30º Encontro da Fundação Cultural Avatar
Tema: "Um caminho psicoespiritual para a paz: a Oração de São Francisco”
14 e 15 Setembro de 2013
Título da Palestra: Oração, Invocação e Evocação Responsável Lija Nogueira de Faria
Em que a meditação difere do que os cristãos chamam de oração?
Na oração, o pensamento é o de um desejo de uma petição; e a fonte do desejo é o coração, as massas polarizadas na sua natureza emocional e com tendência predominantemente mística, pedem aquilo de que têm necessidade; assim, pedir, reclamar e aguardar são as principais características da oração, com o desejo predominante e o coração empenhado. É a natureza emotiva e a parte sensitiva do homem que procura o que é necessário, e as necessidades são múltiplas e reais. É o acesso pelo coração.
A oração mais um altruísmo disciplinado produz o místico.
Mas é preciso lembrar que o desejo do coração pode ser a aquisição de bens que a personalidade cobiça, ou dos bens celestes e transcendentes que a alma aspira. Num caso e no outro, a ideia fundamental é pedir o que se deseja e o fator antecipação intervém; também é finalmente adquirida qualquer coisa se a fé do suplicante for suficientemente forte.
A meditação difere no que ela é em primeiro lugar uma orientação da mente, orientação esta que conduz às realizações e reconhecimentos formulados.
A meditação faz avançar a obra para o plano mental. O desejo dá lugar ao trabalho prático de preparação para o conhecimento divino e o homem que tinha começado a sua longa carreira e experiência da vida com o desejo como qualidade fundamental, e atingido o estado da adoração da divina Realidade vagamente entrevista, sai agora do domínio da adoração místico para o do intelecto da razão e da realização final. Um dos métodos envolve a natureza emocional e baseia-se na crença de um Deus que pode dar. O outro envolve a natureza mental e baseia-se na crença da divindade do próprio homem, embora não se negue as premissas místicas do outro tipo.
A meditação, com o serviço disciplinado e organizado, produz o conhecedor.
Uma noção precisa destes dois pontos é essencial se queremos progredir, porque a tarefa que aguarda o investigador é árdua; precisará mais do que um entusiasmo efêmero e um esforço temporário se quiser vir a controlar esta ciência e formar-se num eficiente em sua técnica.
O homem invoca a aproximação ao Divino de diversas maneiras:
Mediante o incipiente e silencioso chamado, ou pelo clamor invocativo das massas e também pela invocação planejada e definida dos aspirantes orientados espiritualmente, do cooperador, do discípulo e do iniciado sabiamente convencido e por todos os que pertencem, em realidade, ao Novo Grupo de Servidores do Mundo.
A invocação está relacionada com a irradiação; a evocação com o magnetismo. São estes dois pontos dignos de consideração.
A matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo.
Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contato entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.
Tanto quanto na matéria física, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e frequência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.
Sobre a Grande Invocação
Existem três maneiras de se fazer contato com esta grande prece ou invocação:
A do público em geral;
O público em geral a considerará como uma prece a Deus Transcendente. Estes ainda não O reconhecem como Imanente em Sua criação.
Se a consciência do homem está focalizada apenas no nível físico, o efeito vocal de sua invocação será muito fraco e não criará resultados permanentes.
Também a considerarão como prece que ilumina os governantes e dirigentes de todos os grupos que manipulam os assuntos mundiais; como rogativa para que flua amor e compreensão entre os homens, para que possam viver em paz entre si; como busca, para que se cumpra a vontade de Deus, a respeito da qual o público nada sabe, considerando-a tão inescrutável que se resigna a esperar e crer, sem discutir; como oração para fortalecer o senso de responsabilidade humana, a fim de que males atuais, que tanto afligem e confundem a humanidade, possam ser eliminados, tendo em vista refrear essa indefinida fonte do mal. Finalmente, será considerada como uma oração para que se restabeleça uma condição primordial, também definida, de beatifica felicidade, e desapareça da Terra todo sofrimento e dor. Tudo isso é útil para massa, sendo a única coisa que se pode fazer de imediato.
A dos esoteristas, ou dos aspirantes e discípulos do mundo;
Os esoteristas, os aspirantes e aqueles que estiverem espiritualmente orientados alcançarão uma aproximação mais profunda e compreensiva do seu sentido.
Se sua consciência está focalizada no plano emocional, sua invocação ou som terá mais força e criará resultados maiores.
Reconhecerão o mundo das causas e Aqueles que, subjetivamente, se acham por detrás dos assuntos mundiais, os Dirigentes espirituais de nossas vidas. Um novo tipo de místico está surgindo. Difere dos místicos do passado, porque se interessa de forma prática pelos acontecimentos mundiais e não somente pelas questões religiosas da igreja. Caracteriza-se pela falta de interesse dirigido para o seu desenvolvimento pessoal, pela sua capacidade de ver o Deus Imanente em toda crença, e não apenas em seu próprio e determinado credo religioso, bem assim pela aptidão de viver sua vida na luz da divina Presença.
A dos Membros da Hierarquia.
Ambos os grupos, o público em geral e os aspirantes mundiais, em seus diversos graus têm em seu seio aqueles que se destacam porque possuem uma profunda visão e compreensão.
Se ela está focalizada no plano mental, então sua invocação será ainda mais forte, terá maior energia e evocará respostas mais elevadas.
O novo trabalho invocador será a nota chave da futura religião mundial e se dividirá em duas partes.
Por um lado existirá o trabalho invocador das multidões, preparadas pelas pessoas espiritualmente orientadas.
Por outro lado existirá também o hábil trabalho de invocação, tal como praticado por aqueles que têm treinado suas mentes mediante a correta meditação e que, trabalhando conscientemente, conhecem o poder dos mantrans, fórmulas e invocações.
No futuro a Ciência do Antahkarana e sua correspondência inferior, a Ciência da Evolução Social (que é o antahkarana ligado ou unido da humanidade como um todo), será conhecida como a ciência de Invocação e Evocação. Ela é, na realidade, a Ciência da Sintonia Magnética.
A ciência de Invocação e de Evocação ocupará o lugar daquilo que agora chamamos “prece” e “adoração”. Devemos ter em mente que a Ciência da Invocação e Evocação constitui um esforço recíproco. A humanidade não poderia ser invocadora se a Hierarquia espiritual (incluo neste termo Shamballa e a Hierarquia planetária) não evocasse o espírito do homem.
Não nos devemos deixar confundir pela palavra “ciência”. Não se trata da coisa fria e intelectual, descrita com tanta frequência; trata-se da inteligente
organização da energia espiritual e das forças do amor, que, quando forem efetivas, evocarão a resposta dos Seres espirituais que podem caminhar livremente entre os homens, assim estabelecendo uma íntima e constante comunicação entre a humanidade e a Hierarquia espiritual.
Esta nova ciência religiosa, para a qual a prece, a meditação e o ritual preparam a humanidade, treinará os povos para apresentar, em determinados períodos do ano, a demanda mundial, a fim de estabelecer relações com Deus e uma mais estreita relação entre si. Este trabalho, ao ser levado a efeito adequadamente, evocará resposta da Hierarquia expectante e, especialmente, de Seu Guia, o Cristo.
É esta ciência que está por trás do despertar dos centros e de suas inter-relações; está por trás da sintonia entre um homem e outro homem, entre um grupo e outro, e eventualmente, entre uma nação e outra. É esta invocação, e a consequente evocação, que eventualmente relacionam a alma e a personalidade e a alma e a mônada. É importante objetivo do apelo da humanidade a Deus, à Hierarquia e aos Poderes Espirituais do cosmos, não importa que nome Lhe seja dado.
A invocação da humanidade pode evocar, precisa evocar e forçosamente evocara a resposta da Hierarquia espiritual e dará a primeira demonstração, em larga escala, desta nova ciência esotérica; esotérica porque está baseada no som. Daí o uso do OM.
Palavra sagrada.
O AUM é a Palavra de glória, é o Cristo em nós, a esperança de glória. O AUM é o sintetizador dos três aspectos e por isso é, primeiramente, a Palavra do reino humano no qual as três linhas da via se encontram – espirito, alma e corpo.
Referências bibliográficas:
Alice A. Bailey – O Reaparecimento de Cristo De Belém ao Calvário
O Intelecto à Intuição Os Raios e as Iniciações
H. Saraydarian Meditação caminho da auto realização Nubor Orlando Facure
Fluxo do Pensamento - Leis do Campo Mental