this data. The aim of this study is the evaluation of the morphmetric characteristics of the ovaries and the gross and histopathologic diagnostic of the alterations that affect the gonads of the female zebu cattle, raised in this region. After collecting 311 genitalia of zebu cows in a slaughterhouse in Araguaína – TO, the groups non pregnant (G1) and pregnant (G2) were separated. Then the right and the left ovaries were identified and numbered. The length, width, thickness and volume were measured and the characteristics of the corpora lutea (CL) were evaluated. The Tukey test (1%) was taken to the biometry of the ovaries and the Barlett’s to take the follicular diameter. It was observed significant difference to the length (cm) of the left ovary (2.03 cm) from non pregnant cow (G1) with the left ovary (2.68 cm) from pregnant cows (G2), and in the width (cm) of the right ovaries (1.54 and 2.18 cm) and left ovaries (1.39 and 1.87 cm) from G1 and G2, respectively. To the volume (mL) and thickness (cm) there weren’t significant difference between the sides or the groups. The analysis of the corpora lutea, it was verified that 52.3% were included. There wasn’t significant difference in the follicle’s diameter (mm) between the non pregnant and pregnant groups. In conclusion, the size of the ovaries and the type of corpus luteum may be considered an important factor during the reproductive tract exam by rectal palpation. The gross and histopathologic analysis of the ovaries showed 11.82% of alterations. Inflamatory alterations, ovarian cysts and adenomathous hyperplasia of the rete ovarii were the most pathologies observed in zebu cow’s ovaries.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 Características morfométricas dos ovários direitos (OD) e esquerdos (OE) em vacas zebuínas não prenhes (G1) e prenhes (G2), coletados de um frigorífico, na Amazônia

Oriental, 2006………. 32

Tabela 4.2 Comprimento, largura e espessura dos ovários direito e

es-querdo de fêmeas bovinas observados por vários autores... 33 Tabela 4.3 Número de CL nos ovários direito (OD) e esquerdo (OE) de

vacas zebuínas não prenhes (G1) e prenhes (G2), coletados de um Frigorífico, na Amazônia Oriental, 2006………. 34 Tabela 4.4 Número e porcentagem de CL protruso e incluso nos ová

-rios direito e esquerdo de vacas zebuínas não prenhes (G1) e prenhes (G2), coletados de um frigorífico, da Amazônia

Oriental, 2006………. 34

Tabela 4.5 Média e desvio padrão do diâmetro dos folículos nos ovários direito (OD) e esquerdo (OE) de vacas zebuínas não pre -nhes(G1) e prenhes (G2), coletados de um frigorífico, na Amazônia Oriental, 2006……….. 35 Tabela 5.1 Alterações patológicas ovarianas em vacas zebuínas

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Alteração patológica macroscópica do ovário de vaca

zebuína: aderência tubo-ovárica (seta)……….. 44 Figura 02 - Macroscopia do ovário de vaca zebuína: cisto folicular….. 45 Figura 03 - Macroscopia do ovário de vaca zebuína: cisto folicular

(formolizado): cavidade cística……… 45 Figura 04 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: cisto folicular:

cavidade cística (a); cápsula conjuntiva com células de

-generadas (b). HE. 10x 45

Figura 05 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: cisto folicular: Cavidade cística (a); células da granulosa degeneradas (b); cápsula conjuntiva (c). HE. 40x……… 45 Figura 06 - Macroscopia do ovário de vaca zebuína: cisto de corpo

lúteo……… 46 Figura 07 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: cisto de corpo

lúteo – células luteínicas (a); cápsula conjuntiva (b), cavi -dade cística (c). HE. 10x………..……….. 46 Figura 08 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: cisto de inclu-.

são epitelial (seta). HE. 4x……… 47 Figura 09 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: cisto de

inclu-são epitelial (seta). HE. 10x……….……… 47 Figura 10 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: perivasculite

cortical (seta). HE. 10x. 49

Figura 11 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: perivasculite cortico-medular multifocal (seta). HE. 10x……… 49 Figura 12 - Fotomicrografia do ovário de vaca zebuína: hiperplasia

adenomatosa da rete ovarii – acúmulo de material

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LISTA DE SIGLAS

ACTH – hormônio corticotrófico

AOLC – atividade ovariana luteal cíclica CL – corpo lúteo

CL1 – Corpo lúteo protruso CL2 – Corpo lúteo incluso

CGP – célula germinativa primordial cm – centímetro

CV – coeficiente de variação DOC – doença ovariana cística FSH – hormônio folículo estimulante g - grama

G1 – fêmeas não prenhes G2 – fêmeas prenhes

GnRH – hormônio liberador de gonadotrofina hCG – gonadotrofina coriônica humana HE – hematoxilina e eosina

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LH – hormônio luteinizante mL – mililitro mm – milímetro OD - ovário direito OE – ovário esquerdo PGF – Prostaglandina F P4 – progesterona V G – vesícula germinativa

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A criação de animais domésticos tem papel fundamental como fator do desenvolvimento sócio-econômico, com destaque especial para a criação de bovinos que foram utilizados, inicialmente, como fonte de leite e carne. Com a utilização desses animais, deu-se significativa importância aos fenômenos reprodutivos e seus distúrbios.

Os animais podem ser acometidos por inúmeros transtornos reprodutivos, controlados, condicionados ou predispostos por fatores extrínsecos ou intrínsecos, como: clima, meio ambiente, intensidade da seleção genética ou serem conseqüentes a alterações nos mecanismos fisiológicos, determinados por enfermidades carenciais ou metabólicas, processos degenerativos e infecciosos.

Os distúrbios funcionais ou as anomalias de desenvolvimento do trato genital ocasionam bloqueio no processo da reprodução e, uma vez ultrapassando o limiar das condições fisiológicas, resulta em falha da fertilidade, ocasionando subfertilidade, infertilidade ou esterilidade.

Segundo Grunert (2005), anomalias localizadas e atuantes diretamente sobre os órgãos constituintes do trato genital, que se manifestam pela inabilidade de concepção estão relacionadas às malformações de origem hereditária ou congênita, caracterizadas principalmente pela ausência de estruturas anatômicas essenciais para a reprodução como, por exemplo, agenesia e hipoplasia gonadal ou de segmento tubular do trato genital. Hafez (2004) cita que a ausência de ovulação e a subseqüente formação de cistos foliculares são as maiores causas de falhas reprodutivas observadas em vacas.

Muitos problemas reprodutivos são decorrentes de patologias que afetam, direta ou indiretamente, o sistema reprodutor feminino e, em conseqüência, provocam grandes perdas econômicas; assim é imprescindível o conhecimento anatômico dos órgãos da reprodução, especificamente dos ovários, para que as possíveis alterações patológicas passam ser adequadamente diagnosticadas e tratadas, visando diminuir o prejuízo para os criadores de gado.

Devido a escassez de informações sobre as alterações patológicas que ocorrem nos ovários de fêmeas zebuínas, criadas na Amazônia Oriental faz-se

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necessário uma pesquisa para obtenção desses dados, que servirão de subsídio para a fisiopatologia da reprodução. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo avaliar as características morfológicas de ovários e diagnosticar as alterações patológicas macroscópicas e histológicas que acometem as gônadas de fêmeas zebuínas, criadas nessa região.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Aspectos morfológicos e biométricos dos ovários de bovinos

Em mamíferos, o ovário é o sítio de armazenamento e desenvolvimento dos oócitos formados durante a vida embrionária/fetal ou próximo ao nascimento. Sua principal função é o uso regular destes folículos até sua exaustão. Do estoque de folículos, somente poucos alcançam a ovulação (a liberação do gameta feminino) enquanto a maioria destes folículos se tornarão atrésicos. Um outro papel do ovário é a preparação do útero para acomodar o ovo fertilizado, devido as mudanças induzidas pela transformação do folículo ovulatório em um corpo lúteo (CL). Se a fertilização não ocorre, a regressão do corpo lúteo (CL) é seguida de outra ovulação (DRIANCOURT et al., 1993)

As características morfológicas do ovário podem ser utilizadas para verificar a presença de patologias, como cistos, tumores e determinar a existência de atividade ovariana luteínica cíclica (NASCIMENTO et al., 2003)

É essencial, segundo McEntee (1990), que ambos o clínico e o patologista saibam o tamanho normal dos folículos maduros nas várias espécies de mamíferos domésticos porque é um dos critérios para diagnosticar um folículo cístico.

Os ovários da vaca normalmente medem cerca de 3,5 a 4,0 cm de comprimento e 2,5 cm de largura e têm aproximadamente 1,5 cm de espessura em sua parte mais larga; o peso é de 15 a 20 gramas (SISSON & GROSSMAN,1986), apresentando-se, clinicamente, do tamanho de uma avelã ou amêndoa (NASCIMENTO et al., 2003). As espécies monotócicas (vacas, ovelha, e égua) tem um ovário de formato ovóide a menos que um folículo ou corpo lúteo esteja presente, então o ovário toma um formato distorcido dependendo do tamanho da estrutura, se o folículo antal ou um corpo lúteo completamente desenvolvido (PINEDA, 2003).

De acordo com McEntee (1990) o tamanho médio do ovário de zebuínos (Bos indicus) é 23 X 18 mm, sendo menor que o do gado europeu (Bos taurus). O tamanho varia de acordo com estágio de ciclo estral, estágio de

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prenhez, idade e condições gerais do animal. O ovário direito é geralmente maior que o esquerdo devido a maior atividade fisiológica, ovulando aproximadamente em 60% dos ciclos estrais.

2.2 Constituição dos ovários

O ovário é constituído de duas camadas, uma externa, parenquimatosa, que é o córtex ovariano, e outra interna, vascular, a medular. O córtex é constituído por folículos ovarianos, corpo lúteo (dependendo da fase reprodutiva do indivíduo) e pelo estroma de sustentação com seus vasos sangüíneos e linfáticos. A porção externa do córtex tem uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea ovariana, localizada entre a porção externa do córtex e o epitélio germinativo. A camada medular do ovário consiste em vasos sangüíneos e linfáticos, nervos e tecido conjuntivo de sustentação. Na porção adjacente ao hilo, na extremidade tubárica do ovário, está localizada a rede ovariana, ou rete ovarii, que é homóloga à rede testicular, de origem mesonéfrica e cuja função não é bem conhecida, embora haja indícios de que esteja envolvida na organização estrutural da gônada durante a vida embrionária e modulação da meiose das células germinativas (NASCIMENTO & SANTOS, 2003). A rete ovarii é constituída de três partes: a rede intraovariana, a rede conectante e uma rede extra ovariana (McENTEE,1990).

Outros tipos celulares têm sido estudado no homem onde elas podem estar presentes regularmente ou esporadicamente; a maioria delas têm sido vistas em outros mamíferos, mas a identificação é difícil por falta de referências adequadas para comparação. As células do hilo estão presentes no ovário. As células parecem ser secretórias e a formação de tumores e hiperplasia das células do hilo ovariano estão associadas com a masculinização, é provável que elas secretem andrógenos (HARRISON & WEIR, 1977).

Células glandulares intersticiais ocorrem nos ovários de todas as espécies, mas detalhes sobre elas aindas são desconhecidos. Mossmand and Duke (1973 apud McENTEE, 1990), consideram células intersticial como um tipo de célula glandular endócrina no ovário ou mesovário, além da teca interna (glândula tecal) e do corpo lúteo (glândulas luteal e paraluteal). Tem-se tentado

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dividi-las em sete tipos, baseados em sua morfologia, localização, origem celular, destino e correlação do seu estado de diferenciação glandular com a idade e condição reprodutiva da fêmea, sendo o tipo fetal, tecal, estromal, cordão medular, rede, gonadal adrenal, adneural. O tipo tecal ocorre em todas as espécies de mamíferos mas não é muito notável em artiodáctilos. Células intersticiais são difíceis de ser encontradas em artiodáctilos (HARRISON & WEIR, 1977).

Ninhos de células de tecido semelhante a adrenocortical são raramente encontradas no ovário, mas ilhas são freqüentemente encontradas na periferia do ovário. Elas estão geralmente presentes na região do hilo e podem ser distinguidas das células do hilo porque elas são encapsuladas. As células são histologicamente idênticas com as células da zona glomerulosa e fasciculata de adrenal (HARRISON & WEIR, 1977). Tecido gonadal adrenal é muito comum nas gônadas eqüinas e ao seu redor e ocorre ocasionalmente em outras espécies de mamíferos domésticos. Os tipos “rede” e cordões medulares de tecido glandular intersticial ocorre em ovários de mamíferos domésticos que têm hipoplasia ovariana severa (MOSSMAN & DUKE, 1973 apud McENTEE, 1990).

2.3 Função gametogênica

A função gametogênica resulta da interação de dois processos: oogênese e foliculogênese.

A oogênese compreende o desenvolvimento e diferenciação das células germinativas primordiais (CGP) da fêmea até a formação do oócito haplóide fecundado.

As CGP têm origem extragonadal e são formadas durante o período embrionário. Ainda na vida fetal as CGP migram para o mesênquima da crista genital e coloniza a gônada indiferenciada. Quando, dentro do ovário, as CGP se diferenciam em oogônias que sofrerão sucessivas mitoses e, posteriormente, entrarão na meiose I (na fase de prófase I) e serão chamadas oócitos primários. O núcleo oocitário, na meiose I, passará pelos estádios da prófase I até o estádio de diplóteno ou de vesícula germinativa (VG), permanecendo neste estádio até a puberdade.

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Com a liberação de LH (pré-ovulatório), a meiose é retomada e o núcleo entra em diacinese, iniciando o rompimento da vesícula germinativa (VG) que é seguida pelas outras fases da meiose I (metáfase, anáfase e telófase), ocorrendo a expulsão do corpúsculo polar I, resultando na formação do oócito secundário, cujo núcleo se encontra na meiose II, chegando até a metáfase II, onde ocorre a segunda parada da meiose. Se o oócito for fecundado, o núcleo passará pelas outras fases da meiose II, até ocorrer a expulsão do corpúsculo polar II, formando o oócito haplóide fecundado, marcando o fim da oogênese (FIGUEIREDO et al., 2002).

A foliculogênese pode ser definida como o processo de formação, crescimento e maturação folicular, iniciando com a formação do folículo primordial e culminando com o estádio de folículo maduro, também conhecido como folículo de De Graaf ou pré-ovulatório ou dominante (FIGUEIREDO et al., 2002).

O menor folículo possível é o folículo primordial, formado pelo oócito rodeado por células da granulosa achatadas. Assim que se forma uma camada completa de células da granulosa cubóides ao redor do oócito, ele se torna um intermediário em seguida um folículo primário. O aparecimento de uma segunda camada de células da granulosa caracteriza o folículo secundário. Esses folículos são componentes do estoque de reserva que serão usados durante a vida. Eles estão localizados na periferia do córtex ovariano e formam a maior parte dos folículos contidos nos ovários (>95%). Em grandes folículos secundários, o aparecimento da zona pelúcida ao redor do oócito pode ser notado. O folículo ovariano antral de mamíferos, tem na sua periferia, a teca externa, em seguida a teca interna com a lâmina basal limitando-se com a granulosa; uma população especializada de células da granulosa, chamada células do cumulus; o antrum é cheio de um líquido de composição química semelhante a do sangue; numerosas comunicações intercelulares através de “gap junctions” estão presentes entre as células da teca, da granulosa e entre as células do cumulus e o oócito (DRIANCOURT et al., 1993)

2.4 Função hormonal

O ovário produz dois principais hormônios esteróides, estradiol-17β e progesterona.

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O estradiol-17β é o hormônio feminino e faz parte de um grupo de hormônios esteróides conhecidos como estrógenos. São produzidos pela teca interna e células da granulosa do folículo ovariano, sob o controle positivo de FSH e do LH e sob influência negativa da inibina. O principal papel biológico dos estrógenos é a manutenção da estrutura funcional dos órgãos sexuais femininos e o desenvolvimento das características sexuais secundárias também estão sob seu controle. Um CL (corpo lúteo) funcional produz progesterona e ocitocina, sendo capaz de participar no controle da expressão do estro e da subsequente ovulação (PINEDA, 2003)

2.5 Dinâmica folicular

Sugere-se que durante o ciclo estral bovino haja duas ondas de folículos que crescem. Alguns pesquisadores relatam que há 3 ou 4 ondas. Outros mencionam que o desenvolvimento folicular e atresia pareciam ser contínuos sem distinção de ondas de crescimento folicular. Recentemente, tem-se usado ultra-sonografia para avaliação desse processo. Durante cada onda de crescimento folicular, um grupo de folículos (normalmente 3 a 5) que medem 4 a 5 mm de diâmetro emerge e começa a crescer. Um único folículo deste grupo é maior que os outros e se torna dominante em relação aos outros, que regridem (PETER, 2004).

2.6 Alterações patológicas

Os transtornos da reprodução determinantes de condições de infertilidade ou de esterilidade, em relação a suas causas e/ou etiopatogenia, são classificados como primários e secundários (GRUNERT, 2005)

Os processos primários representam anomalias localizadas e atuantes diretamente sobre os órgãos constituintes do trato genital, que se manifestam pela inabilidade de concepção. As origens dessas alterações são variadas, mas recebe maior realce aquelas relacionadas às malformações de origem hereditária ou congênita, caracterizadas principalmente pela ausência de estruturas anatômicas essenciais para a reprodução; por exemplo agenesia e hipoplasia

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gonadal ou de segmento tubular do trato genital. Os transtornos secundários da reprodução representam as inabilidades de produzir gerações, porém o animal já concebeu ou ainda tem habilidades para produzir novas gerações. Nesses casos, na maioria das vezes, as origens da infertilidade, inicialmente, atinge órgãos de outros sistemas e, secundariamente, ou seja, na evolução do caso clínico, repercute sobre o trato genital, interferindo no processo normal da reprodução, originando falha da fertilidade (GRUNERT, 2005)

2.6.1 Alterações do desenvolvimento 2.6.1.1 Fusão dos ovários

Um caso de fusão ovariana foi detalhadamente descrito em feto bovino. A gônada consistia de uma massa triangular de tecido ovariano e associava as outras malformações: rim único, atresia do ânus e hérnia intestinal (McENTEE, 1990).

2.6.1.2 - Ovários supranumerários e acessórios.

De acordo com Nascimento & Santos (2003) são alterações raras, sendo mais comum em vacas. O ovário supranumerário é uma terceira gônada distinta, separada das outras.

Segundo Wharton (1959 apud GRUNERT, 2005) os ovários acessórios situam-se nas proximidades dos ovários com localização normal, conectando-se com uma das outras duas gônadas, dando a impressão de se originar delas.

Ovários acessórios e supranumerários não são tão raros, devido o grande número de relatos de tumores em tecido ovariano ectópico e que ovários ectópicos se tornam neoplásicos mais frequentemente que os normais (McENTEE, 1990).

2.6.1.3 - Agenesia

É uma condição hereditária e pode ser uni ou bilateral. Nesse último caso, parte das vias genitais femininas está ausente; quando presente, é infantil ou pouco desenvolvida (NASCIMENTO & SANTOS, 2003).

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2.6.1.4 – Hipoplasia ovariana

Hipoplasia dos ovários ocorre em várias espécies, mas tem sido mais estudada em bovinos. É usualmente bilateral, mas não simétrica. Os ovários afetados são pequenos, geralmente sem folículos, mas às vezes, com cistos e sem cicatrizes superficiais de ovulação. Microscopicamente, o estroma cortical e os óvulos estão ausentes ou pouco desenvolvidos (CARLTON & McGAVIN, 1998)

É a anomalia mais comum relacionada ao desenvolvimento do ovário. É uma alteração hereditária e irreversível. Pode ser uni ou bilateral, total ou parcial. Quando a alteração é bilateral e total, o animal é estéril. Quando é unilateral, o animal é subfértil. É importante diferenciar hipoplasia ovariana com ovários afuncionais, que é uma condição adquirida e reversível. Em bovinos zebu, a ocorrência de hipoplasia ovariana é, aparentemente, menor do que em taurinos (NASCIMENTO & SANTOS, 2003).

Mendonça et al. (2006) observaram maior freqüência de hipoplasia ovariana na gônada esquerda que se apresentava com tamanho reduzido, 19 mm de comprimento por 7,1 mm de largura, superfície de aspecto liso, formato fusiforme e com presença de pequenos sulcos longitudinais em sua superfície. Durante as avaliações histológicas, a camada cortical apresentava-se hipodesenvolvida e a medular bastante desenvovida e rica em tecido conjuntivo fibroso e vasos sangüíneos.

A hipoplasia apresentou elevada prevalência entre as alterações ováricas estudadas por Costa (1974).

Pimentel (1973) relatou que a hipoplasia ovariana foi diagnosticada em 9 de 20 animais do grupo experimental e que no grupo testemunha, a subnutrição não permitiu um diagnóstico clínico diferencial entre hipoplasia e atrofia ovariana.

Na hipoplasia total o ovário era fusiforme, criptas longitudinais irregulares na superfície e não continha folículos. Na hipoplasia parcial, a extremidade uterina do ovário era mais freqüentemente afetada e deficiente em folículos. Na outra extremidade, às vezes continha folículos e corpos lúteos. O ovário com hipoplasia transicional era pequeno e de consistência firme. A hipoplasia transicional era de difícil diagnóstico clínico e isto provavelmente contribuiu para dificultar o controle da doença (McENTEE, 1990). É mais difícil a identificação macroscópica de ovários com hipoplasia de transição, porque esses

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órgãos possuem superfícies lisas, com folículos e corpos lúteos salientando-se da superfícies, porém a principal diferença está em suas dimensões, sendo menores que um ovário normal da mesma idade (JONES et al., 2000).

Para Settergren (1975 apud GRUNERT, 2005) hipoplasia ovariana é uma enfermidade descrita em quase todas as espécies de animais mamíferos domésticos, determinando importante redução na fertilidade, sendo considerada condição hereditária, na qual os ovários apresentam desenvolvimento incompleto, número reduzido de células germinativas e essas, quando presentes, não demonstram excelente nível de atividade e são de qualidade duvidosa.

Cordões e folículos anovulatórios estavam presente em ovários normais e em hipoplásicos, sendo mais numerosos em casos de hipoplasia e relacionavam diretamente ao grau de subdesenvolvimento. Cordões medulares apresentavam-se, freqüentemente, arranjados em ninhos de camadas circulares de tecido conectivo que às vezes continham “células epitelióides” que também estavam presentes no tecido conectivo ao redor da rete ovarii. A rete ovarii ocupava uma área relativamente maior nos ovários hipoplásicos que nos ovários normais (McENTEE, 1990)

2.6.2 – Alterações regressivas 2.6.2.1 - Hipotrofia

Resultante de inanição crônica e de doenças crônicas caquetizantes. Vacas criadas em regime extensivo podem apresentar interrupção na atividade ovariana cíclica durante a estação de seca devido à deficiência nutricional, condição que é revertida após o início da estação chuvosa (NASCIMENTO & SANTOS, 2003).

2.6.2.2 – Fibrose

Como conseqüência do acúmulo de tecido conjuntivo fibroso resultante da degeneração do corpo lúteo e de lesões vasculares pós-parto. Sendo mais freqüente em animais mais velhos.

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2.6.3 – Cistos ovarianos

No gado, cistos ovarianos são geralmente definidos como estrutura folicular de pelo menos 25 mm de diâmetro que persiste por pelo menos 10 dias, na ausência de um corpo lúteo, e são freqüentemente classificados como folicular, cisto luteínico ou corpo lúteo cístico, principalmente por suas características histológicas e pela secreção de progesterona (MWAANGA, 2000).

Nascimento & Santos (2003) caracterizou 10 tipos de cistos ovarianos:

2.6.3.1 - Cisto do folículo atrésicos

São folículos que não se desenvolveram completamente e não ovularam. O folículo atrésico se caracteriza por revelar o oócito degenerado, células da granulosa em degeneração com citoplasma vacuolizado e luteinização das células da teca interna.

2.6.3.2 - Cisto do corpo lúteo

Uma cavidade cística na porção central do corpo lúteo, irregular, cujo tamanho pode variar de milímetros até mais de dois centímetros. A presença da formação cavitária caracteriza o cisto do corpo lúteo, também conhecido como corpo lúteo cístico.

Ocorrem, freqüentemente, em vacas, resultante da oclusão prematura do local da ovulação, com a formação de uma cavidade no centro do corpo lúteo em desenvolvimento. Diferem do folículo luteinizado por existir uma óbvia papila ovulatória na superfície, e porque o tecido lúteo está habitualmente separado da cavidade cística por uma delgada camada de tecido conjuntivo fibroso (JONES et al., 2000)

O diâmetro do cisto de corpo lúteo geralmente é maior que um corpo lúteo normal e uma papila de ovulação está presente, e isso diferencia o cisto de corpo lúteo de um cisto luteinizado. Quando um cisto ocorre em um corpo lúteo de uma vaca zebu prenhe, ele sobressai da superfície ovariana e continua a aumentar durante a gestação. O cisto deve ser várias vezes maior que o ovário. No gado, eles não parecem ter significado clínico. Não há nenhuma relação entre cisto de corpo lúteo e folículos císticos ou folículos luteinizados (McENTEE, 1990).

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Corpo Lúteo cístico ocorre após ovulação do folículo e são caracterizados por uma cavidade central; não é patológico e não afeta a fertilidade (GARVERICK,1997). Vacas com corpo lúteo cístico têm um ciclo estral normal (MWAANGA, 2000).

2.6.3.3 - Cisto luteínico ou luteinizado

Ocorre quando não há ovulação e apresenta luteinização das células da teca interna. Cisto luteínico geralmente tem parede mais espessa que o cisto folicular e secreta quantidade variada de progesterona. No cisto luteínico, as células da granulosa ou da teca ou ambas luteinizam espontaneamente e secretam progesterona (GARVERICK,1997). Uma estrutura ovariana maior que 25 mm de diâmetro com uma parede menor que 3 mm de espessura (cisto folicular) e com parede maior que 3 mm de espessura (cisto luteínico) na ausência de um corpo lúteo normal (KIM et al., 2004).

2.6.3.4 - Cisto folicular

É a alteração regressiva mais comum do ovário, caracterizando-se pela persistência de uma estrutura folicular anovulatória por período superior a 10 dias, na ausência de corpo lúteo, e com interrupção da atividade ovariana cíclica normal; o diâmetro ultrapassa 2,5 cm. Há trabalhos que revelam ser essa alteração mais comum em vacas que tiveram problemas pós-parto, tais como febre vitular, distocia e retenção de placenta. O comportamento da vaca com cisto folicular é muito variável, podendo ocorrer ninfomania, anestro ou virilismo (NASCIMENTO & SANTOS, 2003).

Para cisto folicular ovariano também pode ser usados os seguintes termos: ovário cístico, cisto ovariano, doença ovariana cística (GARVERICK, 1997). Na revisão feita por Vanholder et al. (2005) o termo “doença ovariana cística”, por não parecer mais apropriado, foi substituído por “folículo ovariano cístico”, indicando que é o folículo ovariano e não outra parte do tecido ovariano que se torna cística.

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Doença ovariana cística (DOC) é a maior desordem reprodutiva, afetando alta proporção de vacas leiteiras (6 – 30%) e significante extensão do período pós-parto (parto até concepção) (MWAANGA, 2000)

As fêmeas afetadas podem apresentar-se com hiperplasia endometrial cística, hidrometra, ou mucometra. Vacas com folículos císticos crônicos terminam entrando, permanentemente, em anestro. Microscopicamente, os cistos foliculares estão revestidos por uma camada simples ou por diversas camadas de células da granulosa que podem ter um aspecto normal, podem estar degeneradas, ou parcialmente luteinizadas. A teca interna está freqüentemente espessada e pode estar parcialmente luteinizadas. Os cistos luteinizados não contêm óvulo (JONES et al., 2000).

Vacas foram diagnosticadas com cisto ovariano por apresentar pelo menos uma estrutura folicular maior que 20 mm em três exames ginecológicos, sem corpo lúteo, e nenhum sinal de estro (LÓPEZ-GATIUS, 2003). Cistos foliculares são geralmente de parede fina e secreta pouca progesterona (GARVERICK, 1997).

Os cistos foliculares estudados por Hatipoglu et al. (2002) variaram de 2 a 4 cm e continham um líquido claro. Microscopicamente, eram limitados por 1 a 3 camadas de células da granulosa. Nenhum ovum foi visualizado em todos os casos. Os cistos foliculares foram acompanhados por hiperplasia endometrial glandular, mucometra, corpo lúteo cístico, cisto do ducto de Gartner e hidrometra. Sugere-se que estas lesões possam ocorrer devido ao excesso de estrógeno secretado pelo cisto.

Os cistos contêm um fluido seroso, claro que se apresenta de coloração branca leitosa e gelatinosa quando fixado em formalina. Microscopicamente, o ovum está ausente. A zona granulosa desaparece inteiramente, a theca folliculi interna se torna fibrosa e o folículo de Graaf perde sua forma original. Em alguns casos as células granulosas se encolhem e são representadas por uma camada de células achatadas que limitam a parede mais interna do cisto (FUJIMOTO, 1956)

Doença ovariana cística diminui a fertilidade por estender o intervalo entre partos, diminuir a produção leiteira e aumentar a taxa de descarte involuntário(NOAKES, 1996).É uma das mais freqüentes desordens reprodutivas

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diagnosticadas no gado leiteiro (YÁNIZ, 2004), mas já foi diagnosticada em novilhas, vacas secas e de corte. A incidência de cisto folicular ovariano em gado leiteiro tem sido de 5,6 a 18,8 %. Esta estimativa deve ser mais alta porque 60% das vacas que desenvolvem degeneração ovariana cística, antes da primeira ovulação pós-parto, se recuperam espontaneamente (PETER, 2004). A incidência de DOC em rebanho leiteiro tem sido registrada de 5 a 30 % (CAIROLI, 2002).

Vários fatores influenciam a incidência de cisto ovariano, entre elas estão a estação do ano, idade, nível de produção leiteira, nutrição, hereditariedade, duração do intervalo pós-parto, estrógenos exógenos (ingerido ou parenteral), freqüência de exame do trato reprodutivo e estresse próximo ao parto, assim como trauma, retençao de placenta e hipocalcemia (YOUNGQUIST, 1986)

Falta de liberação ou liberação inadequada de GnRH, na hora do estro parece ser um importante fator patológico, embora a causa exata do cisto ovariano não está certa. Alguns fatores predisponentes incluem hereditariedade, paridade da vaca, variação sazonal, alta produção de leite, puerpério anormal, infecção uterina e nutrição. Contudo, fatores de risco para cistos ovarianos devem variar entre diferentes regiões ou países devido as diferenças de manejo, ambiental, e condições de controle de saúde do rebanho (KIM et al., 2004).

O papel da nutrição e produção do leite está inter-relacionado, pois parte da energia da vaca está envolvida na produção leiteira, além, da manutenção básica, deixando o animal vulnerável a distúrbios endócrinos e metabólicos (PETER, 2004).

A melhor evidência para verificar hereditariedade dos cistos é a redução na ocorrência destes, de 10,8 para 3 % em gado leiteiro da Suécia, de 1954 até 1977, pela eliminação de todas as vacas e filhas que desenvolviam cistos (GARVERICK, 1997). Acredita-se que a hereditariedade desta condição é baixa. Contudo, a DOC parece ocorrer mais freqüentemente em certas linhagens do gado. Estudo sobre a incidência de DOC em um rebanho Gir relatou que 60 % das vacas tinham cisto folicular e todas eram filhas de um único touro (BEZERRA, 1981).

É possível que em rebanhos com predisposição genética para a DOC, a seleção para aumentar produção leiteira pode aumentar a incidência da DOC

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(PETER, 2004). Não está claro se alta produção leiteira causa mais cistos ou se vacas produzem mais leite por causa dos cistos (GARVERICK,1997).

A administração de hormônios progestacionais sintéticos no proestro, como freqüentemente se faz para sincronizar os ciclos para inseminação artificial, poderia também causar cistos ovarianos (SALVETTI et al. 2004).

As despesas associadas com cistos ovarianos incluíram custos de nutrição, média de crescimento dos bezerros, gastos com cuidados veterinários e descarte (KIM et al., 2004).

Sugere-se que infecções uterinas pós-parto devem estimular PGF2α e secreção de cortisol que predispõem vacas à DOC. Além disso, endotoxinas bacterianas liberadas no útero deve estimular a secreção do cortisol, o qual deprime a onda pré-ovulatória de liberação de LH (PETER, 2004).

A involução uterina, avaliada clínica e ultra-sonograficamente em vacas, é afetada significantemente por vários fatores, inclusive por cisto ovariano que desenvolveu durante o processo de involução (HAJURKA et al., 2005).

Cistos foliculares de longa duração determinam lesões irreversíveis em todo o sistema genital, desaconselhando-se qualquer tipo de tratamento e filhos de vacas que tiveram cistos foliculares não devem ser usados como reprodutores, em decorrência do risco genético da afecção (BEZERRA, 1981).

Durante a formação do cisto folicular induzida pelo tratamento com ACTH, a onda pré-ovulatória de LH e FSH é bloqueada e a supressão da liberação de FSH e LH deve ser causada pelo aumento na secreção de cortisol e progesterona, e pela diminuição na secreção de 17β-estradiol (KAWATE, 2004).

Graves alterações ocorreram na pituitária de vacas com cistos foliculares. Diminuição nos níveis plasmáticos de LH e aumento de ACTH poderiam influenciar na patogênese do cisto folicular (BUSATO et al. 1995).

Clinicamente, a DOC está associada com anestro ou ninfomania, dependendo do grau de luteinização dos folículos císticos e seus números. Contudo, recentes estudos têm mostrado que cistos foliculares não estão principalmente associados com ninfomania (0,8 %) mais anestro (34 %) devido a baixos níveis de progesterona (<1 ng/ml), e isto deve ser devido ao baixo nível de estrógeno liberado na circulação (MWAANGA, 2000).

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Exames ultra-sonográficos dos ovários císticos claramente revelam que ondas de desenvolvimento de cistos foliculares são substituídas por diferentes ondas, e que o intervalo entre ondas é muito mais longo que em vacas normais. Vacas com cistos foliculares têm ondas de crescimento folicular associadas com aumento de secreção de estradiol, mas falta uma onda pré-ovulatória de LH durante o crescimento de folículo anovulatório (TODOROKI, 2006).

Os cistos foliculares podem ser classificados histologicamente em tipo I, em que as camadas de células da granulosa e da teca interna estão presentes; tipo II, no qual a camada de células da teca está presente, mas células da granulosa são escassas ou ausentes e tipo III, que tem somente as células da teca luteinizadas (NASCIMENTO et al., 2002)

Na pesquisa realizada por Borromeo et al. (1998) pode-se confirmar que a concentração de bGH no ovário bovino deve servir como uma ferramenta importante para melhor caracterizar o milieu endócrino do cisto ovariano, e indica que a concentração de bGH no plasma não é um marcador específico para diagnóstico de degeneração cística na vaca.

Os cistos ovarianos foram identificados como estrutura de diâmetro maior que 2,5 cm e com ausência de corpo lúteo no ovário. Foram classificados histologicamente como 1) cisto folicular apresenta camada de células granulosa com espessura variável e uma camada de células da teca sem luteinização; 2) cisto luteínico não apresentava camada de células da granulosa e a camada de células da teca estava luteinizada (BORROMEO et al. 1996).

Diagnóstico clínico de cistos tradicionalmente se baseia pelo histórico reprodutivo da vaca e pela palpação retal de um estrutura macia, cheia de líquido com cerca de 2,5 cm de diâmetro; Porém, o tamanho não é um critério absoluto, pois pode ser influenciado pelo tempo. Segundo Garverick (1997), o corpo lúteo (CL) que se desenvolve nos primeiros 5 a 7 dias após o estro geralmente exibe características similares às do cisto, por palpação retal. Exames subseqüentes, com intervalo de 7 a 10 dias devem ser úteis para diferenciar o desenvolvimento de CL e de folículo anovulatório. É necessário diferenciação entre cisto folicular e luteínico para selecionar o tratamento apropriado.

Vários tratamentos têm sido investigados. Cairoli (2002) cita que o GnRH tem progressivamente se tornado a terapia de escolha devido ter

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vantagens sobre o hCG, como, por exemplo, seu menor peso molecular, nenhum efeito antigênico e menor custo farmacêutico e ainda induz uma onda de LH, similar a da ovulação, com 2,5 a 3 h de tratamento, suficiente para induzir luteinização do cisto ovariano e formação de um corpo lúteo sobre um ovário com cisto ou no ovário oposto.

Segundo Todoroki (2006), injeção de GnRH ou seus análogos tem o objetivo de induzir ovulação e/ou luteinização de folículos císticos e restaura ciclo estral normal, e é agora o tratamento mais popular para cisto folicular.

Na maioria dos casos de folículo cístico, a inserção de PRID (Progesterone release intravaginal device) induz estro e ovulação com 7 dias depois do tratamento. Os resultados do estudo mostram que o uso de dispositivo liberador de progesterona contendo uma cápsula de benzoato de estradiol induz efeitos terapêuticos confiáveis sobre vários tipos de disfunção ovariana tais como folículo cístico em vacas no pós-parto (KIM et al., 2005).

Progesterona por 9 dias, GnRH no dia 0 e PGF2α no dia 7, foi possível sincronizar, com sucesso, vacas com cisto ovariano durante o período pós parto (YÁNIZ et al., 2004). López-Gatius et al. (2001) também concluíram que vacas leiteiras com folículos persistentes podem ser sincronizadas com sucesso e inseminadas usando um protocolo que combina progesterona, GnRH e PGF2α.

No estudo realizado por Crane et al. (2006), os protocolos CIDR ( controlled internal drug releasing) e Ovsync foram similarmente efetivos como estratégia terapêutica para cisto ovariano em relação à concepção e à taxa de prenhez.

Embora o tratamento de cisto folicular em vacas com o uso de progesterona seja uma prática comum, o mecancismo como esse medicamnto resolve esta condição, a dose necessária e o tempo necessário para o tratamento ainda não estão definidos (GÜMEN & WILTBANK, 2005).

2.6.3.5 – Cisto tubo-ovárico

É observado principalmente em vacas e é uma conseqüência de aderência do infundíbulo ao ovário com subseqüente acúmulo de secreção da mucosa tubárica. É uma condição adquirida, normalmente decorrente de processo inflamatório. Segundo Grunert (2005), é rara mas tem um mal

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prognóstico por levar o animal a uma subfertilidade, ou, dependendo do comprometimento dos ovários e ovidutos, o animal pode se tornar estéril.

2.6.3.6 – Cisto bursa-ovárico

Desenvolve-se quando uma porção da fímbira adere ao ovário, ocorrendo acúmulo de líquido proveniente da tuba uterina na bursa ovariana. Normalmente é seqüela de processos inflamatórios da tuba uterina ou da superfície do ovário.

2.6.3.7 - Hidátide de morgani

Originário do ducto paramesonéfrico, nos casos em que o infundíbulo ou a tuba uterina acessórios acumulam líquido, originando formações císticas localizadas próximo à tuba uterina.

2.6.3.8 – Cisto paraovárico

Tem localização adjascente ao ovário, é originado a partir de resquícios embrionários mesonéfricos. Recebem denominações especiais de acordo com a porção cranial dos túbulos mesonéfricos, são chamados de epoóforos e, a partir das porções caudais dos túbulos mesonéfricos, são chamados paraóforos.

Cistos de epoóforo ocorrem em todas as espécies de mamíferos domésticos e estão localizados entre o ovário e a fímbria da tuba uterina. Em ruminantes estes cistos são geralmente pequenos (1 a 3 mm) mas podem atingir diâmetros de 1 a 3 cm. Não há evidência definitiva de que estes grandes cistos intefiram na função ovariana. Cistos de paraoóforo raramente ocorrem em mamífero doméstico. Estes estão localizados no ovário adjascente ao ligamento próprio (McENTEE, 1990).

2.6.3.9 – Cisto da rete ovarii

Essas formações císticas originam-se a partir do acúmulo de secreção na rede ovariana e subseqüente dilatação cística da mesma. Os cistos da rete ovarii apresentam uma simples camada de epitélio cuboidal, e sua parede não contém músculo liso.

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2.6.3.10 – Cisto de inclusão germinal

Os cistos de inclusão germinal aparecem na superfície do ovário e se formam por fragmentos do peritônio (epitélio germinativo), que se dobram para o interior do córtex ovariano (NASCIMENTO & SANTOS, 2003). Para Grunert (2005) os cistos de inclusão epitelial dos ovários foram erroneamente denominados cistos de inclusão germinal, pois o fragmento epitelial que recobre a superfície do ovário é uma membrana modificada do peritônio, não se tratando, portanto, de epitélio germinativo. Esses cistos originam-se pela invaginação das estruturas superficiais de revestimetno do ovário, ou seja, um tecido epitelial de células cúbicas. É raro nos bovinos, mas pode ocorrer após lesões causadas pro enucleação do corpo lúteo, ruptura de folículos ou outras manipulações traumáicas sobre os ovários.

Esses ninhos isolados de células mesoteliais cubóides a achatadas contiuam a secretar e formar pequenos cistos cheios de um líquido aquoso. Na maioria das espécies, os cistos de inclusão epitelial do ovário são pequenos e não têm significado clínico (JONES et al., 2000).

Trauma manual do ovário causado por enucleação de corpos lúteos ou ruptura de cistos foliculares podem induzir a formação de cistos de inclusão do epitélio superficial no gado. Exceto em éguas, os cistos são geralmente pequenos, e não tem significado clínico. Os cistos são limitados por uma única camada de células epiteliais cúbicas achatadas e contém um líquido claro (McENTEE, 1990).

2.6.4 – Neoplasias ovarianas

Podem ocorrer em todas as espécies domésticas, sendo mais freqüentes em vacas, cadelas e égua. NASCIMENTO & SANTOS (2003) caracterizou as seguintes neoplasias:

2.6.4.1 – Tumor das células da granulosa (TCG)

É a neoplasia mais comum no ovário da vaca. Ocorre em gado de corte mas é mais comum em gado leiteiro. O TCG pode apresentar superfície lisa ou de aspecto nodular, podendo toda a massa neoplásica ser sólida, de coloração

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esbranquiçada ou amarelada, ou constituir-se de várias formações císticas. Normalmente é um tumor benigno.

2.6.4.2 – Teratoma

É uma neoplasia comum em vaca. Origina-se de células germinativas, sendo caracterizada por composição tecidual múltipla, estranha ao ovário, como, por exemplo, dente, tecido ósseo, pele e seus anexos, tecido adiposo. Pode ser observado em vacas gestantes, indicando efeitos deletérios sobre a função reprodutiva.

2.6.4.3 – Disgerminoma

É comum em animais adultos, porém pouco descrita em vacas.

2.6.5 – Alterações inflamatórias

A ooforite ou ovarite é um processo inflamatório do ovário ocasionado por infecções localizadas que podem determinar um processo inflamatório agudo, com a aderência dos ovários a várias estruturas orgânicas que lhes são cirunvizinhas (GRUNERT, 2005). O herpesvírus bovino tipo 1 causa ooforite necrótica multifocal, com as lesões mais severas localizadas no corpo lúteo. O infiltrado inflamatório nesses casos consiste predominantmente em linfícitos nas áreas necróticas (NASCIMETNO & SANTOS, 2003).

Summers et al. (1974, apud McEntee, 1990), observaram ooforite intersticial em gado Brahman e Santa Gertrudis na Austrália. A lesão consistia de linfócitos acumulados ao redor dos vasos e alguns plasmócitos na região medular do ovários. As lesões foram observadas em 14 (73,7%) dos 19 Brahman e Brahman mestiços inférteis de um rebanho com perdas pré-natais em todos os estágios da gestação.

Nem todas as células inflamatórias presentes no corpo lúteo têm significado patológico. Eosinófilos são freqüentemente observados no tecido conjuntivo e estroma de corpos lúteos jovens ou recentemente formados, e esse achado não é considerado patológico. Mastócitos são observados na cápsula externa do corpo lúteo no terço médio do diestro, ao passo que macrófagos geralmente estão presentes em corpos lúteos em regressão ou no estágio final do

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diestro. Além disso, em condições normais há uma pequena população de macrófagos residentes no interstício ovariano ao longo de todo o ciclo estral (NASCIMENTO & SANTOS, 2003)

Ooforite (inflamação do ovários) é rara em animais domésticos, mas é observada com maior freqüência em vacas. Os agentes já demosntrados como causadores de ooforite são Herpesvirus bovis, H. suis, vírus Akabane, Mycobacterium tuberculosis var. bovis, Brucella spp., Actinomyces pyogenes, e Mycoplasma bovis. Macroscopicamente, os ovários afetados apresentam-se com quantidades variáveis de filamentos de fibrina, tecido de granulação, e aderências fibrosas nas superfícies serosas, que podem interferir com a ovulação ou podem resultar na formação de cistos tuboovarianos ou da bolsa do ovário (JONES et al., 2000).

Experimentalmente, o vírus da rinotraqueíte infecciosa dos bovinos induz ooforite necrosante no pós-estro da vaca, pós viremia. Podem ocorrer hemorragias no corpo amarelo e, em alguns casos, ocorre líquido espesso, turvo e fibrinoso nos folículos. Microscopicamente, as lesões nos corpos amarelo variam de necrose focal a infiltração de células mononucleares ou hemorragia difusa e necrose. A maioria dos ovários afetados apresenta folículos necróticos e uma acumulação difusa de células mononucleares no estroma (CARLTON & McGAVIN, 1998).

2.6.6 – Alterações patológicas ovarianas em bovino zebu

Couto & Megale (1963 apud COSTA, 1974) encontraram 32 casos (2,46 %) de alterações ováricas em 1.300 vacas azebuadas. As alterações incluiam 5 casos (0,38 %) de aderência, 1 (0,08 %) de hematoma, 11 (0,85 %) de fibrose, 3 (0,23 %) de teratoma e 1 (0,08 %) de abcesso.

Ainda segundo Costa (1974), os dados de exames histológicos realizados por Machado & cols. (1964) revelaram a presença de um caso de ooforite supurada em 16 casos de alterações ováricas. De um total de 1.360 sistemas genitais de vacas azebuadas abatidas em matadouro, Resende & cols. (1972) encontraram seis casos (0,44 %) de cisto do corpo lúteo.

Nenhuma anomalia congênita dos ovários foi detectada por Basile (1971), num estudo que envolveu 6.054 genitálias de vacas azebuadas .

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Bezerra (1981) relata que os ovários examinados histologicamente apresentaram cistos foliculares, sendo que em dez casos, os cistos coexistiam com tumor de células luteínicas, três com tumor de células da granulosa e sete com cistos luteinizados. De acordo com os achados de Basile (1971), as anomalias do ovário parecem ser bastante raras nas raças de origem indiana.

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3 REFERÊNCIAS

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azebuadas no estado de Minas Gerais. 1971. 50p. Dissertação (Mestrado em

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4 MORFOMETRIA OVARIANA DE ZEBUÍNAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

RESUMO

O conhecimento das características morfométricas dos ovários é importante na realização e interpretação dos achados no exame ginecológico das fêmeas bovinas. Objetivou-se estudar as características de ovários de fêmeas zebuínas não-penhes (G1) e prenhes (G2), criadas na região da Amazônia Oriental. Foram coletados 311 pares de ovários num frigorífico de Araguaína-TO. Em seguida, mensurados o comprimento, largura, espessura e volume dos ovários direitos (OD) e esquerdos (OE) e o diâmetro do maior folículo em cada ovário foram medidos e característica dos corpos lúteos (CL) foi avaliada. Foi observada diferença significativa para comprimento do ovário esquerdo (2,03 cm) do G1 com o ovário esquerdo (2,68 cm) do G2 e na largura dos ovários direitos (1,54 e 2,18 cm) e esquerdos (1,39 e 1,87 cm) dos grupos 1 e 2 respectivamente. Para volume e espessura, não houve diferença significativa entre os lados, nem entre os grupos. A maioria dos corpos lúteos presentes nos ovários eram do tipo incluso. Para o tamanho dos folículos não houve diferença significativa. Conclui-se que o tamanho e a largura do ovário e a incidência de corpo lúteo incluso devem ser considerados como fatores importantes quando da utilização de exame ginecológico por palpação retal.

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OVARIAN MORPHOMETRY OF ZEBU COWS IN THE ORIENTAL AMAZONIA ABSTRACT

The knowledge about the morphometric characteristics of the ovaries is important to carry out and interpret the findings in the reproductive tract examination of a cow. The aim of this research was to study the characteristics of nonpregnant (G1) and pregnant (G2) zebu cows’ ovaries, raised in the Oriental Amazonia. Three hundred and eleven pairs of ovaries were collected in a slaughterhouse in Araguaína-TO. Then, the length, width, thickness and volume from the right and the left ovaries and the diameter of the largest follicle in each ovary were measures and the characteristics of the corpora lutea (CL) were examined. It was observed significant difference to the length (cm) of the left ovary (2.03 cm) from G1 with the left ovary (2.68 cm) from G2, and in the width (cm) of the right ovaries (1.54 and 2.18 cm) and left ovaries (1.39 and 1.87 cm) from groups 1 and 2, respectively. To the volume (mL) and thickness (cm) there weren’t significant difference between the sides or groups. The most CL were included. There wasn’t significant difference in the follicle’s diameter (mm) between the groups. In conclusion, the size and width of the ovaries and the incidence of included corpus luteum may be considered important factors during the reproductive tract exam by rectal palpation.

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