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As ocupações de escolas e a Folha de S. Paulo em 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

As ocupações de escolas e a Folha de S. Paulo em 2015

Yohanan Sousa Barros Matricula nº: 41005081

NITERÓI, RJ Janeiro de 2017

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YOHANAN SOUSA BARROS

As ocupações de escolas e a Folha de S. Paulo em 2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Sociais da Universidade Federal Flumine nse como Requisito parcial para obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Ciências Sociais

Orientadora: Profa. Dra. Renata de Sá Gonçalves

NITERÓI, RJ Janeiro de 2017

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B277 Barros, Yohanan Sousa.

As ocupações de escolas e a Folha de S. Paulo em 2015 / Yohanan Sousa Barros. – 2017.

38 f.

Orientadora: Renata de Sá Gonçalves.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Sociais) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de Ciências Sociais, 2017.

Bibliografia: f. 17.

1. Ocupação. 2. Mídia. 3. Imprensa. 4. Representação. 5. Discurso. I.

Gonçalves, Renata de Sá, 1977-. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto

de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título.

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YOHANAN SOUSA BARROS

As ocupações de escolas e a Folha de S. Paulo em 2015

BANCA EXAMINADORA

Profa. Renata de Sá Gonçalves

Profa. Ana Cláudia Cruz da Silva

Prof. Fabrício Teló

NITERÓI, RJ Janeiro de 2017

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RESUMO: O objetivo deste artigo é apresentar uma análise sobre o material jornalís t ico da Folha de S. Paulo, no ano de 2015, observando o tratamento dado pelo jornal ao ciclo de ocupações ocorridas em escolas no estado de São Paulo, tanto nos editoriais, quanto em outros gêneros. O presente estudo se inscreve como uma tentativa de investigar a ação e a intervenção política do jornal durante o período em que ocorreram as ocupações, por meio da expressão de sua opinião. A análise ocorre em um contexto em que o crescente número de escolas ocupadas é a pauta central nos editoriais de educação durante os meses de novembro e dezembro de 2015 dos principais jornais e revistas da mídia convencio na l e alternativa. O foco do artigo será a produção da notícia sobre as ocupações da escola a partir da Folha de S. Paulo, de modo a apresentar um campo de tensões entre atores sociais, onde se encontram situados estudantes das escolas estaduais ocupadas e apoiadores, o governo e a mídia.

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SUMÁRIO

1. Mídia e política ... 1

2. As ocupações na mídia (Folha de S. Paulo) ... 4

3. O caso da visita de Alck min: outros suportes que se desdobram... 8

4. O enquadrame nto das notícias sobre o Plano de Reorganização Escolar ... 10

5. Conclusão ... 14

Referências bibliográficas: ... 17

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1. Mídia e política

Neste artigo, é analisada a ação da imprensa frente ao movimento de ocupações de escolas no estado de São Paulo, mais especificamente a atuação do jornal paulistano, Folha de S. Paulo. Discute-se sobre o modo como o veículo procurou abordar o assunto, verificando o contexto, a linguagem escolhida, os suportes e a forma de apresentação dos fatos. Para isso, foram colhidas notícias entre os meses de novembro e dezembro de 2015, em formato digital, no intuito de mapear e comparar o tratamento dado às notícias ao longo do período destacado.

Fundado em 1921 e editado na cidade de São Paulo, a Folha de S. Paulo hoje está entre os jornais de maior tiragem e circulação do país. É também um dos mais lidos, com uma audiência de 20,1 milhões de brasileiros, na média mensal, correspondente aos formatos impresso e digital. O jornal é carro-chefe do Grupo Folha, um conglomerado de mídia composto por cinco empresas que atuam nas áreas de produção de conteúdo, setor gráfico, logística, meios de pagamento, armazenamento de dados e ensino à distância. Fundado pelo empresário Octavio Frias de Oliveira e comandado por seu filho Luiz Frias desde 1992, o veículo é caracterizado, no site do grupo como “O maior jornal brasileiro ” e também “O jornal mais influente do Brasil”.

A Folha serviu como base1para o surgimento de diversos empreendimentos do grupo, que, vale destacar, é também proprietário do Datafolha, um dos principa is institutos de pesquisa de opinião e de mercado do país. Além disso, a empresa també m organiza seminários com temas variados e de interesse público, como por exemplo, saúde e desmatamento. Em 2015 foi criado o Estúdio Folha que produz conteúdo patrocinado feito por encomenda para empresas e outras instituições. A logística está concentrada na empresa Transfolha, que também surgiu a partir das demandas do jornal e ganhou “vida própria”. A expectativa de faturamento desse conjunto para o ano de 2016 era de R$ 4 bilhões, colocando o grupo como o segundo mais importante do país, atrás apenas do Grupo Globo, dono da TV Globo.

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No tocante ao conteúdo produzido e ao padrão de jornalismo apresentado pela Folha, conforme consta em seu Projeto Editorial de 19972, são estabelecidos como premissas, ao menos formalmente, o pluralismo, o apartidarismo, o jornalismo crítico e a independência.

A análise do presente trabalho baseia-se na compreensão da relação entre mídia e política como um campo de “tomadas de posição” (BOURDIEU, 1983). Nesse sentido, a hipótese de agenda-setting ou de definição de agenda (MIGUEL, 2004) diz respeito à capacidade que os meios de comunicação de massa, possuem de elaborar e levantar questões que eventualmente se tornam preocupações públicas. Ainda que a mídia não possa, na maior parte do tempo, induzir as pessoas o que pensar por meio da imposição de uma opinião, por outro lado, conforme Cohen (1963, p. 13), “ela se encontra surpreendentemente em condições de dizer aos próprios leitores sobre quais temas pensar alguma coisa”.

Ao observar o conteúdo produzido pela Folha de S. Paulo durante os meses de novembro e dezembro de 2015, no contexto em que o tema das ocupações de escolas em São Paulo era um dos principa is assuntos abordados pela mídia televisiva, impressa e digital, é possível compreender que a potência dos meios de comunicação de massa não se reduz a mera divulgação de um determinado número de notícias. Eles fornecem também as categorias em que o público consumidor pode situar tais notícias atribuindo-lhes sentido e significado.

Em tempos de globalização e de monopólio midiático, seria possível presumir que o conteúdo divulgado pelos grandes jornais possui maior legitimidade junto ao público consumidor. Entre os fatores que contribuem para isso é possível citar a facilidade de acesso e a maior exposição que o público tem à esse tipo de conteúdo. Por outro lado, a pulverização (RESENDE, 2007) da informação decorrente do surgimento de meios alternativos de produção de conteúdo, se não serve para equilibrar o jogo de forças, ao menos, desequilibra a hegemonia de determinados veículos de comunicação de massa.

Ainda, conforme Resende (2007), a questão da enunciação é central na produção do discursos jornalístico, pois é por meio dela que ocorre a interação do veículo com o público. A teoria da enunciação na concepção de Bakhtin (1979), considera que para que um enunciado seja compreendido, mais do que conhecimentos linguísticos, é preciso considerar fatores

2 “Crítica, pluralidade e apartidarismo num espaço em reformulação”. Disponível em:

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contextutais que integram a enunciação. Por sua vez, a enunciação como um fenômeno social, é determinada por um contexto histórico capaz de produzir subjetividades. É nesse sentido que, ao investigar o uso da linguagem e, ainda, da s palavras e do tempo, na produção dos textos jornalísticos escolhidos para compor o artigo, é possível perceber que as diferentes possibilidades de interpretação de um fato, não passam despercebidas pela equipe responsável pela produção de notícia. Assim, Resende (2007) afirma que mais do que investigar o conteúdo do discurso, é necessário ainda perceber os efeitos que ele produz.

Como complemento à hipótese de definição de agenda é possível utilizar a noção de

framing ou enquadramento, a partir da ideia desenvolvida na obra “Frame Analys is ”, em

1974, tendo já elaborado um grande repertório sobre o estudo das interações sociais. A análise da moldura ou enquandramento envolve a classificação de esferas da experiência em realidades que são continuamente refeitas. De acordo com o antropólogo, o comportamento cotidiano é transformado em molduras primárias em “two basic replicating processes, each capable of littering the world with a multitude of copies: keyings and fabrications” (GOFFMAN, 1974).

A análise de molduras (frame analysis) proposta por Goffman envolve a classificação de esferas da experiência em realidades que são moduladas (keyed) ou falsificadas (fabricated) e das derivações advindas dessas classificações. Tal noção sobre o estudo das interações sociais de Goffman pode nos ajudar a perceber, no caso da mídia, esquemas narrativos e de experiência que permitem ao público interpretar os acontecimentos e experimentar a realidade social. Um movimento de ênfase constante de certos temas, aspectos e problemas assume a forma de uma moldura interpretativa, um esquema ou um

frame que se aplica de modo relativamente proposital, para dar sentido ao que deve ser

observado (WOLF, 2008).

Deste modo, o objetivo do presente trabalho é tratar não apenas das representações produzidas mas também de experiências geradas em outros campos da experiências, como o da política, a partir da retórica presente nas notícias do jornal Folha de S. Paulo, enquanto um veículo de grande alcance e importância entre os meios de comunicação de massa. As relações de poder existentes dentro de uma redação não devem deixar de ser consideradas, porém não serão aqui aprofundadas.

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O artigo será dividido em três focos principais, indicando enquadramentos distintos e complexos a respeito das ocupações das escolas em São Paulo, fazendo dialogar representações e experiências: - o tratamento das ocupações das escolas de São Paulo, tais como relatadas pelo veículo da mídia impressa da Folha de S. Paulo entre os meses de novembro e dezembro de 2015; - o vídeo publicado pela Folha a respeito das ocupações; e, por fim, o tema da "reorganização escolar" tal como apresentado pelo referido jornal.

2. As ocupações na mídia (Folha de S. Paulo)

Para a construção desta análise foram colhidas 163 notícias entre os meses de novembro e dezembro de 2015, tanto nos editoriais, quanto em outros gêneros jornalísticos da Folha de S. Paulo. No intuito de mapear e comparar o tratamento dado às notícias ao longo do período destacado, foi realizada uma filtragem de acordo com o grau de relevância para esta pesquisa por meio da observação dos títulos. Parte-se do suposto de que o título é a parte constitutiva do texto jornalístico que tem a função de chamar atenção a ponto de despertar o interesse do leitor para procurar saber mais detalhes sobre o assunto, lendo toda ou parte da notícia.

No ano de 2015, a cobertura da Folha de São Paulo chamou atenção pelo conteúdo produzido e também por ter sido alvo de polêmicas e questionamentos durante o período em que ocorreram as ocupações das escolas. Nesse sentido, é interessante problemat izar a visão produzida pelos editores do jornal, a partir da noção de enunciação, percebendo as representações sobre a política e a gestão das escolas em São Paulo.

É importante ressaltar que as 163 notícias colhidas tratam direta ou indiretame nte do tema das ocupações de escolas em São Paulo. No que diz respeito à ação do movime nto de estudantes secundaristas, as duas palavras mais utilizadas para nomear a mesma alternaram entre “ocupação” e “invasão”.

Com relação ao projeto de Reorganização Escolar do governo, os pares opositivos mais comuns foram “reorganização/reestruturação” e“fechamento”. Além disso, para caracterizar o projeto também foram utilizados os tratamentos “plano escolar”, “reforma do ensino” e “reforma dos ciclos”.

Ao observar os títulos das notícias, fica evidente que houve uma virada no tratamento que o jornal deu ao movimento dos secundaristas. As ações dos estudantes foram

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criminalizadas com maior frequência no mês de novembro, em que 26 títulos de matérias trazem a palavra “invasão”. Inclusive, ao longo da construção do presente texto, notou-se que alguns títulos foram atualizados3

e houve substituição da palavra ocupação por invasão após a publicação da notícia.

Em matéria divulgada no dia 12 de novembro de 2015, cujo enunciado no link consta como “Pais aderem a ato de alunos em SP, mas pedem ocupação sem baderna”, verificou-se que o enunciado foi atualizado para “Pais aderem a ato de alunos em SP, mas pedem invasão sem baderna”.

No mês de dezembro a palavra mais usada para descrever o movimento foi “ocupação”. Porém, mesmo quando a matéria não trazia a palavra “invasão” no enunciado, em alguns casos foi possível encontrá-la no corpo do texto. A notícia “Estudantes ocupam escola estadual na zona leste de São Paulo”, publicada em 24 de novembro, cujo conteúdo trazia informações sobre a ocupação da escola estadual Salim Farah Maluf, no Conjunto Residencial José Bonifácio, zona leste de São Paulo , trazia também a informação :

Segundo os estudantes, ao menos 15 jovens invadiram o colégio com barracas e colchões para ficarem acampados, enquanto outros 30 ficaram do lado de fora. A Polícia Militar não confirma este número. (...) Estudantes de escolas estaduais decidiram invadir as unidades em protesto contra a reforma nos ciclos de ensino. De acordo com proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), 92 escolas serão fechadas em 2016.

Foi observado que, ao longo dos meses de novembro e dezembro, das notícias colhidas, 26 (vinte e seis) traziam a palavra “invasão” em seus enunciados. Enquanto que 38 (trinta e oito) traziam a palavra “ocupação”. Duas notícias caracterizavam as escolas em que o movimento secundarista se fazia presente enquanto resistência contra a proposta do governo como “tomadas”4. No que se refere à caracterização do Plano de Reorganização escolar, 21 (vinte e uma) notícias traziam a palavra “reorganização”, 2 (duas) traziam a palavra “reforma dos ciclos”, 9 (nove) traziam a palavra “fechamento ”,

3 “Es tudantes invadem e trancam es cola em ato contra fechamentos em SP”. Dis ponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1704401-es tudantes -ocupam-e-trancam-es cola-e m-ato- contra-fechamentos -em-s p.s html>

4 “Chega a 108 o número de escolas estaduais tomadas por alunos em SP”. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710062-chega-a-108-o-numero-de-escolas-estaduais-tomadas-por-alunos-em-sp.shtml>

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enquanto outras 3 (três) alternavam entre “reestruturação”, “plano escolar” e “reforma do ensino”.

Embora semelhantes, não é possível dizer que os diferentes enunciados destacados acima tenham equivalência. Ao analisar os títulos das notícias e o conteúdo do corpo do texto, inseridos em um contexto político mais amplo e complexo, verifica-se que há um deslizamento de sentidos. Nos momentos em que a palavra “invasão” é enunciada no título, produz-se um efeito próximo ao sensacional, que pode ser entendido como uma estratégia persuasiva para chamar a atenção do leitor, ao mesmo tempo em que está inclinada à criminalização do movimento, partindo do suposto de que a palavra “invasão ” é facilmente associada à ilegalidade.

A relação entre “invasão” e violência fica evidente na matéria intitulada “Estudantes invadem e trancam escola em ato contra fechamentos em SP”, já mencionada anteriormente, quando é destacada a fala da dirigente regional ensino na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo do centro -oeste, Rosangela Valim:

A dirigente regional do centro-oeste, Rosangela Aparecida de Almeida Valim, afirmou que uma parte dos alunos com camisetas da escola invadiram o local e retiraram a diretora e sua equipe por volta das 7h. Ela disse ainda que há alunos de outros colégios, inclusive de ensino particulares, e outras pessoas que nem sequer são estudantes participando do protesto.

Vale lembrar que muitas vezes o título não é produzido pelo mesmo profissio na l que escreveu o texto e viveu a situação descrita na reportagem, mas por um editor.

Quanto ao par opositivo “reorganização/reestruturação” e “fechamento”, a relação evidenciada é a de estranheza frente a uma proposta que supostamente visa a melhoria da qualidade do ensino nas escolas estaduais estar sendo alvo de protestos5. No momento em que fica claro na notícia a possibilidade de fechamento de mais de 90 escolas, que consta na proposta do governo, em conjunto com as falas de alunos que participam das ocupações, a relação se inverte. A palavra fechamento traz consigo a ideia de que algo deixa de funcionar ou de existir, ao menos como costumava existir em um momento passado. Ao atribuir a ação de fechamento das escolas à proposta de Reorganização

5 “Semana começa com 15 escolas estaduais tomadas por alunos em SP”. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707037-semana-comeca-com-15-es colas -es taduais - de-sp-tomados-por-alunos.s html>

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Escolar, algumas brechas são abertas quanto à possibilidade de relativizar as promessas feitas pelo governo de melhoria na qualidade do ensino.

É possível afirmar também que quando as experiências6 dos secundaristas são

privilegiadas na abordagem da notícia, o sentido produzido é de que a ocupação é legítima a partir do entendimento de que as escolas pertencem à juventude, bem como as ruas, as praças, são espaços de direito dos estudantes e que, por isso, ocupam. A ideia de há algo a aprender pra além da sala de aula também se faz presente nas falas dos alunos, no sentido de uma prática pedagógica transformadora que o movimento de ocupações gestou nas escolas.

A invasão da escola Fernão Dias Paes, que já entra em seu quarto dia , é a maior aula que os alunos podem ter e dar a seus colegas, diz a aluna Luana Nardi, 15.

"Quer aula maior que essa?", pergunta ela, sobre o movimento contrá rio à reorganização na rede de ensino estadual proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A gestão tucana vai fechar 94 unidades estaduais a partir de 2016.

Durante o mês de dezembro, o conteúdo das notícias divulgadas pela Folha mostra que o apoio ao movimento de ocupação nas escolas cresceu significativamente, enquanto que a popularidade do governador Geraldo Alckmin atingiu as piores marcas7. As ocupações ganharam apoiadores ilustres como a chef de cozinha Paola Carrosella, jurada do programa televisivo MasterChef Júnior, da Band, que visitou a escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na região oeste de SP e cozinhou com os estudantes.

Além disso, a rede Minha Sampa em parceria com o movimento estudantil secundarista organizou uma série de shows gratuitos com artistas como Criolo, Maria Gadu, Paulo Miklos, Tiê, Karina Buhr e Edgard Scandurra em apoio às ocupações. O cantor Chico Buarque, conhecido pelo seu envolvimento com a militância contra a ditadura militar e com os movimentos de direitos humanos, também manifestou seu apoio às ocupações juntando-se com outros artistas na gravação de uma música e de um clipe que trazia na letra palavras de apoio ao movimento dos estudantes secundaristas. Neste caso,

6 “Quer maior aula do q ue es s a? Diz aluna que ficou três dias na Fernão Dias Paes”. Dis ponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705866-quer-ma ior-aula -que-es s a-diz-a luna-que- ficou-tres -dias -na-fernao-dias -paes .s html>

7 “Popularidade de Alckmin atinge pior marca, aponta Datafolha.” Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1714813 -popularidade-de-alckmin-atinge-pior-marca- aponta-datafolha.s html>

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o sentido produzido por tais notícias pode ser relativizado à ponto de sugerir que o apoio de parte da classe artística ajudou tanto a mobilizar os estudantes que resistia m, quanto a divulgar de modo positivo a imagem das ocupações junto ao público leitor da Folha de S. Paulo.

3. O caso da visita de Alckmin: outros suportes que se desdobram

Ciente da polarização e da pulverização das falas no contemporâneo, Resende (2013) sugere que, na perspectiva do discurso jornalístico, é fundamental compreender os modos de encenação das notícias. Estes enquadramentos se dão também a partir de outros suportes como o vídeo, weblogs, documentários, relatos impressos e filmes que nos dizem não apenas que há várias verdades a serem produzidas, mas antes de tudo, que há vários modos de narrar o acontecimento.

Aqui trataremos da divulgação de um vídeo sobre as ocupações, publicado pela Folha e as diversas experiências que daí decorreram, buscando evidenciar a complexidade e ambivalência do enquadramento que busca cultivar a "neutralidade" e o distanciame nto político.

No dia 2 de dezembro de 2015, terça-feira, conforme divulgado pelo próprio jornal, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), visitou a redação da Folha de S. Paulo, onde foi recebido em almoço. Na ocasião, o político encontrava-se acompanhado de Marcio Aith, subsecretário de Comunicação do governo do Estado, e Isabel Salgueiro, assessora de imprensa.

A polêmica tem início a partir do momento em que, poucas horas após a visita do governador e de sua equipe à redação da Folha, um vídeo que havia sido publicado às 06h da manhã, sobre o cotidiano de algumas escolas ocupadas por estudantes que se posicionavam contra o projeto de Reorganização Escolar, foi suspenso. Porém, apesar da exclusão do conteúdo do site da Folha, alguns internautas conseguiram salvar a reportagem antes que ela fosse retirada do ar.

O vídeo, que havia sido publicado pela Folha na manhã do mesmo dia, procurou retratar a condição precária das escolas estaduais e o cotidiano das ocupações, o que por sua vez sugere que o assunto do almoço foi a imagem do governo no veículo em relação ao conteúdo do vídeo, que continha um tom favorável às ocupações.

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O ocorrido foi criticado na coluna de Vera Guimarães Martins, ombudsman da Folha à época. No dia 06 de dezembro de 2015, em matéria intitulada “Dois tropeços na mesma pedra”, a jornalista afirma que o jornal teria tropeçado duas vezes, a primeira por publicar o conteúdo e a segunda por suspendê-lo. Para ela, o conteúdo do vídeo publicado na TV Folha era “desequilibrado” visto que favorecia o lado dos estudantes e apoiadores do movimento de ocupação das escolas, que “predominam nas redes sociais”. Na sua avaliação, o vídeo que teria sido produzido por treinees e editado em parceria com a equipe da TV Folha “passava ao largo de padrões jornalísticos mínimos” e continha uma “abordagem acrítica e enviesada”. A jornalista considera que

Não há reportagem propriamente dita, não há apuração, não há checagem de dados ali divulgados, não há espaço para o contraditório; ignora-se a obrigação de ouvir o outro lado. Não há jornalismo, enfim. Espanta que tenha ido ao ar aquele jorro de acusações, afirmações e números sacados não se sabe de onde, apresentados sem exibição de qualquer evidência. A edição foi tão juvenil e engajada quanto os personagens entrevistados. Não há dúvida de que os controles falharam. (MARTINS, Vera Guimarães. “Dois tropeços na mesma pedra”. Folha de S. Paulo. 06/12/15)

Em seguida, na mesma matéria, a jornalista comenta a “coincidência” entre a visita do governador Geraldo Alckmin à redação da Folha e a suspensão do vídeo, descrevendo sua tentativa de interpelar a Direção de Redação sobre a ação que, segundo a jornalista, contraria a norma que diz que “a Folha não retira conteúdo por pedido de terceiros”. A jornalista ainda publica trecho da resposta que recebeu:

Espera-se que a ombudsman esteja se referindo aos comentários mentirosos das redes sociais e não esteja insinuando que uma coisa tenha algo a ver com a outra. Seria desconhecer décadas de conduta editorial da Folha, que não cede a pressões —que, no caso, nem ocorreram.

A jornalista critica também a decisão da Folha pela suspensão do vídeo e sugere como agravante o “timing”, se referindo ao fato de que o vídeo foi retirado do ar logo após a visita do governador à redação do jornal. Segundo ela, a sequência dos fatos abriu espaço para “teorias conspiratórias” sobre a decisão de suspender o vídeo ter sido tomada devido à pressão política. Pode-se dizer que, neste caso, o enquadramento dos fatos produzido no vídeo não agradou à uma parcela de pessoas, entre as quais se destacam o governador Geraldo Alckmin e sua equipe, em conjunto com alguns jornalistas.

O coletivo de comunicação Vaidapé, que atua na defesa dos direitos humanos denunciando a violência institucional, também entrou em contato com a redação da Folha

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após vários portais de notícias denunciarem a ligação entre a visita de Alckmin e o ocorrido, o que o jornal desmente:

A reportagem foi retirada do ar a pedido da Secretaria de Redação na manhã da terça-feira, dia 1/12, após ser constatado que a peça tinha falhas de apuração, que contrariavam os princípios editoriais do jorna l, principalmente o que concerne ao Outro Lado. A equipe foi orientada a refazer o mais rápido possível a apuração para que o vídeo volte ao ar. A relação entre a visita do governador de São Paulo, que ocorreu à tarde daquele dia, e a retirada do vídeo do ar é mentirosa. (SANTANA, Henrique. “Mídia: o gatilho de Alckmin contra os secundaristas”. Vaidapé. 03/12/215)

Cabe ressaltar que Márcio Aith, o secretário que acompanhou Alckmin na visita à redação da Folha, trabalhou no jornal. Segundo o Observatório da Imprensa8, o subsecretário do governo paulista fez carreira na Folha, onde chegou ocupar o cargo de editor de economia. No dia 2 de setembro de 2016, o Portal dos Jornalistas 9publica

matéria sobre a saída de Márcio Aith do cargo de secretário estadual de comunicação. Aith, que também era vice-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, deixa o governo após cinco anos, para fazer uma pós-graduação em Londres, na Kings College.

Como destaca Resende (2007), do ponto de vista da reflexão acerca dos discursos jornalísticos, que tanto se ancoram no pressuposto de que ali esteja contida uma verdade, a situação social e tecnológica do contemporâneo renova nossas condições de reflexão: o que a polarização e a pulverização das falas de fato nos revelam é que, se tudo é vontade de verdade, a verdade ou mesmo a não-verdade pode estar em vários lugares e em várias falas.

4. O enquadramento das notícias sobre o Plano de Reorganização Escolar

A partir do momento em que os veículos de comunicação de massa passam a privilegiar determinados enquadramentos, em detrimento de outros, a visibilidade dos pontos de vista difundidos pela mídia é reforçada. Esse efeito não passa despercebido pelos agentes políticos que hoje, em grande medida, pautam suas ações de acordo com o impacto presumível na mídia (MIGUEL, 2004). No entanto, a relação mídia e política não se dá de maneira unilateral, mas como uma trama complexa, um jogo de forças.

8“Jogada combinada”. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/interesse- publico/jogada_combinada/> 9 “Com a s aída de Márcio Aith, Cleber Mata assume interinamente a Comunicação do Governo Alckmin”. Disponível

em:<http://www.portaldosjornalistas.com.br/noticia/saida-marcio-aith-cleber-mata-assume-interinamente-comunicacao-govern>

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A proposta de Reorganização Escolar, ou, ainda, o que o jornal Folha de S. Paulo por vezes denominou de “Reforma dos ciclos”10, “Reforma do ensino”11 ou “Reestruturação do sistema educacional”12, defendida pela Secretaria de Educação apresentou como justificativa pedagógica a possibilidade de produzir melhores resultados a partir de escolas menores. A previsão era de fechamento de 92 escolas, a reorganização para segmento único de mais de 754 outras e a consequente transferência de milhares de alunos de suas escolas de origem.

A proposta apresentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, conforme Piolli et al (2016), não ocorre como uma decisão política isolada, mas encontra - se inserida em um contexto mais amplo que diz respeito ao movimento de racionalização dos serviços públicos, da “Nova Gestão Pública” (BRESSER-PEREIRA, 1998), que teve início nos anos 1990. Representando um conjunto de reformas educacionais, assentadas sob o ideário de que a educação seria um serviço não exclusivo do Estad o, derrubam- se barreiras e ampliam-se as possibilidades de investidas descentralizadoras, privatistas e de maior controle e avaliação de serviços prestados pelo Estado. A partir de então, a forma de gestão empresarial passa a ser incorporada também nas instituições de ensino, por meio da maior entrada de agentes empresariais e privados na agenda educacional nos âmbitos federal, estadual e municipal.

Ao contrário da Constituição Brasileira de 1988 que previa uma formação humanística e cuja concepção baseava-se no estímulo ao pensamento crítico e reflexivo dos alunos, os critérios gerenciais da “Nova Gestão Pública” passavam pela eficiênc ia, eficácia e qualidade para fins quantitativos. Tais critérios foram inco rporados e deram

origem a políticas públicas educacionais, dentre as quais é possível destacar: a) Leis de Diretrizes de Base da Educação Nacional – LDBN (9.394/1996), b) avaliação externa (SAEB), c) FUNDEF (Financiamento para o Ensino Fundamental), d) redefinição

10 “Alckmin publica decreto e avança na reforma dos ciclos da rede paulis ta ”. Dis ponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713412-alckmin-publica-decreto-e-avanca-na-reforma-dos-ciclos -da-rede-paulista.s html>

11 “Alunos protes tam contra reforma do ens ino em vias da zona oes te de SP”. Dis ponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713836-alunos-protestam-contra-reforma-do-ensino-em-vias-da-zona-oeste-de-sp.shtml>

12 “Leitor comenta reestruturação do sistema educacional em São Paulo”. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/12/1718186-leitor-comenta-reestruturacao-do-sistema-educacional-em-sao-paulo.shtml>

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curricular (competências e habilidades ) baseada na formação direcionada para o mercado de trabalho (MESKO; PIOLLI, 2015).

Em São Paulo, o modelo de gestão empresarial tem orientado muitos serviços públicos, que passaram a ser avaliados segundo critérios quantitativos e de ranqueamento. Nas escolas, o cenário não é diferente: no que se refere às políticas educacionais, foram incorporadas medidas que atrelam qualidade de ensino à melhoria de indicadores e de posição em rankings comparativos como, por exemplo, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Segundo Piolli et al (2016), essa agenda tem sido apresentada e defendida mundialmente, desde a década de 1990, com influência maior destacados organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A partir dos anos 2000, tem-se um cenário favorável à maior participação do setor empresarial, por meio de suas fundações, em termos de tomada de decisões que direcionam políticas públicas educacionais. A partir de 2006, com o surgimento do projeto “Todos pela Educação” (TPE), aprofundam-se ainda mais os esquemas gerenciais centrados em metas e resultados. As avaliações externas passam a obter papel central em se tratando de financiamento e bonificações, bem como esquemas de vigilância e punição aos que não se destacam em tais avaliações.

O movimento “Todos pela Educação” (TPE) foi criado em 2005 por um grupo de líderes empresariais e trazia propostas e enunciados direcionados para a educação básica no Brasil. Em setembro de 2006, durante o congresso intitulado “Ações de Responsabilidade Social em Educação: Melhores Práticas na América Latina”, realizado no Museu do Ipiranga, em São Paulo, o grupo lança o projeto “Todos pela Educação”, de mesmo nome, visando impulsionar as ações do movimento. Trata-se de uma estratégia para fortalecer no meio empresarial a importância de um organismo que defenda os interesses da classe intervindo na definição de políticas públicas educacionais do Estado. Segundo Martins (2009), p. 23:

Com esse horizonte político, os empresários estruturam o TPE de modo a transformá-lo numa espécie de think tank para educação no país. A sustentação financeira foi montada a partir de captação de recursos privados. Os doadores são apresentados como “patrocinadores” da organização e encontram-se divididos em três níveis que variam de acordo com o valor do repasse. Ao todo, a organização conta com dez patrocinadores, entre eles: Grupo Gerdau, Grupo Suzano, Banco Itaú, Banco Bradesco, Organizações

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Globo. No conjunto, destacam-se aqueles grupos com atuação predominante no setor financeiro.

No estado de São Paulo, alinhado ao movimento ocorrido em âmbito federal, também a partir dos anos 2000, o setor empresarial passou a atuar como uma espécie de consultor da Secretaria de Estado da Educação (PIOLLI et al, 2016). A participação do setor se intensifica com o lançamento do programa “Educação: Compromisso de São Paulo”, em 2011, por meio de decreto, com liderança de Geraldo Alckmin. Entre os parceiros do programa, predominam atores do setor privado, entre os quais vale destacar: Fundação Itaú Social, Fundação Bradesco e a especialista em consultoria internacio na l McKinsey & Company. A quase totalidade dos representantes do conselho consultivo do “Educação: Compromisso de São Paulo”, também integra os “Parceiros da Educação”, Organização da Sociedade Civil Pública (OSCIP) fundada em 2004, que por sua vez também possui parceiros que coincidem com os do programa “Todos pela educação”.

Finalmente, no final do ano de 2015, os parceiros do programa “Educação: Compromisso de São Paulo” atuaram na proposição do projeto de Reorganização Escolar, também prontamente encabeçado por Geraldo Alckmin e seus secretários de governo.

No dia 23 de setembro de 2015, a Secretaria da Educação13 anuncia o Plano de

Reorganização Escolar em seu site argumentando que o objetivo da iniciativa é “aprimorar as ações pedagógicas por faixa etária” e, dessa forma, melhorar a qualidade do ensino. A matéria divulgada ainda traz o trecho de uma fala do secretário de educação, Herman Voorwald:

São Paulo passa de 6 milhões para 4 milhões de estudantes em menos de 20 anos. Isso ocasionou carteiras, cadeiras e, principalmente, salas vazias em muitas escolas. É a oportunidade para que a rede de ensino dê um salto de qualidade e possa oferecer às crianças, pré-adolescentes e adolescentes uma escola focada em uma segmentação de ensino.

No dia 29 de outubro de 2015 é realizada uma videoconferência14 pelo site oficia l da

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informando sobre os detalhes do projeto, que baseou-se em três variáveis: a) diminuição da queda da taxa de natalidade (redução de dois milhões de alunos na rede estadual), b) municipalização dos anos inicia is do ensino

13 “SP inicia reorganização es colar para ampliar es colas es taduais com ciclo único”. Dis ponível em:

<http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/sp-inicia-reorganizacao-para-ampliar-escolas-estaduais-com-ciclo-unico>

14 “Videoconferência para discutir reorganização escolar acontece hoje”. Disponível em:

<http://www.educacao.sp.gov.br/noticias/videoconferencia -para-discutir-reorganizacao-escolar-acontece-hoje>

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fundamental na década de 1990 e, c) melhoria do poder aquisitivo das famílias e o ingresso nas escolas particulares.

Contudo, na contramão do que o governo procurou divulgar, conforme Mesko, Piolli et al (2015)(2016), a Secretaria de Educação pretendia promover o enxugame nto do quadro docente, de forma semelhante ao processo já ocorrido nos anos 1990, em São Paulo, que ocasionou o fechamento de diversas escolas e a demissão de 20 mil professores. Também junto da proposta de reorganização havia ainda a necessidade de um maior aprofundamento na participação do setor empresarial na gestão da educação pública do estado e de alinhamento ao que já fora aprovado em âmbito federal, no Plano Nacional de Educação, lei nº 13.005/2014 de 25 de junho de 2014, que garante isenções fiscais e subsídios a empresas que investem em educação.

O projeto de reorganização do governo sofreu forte resistência de estudantes secundaristas que promoveram mais de 200 ocupações em escolas por todo o estado, durante cerca de 60 dias. É possível afirmar que esse movimento despertou sentimentos opostos e até contraditórios entre a população. Houve quem fosse duramente crítico e avesso à resistência dos estudantes e é possível constatar esse fato apenas observando os comentários deixados nas matérias destacadas no artigo. Por outro lado, esses estudantes foram contemplados com o apoio de profissionais de diferentes categorias, desde professores à artistas de fama nacional e internacional.

A resistência também foi marcada por atos públicos, performances, atividades culturais e debates que ocorriam dentro das escolas ocupadas. Durante os atos e ocupações o confronto com a polícia militar e com estudantes que defendiam a desocupação das escolas foram frequentes. A ação da PM frente aos protestos dos estudantes secundaristas foi marcada pelo uso desproporcional da força e da autoridade, conforme é possível ver nos vídeos que circularam pela internet, tanto na Folha de S. Paulo, como em outros veículos, e que ilustravam os confrontos.

No dia 4 de dezembro de 2015 é divulgada a primeira notícia14 na Folha de S.

Paulo que tratava do recuo do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que decidiu suspender o Plano de Reorganização Escolar. No enunciado a matéria trazia “Sob protestos, Alckmin suspende plano de reorganização de escolas”. No mesmo dia, a Folha de S. Paulo também publicava a decisão do juiz Iberê de Castro Dias, da Vara da Infância

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Protetiva e Cível de Guarulhos, que concedeu liminar suspendendo a reestruturação escolar na cidade, segundo a matéria, atendendo a um pedido do Ministério Público de São Paulo. Logo após a suspensão, o veículo em questão divulgou que Herman Voorwald não era mais o secretário da educação de São Paulo. Segundo a Folha, o próprio jornal apurou que a decisão de recuar foi tomada pelo governador sem o aval de Voorwald.

5. Conclusão

Ao mapear as notícias que abordaram o tema das escolas ocupadas no estado de São Paulo, pretendeu-se expor em linhas gerais, a forma como as ações do movime nto secundarista foi representado nos meios de comunicação de massa durante os meses de novembro e dezembro de 2015. E, ao mesmo tempo, refletir sobre os impactos que tais construções podem gerar sobre uma determinada realidade política, tomando o espaço de fabricação do texto jornalístico como um campo de tensões e de disputa entre agentes e produção de sentidos. Levou-se em consideração o enquadramento dos fatos, a linguagem escolhida e os demais elementos que moldam de uma maneira específica a notícia, de modo a oferecer aos leitores os assuntos que devem ser tratados como relevantes.

No caso da Folha de S. Paulo, que apesar de se caracterizar como um jornal “crítico, apartidário e pluralista”, é possível dizer que se trata de ator social engajado, que assume posições (BOURDIEU, 1983) e não necessariamente é pautado por princípios de neutralidade. A frase situada na parte superior do site da Folha a caracteriza como “Um jornal à serviço do Brasil”, o que sugere, entre outras coisas, que o veículo se pretende como alinhado à uma “pauta pública”.

Jornais são empresas que, conforme a história revela, em alguns momentos tornam-se aliadas de políticos, partidos ou governos que possam de alguma maneira contribuir para seu sucesso econômico ou mesmo por identificação. Assim, é evidente que a cobertura da Folha de S. Paulo, como também de outros jornais de média e grande circulação, é atravessada por uma rede de interesses econômicos e políticos. De modo que uma ação de apoio à determinado agente político pode render verbas publicitárias e linhas de crédito mais acessíveis. Por outro lado, também estão em jogo o ideário político e as convicções pessoais do dono do jornal e dos jornalistas. A imprensa, por meio dos proprietários, editores e jornalistas é que determina o que será notícia e de que maneira os fatos serão noticiados.

(22)

É necessário considerar também a distância existente entre o que é dito pela imprensa e a maneira como o público recebe e assimila a notícia. A capacidade de influência dos meios de comunicação de massa sobre o que é importante e relevante varia conforme os temas tratados. Pode-se dizer que

quanto menor for a experiência direta da pessoa em relação a uma determinada área temática, mais ela dependerá da mídia para obter as informações e os quadros interpretativos relativos àquela área (ZUCKER, 1978, p. 227).

Por isso, o leitor não deve ser visto como uma massa amorfa em que as notícias se inserem e moldam sua consciência conforme o interesse dos grandes jornais. Há ainda pesquisas (DIAS, 2014). que procuram demonstrar que os jornais atingem, na maior parte do tempo, o seu próprio grupo de interesse, pessoas que já possuem ideias alinhadas às opiniões veiculadas pelo jornal. Assim, a imprensa atuaria mais no sentido de “reforçar uma percepção que o leitor já possui de determinada situação”.

Por fim, é possível dizer que os estudos sobre as relações entre mídia e política e mais especificamente sobre os meios de comunicação de massa, revelam que princíp ios de neutralidade, compromisso com o leitor e com a verdade, prestação de serviço à sociedade, alinhamento com o interesse público são comumente evocados nos discursos de auto-representação dos veículos midiáticos. Cabe ao pesquisador o interesse e a disposição para investigar e problematizar o conteúdo produzido, contrapondo fatos, mapeando e comparando discursos que oferecem diferentes enquadramentos da realidade social.

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Referências bibliográficas:

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec. 1979

BOURDIEU, P. A Opinião Pública não existe. In: BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro, Marco Zero, p. 173-182, 1983

BRESSER-PEREIRA, L. C. A Reforma do Estado nos Anos 90: Lógica e Mecanismos de Controle. Lua Nova - Revista de Cultura Política, n.45, 1998

COHEN, B. C. The Press and Foreign Policy. Princeton University Press, Princeton. 1963 DIAS, L. A. O golpe impresso: Análise da participação dos jornais O Estado de S. Paulo e a Folha de S. Paulo no golpe civil-militar de 1964. In: Anais eletrônicos do XXII Encontro

Estadual de História da ANPUH -SP. Santos, 2014

GOFFMAN, Erving. Frame Analysis. An essay on the organization of experience. New York: Harper & Row, 1974

MESKO, A. de S. R.; PIOLLI, E. (Des) caminhos da educação pública no Brasil. ETD -

Educação Temática Digital, Campinas, SP, n. 3, v. 17, dez. 2015

MESKO, A. de S. R; PIOLLI, E.; PEREIRA, L.; A proposta de reorganização escolar do governo paulista e o movimento estudantil secundarista. Crítica Educativa, Sorocaba, SP, n. 1, v. 2, 2016

MIGUEL, L. F. Dossiê: Mídia e política. Apresentação. In: Revista de sociologia e

política. Curitiba, n. 21, p. 7-12, jun. 2004

RESENDE, F. O discurso jornalístico contemporâneo: entre o velamento e a produção das diferenças. Revista Galáxia, São Paulo, n. 14, p. 81-93, dez. 2007

WOLF, M. Teorias das Comunicações de Massa. 3ª Ed. Martins Fontes, 2008

ZUCKER, H. The Variable Nature of Mass Media Influence. In: Ruben, B.

Communication Yearbook, 2, New Brunswick, pp. 225-40

MARTINS, A. S. A educação básica no século XXI: o projeto do organismo “Todos pela Educação”. In: Práxis Educativa, Ponta Grossa, n. 1, v. 4, p. 21-28, jan-jun. 2009

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ANEXO

Matérias da Folha de S. Paulo consultadas para a construção do artigo:

Estudantes invadem e trancam escola em ato contra fechamentos em SP. Sidney Gonçalves do Carmo, Felipe Souza e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 10/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1704401-estudantes- ocupam-e-trancam-escola-em-ato-contra- fechamentos-em-sp.shtml

Aluno 'linha de frente' do Passe Livre é porta-voz de invasão em escola de SP. Juliana Gragnani, Leandro Machado e Marlene Bergamo – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br /educacao/2015/11/1705290-aluno-linha- de-frente-do-passe-livre-e-porta-voz-de-ocupacao-em-escola-de-sp.shtml

Invasão de escola na zona oeste de São Paulo entra no terceiro dia – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705307-ocupacao- de- escola-na-zona-oeste-de-sao-paulo-entra-no-terceiro-dia.shtml

Alunos invadem escola na zona leste de SP que será fechada por Alckmin – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705316-alunos- ocupam-escola-na-zona- leste-de-sp-que-sera-fechada-por-alckmin.shtml

Sobe para cinco o número de escolas estaduais invadidas na Grande SP. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705449-sobe-para- cinco-o-numero-de-escolas-estaduais-ocupadas-na-grande-sao-paulo.shtml

Pais aderem a ato de alunos em SP, mas pedem invasão 'sem baderna'. Artur Rodrigues – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705527-pais-adere m- a-ato-de-alunos-em-sp-mas-pedem-ocupacao-sem-baderna.shtml

Alunos de invasão e governo terão audiência de conciliação, diz defensora. Leandro Machado – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705675-apos-invasao - de-escola-estudantes-e-governo-terao-audiencia-de-conciliacao.shtml

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Alunos em Itaquera vão passar a noite em escola em ato contra fechamento. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705395- inspirados- em-colegio-de-pinheiros-estudantes-ocupam-escola-em-itaquera.shtml

Justiça dá 24 horas para alunos saírem de escola da zona oeste de SP. Juliana Gragnani e Sidney Gonçalves do Carmo – Folha de S. Paulo, Educação. 12/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705346-justica-da-24 - horas-para-alunos-sairem-de-escola-da-zona-oeste-de-sp.shtml

Justiça revoga reintegração de posse de escola invadida; alunos comemoram – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706312-justica - revoga-reintegracao-de-posse-de-escola- invadida-alunos-comemoram.shtml

Sobe para 8 o número de escolas estaduais invadidas na Grande SP. Felipe Souza e Sidney Gonçalves do Carmo – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705853-sobe-para- 7 - o-numero-de-escolas-estaduais- invadidas-na- grande-sp.shtml

Quer maior aula que essa?, diz aluna que ficou três dias na Fernão Dias Paes. Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705866-quer- maior- aula-que-essa-diz-aluna-que- ficou-tres-dias- na-fernao-dias-paes.shtml

Rumo da educação está nas mãos do Congresso, diz Mercadante . Tania Campello – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1705943-rumo- da- educacao-esta-nas-maos-do-congresso-diz- mercadante.shtml

Tentativa de acordo com o governo fracassa e alunos têm 24 h para deixar escola. Leandro Machado – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706080-tentativa- de- acordo-com-o-governo-fracassa-e-alunos-tem-24-h-para-deixar-escola.shtml

Governo Alckmin recua e não vai fechar escola rural em Piracicaba. Venceslau Borlina Filho – Folha de S. Paulo, Educação. 13/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706139-gover no - alckmin-recua-e-nao-vai- fechar-escola-rural-em-piracicaba.shtml

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Mudança nas escolas de SP tem ganhos incertos e prejuízos certos. Fábio Takahashi – Folha de S. Paulo, Educação. 14/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706418- mudanca - nas-escolas-de-sp-tem-ganhos- incertos-e-prejuizos-certos.shtml

MTST invade três escolas estaduais em protesto contra 'reorganização'. Cristina Camargo – Folha de S. Paulo, Educação. 14/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706446- mtst- invade- tres-escolas-estaduais-em-protesto-contra-reorganizacao.shtml

Após PM desfazer cerco, escola invadida em SP tem clima tranquilo. Artur Rodrigues e Rodrigo Russo – Folha de S. Paulo, Educação. 14/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706561-apos- p m- desfazer-cerco-escola-ocupada-em-sp-tem-clima-tranquilo.shtml

Professores ficam feridos durante confusão com PM em escola invadida. Artur Rodrigues – Folha de S. Paulo, Educação. 14/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706619-professores- ficam-feridos-durante-confusao-com-pm-em-escola-invadida.shtml

Pais se revezam em vigília diante de escola invadida em SP. Juliana Gragnani e Leandro Machado – Folha de S. Paulo, Educação. 15/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706688-pais- se- revezam-em-vigilia-d iante-de-escola-invadida-em-sp.shtml

Invasões devem deixar 14 escolas sem aula no início da semana em SP. Artur Rodrigues, Leandro Machado e Rodrigo Russo – Folha de S. Paulo, Educação. 15/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706831- invasoes- devem-deixar-14-escolas-sem-aula-no- inicio-da-semana-em-sp.shtml

Escolas não foram invadidas, mas ocupadas pelos que têm direito de estar ali, diz leitora. Gisneide Tavares – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 15/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1706531-escolas- nao-foram-invadidas- mas-ocupadas-pelos-que-tem-direito-de-estar-ali-diz-leitora.shtml

Repórter da Folha passa quatro dias em escola invadida e relata rotina. Marlene Bergamo – Folha de S. Paulo, Educação. 15/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706690-reporter- da- folha-passa-quatro-dias-em-escola- invadida-e-relata-rotina.shtml

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Clóvis Rossi: Ocuparam a minha escola; que ocupem todas. Clóvis Rossi – Folha de S. Paulo, Educação. 15/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1706694-clovis-ross i- ocuparam-a-minha-escola-que-ocupem-todas.shtml

Reportagem dentro de escola desconstrói estereótipos, diz leitor – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 16/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1706874 - reportagem-dentro-dos-muros-de-escola-desconstroi-estereotipos-diz-leitor.shtml

Semana começa com 15 escolas estaduais de SP tomadas por alunos. Felipe Souza e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 16/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707037-sema na - comeca-com-15-escolas-estaduais-de-sp-tomados-por-alunos.shtml

Justiça suspende fechamento de escola estadual em Santos, no litoral de SP. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 16/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707141-justica - suspende-fechamento-de-escola-estadual-em-santos- no- litoral-de-sp.shtml

'Luz no fim do túnel', diz mãe após Justiça manter escola aberta em Santos – Folha de S. Paulo, Educação. 17/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707714- luz-no- fim- do-tunel-diz- mae-apos-justica- manter-escola-aberta-em-santos.shtml

Invasão de 25 escolas estaduais atinge ao menos 26 mil alunos em SP. Felipe Souza e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 17/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707369- invasao- de- 25-escolas-estaduais-atinge-ao-menos-26-mil-alunos-em-sp.shtml

Temos de pedir a reintegração de escolas invadidas, diz secretário de Alckmin. Fábio Takahashi e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 17/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707710-temos- de- pedir-a-reintegracao-de-escolas- invadidas-diz-secretario-de-alckmin.shtml

Estudantes invadem escolas estaduais em Campinas e Jundiaí. Venceslau Bornlina Filho – Folha de S. Paulo, Educação. 17/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707732-estudantes- invadem-escolas-estaduais-em-campinas-e-jundiai.shtml

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Vídeo retrata os dias de impasse em ato contra reorganização escolar – Folha de S. Paulo, TV Folha. 18/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/tv/cotidiano/2015/11/1707856-video - retrata-os-dias-de-impasse-em-ato-contra-reorganizacao-escolar.shtml

'Estou apavorada', diz mãe que espera reintegração de posse em escola em SP. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 18/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707935-esto u- apavorada-diz-mae-que-espera-reintegracao-de-posse-em-escola-em-sp.shtml

Gestão Alckmin faz proposta para alunos desocuparem escolas. Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 19/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1708503-gestao - alckmin-suspende-fechamento-e-reorganizacao-de-escolas-em-2016.shtml

Por que a Folha usa o termo "invasão" quando se refere a estudantes que estão nas escolas?, questiona leitor. Raphael Alves – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 19/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1708239-por-que- a-folha-usa-o-termo- invasao-quando-se-refere-a-estudantes-que-estao-nas-escolas- questiona-leitor.shtml

Sobe para 74 número de escolas ocupadas em SP – Folha de S. Paulo, Educação. 21/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1709327-sobe-para-74 - o-numero-de-escolas-ocupadas-em-sp.shtml

Secretaria de educação rebate reportagem sobre escolas ocupadas – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 21/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1709241 - secretaria-de-educacao-rebate-reportagem-sobre-escolas-ocupadas.shtml

Chega a 108 o número de escolas estaduais tomadas por alunos em SP – Folha de S. Paulo, Educação. 23/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710062-chega-a-108 - o-numero-de-escolas-estaduais-tomadas-por-alunos-em-sp.shtml

Governo paulista cancela prova estadual em escolas invadidas – Folha de S. Paulo, Educação. 23/11/2015

(29)

Justiça nega pela 2ª vez pedido de reintegração de posse de escolas em SP. Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 23/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1709863-justica- ne ga- pela-2-vez-pedido-de-reintegracao-de-posse-de-escolas-em-sp.shtml

A lei e o terror. Folha de S. Paulo, Editorial. 23/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/11/1709613-a- lei-e- o - terror.shtml

Diretor impede saída de alunos de escola em ato contra prova do governo. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 24/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710365-diretor- impede-saida-de-alunos-de-etec-em-ato-contra-saresp-na- zona-sul-de-sp.shtml

Ocupação de escolas em SP sobe 40% em dia de exame e atinge 151 unidades. Fábio Takahashi, Felipe Souza e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 24/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710619-ocupacao- de- escolas-em-sp-sobe-40-em-dia-de-exame-e-atinge-151-unidades.shtml

Estudantes ocupam escola estadual na zona leste de São Paulo – Folha de S. Paulo, Educação. 24/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710194-estudantes- ocupam-escola-estadual-na- zona- leste-de-sao-paulo.shtml

'Só diálogo supera essa situação', diz Mercadante sobre invasão de escolas em SP. Flávia Foreque – Folha de S. Paulo, Educação. 24/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710552-so-dialo go - supera-essa-situacao-diz- mercadante-sobre-invasao-de-escolas-em-sp.shtml

PM detém alunos que tentavam invadir escola onde estudou José Serra. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 24/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710276-pm-dete m- alunos-que-tentavam- invadir-escola-onde-estudou-jose-serra.shtml

Inspirado no Chile, manual orientou ocupação de escolas por alunos em SP. Leandro Machado – Folha de S. Paulo, Educação. 25/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710710-inspirado- no - chile-manual-orientou-ocupacao-de-escolas-por-alunos-em-sp.shtml

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Tenho vergonha da educação de SP, afirma secretário da gestão Alckmin – Folha de S. Paulo, Educação. 25/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1710803-tenho - vergonha-da-educacao-de-sp-afirma-secretario-da-gestao-alckmin.shtml

Com medo de ocupação, Fuvest tira prova de todas as escolas estaduais – Folha de S. Paulo, Educação. 26/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1711630-com- medo - de-ocupacao-fuvest-tira-todas-as-escolas-estaduais-como-sede-de-prova.shtml

Sindicato deve ir à Justiça contra corte de bônus a docente de escola ocupada. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 26/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1711363-sindica to - deve-ir-a-justica-contra-corte-de-bonus-a-docente-de-escola-ocupada.shtml

Famílias se articulam para reverter ocupação de escolas em SP. Fábio Takahashi e Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 26/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1711231- familias- se- articulam-para-reverter-ocupacao-de-escolas-em-sp.shtml

Leitor comenta re portagem sobre manual orientou ocupação de escolas. Sérgio Barros Minucci – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 26/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1711159- leitor- comenta-reportagem-sobre- manual-orientou-ocupacao-de-escolas.shtml

Com ocupações, prova nas escolas estaduais de SP tem sua pior adesão. Fábio Takahashi e Felipe Souza - Folha de S. Paulo, Educação. 27/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1711763-co m- ocupacoes-prova-nas-escolas-estaduais-de-sp-tem-sua-pior-adesao.shtml

Agenda cultural em colégios ocupados inclui circo, debate e até cursinho. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 27/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1711764-agenda - cultural-em-colegios-ocupados- inclui-circo-debate-e-ate-cursinho.shtml

ONG cria 'guardião' de escola ocupada para ajudar em caso de ação policial. Mônica Bergamo – Folha de S. Paulo, Colunis tas. 27/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2015/11/1711592-ong-cria- guardiao-de-escola-ocupada-para-ajudar-em-caso-de-acao-policial.shtml

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Secretário da Educação de SP deveria ter vergonha também dos salários dos professores, afirma educador – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 27/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1711716 - secretario-da-educacao-de-sp-deveria-ter- vergonha-tambem-dos-salarios-dos-

professores-afirma-educador.shtml

Docentes protestam na Paulista contra reorganização de escolas – Folha de S. Paulo, Educação. 27/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1712018-sindica to - dos-professores-inicia-passeata-da-paulista-ate-a-republica-em-sp.shtml

Professora apoia leitor que criticou ocupação de escolas por estudantes . Vera Lucia de O. Cruz – Folha de S. Paulo, Painel do Leitor. 28/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2015/11/1712302 - professora-apoia-leitor-que-criticou-ocupacao-de-escolas-por-estudantes.shtml

Governo Alckmin infla balanço de desocupações de escolas em SP. Felipe Souza e Sidney Gonçalves do Carmo – Folha de S. Paulo, Educação. 28/11/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1712358-gover no - alckmin-infla-desocupacao-de-escolas-em-sp.shtml

Alunos liberam ponte João Dias e ocupam ruas da zona sul da cidade – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713326-alunos- interditam-parte-da-ponte-joao-dias-contra-reorganizacao-de-escolas.shtml

Alckmin publica decreto e avança na reforma dos ciclos da rede paulista – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713412-alckmi n- publica-decreto-e-avanca-na-reforma-dos-ciclos-da-rede-paulista.shtml

Ouvidoria da polícia em SP pede investigação de ação da PM em escolas – Folha de S. Paulo, Cotidiano. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1713626-ouvidoria- da- policia-em-sp-pede-investigacao-de-acao-da-pm-em-escolas.shtml

Polícia entra em confronto com estudantes durante protesto em SP – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

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Escola Antônio Paiva de Sampaio é alvo de vandalismo em Osasco. Martha Alves e Sidney Gonçalves do Carmo – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713319-esco la- estadual-e-alvo-de-ataque- na-grande-sao-paulo.shtml

Há um mês nas escolas, alunos limpam, cozinham e até instalam chuveiros – Folha de S. Paulo, TV Cotidiano. 01/12/2015

Disponível: http://www1.folha.uol.com.br/tv/cotidiano/2015/12/1713372-ha-um- mes- nas-escolas-alunos- limpam-cozinham-e-ate-instalam-chuveiros.shtml

Governo de SP usa formalidade para propor conversa com aluno. Juliana Gragnani – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713268-governo- de- sp-usa-formalidade-para-propor-conversa-com-aluno.shtml

Vídeo mostra confronto entre policiais e alunos em escola no centro de SP – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713457-video - mostra-confronto-entre-policiais-e-alunos-em-escola-no-centro-de-sp.shtml

Promotor vai à Justiça contra reforma de ciclos de Alckmin. Fábio Takahashi – Folha de S. Paulo, Educação. 01/12/2015

Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713438 - reorganizacao-das-escolas-nao- visa-melhoria-do-ensino-afirma-promotor.shtml Promotor da capital paulista também irá à Justiça contra reorganização. Fábio Takahashi – Folha de S. Paulo, Educação. 02/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uo l.com.br/educacao/2015/12/1713776-promotor- da- capital-paulista-tambem-ira-a-justica-contra-reorganizacao.shtml

PM intervém e acaba com bloqueio de 30 estudantes em avenida de SP – Folha de S. Paulo, Educação. 02/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713836-alunos- protestam-contra-reforma-do-ensino-em-vias-da-zona-oeste-de-sp.shtml

Virada tem shows de Criolo e Maria Gadú em apoio a escolas ocupadas – Folha de S. Paulo, Guia Folha. 02/12/2015

Disponível em: http://guia.folha.uol.com.br/shows/2015/12/1714134-virada-ocupacao - tem-shows-de-criolo-e- maria-gadu-em-apoio-a-escolas- fechadas.shtml Pai busca filho em delegacia e defende ato contra reforma de ciclos em SP. Felipe Souza – Folha de S. Paulo, Educação. 02/12/2015

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/12/1713963-pai-busca- filho-em-delegacia-e-defende-ato-contra-reforma-de-ciclos-em-sp.shtml

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