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A qualificação profissional para o mercado de transporte aéreo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PAULO MOREIRA DE SOUZA

A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MERCADO DE TRANSPORTE AÉREO

Palhoça 2017

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PAULO MOREIRA DE SOUZA

A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MERCADO DE TRANSPORTE AÉREO

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientadora: Profª.Conceição Aparecida Kindermann, Dra.

Palhoça 2017

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PAULO MOREIRA DE SOUZA

A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O MERCADO DE TRANSPORTE AÉREO

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 11 de novembro de 2017

__________________________________________ Orientadora: Profª. Conceição Aparecida Kindermann, Dra.

__________________________________________ Avaliador: Prof. Antônio Carlos Vieira de Campos, Esp.

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Dedico este trabalho aos meus pais Aparecido e Denice, pela educação recebida e força constante em buscar meu crescimento pessoal e profissional.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, companheiro sábio e orientador supremo da minha existência.

A minha orientadora Profª. Dra. Conceição Aparecida Kindermann, pelo auxílio e confiança durante a elaboração deste trabalho.

Ao Corpo Docente da Faculdade de Ciências Aeronáuticas, pela eficiente condução do curso.

Ao Prof. Comandante Antônio Campos, pessoa formidável que tive a oportunidade de conhecer em De Land-FL USA, durante uma palestra da escola de avaliação local, a CDA Flight Training. Meu muito obrigado pela orientação e indicação do Curso da Universidade Unisul de Ciências Aeronáuticas.

A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho.

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As coisas são mais belas quando vistas de cima. (SANTOS DUMONT, s. d).

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RESUMO

Incontestavelmente, o continuo avanço tecnológico bem como a busca pela eficiência e maior segurança, tem levado a indústria aeronáutica a procurar mão de obra cada vez mais qualificada. Com vistas para este cenário, o objetivo geral deste trabalho é compreender os fatores que evidenciam a necessidade de profissionais cada vez mais qualificados para atuar no mercado do transporte aéreo no Brasil e no mundo. A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi através de pesquisa bibliográfica, de caráter descritivo, baseada em procedimento documental com abordagem qualitativa. Como resultado do estudo foi possível constatar que a economia do mercado da aviação pode ser comprometida se não houver profissionais qualificados suficientes para suprir a demanda necessária. Verificou-se que há uma projeção para os próximos 20 anos que indica a necessidade de 2 milhões de novos funcionários divididos em 617.000 pilotos, 679.000 mecânicos de manutenção de aeronaves e 814.000 comissários de bordo, visto que a região Ásia-Pacífico passará a ser a maior potência em transporte aéreo do mundo. A constatação de que a crescente demanda da indústria aeronáutica não é acompanhada pela formação de novos profissionais para o mercado é muito preocupante, o que se deve aos fatores como: drástico aumento de horas de voo exigido para o piloto poder ingressar na linha aérea, de 250 para 1.500, aos poucos aviões encontrados nas escolas e ao alto custo para se formar.

Palavras-chave: Qualificação Profissional. Indústria Aeronáutica. Profissionais do

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ABSTRACT

Undoubtedly, the continuous technological advance as well as the search for efficiency and greater safety has led the aeronautical industry to look for an increasingly qualified worker. In this scenario, the general objective of this work is to understand the factors that demonstrate the need for professionals increasingly qualified to work in the air transport market in Brazil and in the world. The specific objectives were to verify the concept of professional qualification, as well as professional qualification in Brazil; describe the historical process of aviation in the country; analyze the importance of training and qualification of the airline industry professional; check the requirements for the airline pilot training; inquire about the shortage of pilots; the future projection of the number of professionals needed to meet the demand in airline industry as well as the regions that most stand out. The methodology used for this work elaboration was through bibliographical research, of exploratory nature, based on documentary procedure with qualitative approach. As a result of the study it was possible to verify that the economy of the aviation market can be compromised if there are not enough qualified professionals to supply the market demand. There has been a projection for the next 20 years indicating the need for 2 million new staff members divided into 617,000 pilots, 679,000 aircraft maintenance mechanics and 814,000 flight attendants, as the Asia-Pacific region will become the largest power at air transportation in the world. The finding that the increasing demand of aeronautical industry is not accompanied by the new professionals formation for the market is very worrisome, due to factors such as the drastic increase of flight hours required for pilot join in the companies, from 250 to 1,500, the few airplanes found in schools and the high cost to graduate.

Keywords: Professional Qualification. Aeronautics industry. Professionals of the

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Projeção, por região, do número de pilotos necessários para os próximos 20 anos...

41 Gráfico 2 – Projeção, por região, do número de mecânicos de manutenção de aeronaves necessários para os próximos 20 anos... 42 Gráfico 3 – Projeção, por região, do número de comissários de bordo necessários para os próximos 20 anos...

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LISTA DE SIGLAS

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil. CAM Correio Aéreo Militar.

CAN Correio Aéreo Naval. CAN Correio Aéreo Nacional.

CEI Comunidade dos Estados Independentes. DAC Departamento de Aviação Civil.

EMBRAER Empresa Brasileira de Aeronáutica. FAA Federal Aviation Administration. IEL Instituto Euvaldo Lodi.

LATI Linne Aeree Transcontinentali Italiane. RBAC Regulamento Brasileiro de Aviação Civil.

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas. SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem em Transportes. SESCOOP Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. SESI Serviço Social da Indústria.

SEST Serviço Social de Transportes. TAM Taxi Aéreo Marília.

VARIG Viação Aérea Rio-Grandense. VASP Viação Aérea São Paulo.

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Sumário

1INTRODUÇÃO ...11 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ...12 1.2 OBJETIVOS ...12 1.2.1 Objetivo Geral ...12 1.2.2 Objetivos Específicos ...12 1.3 JUSTIFICATIVA ...13 1.4 MATERIAIS E MÉTODOS ...14

1.4.1 Natureza da Pesquisa e Tipo de Pesquisa ...14

1.4.2 Materiais e Métodos ...14

1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados ...15

1.4.4 Procedimentos de Análise dos Dados ...15

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...15

2EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL ...16

2.1 A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ...17

2.2 EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL ...21

3QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL AERONÁUTICA ...24

3.1 BREVE HISTÓRICO DA AVIAÇÃO NO BRASIL ...25

3.2 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA AÉREA ...28

3.2.1- Piloto de aeronave ...29

3.2.2. Comissário de bordo ...31

3.2.3 Mecânico de manutenção de aeronave. ...33

3.3 REQUISITOS PARA A FORMAÇÃO DO PILOTO DE LINHA AÉREA ...36

4SOBRE O MERCADO AERONÁUTICO ...38

4.1 A ESCASSEZ DE PILOTOS NA INDÚSTRIA AERONÁUTICA ...38

4.2 AS PERSPECTIVASPARA O MERCADO AERONÁUTICO A LONGO PRAZO (2016 – 2035) ...40

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...44

ANEXO A – DIREITOS AUTORAIS – LEI Nº 7.183, DE 5 DE ABRIL DE 1984 ....53

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1 INTRODUÇÃO

A qualificação profissional tem sido um tema recorrente de pesquisas, uma vez que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente. À medida que novas tecnologias surgem, exige-se do profissional uma qualificação que atenda a essas necessidades, principalmente após o advento da globalização e à reestruturação produtiva. É importante ressaltar que a globalização provocou muitas mudanças nas condições econômicas, na forma de produção e nas relações sociais, e de trabalho, as quais acabaram culminando na exigência de um novo perfil do trabalhador, o que tenha competências para suprir as exigências do mercado de trabalho, de acordo com Wilbert (2012).

No mercado do transporte aéreo a realidade não é diferente. A qualificação de profissionais para esse mercado de trabalho tem sido uma grande preocupação para a continuação do desenvolvimento do setor e a própria economia.

Nesse sentido, a Boeing Company (2016) analisa que, no mercado da aviação comercial no mundo, existe uma demanda extraordinária para pilotos, técnicos de manutenção e comissários de bordo para os próximos 20 anos. Isso porque à medida que as economias globais se expandem, as companhias aéreas recebem dezenas de milhares de novos aviões comerciais, acaba por surgir a necessidade de novos profissionais, isto é, um novo contingente de pessoas que trabalhe e mantenha esses aviões voando.

Ainda, segundo a Boeing Company (2016), como o setor está em expansão, irá precisar de uma grande demanda de pilotos, técnicos de manutenção e comissários de bordo, entre 2016 e 2035. O setor irá precisar fornecer mais de dois milhões de novos funcionários para o mercado. Empresas em diversos lugares como China, Oriente Médio, Oceania, Europa e toda a América do Norte, do Sul e Central estão aumentando consideravelmente o número de compra de aeronaves, lançando novas rotas e ampliando serviços. Junto a isso, aeroportos se expandem, e acabam esbarrando nas dificuldades do crescimento que surgem ao longo do processo. Dentre essas barreiras, uma das principais é a necessidade de profissional qualificado para o exercício das funções.

As empresas do transporte aéreo têm se preocupado muito com a formação e qualificação do profissional, juntamente com a evolução tecnológica,

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levando em consideração as competências técnicas e elevada proficiência, no que se refere à segurança do voo, de acordo com Casagrande (2014).

Com ênfase neste contexto, esta pesquisa tem como tema a qualificação profissional para o mercado do transporte aéreo.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual é a importância da qualificação profissional para o mercado de transporte aéreo?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Compreender os fatores que evidenciam a necessidade de profissionais qualificados para atuarem no mercado do transporte aéreo.

1.2.2 Objetivos Específicos

Verificar o conceito de qualificação profissional;

Analisar as novas exigências da qualificação do trabalhador e a modernização produtiva;

Analisar dados referentes à educação e qualificação profissional no Brasil; Verificar a importância da formação e qualificação do profissional do transporte aéreo;

Averiguar exclusivamente quais os requisitos para formação de piloto de linha aérea no Brasil;

Pesquisar os motivos que vêm causando escassez na formação desses profissionais;

Identificar qual a projeção em termos de qualificação necessária ao profissional que a indústria aeronáutica deseja para os próximos anos;

Averiguar qual é a previsão de vagas disponíveis na indústria aeronáutica para os próximos anos;

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Verificar regiões com maior número de vagas disponíveis previstas para esses profissionais, pilotos, técnicos de manutenção e comissários de bordo.

1.3 JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa procura identificar sob a perspectiva do mercado de transporte aéreo a necessidade de profissionais qualificados para exercer suas funções. Sabe-se que, em todos os tempos, a falta de qualificação profissional sempre foi uma das principais dificuldades, e hoje esse cenário não é diferente.

No Brasil, sabe-se que a Constituição Federal (1988) garante o direito à educação para todos e para tanto lança mão de políticas públicas, através de leis, normas, princípio e regulamentos que versam sobre o processo de ensino-aprendizagem, todos na busca pelo objetivo de uma educação igualitária e de qualidade. Contudo, é possível verificar que na prática as coisas não são exatamente dessa forma. As oportunidades de um ensino profissional de qualidade acabam sendo para uma minoria e, embora a educação seja um direito de todos, ainda está longe de se tornar legitimamente igualitária para todos, de acordo com o pensamento do Maliska (2011).

Nesse sentido, o mercado da aviação está quase restrito as pessoas de uma condição financeira favorável, por conta dos custos. Mas há aqueles que com muito esforço e dedicação conseguem essa formação.

Por experiência própria, no início da minha carreira, quando vivida em uma cidade pequena, no interior do estado de São Paulo, distante de qualquer informação, não foi fácil obter uma formação para atuar em uma companhia aérea. Hoje, após ter quebrado barreiras e ainda estar vencendo muitos desafios, trabalho em uma Cia. Aérea, qual sonho de criança motivado pela inspiração não poderia ter sido deixado de lado por falta de qualquer informação.

Com base neste contexto, esta pesquisa é motivada pela necessidade de se analisar formação e a qualificação desses profissionais para o mercado do transporte aéreo, sendo de grande importância pesquisar, divulgar e compartilhar informações de um setor que cresce limitado, por vezes, pela falta de divulgação.

Muitas pessoas, por exemplo, acabam não tendo esse conhecimento, e não procuram a qualificação profissional. Vale lembrar que, atualmente, existem

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milhares de desempregados em nosso país, muitos deles por não ter uma qualificação, e o setor aéreo merece muita atenção, uma vez que não para de crescer e fornece muitas oportunidades.

Essa evidência pode ser confirmada nos estudos de Kober (2014), que analisa que a questão da qualificação profissional assume relevante importância, uma vez que as grandes empresas buscam por mão de obra cada vez mais qualificada, e este fato assume papel central no sentido de promover a abertura de novas e melhores oportunidades de trabalho, aos desempregados e aos pouco qualificados profissionalmente, acrescentando que o investimento em qualificação profissional promove o aumento da possibilidade de inserção do trabalhador no mercado de trabalho.

Esta pesquisa também se justifica pelo fato de que a formação e qualificação profissional dos profissionais da indústria aérea, nas suas mais diversas áreas de atuação, estão diretamente ligadas à segurança de voo e, o conceito de confiabilidade nas operações de voo é condição imprescindível enquanto ações de prevenção de incidentes e acidentes.

1.4 MATERIAIS E MÉTODOS

1.4.1 Natureza da Pesquisa e Tipo de Pesquisa

Este trabalho é de cunho bibliográfico, de caráter descritivo, baseado em procedimento documental com abordagem prevalente qualitativa.

1.4.2 Materiais e Métodos

Os materiais foram coletados de livros, artigos e reportagens que forneceram dados para tecer este trabalho, também oriundos da internet como o banco de dados SciELO através das palavras-chave: qualificação profissional (professional qualification), qualificação profissional no transporte aéreo (professional qualification in air transport), qualificação do profissional da indústria aeronáutica (qualification of the professional in the aeronautical industry), educação

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e qualificação do profissional da indústria aérea (education and qualification of the airline industry professional).

1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados

A fim de atender os objetivos propostos neste trabalho, esta pesquisa se apoia em uma revisão bibliográfica em publicações, artigos, livros, teses, dissertações e revistas. Os procedimentos técnicos de coleta de dados utilizados durante os estudos foram à pesquisa bibliográfica e documental com coleta e registro de dados relevantes, por meio de fichamentos e formulários.

1.4.4 Procedimentos de Análise dos Dados

Em relação ao procedimento de análise dos dados, foram feitas leituras de obras que versam sobre o tema da pesquisa, traduzindo os materiais que se encontravam em língua inglesa, seguido do registro, em conformidade com os pressupostos típicos da pesquisa bibliográfica.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Com intuito de alcançar os propósitos e atingir os objetivos da pesquisa, o trabalho foi estruturado da seguinte maneira:

No primeiro capítulo, se versa sobre a qualificação profissional, a necessidade do aprimoramento das habilidades e funções específicas do profissional a fim de suprir a demanda do mercado de trabalho, o qual se encontra cada vez mais exigente.

Já no segundo capítulo, a seção trata da educação e qualificação profissional no Brasil, descrevendo a importância da formação e qualificação do profissional para a conquista do sucesso na carreira. Também apresenta informações acerca da história, da educação e qualificação profissional no Brasil.

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No terceiro capítulo, apresenta um breve histórico da aviação no Brasil, desde a invenção do avião, dos acontecimentos na indústria aeronáutica após a Segunda Guerra Mundial, a instalação das companhias aéreas, bem como a falência e sobrevivências das mesmas durante as crises econômicas vivenciadas no país até a criação dos órgãos responsáveis pela fiscalização e regulamentação da aviação civil até os dias de hoje.

De outra banda, no quarto capítulo, traz em seu cerne a verificação da importância da formação e da qualificação do profissional da indústria aérea. Este item descreve que com o avanço da tecnologia e a automação da aviação, a indústria aeronáutica se vê frente à necessidade por profissionais cada vez mais qualificados, fazendo um levantamento da importância da qualificação não somente do piloto, mas também do mecânico de manutenção de aeronaves e dos comissários de bordo.

Já no quinto capítulo, a seção é analisar exclusivamente os requisitos necessários para a formação do Piloto de Linha Aérea de acordo com a Legislação Aeronáutica.

No sexto capitulo, é a apresentação de informações acerca da escassez de pilotos na indústria aeronáutica, bem como os fatores que desencadearam o problema.

Por fim, no sétimo capítulo, é um desdobramento da anterior, que busca analisar informações sobre a projeção futura do número de profissionais da indústria aérea necessários para os próximos 20 anos. Buscando estimar os números previstos de pilotos, mecânicos de manutenção de aeronave e comissários de bordo necessários para suprir a demanda nas próximas duas décadas, assim como uma projeção dividida por região.

2 EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

O mundo está em constante aperfeiçoamento e aprimoramento de suas técnicas para promover e conquistar a dita perfeição. Nessa esteira de percepção, onde se está inserido em um mercado globalizado e extensamente mutável, ocorre

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então a necessidade de todos os profissionais buscarem uma qualificação e educação das novidades que o mercado apresenta.

Diante disso, cabe ressaltar que por necessidade e crescimento de cada profissão, os profissionais de qualquer área, aqui atentamente focados na aeronáutica, devem estar constantemente se educando e qualificando para o bom exercício em sua função.

Com isso, abordar-se-á sobre a educação e a qualificação profissional que é ofertado no Brasil para todos os operadores do setor aeronáutico, senão vejamos:

2.1 A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

De acordo com Chiavenato (2014), as variações que as organizações têm sofrido ao longo dos anos acabam gerando mudanças no mercado de trabalho, que, consequentemente, afetam o trabalhador quanto às exigências do profissional.

Para Chiavenato (2014), a qualificação profissional se dá através da formação profissional, a qual tem por objetivo aprimorar suas habilidades para a execução de funções específicas, as quais são demandadas pelo mercado de trabalho, que se mostra cada vez mais exigente.

Cabe ressaltar que que conforme Gehringer (2008) apud Diogo (2012) a qualificação profissional passou por uma evolução e ainda afirma que:

Na década de 1960, um jovem que tivesse três mil horas de estudos conseguiria emprego ganhando três salários mínimos por mês. Atualmente, para ganhar os mesmos três salários mínimos, um jovem precisa de doze mil horas de estudos. (GEHRINGER, 2008apud DIOGO, 2012).

Além disso, Isto significa que o mercado de trabalho está cada vez mais criterioso, desde o momento da seleção de pessoas para um emprego, isso devido ao aumento dos requisitos básicos que as empresas estão pedindo atualmente que é bem maior do que alguns anos atrás, de acordo com Diogo (2012).

De acordo com os estudos de Ribeiro (2003) apud Diogo (2012), há algum tempo atrás as empresas eram menos criteriosas no momento da seleção de

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funcionários. Já houve tempo em que o simples fato de saber ler era garantia de um bom emprego, contudo, com a globalização, o surgimento de novas tecnologias e a diversidade de profissões fez com que esse cenário fosse mudando. Portanto, a qualificação profissional surgiu a partir do momento em que empregado e empregador perceberam a necessidade de aprimoramento dos produtos e serviços que eram repassados aos consumidores.

De outra banda, percebe-se que"[...]a única vantagem competitiva que podemos ter neste mundo em constante renovação é a habilidade de aprender mais, e mais rapidamente" (RIBEIRO, 2003 apud DIOGO, 2012).

Além disso:

[...] as transformações que ocorrem no mundo estão acontecendo cada vez mais rapidamente. O que em anos atrás poderia demorar muitos dias para acontecer, hoje acontece em alguns segundos ou até mesmo em tempo real. Assim o profissional que consegue absorver conhecimento mais rápido terá sucesso em sua carreira profissional. (DIOGO, 2012)

Os estudos de Borges e Andrade, Abbade Mourão (2006) destacam que a importância da qualificação profissional, no ambiente de trabalho, vem sendo ressaltada a partir do processo de implantação de novas tecnologias e técnicas de gestão no início da década de 1990, que passou a evidenciar fortemente o crescimento de demandas cognitivas que requerem trabalhadores mais qualificados profissionalmente.

Com a globalização o profissional teve que adquirir o conhecimento horizontal, onde ele tem que aprender de tudo um pouco, aqueles que fazem isso com maior rapidez e interpretam essas informações de maneira eficaz, assim transformam em benefício para a empresa estarão alguns passos à frente de outros candidatos diante da vaga de emprego, de acordo com Dias (2013).

Nesse sentido, cabe avaliar que o profissional de amanhã deve ter a seguinte percepção:

Diplomas não são mais chaves mágicas que abrem todas as portas, mas educação continuada sendo uma ferramenta tremendamente eficaz para ajudar o ser humano a desenvolver a sua inteligência e o seu potencial. (RIBEIRO, 2005 apud DIOGO, 2012).

Essa afirmação confirma o fato de que as empresas estão cada vez mais deixando de avaliar apenas o diploma do candidato, focando outras competências

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do profissional, como espírito de liderança, flexibilidade, empatia, entre outras, conforme Diogo (2012), e percebe-se que:

O conhecimento vem se tornando uma ferramenta importantíssima para o profissional que almeja sucesso em sua carreira, pois ele poderá abrir-lhe várias portas, contudo, esse conhecimento deve ser adquirido constantemente para que dessa forma o profissional possa se adaptar a diversas situações que ocorrem no ambiente de uma empresa.

(RIBEIRO, 2005 apud DIOGO, 2012).

De acordo com Borges-Andrade, Abbade Mourão (2006) também descrevem que os profissionais menos qualificados acabam encontrando maiores dificuldades em se inserirem de forma mais duradoura no mercado de trabalho, o que se traduz em um reduzido acesso a um emprego estável que lhe permita adquirir mais experiência e qualificação no trabalho.

Nesse sentido, "(...) educação continuada é vital, porque, por meio dela, os profissionais conseguem outra coisa, também vital, chamada atualização".(GEHRINGER, 2008 apud DIOGO, 2012).

Portanto:

[...] a educação continuada faz com que o profissional sempre esteja atualizado com o que está acontecendo no mundo, e essa atualização constante sem duvida é uma das grandes vantagens no momento de conquistar a vaga de emprego. (DIOGO, 2012).

Não se pode dizer que a qualificação profissional seja uma exigência recente, uma vez que Vieira e Alves (1995) destacam que o cenário no mercadológico da época, para que se pudesse modernizar o aparelho produtivo, em primeira instância, fazia-se necessário a produção do conhecimento, ou seja, trabalhadores com grau de conhecimento condizente com as necessidades, tais como o trabalho em grupo, a politécnica, a capacidade de interpretar instruções e a habilidade para utilizar equipamentos e materiais mais sofisticados. Passou-se a ser exigido do trabalhador maior capacidade de autoaprendizagem, compreensão dos processos, capacidade de observar, de interpretar, de tomar decisões e de avaliar resultados, capacidade de comunicação oral e escrita, domínio da língua inglesa, conhecimentos em informática, entre outros.

Ainda, segundo os autores, o baixo grau de instrução contribui para que o trabalhador fique preso a um determinado cargo ou função, uma vez que seu

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conhecimento encontra-se limitado ao exercício de determinadas tarefas, o que, consequentemente, o torna dependente de sua ocupação, limitando suas oportunidades de treinamento ao longo de sua vida laboral.

Vale ressaltar que esses conhecimentos, nessa época eram vistos como garantias de um bom emprego, atualmente eles são requisitos básicos para a provável conquista de uma vaga no mercado de trabalho.

Para Momm (2004), o conhecimento deve ser visto como um recurso indispensável. A mão de obra qualificada deve ser vista como um recurso econômico básico, podendo ser comparada ao capital e aos recursos naturais. Com isso, a busca de qualificação deve ser equilibrada, com a oferta de oportunidades de cursos de qualificação adequados às necessidades dos trabalhadores e de políticas públicas que tenham impactos no aumento no número de vagas disponibilizadas pelo mercado, para absorver a mão de obra.

Segundo Amaral et al (2013) conclui que a qualificação profissional não deve ser vista como uma questão de dedicação ou sorte, e sim como um diferencial no mercado de trabalho e precisa ser encarada como um fator que pode determinar o futuro dos que procuram uma colocação no mercado de trabalho. A manutenção da qualificação deve ser constante, uma vez que aumentam as chances de crescimento profissional, afinal, todos estão sujeitos as constantes mudanças no mundo organizacional e, muito além das experiências que já se possui, faz-se necessário a busca constante por novos conhecimentos.

Ainda, nesse sentido, Amaral et al(2013) acrescenta que quanto maior a qualificação do trabalhador, maiores são suas possibilidades de manter-se no emprego ou mesmo conquistar novos cargos condizentes com suas capacidades, além do fato que a valorização de suas habilidades lhe permite negociar com os empregadores, influenciando não somente na contratação, mas também na posição salarial. A qualificação do trabalhador tem poder de influenciar diretamente na autoestima do indivíduo, bem como na capacidade de refletir nas questões políticas, econômicas e sociais, uma vez que são percebidas como questões que afetam o ambiente do profissional.

Vale ainda acrescentar que de acordo com Vidigal e Vidigal (2012) existem as seguintes maneiras de se buscar qualificação profissional:

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 Educação formal e informal: A educação formal é realizada por meio do aprendizado escolar e universitário, cuja atuação ocorre de forma intencional e com objetivos determinados. A educação informal, de modo divergente, é obtida por meio da observação, fora do sistema formal de ensino e até mesmo pela educação autodidata; [...]

 Cursos profissionalizantes e técnicos: Essa forma de qualificação, bastante incentivada no Brasil, tem por características a curta duração e o rápido preparo técnico; [...]

 Treinamento dentro da empresa: O treinamento realizado pela própria empresa e no local de trabalho é benéfico para os empregadores na medida em que qualificam seus funcionários com conhecimentos específicos ao ofício designado. [...]investimentos com recursos próprios (VIDIGAL e VIDIGAL, 2012, p. 43).

2.2 EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

De acordo com Vidigal e Vidigal (2012), é inquestionável a importância da formação e qualificação do profissional para o desenvolvimento da economia. Na contramão caminham os dados referentes à situação da população brasileira, onde as estatísticas são preocupantes. Dados do IBGE, segundo esses mesmos autores, demonstram que a população masculina do país possui em média 7,2 anos de estudo, enquanto o sexo feminino possuem uma média de 8,2 anos de estudo.

Esses dados são preocupantes, uma vez que, quanto menos é a média de tempo que o indivíduo tem de escolarização, isso influencia mais ainda na sua qualificação e consequentemente, os níveis de desemprego irão se elevar e as iniciativas públicas não estão sendo suficientes para sanar esse quadro.

Diogo (2012) descreve que a qualificação profissional pode ser vista como uma ferramenta fundamental para que o profissional conquiste sucesso em sua carreira, destacando que através da qualificação profissional o profissional irá ampliar, desenvolver e aprimorar suas habilidades para a execução de funções específicas.

Após duas décadas, a qualificação profissional oferecida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) passou a surtir efeitos positivos quanto à qualificação profissional, visto que, devido à percepção dos erros cometidos, procurou-se mudar e inovar os paradigmas tecnológicos na área educacional da instituição.

Os estudos de Maliska (2011) apontam para um governo que se preocupa com os problemas de qualificação profissional e, para enfrentar os problemas

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existentes nesse contexto desenvolveu instituições para capacitar, qualificar e promover o bem-estar social dos profissionais ao longo da história, destacando:

 SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial): voltada para a educação profissional e a prestação de serviços de assistência técnica e tecnológica para as indústrias;

 SESI (Serviço Social da Indústria): estruturada para prestar assistência social aos trabalhadores industriais e de atividades assemelhadas em todo o país para melhoria da qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes por meio de ações em educação, saúde e lazer;

 IEL (Instituto Euvaldo Lodi): promove o desenvolvimento da indústria através da capacitação empresarial e do apoio à pesquisa e à inovação tecnológica;

 SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial): voltada para educação profissional de trabalhadores do setor de comércio e serviços;  SESC (Serviço Social do Comércio): estruturada para promoção da qualidade de vida dos trabalhadores do setor de comércio e serviços;  SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural): promove a educação profissional para trabalhadores rurais;

 SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem em Transportes): estruturada para fornecer educação profissional para trabalhadores do setor de transportes;

 SEST (Serviço Social de Transportes): promove a qualidade de vidados trabalhadores do setor dos transportes;

 SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas): voltada para estabelecer programas de apoio ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas;

 SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo): estabelecida para promover o aprimoramento e desenvolvimento das cooperativas e capacitação profissional dos cooperados para exercerem funções técnicas e administrativas (MALISKA, 2011, p. 48-49).

Queiroz (2007) acredita que a qualificação profissional promove o crescimento socioeconômico do país, uma vez que beneficia trabalhadores, suas famílias e a sociedade em geral, o Estado tem consciência deste cenário e vem lançando mão de políticas públicas dirigidas para a gestão da educação e para questões relativas ao trabalho, sendo a qualificação profissional a qual representa garantia de competitividade e produtividade no país.

Os conceitos de educação e trabalho estão inter-relacionados, bem como é fundamental a ligação da formação profissional com o sistema educacional, pois o trabalho é considerado uma forma de inserção na sociedade. Dessa forma, “a educação para o trabalho é vista como maneira de promover maior equidade social e menores discrepâncias para atuação profissional no mercado de trabalho”. (DIEESE, 1998 apud BORGES ANDRADE, ABBAD E MOURÃO, 2007).

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Ainda segundo Mourão (2009) existe um enorme movimento no sentido de superar a desigualdade social, por esse motivo busca-se através das políticas públicas, sanar os problemas da educação.

Nesse sentido vale destacar que em 1824 foi promulgada a Constituição, mas somente em 1930, o plano da educação passou a ganhar fórum, sendo criado o Ministério da Educação e Saúde, além da instalação do Conselho Nacional da Educação, ano em que começaram a surgir os manifestos a favor do ensino superior no país. (DIMOULIS e MARTINS, 2012).

Dimoulise Martins (2012) constata a importância de destacar que a existência da Legislação vai muito além de um conjunto de ordens a serem seguidas, pois representa o estabelecimento de igualdade entre as pessoas na definição ou garantia do direito à educação.

Vale acrescentar que o direito à educação é essencial para o desenvolvimento de qualquer ser humano, e para que isso seja assegurado o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece, em seu art. 53, o direito de crianças e adolescente à educação.

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias Escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais (BRASIL, 1990).

Segundo as pesquisas de Maliska (2011), no intuito de melhorar a qualidade do ensino no país, na Constituição de 1988 buscou-se desenvolver uma transformação social na escola, com a participação da sociedade. Ainda nesse período houve uma grande movimentação pública em prol da democratização do país e um reconhecimento da democratização da educação, não somente no que diz respeito às formas de acesso, mas também a democratização das práticas desenvolvidas dentro da escola, pressupondo-se que, participação de todos os

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envolvidos no processo de ensino-aprendizagem culminaria em uma melhora da educação.

Dentre as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento da educação e qualificação profissional, encontra-se o Plano Nacional de Qualificação – PNQ, com o objetivo de promover a articulação de ações de qualificação social e profissional no Brasil, juntamente com outras ações públicas que visam à promoção gradativa da universalização do direito dos trabalhadores à qualificação, de forma a auxiliar no aumento da obtenção de empregos, de acordo com Maliska (2011).

Há de se pensar que as políticas públicas do país tem buscado direcionar a suplementação do sistema de qualificação profissional, porém os resultados ainda se encontram distantes de se conseguir proporcionar uma efetiva qualificação profissional satisfatória.

Dessa forma, cabe a percepção de que a educação e o tempo que os profissionais se dispõem para o seu aprimoramento é de extrema importância, tendo em vista que é pelo fator educacional que o Brasil conseguirá crescer com confiança e solidez, em virtude que o aprimoramento de cada profissional, alicerçado em políticas públicas, faz com que cada funcionário desempenhe as suas funções com mais eficiência e eficácia.

3 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL AERONÁUTICA

Como a planta que cresce e precisa de uma direção para o seu crescimento, qualquer movimento humano deve respeitar esse mesmo princípio natural de edificação de si mesmo.

Com isso, uma das formas mais simples de se perceber o crescimento da aviação é voltar o olhar para o passado e pontuar como o homem daquela era lidou com os problemas de seu tempo.

No entanto, cabe ressaltar que a abordagem não é somente histórica, mas sim a tentativa de perceber o ontem, olhar o agora e tentar diagnosticar o amanhã, na necessidade de uma qualificação profissional adequada, em virtude da demanda crescente desse setor.

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Diante de toda história que envolve essa profissão, os requisitos da atividade e qualificação estão intimamente atrelados.

3.1 BREVE HISTÓRICO DA AVIAÇÃO NO BRASIL

Durante milhares de anos, um dos maiores desejos da humanidade era voar. É verdade que muitos homens tentaram voar amarrando penas em seus braços e agitando-os como se fossem asas. Contudo, muitos acreditavam que voar estava além da capacidade humana. Com relação ao primeiro relato concreto sobre voar ocorreu em 362 a.C., quando o grego Arquitas construiu um pássaro de madeira que veio a planar. Em seguida, os chineses descobriram como fazer pipas, que na verdade são planadores. (FAY;OLIVEIRA, 2012).

Barros (2006) descreve que muitos inventores voltaram sua atenção para a construção de planadores e aviões como: George Cayley, em 1804; Willian S. Henson, em 1842; Clément Ader, em 1890; Hiram Maxin, em 1894; Samuel P. Langley, em 1890; Otto Lilienthal, em 1891; Percy Pilcher e Octave Chanute, no final do século XIX; até chegar ao primeiro voo oficialmente reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional, através do brasileiro Alberto Santos Dumont, com seu avião 14-Bis, em 1906.

Nesse sentido:

O voo de 12 de novembro de 1906, realizado no final da tarde pelo 14-bis, é o primeiro voo homologado da história da aviação. É o marco fundador da aeronáutica. Depois dele, estava parcialmente compreendida a mágica que permite fazer um aparelho mais pesado que o ar levantar-se do solo sem que nenhum fator externo atue (BARROS, 2006 apud PANSERA, 2014, p. 32).

Segundo Oliveira (2006) apud Pansera (2014), a indústria chegou ao Brasil logo após o fim da Segunda Guerra Mundial com tom de aventura e esporte, mas logo em seguida adquiriu fins comerciais e bélicos, e constata-se que:

Durante a guerra, a indústria aeronáutica alcançou muito progresso. Os desenhos dos aviões se desenvolvem, melhores motores são produzidos, sucedem-se as invenções como as máscaras de oxigênio e as roupas aquecidas. Para assegurar a proteção dos aviões de reconhecimento e

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interceptar os inimigos, é criado um avião mais rápido, que foi chamado de caça. A tecnologia evoluiu muito durante o conflito, tornando estes aviões mais ágeis e eficientes (OLIVEIRA, 2006 apud PANSERA, 2014, p. 32).

De acordo com Bielschowsky & Custódio (2011) apud Pansera (2014) a primeira empresa aeronáutica a se estabelecer no Brasil foi a Condor Syndikat, em meados da década de 1920, a qual deu origem a companhia VARIG (Viação Aérea Rio-Grandense), no Sul do país. A empresa era de origem alemã, o que fez com que os Estados Unidos a considerasse uma ameaça à defesa do hemisfério, propondo sua substituição pela Panair do Brasil, subsidiária da empresa Pan American World Airways, a qual obteve autorização para atuar em linhas internacionais em 1929.

Em 1941, foi criado o Ministério da Aeronáutica, que tinha o objetivo de organizar a Força Aérea Brasileira, fundiu-se o Correio Aéreo Naval com o Correio Aéreo Militar criando o Correio Aéreo Nacional (CAN) que, consequentemente, absorveu o Departamento de Aviação Civil (DAC), de acordo com Dole (1979); Ribeiro (2008) apud Pansera (2014).

Segundo Malagutti (2001) apud Pansera (2014), as linhas aéreas operaram através de concessão governamental, e eram fiscalizadas e regulamentadas pelo Departamento de Aeronáutica Civil, criado em 1931. Logo em seguida, foi criado o Ministério da Aeronáutica, em 1941, órgão que controlava toda Aviação Civil e Militar, estando diretamente subordinados a esse ministério o DAC, responsável pela regulamentação de economia aeronáutica.

Em 1946 foram estabelecidas rotas aéreas comerciais com a Europa e Estados Unidos, haja visto que este último tornou-se uma grande potência aeronáutica, com muitos pilotos treinados e com grande potencial de desenvolvimento técnico que levou a construção de aviões maiores, mais seguros e com maior possibilidade de aumento de carga. (GOMES, 2012).

Ao mesmo tempo, segundo Pansera (2012), entre 1948 e 1975, o setor aéreo brasileiro passou por diversas modificações e a aviação passou a popularizar-se, produzindo aeronaves cada vez mais modernas.

Em 1949, passaram a existir regulamentações para a criação de novas companhias aéreas no Brasil, as quais exigiam condições mínimas para sua abertura, como recursos financeiros suficientes para a aquisição de 3 aviões multimotores com comando duplo, para operar serviços gerais; 2 aviões multimotores para serviços não-regulares; e 3 aviões adequados para a natureza do

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serviço de táxi aéreo, o que levou muitas empresas a extinção e outras a realizarem fusões, segundo Dole (1979) apud Pansera (2014).

Conforme, Pansera (2014) descreve que a década de 1960 foi marcada por uma grande crise na indústria aeronáutica. E em 1969 foi criada a Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), de iniciativa governamental, cujo objetivo era implementar a indústria aeronáutica no país, de acordo com Gomes (2012) apud Pansera (2014).

Ainda segundo Fay(2002), Bielschowsky e Custódio (2011) apud Pansera (2014) que em 1980 a indústria da aviação passava por um novo período de dificuldades financeiras devido ao alto índice inflacionário, visto que a VARIG foi à única que não sofreu com a inflação, uma vez que fazia linhas aéreas internacionais e sua receita era em dólar.

Mais uma vez as empresas passaram por essa crise e muitas foram vendidas ou foram à falência, sendo a TAM (Taxi Aéreo Marília) a única companhia que sobreviveu a esse período turbulento na economia do país, segundo Bielschowsky e Custódio (2011) apud Pansera (2014).

Tanto os estudos de Bielschowskye Custódio (2011), Fay(2012) apud Pansera (2014) afirma que o período compreendido entre 1990 e 2002 foi marcado por melhoras e pioras na economia nacional, e somente a partir de 2003 é que as taxas de juros tiveram queda gradual e a economia voltou a crescer.

De acordo com Bielschowsky& Custódio (2011) apud Pansera (2014):

As três maiores empresas do setor aéreo brasileiro chegaram aos anos 1990 numa situação financeira insustentável. A VASP, privatizada em outubro de 1990, com resultados negativos, a Transbrasil num regime pré-falimentar, e a VARIG operando com baixa rentabilidade e fortemente endividada

Em 2005 houve a substituição do DAC pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), sem ocorrer modificação na forma de fiscalização e controle, além de incentivar a formação de empresas líderes fortes, que auxiliou na mudança do cenário das empresas brasileiras, de acordo com Pansera (2014).

Segundo Malagutti (2001);Bielschowsky& Custódio (2011) apud Pansera (2014), em 2001 surge a GOL Linhas Aéreas Inteligentes, a primeira empresa

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regular com passagens de baixo preço e 2003 foi o ano em que houve um grande aumento na demanda de voos nacionais.

Devido aos preços ofertados pela GOL, houve um acirramento da concorrência resultando na falência da VASP em 2005, a VARIG continuou atendendo mas devido aos grandes problemas financeiros acabou sendo vendida para a GOL em 2007, tornando-se a segunda maior empresa aérea brasileira, segundo Fay (2012) apud Pansera (2014).

Com isso, Bielschowsky e Custódio (2011) apud Pansera (2014) acrescentam:

Além da entrada da Gol, outras empresas também ingressaram no mercado de transporte aéreo a partir de 2000. A Ocean Air entrou no mercado em 2002, mas manteve sempre pequena participação. Em 2004 a BRA iniciou suas operações regulares, mas encerrou-as em 2007. A Web Jet, que entrou no mercado em 2006, enfrentou dificuldades iniciais, ampliando lentamente sua participação. Em 2008 ocorreu a entrada da Azul, que vem apresentando crescimento rápido.

Por fim, segundo Pansera (2014), a mesma afirma que a retomada da economia entre 2003 e 2010 fez com que se notasse uma melhor distribuição de renda na população e na redução dos preços no setor, tornando o acesso ao transporte aéreo mais acessível, consequentemente um impressionante crescimento no setor.

Como é possível constatar que o transporte aéreo brasileiro foi fortemente influenciado por iniciativas alemãs e italianas, porém após a Segunda Guerra Mundial, foi os Estados Unidos quem passou a exercer influência no setor e a indústria vem crescendo a cada ano, pois o avião possibilita que se circule entre grandes distâncias, ou mesmo continentes, o que promove um intercâmbio de ideias e culturas, havendo um aumento considerável de passageiros e voos, o que culmina no aumento pela demanda de profissionais cada vez mais qualificados na área.

3.2 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA AÉREA

Segundo Moraes e Lopes Neto (2005), a demanda por profissionais do setor aéreo vem crescendo graças ao aumento pela procura por voos domésticos e o aumento das aeronaves. Como a maioria do desenvolvimento de qualquer

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profissão, é necessário que em dado momento haja regulamentações que guiam e construam profissionais adequados e com requisitos legais, tendo a necessidade da regulamentação da lei dos aeronautas, na Lei n. 7.183, e 5 de abril de 1984 (Anexo A).

Cabe aqui destacar que, comumente, ao se falar do profissional da indústria aérea imediatamente remete-se ao piloto, contudo aqui pretende-se analisar, a importância da qualificação profissional exclusivamente do piloto, em seguida também do comissário de bordo e mecânico de manutenção de aeronaves, vejamos:

3.2.1 - Piloto de aeronave

No caso específico dos pilotos, o mercado requer, além de uma formação qualificada, uma formação profissional que, segundo Fiuza (2014):

Ultrapasse a aquisição de habilidades psicomotoras de navegação e comunicação, mas que, sobretudo, fortaleça a tomada de decisão desse profissional no atual cenário complexo da aviação.

Isso porque as aeronaves atuais vêm apresentando um alto nível de automatização devido aos avanços tecnológicos e, nesse sentido, o piloto não pode assumir somente o papel de condutor da aeronave, mas sim o papel de gerenciador de sistemas computacionais que fazem o monitoramento e automação do avião, de acordo com Fiuza (2014).

Ainda segundo, Rondon Capanema e Fontes (2014), com a modernização das aeronaves o piloto deixou de fazer uso da força física para controlar a aeronave precisando desenvolver outras habilidades, diante dessa constatação foi possível identificar uma diminuição da utilização das habilidades motoras dos pilotos formados há décadas atrás, contudo também pode ser identificada a necessidade do aumento do domínio das habilidades cognitivas para que o piloto possa realizar as operações aéreas necessárias.

Isso se dá, devido a:

(...) característica atual das operações aéreas, a mudança de um “paradigma analógico” para um “paradigma digital”, modificando os modos

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operacionais da aviação. Pilotos precisam agora aprender a lidar com as técnicas de gerenciamento dos sistemas automatizados e obter informações precisas do enorme volume dedados obtidos pelos computadores das aeronaves em tempo real. (BHANA, 2010 apud RONDON, CAPANEMA e FONTES 2014, p. 54).

Ao mesmo tempo, segundo Fay e Fontes (2016) o fato da automação acabar limitando as ações do piloto e, nessa perspectiva, é possível constatar a necessidade de um alto nível de formação e qualificação do piloto de aeronaves, que estes desenvolvam, através da qualificação profissional, habilidades para lidar, quando necessário, com as possíveis interferências e controle mecânico dos equipamentos.

Ainda, os presentes autores acima, referenciam que parte dos acidentes aéreos pode ser causado por erro humano, ainda descreve que esse erro pode ser causado pela operação indevida do equipamento por falta de conhecimento necessário das tecnologias que vão surgindo.

Ainda nesse contexto, de acordo com Rondon (2012) apud Fay e Fontes (2016), a conscientização, por parte dos pilotos, quanto a qualificação profissional contínua é de extrema importância, haja visto que o processo de automação das aeronaves também é contínuo.

Além disso, existe um dado assustador, de “que 62% dos acidentes aéreos envolvendo aeronaves serem causados em grande parte por erro humano”. (BILLINGS et al., 1984 apud. RIBEIRO, 2008 apud FAY e FONTES, 2016)

Nessa esteira de pensamento, de acordo com Rondon (2012) apud Fay e Fontes (2016), os acidentes se relacionam com a falta de conhecimentos específicos na utilização das novas tecnologias cada vez mais sofisticadas com a necessidade de constantes aperfeiçoamentos na formação do piloto.

De acordo com Vieira (2010) apud Fiuza (2014), a formação do piloto garante ao profissional conhecimentos de diversos campos do saber como aerodinâmica, meteorologia, física, matemática, regras de tráfego aéreo, inglês, geografia, psicologia, informática, gerenciamento de sistemas, eletrônica, administração de recursos humanos, fisiologia, pilotagem, direito internacional entre outros.

Tanto, quanto é reforçado por Basílio et al (2013) apud Fiuza (2014) evidencia que existe uma crescente evolução das aeronaves quanto aos

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equipamentos, softwares e procedimentos, contudo esse mesmo crescimento não é visto na qualificação dos pilotos, evidenciado pela grande quantidade de incidentes que podem ser ligados a um conhecimento básico deficiente.

E por fim, pode ser observado nos estudos de Marinho (2012), Basílio et al (2012) apud Fiuza (2014), que caminham no sentido que os conhecimento científicos, necessários a formação dos pilotos, podem ser aprendidos, desenvolvidos e vivenciados nos bancos acadêmicos.

Ainda, sob esta ótica, as pesquisas de Moraes e Lopes Neto (2005) apontam para o Poder Público para que se possa alcançar uma sólida formação profissional que atenda aos requisitos, segurança e prestação de serviços em uma sociedade altamente competitiva. É preciso a elaboração de uma política que oriente, de maneira eficaz e eficiente, a formação profissional no sistema nacional de educação.

Vieira, Silva e Mattos (2009) enfatiza que para a formação do piloto existe uma vastidão de conhecimento profissional específico relativo à aeronave, à aviação, à pilotagem e ao gerenciamento do tráfego aéreo, imprescindíveis para a condução dos voos de forma plena e segura.

Dessa forma, pode-se perceber que o formação do piloto perpassa por diversos âmbitos e interdisciplinaridade para que o profissional possa desempenhar a sua função com o máximo de zelo, cuidado e eficiência dessa nova forma de voar do século XXI.

3.2.2. Comissário de bordo

A função do comissário de bordo teve início em 1930, marcado pela reivindicação de uma mulher, Ellen Church, a qual não era autorizada a pilotar uma aeronave devido às restrições sobre as mulheres no mercado de trabalho, de acordo com Angelfire (2013).

De acordo com Angelfire (2013), Ellen Church procurou o gerente da Boeing Company Air Transport e propôs que ele habilitasse a fim de que elas fossem as responsáveis pela segurança e conforto dos passageiros.

A Association of Flight Attendants (2004), descreve que a ideia foi muito bem aceita na época, uma vez que as mulheres, vistas como frágeis, acabavam

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transmitindo aos passageiros a sensação de segurança e que voar não era tão perigoso, acrescentando que os comentários na época eram:

[...] se “aquela moça” estava lá, e sendo ela, mulher e frágil, então voar seria bom para qualquer pessoa. Talvez, venha daí a origem da afirmação de que o avião é o transporte mais seguro do mundo, embora este aspecto atualmente, esteja ligado à moderna tecnologia da indústria aeronáutica e as estatísticas que comprovam os índices de acidentes [...] (ASSOCIATION OF FLIGHT ATTENDANTS, 2004, p. 7).

Durante a Segunda Guerra, as enfermeiras acabaram sendo convocadas para os campos de conflitos e as empresas aéreas acabaram substituindo-as por moças com nível superior.

A figura da comissária, no início, possuía um caráter de símbolo sexual e apelativo, que acabou com a popularização da profissão, sendo hoje uma das profissões que mais crescem no país, também devido à expansão da aviação brasileira e o custo acessível das passagens aéreas. (FAY; OLIVEIRA, 2012).

Segundo Malagutti (2001), essa profissão não se restringe apenas a receber os passageiros e lhes fornecer o conforto necessário durante a viagem, ele também é um técnico de segurança, que significa que ele é o responsável pelo cumprimento das normas e procedimentos de segurança no avião.

Faye Oliveira (2012) descrevem que a formação qualificada desse profissional se faz importante devido ao fato de que ele detém muito mais atribuições do que as relacionadas ao conforto dos passageiros, como a segurança e o atendimento a eventuais agravos à saúde dos passageiros, as condições tecnológicas e mesmo frente ao aumento do número de passageiros. Por isso, a procura por novos conhecimentos se faz indispensável, para que também haja familiarização com equipamentos de emergência disponíveis dentro de cada tipo de aeronave.

De acordo com Carvalho (2012), nas escolas de aviação a formação do comissário de bordo procura articular ao dinamismo e a inovação tecnológica, as quais não podem se restringir apenas a um único momento, sua formação deve ser contínua a fim de chegar a um nível de capacidade profissional suficiente para a atuação no seu ambiente de trabalho.

Nos dias atuais, qualificação e capacitação são termos vinculados ao desempenho profissional, para que dessa forma esse profissional sempre possuía

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informação necessária para obter o melhor aproveitamento no desenvolvimento de suas atividades dentro da aeronave. Nesse contexto:

O curso ´Comissário de Voo´ foi concebido como um conjunto que, composto de conhecimentos a serem construídos e práticas a serem exercitadas, irá construir uma sólida formação básica indispensável para o aspirante à função de comissário de voo obter o melhor aproveitamento possível do treinamento em aeronave, ao ingressar em empresa de transporte aéreo, bem como de todos os treinamentos posteriores a que se submeterá no exercício da função ( MAC – 58/11, 2005, p. 8).

Vale destacar que o comissário de bordo desempenha papel de grande importância dentro da aeronave e, portanto sua formação e qualificação continuada se fazem imperativos. Nesse sentido, em atendimento às normas da ANAC, cabe ao comissário de bordo dar continuidade ao seu processo de capacitação profissional, após sua admissão em uma empresa aérea, para desta forma ter conhecimentos sobre os tipos de aeronave, seus equipamentos, segurança, primeiro socorros, entre outros.

Portanto, além do campo da tecnologia, a peculiaridade do cuidado integral dos passageiros requer conhecimentos específicos, os quais devem ser supridos através de uma formação qualificada dos comissários de bordo.

3.2.3 Mecânico de manutenção de aeronave.

Marcuzzo; Junior e Loredo (2013), descreve que a manutenção pode ser definida como um conjunto de medidas ou cuidados técnicos necessários para a conservação e funcionamento regular e permanente de motores e máquinas, ou seja, a manutenção é responsável pelo prolongamento da vida útil do equipamento ou sistema.

Com relação ao mecânico de manutenção de aeronaves, pode-se dizer que ele é uma pessoa com certificação de mecânico de manutenção de aviões, helicópteros, planadores ou outras aeronaves, que possui capacidade técnica para executar ou supervisionar tarefas de manutenção em aeronaves, como reparos, modificações, recondicionamento e manutenção preventiva (MARCUZZO; JUNIOR e LOREDO, 2013).

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De acordo com dados da ANAC (2012), a legislação aeronáutica divide a licença do mecânico de manutenção de aeronaves em três grupos distintos, divisão baseada nos regulamentos europeus:

- GPM (Grupo Motopropulsor): esta especialidade habilita o profissional a trabalhar com todos os tipos de motores de aviação geral (convencional ou a reação), todos os sistemas de hélices e rotores, e com todos os sistemas dos grupos motopropulsores;

- CEL (Célula): os profissionais habilitados neste grupo estão aptos a trabalhar com todos os sistemas de pressurização, ar condicionado, pneumático, sistemas hidráulicos, além de toda a estrutura de aviões e helicópteros em geral, a chamada fuselagem da aeronave;

- AVI (Aviônicos): habilita o profissional a trabalhar em todos os componentes elétricos e eletrônicos de aeronave, inclusive instrumentos de navegação, rádio navegação e rádio comunicação, sistemas elétricos e de radar.

NBAA (2008), descreve que as empresas de aviação civil têm demonstrado relevante preocupação quanto à manutenção das aeronaves, uma vez que se apresenta como um dos principais elos do sistema de prevenção de acidentes, além do fato de que mecânicos, técnicos e os demais funcionários, quando bem qualificados, influenciam diretamente no sucesso da organização.

É importante compreender que, ao longo dos anos, o processo de manutenção de aeronaves vem passando por diversos processos de modernização. Nas primeiras décadas da aviação, não existia muito conhecimento a cerca do comportamento de degradação dos materiais e do modo como a degradação dos sistemas poderiam impactar na segurança, os sistemas eram restaurados através de substituição ou redimensionamento em intervalos de tempo ou utilização periódica, de acordo com Van Tooren (2007).

Ainda, com o mesmo autor supra, após o surgimento dos jatos modernos o processo de manutenção também precisava evoluir devido à complexidade dessas aeronaves e dos sistemas para que se pudesse garantir os níveis exigidos de segurança, para tanto foram desenvolvidos programas de manutenção da aviação moderna, de forma a estruturar o processo de manutenção, abandonando o antigo sistema de recondicionamento periódico (Hard-time).

Segundo Ghobbar (2008) apud Correia (2012), o processo de manutenção de aeronaves evoluiu rapidamente após a troca do sistema hard-time pelos novos processos.

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Bem como o autor supra, o On-condition: sistema que introduz a inspeção prévia à condição do componente ou sistema a fim de determinar a necessidade de recondicionamento com o intuito de prevenir a ocorrência de falhas ou defeitos fora dos limites estabelecidos;

Ainda na mesma linha de pensamento do autor, o Condition-monitoring: aplicável a componentes ou sistemas que não podem ser seguidos por processos preventivos de hard-time ou on-condition. Nesse conceito os parâmetros de desempenho dos sistemas são medidos continuamente de forma a identificar sintomas de falha, para que se possam aplicar medidas corretivas para restaurar a condição do componente ou sistema, ou seja, é um processo aplicado a componentes ou sistemas cuja falha não tem efeito na aero navegabilidade ou cujo funcionamento possa ser controlado diretamente pela tripulação.

Vale destacar que a qualificação das pessoas envolvidas na manutenção da aeronave é de suma importância, uma vez que são responsáveis pela prevenção de acidentes aeronáuticos conforme a Lei 7. 565/1986:

Art. 87. A prevenção de acidentes aeronáuticos é da responsabilidade de

todas as pessoas, naturais ou jurídicas, envolvidas com a fabricação, manutenção, operação e circulação das aeronaves, bem assim com as

atividades de apoio da infraestrutura aeronáutica no território brasileiro.

Para NBAA (2008), na indústria aeronáutica os profissionais envolvidos na manutenção de aeronaves precisam estar em constante acompanhamento com os avanços tecnológicos, através da formação profissional contínua e de treinamento continuado nas diversas e específicas áreas de sua atuação, uma vez a qualidade dos serviços prestados passa a ser um fator determinado pela formação, qualificação e treinamentos e pessoas mais qualificadas acabam executando suas tarefas com maior grau de confiabilidade.

Marcuzzo, Junior e Loredo (2013) afirmam que o mecânico de manutenção de aeronaves é o profissional que precisa ter os mais profundos conhecimentos a cerca de tudo o que envolve a aeronave, procurando buscar a segurança do voo, uma vez que a aeronave pode ser vista como um complexo sistema mecânico e para que tudo saia precisamente correto, não pode haver falhas na prevenção, no diagnóstico ou na correção e, para tanto, isso só será possível

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através de uma formação profissional com qualidade além da busca constante por novos conhecimentos através de treinamentos e cursos de especialização.

3.3 REQUISITOS PARA A FORMAÇÃO DO PILOTO DE LINHA AÉREA

No Brasil, a formação de pilotos já se encontra respaldada na Legislação Aeronáutica, por meio do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) 2012, nº 61, emenda nº 06 Título: licenças, habilitações e certificados para pilotos, onde se encontram os regulamentos que estabelecem os requisitos para a licença de pilotos de várias categorias, contudo neste trabalho pretende-se focar apenas os requisitos necessários para a formação de pilotos da linha aérea.

Quanto a sua aplicabilidade, este regulamento estabelece as normas e procedimentos relativos à concessão de licenças, habilitações e certificados para pilotos; os requisitos e padrões mínimos que devem ser cumpridos para a concessão e revalidação desses documentos e as prerrogativas e limitações relativas a cada licença, habilitação ou certificação, de acordo com o RBAC (2012).

Tal regulamento é extenso e se aterá em requisitos mais pontuais das exigências, mas as exigências em sua totalidade estão no ANEXO B do presente trabalho.

Diante disso:

- 61.3 Condições relativas à utilização de licenças, certificados, habilitações e autorizações:

(a) Licença/certificado e habilitações de piloto: só pode atuar como piloto em comando ou segundo em comando a bordo de aeronaves civis registradas no Brasil quem seja titular e esteja portando uma licença/certificado de piloto com suas habilitações válidas, expedidas em conformidade com este Regulamento, e apropriadas à aeronave operada, à operação realizada e à função que desempenha a bordo.

[...] .

(d) Habilitação de voo por instrumentos (IFR): ninguém pode atuar como piloto em comando ou segundo em comando de uma aeronave sob regras de voo por instrumentos ou em condições meteorológicas abaixo dos mínimos previstos para voo visual, a menos que seja titular de licença de piloto com uma habilitação de voo por instrumentos válida, adequada à categoria da aeronave em operação, expedida em conformidade com este Regulamento.

(e) Habilitação de instrutor de voo: o titular de uma habilitação de instrutor de voo somente pode ministrar instrução de voo na categoria de aeronaves relativa à licença em que tenha sido averbada esta habilitação e em conformidade com as demais habilitações de classe, tipo ou operação

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