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Qualidade de vida de idosos praticantes de musculação

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QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Palhoça 2012

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QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina com requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Jucemar Benedet, Msc.

Palhoça 2012

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QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

Este Relatório de Estágio foi julgado adequado á obtenção do título de Bacharel em Educação Física e aprovado em sua forma final pelo Curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 26 de novembro de 2012.

________________________________________ Prof. e orientador Jucemar Benedet, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________ Profª Juliana Carla Freddi, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________ Profª. Vanessa Francalacci, Dra.

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em todo tempo, ao meu filho amado Vinícius que é a razão do meu viver e á minha força para seguir. À minha mãe Sandra, a esta mulher forte que me ensinou tudo sobre a vida. E aos meus irmãos Luciano, Israel, Isaac, Felipe e Miriã que sempre me apoiaram e que sempre me incentivaram muito nesta trajetória.

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Foi um grande desafio passar por esta etapa da vida e por isso, nesta trajetória árdua, há pessoas importantes que tenho que agradecer:

Primeiramente, agradeço á Deus por ter me dado força e por ter me colocado neste lugar, sem a sua soberana graça eu não estaria aqui! Obrigado por me dar força, saúde e sabedoria para lidar com os obstáculos da vida!

Agradeço ao meu orientador Jucemar Benedet por me incentivar sempre e por estar disposto todas as vezes que necessitava de ajuda durante este ano, por confiar no meu potencial e me disponibilizar seus conhecimentos para a elaboração deste trabalho.

Aos professores da UNISUL que me incentivaram durante todos estes anos de Universidade, por engrandecer os meus conhecimentos através das trocas de conhecimentos nas aulas. Agradeço a todos pela dedicação para nos tornar profissionais capacitados.

Agradeço minha mãezona Sandra Maria, que me incentivou a vida inteira, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos e que sempre me depositou muita confiança, e me ensinou a viver!

Ao meu marido, que me suportou e me apoiou durante este tempo, por estar do meu lado nos momentos mais difíceis e por alegrar os meus dias, juntamente com o nosso filhote Vinícius, amo vocês!

Aos meus irmãos e verdadeiros amigos, Luciano, Israel, Isaac, Felipe e Miriã por sempre me ajudarem quando eu necessitava, saibam que vocês são meus espelhos! Obrigado por me incentivarem nesta caminhada.

Às academias, por terem aberto as portas para a realização da minha pesquisa, as secretárias por me ajudarem na coleta de dados.

Queria também agradecer ao meu supervisor de campo Raul Machado, pelo apoio e incentivo que me deu durante este tempo, se dispôs a me ajudar e me ensinar tudo no estágio.

Agradeço a todos os meus colegas de sala, em especial, aos meus amigos: Priscila Wolff, Debora Farcili, Joana Ramos, Carlos Alberto, Divânio, João Marques, por me proporcionarem momentos tão divertidos nestes anos.

Agradeço também todos àqueles que contribuíram de alguma forma para a construção deste trabalho.

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Com a prática da musculação como exercício físico diário o idoso aumenta a sua expectativa de vida, obtendo melhorias nas capacidades físicas, mentais e sociais, como consequência, o indivíduo tende a adquirir novos hábitos, alcançando uma melhor qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de idosos praticantes de musculação em duas academias do bairro Carianos, Florianópolis/SC. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, quanto à coleta de dados como de campo, com abordagem quantitativa. A amostra foi feita por conveniência no qual a população em estudo foi convidada a participar. Responderam o questionário 18 idosos, 10 homens, constituindo a amostra do estudo. Utilizou-se como instrumento de pesquisa o questionário de qualidade de vida de Flanagan, composto por 15 perguntas, distribuídas em 5 dimensões. Os dados foram tabulados utilizando a estatística descritiva e apresentados em forma de tabelas. De modo geral, as dimensões “participação social”, “amizade e recreação” e “bem estar físico e mental” os idosos possuem grau de satisfação menores quando comparados aos demais itens avaliados. Entretanto, no contexto de todas as dimensões avaliadas, os achados indicam níveis elevados de qualidade de vida na amostra investigada. Reitera-se a importância da prática de exercícios físicos para os idosos, pois estes juntamente com um estilo de vida saudável agregam fatores positivos na qualidade de vida, em todas as suas dimensões.

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Tabela 1 - Descrição da amostra... 26 Tabela 2 - Resultados relativos ao domínio “desenvolvimento pessoal e realização”, Florianópolis, SC, 2012... 28 Tabela 3 - Resultados relativos ao domínio “relação com familiares”, Florianópolis, SC, 2012... 28 Tabela 4 - Resultados relativos ao domínio “participação social”, Florianópolis, SC, 2012... 28 Tabela 5 - Resultados relativos ao domínio “amizade e recreação”, Fpolis, SC, 2012... 30 Tabela 6 - Resultados relativos ao domínio “bem estar físico e mental”, Florianópolis, SC, 2012... 30 Tabela 7 - Resultados relativos aos domínios da Escala de Flanagan, Florianópolis, SC, 2012 ... 31

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1 INTRODUÇÃO... 09

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ... 09

1.2 OBJETIVO GERAL ... 10

1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO... 10

1.4 JUSTIFICATIVA ... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 12

2.1 QUALIDADE DE VIDA ... 12

2.1.1 Qualidade de vida na terceira idade ... 13

2.2 ENVELHECIMENTO ... 15

2.2.1 O envelhecimento e a prática de exercícios físicos ... 17

2.3 MUSCULAÇÃO... 18

2.3.1 Características da modalidade e benefícios ... 19

2.3.2 Musculação na terceira idade ... 20

3 MÉTODO... 23

3.1 TIPO DE PESQUISA... 23

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ... 23

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ... 23

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 24

3.5 ANÁLISE DOS DADOS ... 25

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 26

5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES ... 33 REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

Em uma visão geral, qualidade de vida “é a percepção de bem-estar resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano” (NAHAS, 2001, p. 14). É importante ressaltar que os fatores modificáveis do nosso estilo de vida, correspondem aos hábitos alimentares, o sedentarismo, a utilização de drogas e a exposição a comportamentos de risco. Por isso devemos ter bons hábitos para garantir uma velhice saudável.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, no qual as pessoas que possuem acima de 60 anos são consideradas idosas no Brasil (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001). Entretanto, uma pessoa com menos de sessenta anos de idade pode ser considerado idoso no ponto de vista orgânico, mental e intelectual (LESSA, 1998).

Há cerca de 10 milhões de pessoas na população brasileira com idade superior a 65 anos. Estima-se que em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas (IBGE, 2002).

No envelhecimento acontecem mudanças extrínsecas e intrínsecas, sendo irreversíveis, progressivas e universais (NAHAS, 2001), ou seja, com o avanço da idade, aparecem rugas, cabelos brancos, a perda da força muscular, da flexibilidade, da cognição. Além do aparecimento de doenças, como cerebrovasculares e vasculares, depressão, esclerose múltipla e mal de Alzheimer, doenças estas citadas por Neri (2000). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010) à medida que a pessoa envelhece, maiores são as chances de contrair uma doença crônica. Basta verificar que somente 22,6% das pessoas de 60 anos ou mais de idade declararam não possuir doenças. Para aqueles de 75 anos ou mais de idade, esta proporção cai para 19,7%.

Devido ás mudanças associadas ao envelhecimento é necessário que o idoso mude seu estilo de vida para retardar tais sinais. Civinski e colaboradores (2011) afirmam que com o envelhecimento o idoso traz consigo o desgaste natural do seu corpo, com isso diminuindo as suas capacidades físicas, consequentemente afetando o seu desenvolvimento nas atividades da vida diária. Segundo Rocha e colaboradores (2009), o exercício físico, sem distinção da modalidade a ser praticada, gera para os idosos um aumento na força muscular. Por isso, Murer (2007) afirma que os exercícios de força estimulam o aumento da massa óssea e da massa muscular.

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A musculação que é definida como um meio de preparação das capacidades física utilizada para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares (TUBINO; MOREIRA, 2003). Visto neste contexto inúmeros benefícios da prática da musculação, destacam-se diversos exemplos de estudos abordando o conteúdo.

Diante do estudo de Estorck e colaboradores (2012), concluem que a prática da musculação para os idosos feita adequadamente melhora a qualidade e expectativa de vida, previne doenças e melhora a saúde física e mental do idoso. Melhora na capacidade funcional, na manutenção e/ou melhoria da independência, e autonomia do idoso (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001).

Prado e colaboradores (2010) ressaltam que o programa de exercícios resistidos utilizado no estudo foi eficaz no aumento do equilíbrio, mobilidade funcional, domínio físico e psicológico da qualidade de vida das idosas, não tendo muito impacto nos domínios social e ambiental. Neste mesmo contexto, Cipriano e colaboradores (2011), concluíram em seu estudo que é muito importante praticar exercício físico resistido, pois contribui com a qualidade de vida sadia das pessoas com idade avançada.

Diante do exposto surge a seguinte questão de pesquisa: Quais os indicadores de qualidade de vida em idosos praticantes de musculação?

1.2 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade de vida de idosos praticantes de musculação em duas academias do bairro Carianos, Florianópolis/SC.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Verificar a satisfação com a qualidade de vida referente ao desenvolvimento e realizações individuais do idoso praticante de musculação;

- Mensurar a satisfação com a qualidade de vida referente a relacionamentos amorosos, familiares e com amigos do idoso praticante de musculação;

- Investigar a satisfação com a qualidade de vida referente a atividades sociais, comunitárias e cívicas do idoso praticante de musculação;

- Medir a satisfação com a qualidade de vida referente ao bem estar físico e material do idoso praticante de musculação;

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- Verificar a satisfação com a qualidade de vida referente à recreação do idoso praticante de musculação.

1.4 JUSTIFICATIVA

Justifica-se este trabalho a importância de conhecermos os aspectos que influenciam na qualidade de vida dos idosos que praticam musculação, sempre buscando atender as demandas deste público em especial, fazendo com que este trabalho subsidie não somente os profissionais de Educação Física, mas também todas as áreas da saúde.

“Os profissionais de saúde e de outras áreas não devem apenas atuar nos cuidados e atenções, mas também como mediadores, defensores, mentores, facilitadores e promotores dos processos relacionados à saúde dos idosos” (MANZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

Diante dos benefícios que a prática da modalidade proporciona ao idoso, é importante que o próprio idoso tenha consciência da necessidade da busca de uma vida saudável. Por isso Nahas (2001), cita que na chegada da terceira idade, ocorrem inúmeras mudanças na vida dos indivíduos, principalmente nos aspectos biológicos, como por exemplo, nas mudanças na composição corporal, diminuição nas capacidades funcionais, sendo que todos esses fatores levam a um agravamento na saúde e na qualidade de vida de modo geral.

Portanto, além da significância do tema e da sua importância no contexto social para os que suportam a execução deste trabalho, acrescenta-se a experiência acadêmica vivenciada pelo pesquisador enquanto iniciação cientifica.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE DE VIDA

Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da sua cultura e no sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações, sendo uma definição subjetiva e multidimensional (THE WHOQOL GROUP, 1995 apud FLECK, 2008).

Nahas (2001), a qualidade de vida é a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e sócio-ambientais, que podem ser modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que o ser humano vive. Neste mesmo contexto, Doimo e Derntl (2006) ressaltam que os estados físico, psicológico, social, cultural, mental e espiritual são fatores que influenciam na qualidade de vida do idoso, que não é um agente passivo, mas, dentro do contexto social, é ativo.

Barbanti (2003) destaca que qualidade de vida é um sentimento positivo quando as pessoas sentem um entusiasmo pela vida, sem canseira das atividades do cotidiano. Ela está ligada ao padrão de vida, ou seja, aos aspectos de saúde física e mental, condições materiais, infraestrutura, condições sociais em seu relacionamento com o meio ambiente.

Seguindo uma linha de raciocínio, classificar qualidade de vida como boa ou ruim, relacionando-a diretamente ao entendimento do sentido de vida de um indivíduo, no instante em que se adota o efeito do exercício como fator indispensável para a melhoria na qualidade de vida, parte–se da premissa de um indivíduo inativo e sedentário não possui qualidade de vida, sem oferecer importância aos outros fatores, que proporcionam a qualidade de vida desejada, quer sejam sociais, culturais ou afetivos (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p. 328).

O estilo de vida tem influências diretas sobre a qualidade de vida. “Estilo de vida corresponde ao conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas. Estas ações geralmente influenciam na saúde e qualidade de vida de todos os indivíduos” (NAHAS, 2001, p. 29).

Segundo Dantas e colaboradores (2009, p. 320), “os objetivos pessoais determinam, entre outros aspectos, o estilo de vida. O trabalho, o lazer, o repouso compõem, nas suas abrangências, a tríade do estilo de vida”. Para os mesmos autores, o lazer deveria ser o fator determinante dos três aspectos, mas as eventualidades o modificam.

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Para Pereira e colaboradores (2009), para ter uma qualidade de vida é de suma importância ter um estilo de vida saudável, sendo este um fator essencial para prolongar a vida.

A saúde e qualidade de vida estão ligadas ao padrão de vida do indivíduo, e nos aspectos físico, psicológico, social e na realização de atividades diárias, deve haver um equilíbrio (VASCONCELOS et al., 2009)

Nahas (2001) defende que o estilo de vida é estabelecido como o fator mais importante relacionado á saúde das pessoas. Ele argumenta que fatores do estilo de vida podem afetar negativamente á saúde dos indivíduos, fatores dos quais podemos ter controle, como as drogas, tabaco, álcool, sedentarismo e exposição á comportamentos de risco. Neste mesmo contexto, Matsudo (2001) considera que a prática regular de atividade física, a ausência do tabagismo, o consumo de álcool e uma alimentação equilibrada fazem parte de um estilo de vida saudável.

Dantas e colaboradores (2009), afirmam que a ausência de vícios é um fator decisivo para um estilo de vida saudável. A alimentação é fator fundamental na manutenção de uma vida sadia (MATSUDO, 2001).

2.1.1 Qualidade de vida na terceira idade

Como passar do tempo às pessoas estão objetivando envelhecer bem, ter boa velhice, prolongar a juventude e retardar a morte (NERI, 2000). Sem dúvida “o homem é um animal social e não pode sobreviver sem estar integrado a um grupo. Esta integração fundamenta-se na maturidade social e se reflete na satisfação de algumas necessidades básicas de afeto, realização e integração” (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p. 302).

Uma boa qualidade de vida na velhice depende e é indicada por numerosos fatores, como a longevidade, boa saúde física e mental, boa saúde física percebida, satisfação, controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade das redes de relações informais. Esses elementos são produto da história de vida pessoal e do grupo etário, e dependem das condições existentes no grupo social [...] (NERI, 2000, p. 46).

O mesmo autor acima cita que uma boa qualidade de vida na velhice não depende exclusivamente de indivíduos isolados, mas é produto de uma junção de fatores individuais e

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socioculturais, onde as oportunidades individuais ao longo do curso da vida desempenham um papel fundamental.

A Qualidade de Vida tem sido preocupação constante do ser humano, desde o início de sua existência e, atualmente, constitui um compromisso pessoal à busca contínua de uma vida saudável, desenvolvida à luz de um bem-estar indissociável das condições do modo de viver, como: saúde, moradia, educação, lazer, transporte, liberdade, trabalho, auto-estima, entre outras (SANTOS et al , 2002, p. 758).

No envelhecimento acontecem mudanças intrínsecas, sendo irreversíveis, progressivas e universais (NAHAS, 2001), ou seja, com o avanço da idade, aparecem as doenças cerebrovasculares e vasculares, bem como a depressão, esclerose múltipla e mal de Alzheimer, doenças estas citadas por Neri (2000).

Para Nahas (2001) a dependência, a falta de rede social de apoio, e o lado econômico são os fatores que mais ameaçam o bem-estar dos idosos. “A aposentadoria muda consideravelmente à vida do idoso, o indivíduo se afasta da sua atividade profissional, podendo gerar um processo de despersonalização e marginalização social, interferindo nas suas relações sociais” (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001). O mesmo autor destaca que a falta de ocupação desenvolve um sentimento de inutilidade, de exclusão como membro produtivo e útil do seu grupo social.

A capacidade e a qualidade de lazer permitem manter um estreito paralelo entre as atividades sociais, comunitárias e cívicas, e estas, consequentemente, sofrerão influência e influenciarão, de maneira positiva e negativa, as possibilidades de integração social mediante uma atividade física (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p. 328).

“A pessoa idosa precisa viver em sociedade, com seus deveres e direitos garantidos, tendo participação e integração com outras pessoas, segurança, renda própria e cuidado adequado” (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001, p.70). O mesmo autor cita que “deve-se mudar este ritual da morte para o ritual da vida, onde haja vida social, além de psicológica e biológica, desde nascimento até a morte do indivíduo”.

Possuir um hobby que a motive a sair de casa, encontrar-se com pessoas que possuam os mesmo interesses, modificar o seu ambiente cotidiano, ser obrigada a

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colocar sua atenção em outra atividade que não seja a profissional ou a doméstica será um excelente fator de higiene mental. Se em meio a tudo isso ainda puder associar qualquer atividade física, obterá vantagens dobradas (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p. 304).

Corroboram as afirmações de Neri (1995, p. 38):

Envelhecer bem depende das chances do indivíduo quanto a usufruir de condições adequadas de educação, urbanização, habitação, saúde e trabalho durante todo o seu curso de vida. Estes são elementos cruciais à determinação da saúde (a real e a percebida) e da longevidade; da atividade, da produtividade e da satisfação; da eficácia cognitiva e da competência social; da capacidade de manter papéis familiares e uma rede de relações informais; das capacidades de auto-regulação da personalidade, do nível de motivação individual para a busca de informação e para a interação social, dentre outros indicadores comumente apontados pela literatura como associados a uma velhice bem-sucedida.

Segundo Mota (2002), os idosos de hoje em dia vivem mais anos, mas é necessário que os idosos vivam com qualidade, integrados à sociedade e à família, com garantias de meios de subsistência e apoios necessários.

2.2 ENVELHECIMENTO

O envelhecimento nos países subdesenvolvimento aconteceu mais rapidamente do que em relação aos países desenvolvido. No Brasil, são consideradas idosas as pessoas com 60 anos ou mais, enquanto que nos países desenvolvidos, são considerados idosos indivíduos com idade superior á 65 anos (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001).

Em relação á evolução da população idosa, em 1950 eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas (IBGE, 2002). No Brasil, houve um aumento de 8,8% para 11,1% de idosos, entre os anos de 1998 e 2008. Atualmente, estima-se que existam no país 21 milhões de sujeitos com 60 anos e mais. (IBGE, 2009).

“O envelhecimento refere-se ao processo biológico natural, gradual, universal e irreversível, que acelera na maturidade e que provoca uma perda funcional progressiva no

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organismo. Este processo pode ser acelerado ou desacelerado pro diversos fatores ambientais e comportamentais, mas não pode ser revertido” (NAHAS, 2001, p. 263). “A palavra envelhecimento traz por si só a conotação de perdas, declínios, doenças, castigo e proximidade do fim da vida” (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001, p. 41).

Para Okuma (2002), o envelhecimento é um processo biológico, no qual acontecem mudanças no corpo do indivíduo, alterando consequentemente as suas funções. O autor complementa que esta fase da vida pode gerar conseqüências na vida social e psicológica do indivíduo excedendo o processo biológico. Neste mesmo contexto, Ferreira e colaboradores (2010) destacam que nesta fase há alterações na massa óssea, no tecido adiposo, no sistema cardiorrespiratório, na força muscular, na flexibilidade, em alterações hormonais e neuronais.

Envelhecimento é uma designação geral para um complexo de manifestações, que leva a um encurtamento da expectativa de vida com o aumento de idade. É a alteração irreversível da substância viva em função do tempo, dando manifestações de desgaste. É um processo biológico, que leva à limitação das possibilidades de adaptação do organismo e ao aumento da possibilidade de morrer, reduzindo assim a capacidade de desempenho físico e mental do indivíduo. É consequência das alterações que os indivíduos demonstram, de forma característica, com o progresso do tempo da idade adulta até o fim da vida (BARBANTI, 2003, p. 211).

“Ao considerar a expectativa de vida de um indivíduo, deve-se analisar não somente a longevidade, mas também a sobrevida na ausência de doenças” (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p.319).

Segundo Neri (2000) na velhice ocorre perdas na memória e na comunicação, que podem ser pioradas por causa dos fatores orgânicos e psicológicos. A aproximação da morte, a insegurança em relação a doenças e o risco de dependência são aspectos determinantes das perdas e do sentido de auto-eficácia.

É importante ressaltar que a diminuição da força muscular com o envelhecimento e os baixos níveis de atividade física contribui para défices funcionais e de equilíbrio (ARAÚJO; FLÓ; MUCHALE, 2010). Segundo Mazo e colaboradores (2001), os músculos são os motores do corpo, portanto, com o passar do tempo há um decréscimo da massa magra, consecutivamente resultando na perda da força. Neste mesmo contexto, Matsudo (2001), afirma que as principais causas referentes á perda da massa muscular são a diminuição nos níveis do hormônio de crescimento que acontece à medida que o indivíduo envelhece e a diminuição no nível de atividade física. O autor ressalta que os fatores nutricionais,

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hormonais, endócrinos e neurológicos também estão ligados na perda da força muscular do idoso.

2.2.1 O envelhecimento e a prática de exercícios físicos

A atividade física deve gerar prazer ao praticante e para que ela possa trazer bons resultados para a satisfação pessoal, deve-se dar ênfase na motivação ou nas circunstâncias em que foi desenvolvida (DEPS, 2000).

A atividade física ao interagir favoravelmente com a saúde do indivíduo, permite-lhe manter os níveis de independência, garantindo o seu bem-estar e, por conseqüência, devolvendo o sentido qualitativo da sua existência. O indivíduo torna-se capaz de relacionar-se de uma forma emocionalmente mais proveitosa, com os familiares e os amigos próximos, bem como, com os indivíduos em geral (MOTA, 2002, p.191).

Para a Organização Mundial da Saúde (2012), a prática de atividade física regular com intensidade moderada, pode reduzir o risco de várias doenças entre elas estão: às doenças cardiovasculares, diabetes tipo II, derrames, ataques cardíacos, câncer de cólon e câncer de mama.

A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) defendem que o exercício físico regular melhora a qualidade e expectativa de vida do idoso, prevenindo-as de doenças que podem levar á incapacidades (McARDLE; KATCH; KARTCH, 2003).

Com relação aos efeitos psicológicos do exercício físico regular, estes parecem estar associados á redução da ansiedade e da depressão, à regularização do sono e à promoção do autoconceito, da auto-estima e da autoconfiança, favorecendo a percepção do indivíduo sobre o seu estado de saúde. O exercício físico pode canalizar as frustrações reprimidas e, quando praticado em grupo, promove a socialização, combatendo o isolamento social (ROEDER, 2003, p. 107).

Segundo Rocha e colaboradores (2009), o exercício físico, sem distinção da modalidade a ser praticada, gera um aumento na força muscular, esta redução que é causada pelo envelhecimento e pela falta de atividade física. Através do seu estudo, o autor destacou que a prática de exercício físico dever ser mais incentivada, principalmente para a população

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com idade avançada, no qual nesta fase da vida a falta de força muscular é mais atenuada, podendo prejudicar a qualidade de vida do idoso, tornando- o uma pessoa dependente.

A prática de atividade física promove a melhora da composição corporal, a diminuição de dores nas articulações, o aumento de densidade mineral óssea, a melhora da utilização da glicose, a melhora do perfil lipídico, o aumento da capacidade aeróbica do indivíduo, a melhora de força, flexibilidade, a diminuição da resistência vascular (MATSUDO, 2001). Para Cipriano e colaboradores (2011), há inúmeros benefícios gerados pelo estilo de vida saudável, dentre eles a autonomia física, mental e social, auxiliando na parte fisiológica do ser humano, contribuindo com as tarefas diárias que devem ser realizadas pelas pessoas.

2.3 MUSCULAÇÃO

A musculação foi definida como um meio de preparação física utilizada para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares (TUBINO; MOREIRA, 2003).

No conceito de Barbanti (2003, p. 415), “musculação é um tipo de treinamento físico, onde se empregam progressivamente mais pesos para melhorar a forma física”. Neste mesmo contexto, Gianolla (2003) cita que a musculação é um tipo de estímulo para desenvolver os músculos do corpo.

Barbanti (2003) ressalta que “exercícios resistidos é a seqüência de movimentos no qual se adiciona uma resistência (carga) como exigência adicional ao músculo com o propósito de aumentar a força”.

Treinamento contra resistência ou exercícios resistidos são termos geralmente utilizados para descrever uma grande variedade de métodos e modalidades que aprimoram a força muscular (COSSENZA, 1995). Neste mesmo contexto, Guedes (2005) cita que a musculação é um método de treinamento desportivo, cujo melhor forma de realizar os exercícios seria com pesos, enfatizando que a capacidade motora treinada com maior ênfase é a força.

Murer (2007) afirma que não há uma data exata de quando surgiram as manifestações de levantamentos com pesos. Segundo Gianolla (2003), a musculação é uma prática muito antiga, há indícios desde o início dos tempos, onde era chamada de ginástica com pesos. Em algumas escavações feitas por historiadores, foram encontradas pedras com detalhes para as mãos, no qual foi concluído que as pessoas utilizavam as pedras para fazer treinamento com pesos.

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Segundo Murer (2007), na cidade de Olímpia na Grécia encontraram pedras com entalhes para as mãos permitindo aos historiadores cogitar que estas pedras tinham sido utilizadas para treinamentos com pesos. Há relatos de jogos com arremessos de pedras em 1896 a.C. Há 4.500 anos mostram nas paredes das capelas funerárias do Egito, homens levantando pesos demonstrando a prática de exercícios com pesos (GIANOLLLA, 2003).

A musculação como forma de competição, no qual as pessoas exibiam corpos musculosos, tem como dado oficial em Londres no ano de 1901. Esta competição contou com 156 atletas, esta competição foi chamada de “The Great Competition”, visava escolher o corpo com o melhor desenvolvimento muscular, esta competição foi programada e realizada por Eugene Sandow, hoje considerado o pai da musculação (GIANOLLLA, 2003).

2.3.1 Características da modalidade

“Para realizar atividades físicas, a força é um elemento da aptidão física muito utilizada, e sua importância está diretamente relacionada com o vencer as resistências externas” (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001, p.185).

Matsudo (2001) ressalta que o aspecto necessário de um programa de exercícios do treinamento de força muscular é o fortalecimento da musculatura, que visa desenvolver a massa muscular, consequentemente auxiliando na força muscular.

Para Gianolla (2003) os exercícios com pesos desenvolvem todas as capacidades físicas, sendo elas: coordenação motora, flexibilidade, velocidade, força, resistência aeróbia e anaeróbia, potência e explosão. Para Murer (2007), em relação á saúde para as pessoas idosas há inúmeros benefícios o treinamento com pesos. Como toda atividade física o treinamento com pesos, diminui os fatores de risco para doenças crônicas.

“A massa muscular é o principal estímulo para incrementar a densidade óssea” (MATSUDO, 2001, p.75). Além de ajudar na melhora da aparência, e a se sentir e exercer melhor as funções (WESTCOTT; BAECHLE, 2001). Segundo Bernardi e colaboradores (2008) em seu estudo concluiu que o treinamento força é de suma importância para o idoso para a manutenção da força e do trofismo muscular que o corre nesta fase da vida.

Murer (2007, p. 37) afirma que “o aumento da força muscular e da mobilidade articular podem ser decisivos para a preservação e reabilitação funcional de articulações com processos degenerativos ou inflamatórios crônicos”.

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Os exercícios regulares de musculação trazem benefícios extraordinários para ambos os sexos, proporcionando melhora nas atividades de vida diária, pois auxilia nas valências físicas, estas que são prejudicadas pela velhice (FERREIRA; JUNIOR; NUNES, 2010).

Os exercícios da musculação podem ser de ações isotônicas ou isocinéticas, ou seja, exercício isotônico é o exercício que envolve uma contração muscular na qual a força é gerada enquanto o músculo alterado no tamanho, definição concedida por Barbanti (2003). O mesmo autor acima define exercício isocinético como um movimento ordenado no qual o tamanho do músculo muda, mesmo que a contração seja feita com velocidade constante contra uma resistência, este movimento é realizado por meio de aparelhos isocinéticos.

“O treinamento para volume muscular proporciona benefícios para todos os objetivos, sejam eles estéticos, profiláticos, terapêuticos, de condicionamento e qualidade de vida” (GIANOLLA, 2003, p. 28).

2.3.2 Musculação na terceira idade

Com a prática de exercícios de musculação de no mínimo duas sessões semanais, com carga moderadas (40-60% do máximo), recrutando os principais grupos musculares de forma dinâmica, é suficiente para promover a saúde (NAHAS, 2001).

As orientações dos programas físicos para os idosos são similares às dos programas para realizados pelos jovens, necessitando de um exame médico e a investigação dos fatores de risco. O esforço necessário para atingir o efeito do treinamento pode ser inferior aos praticantes mais jovens (POWERS; HOWLEY, 2000).

Diante de inúmeras evidências os exercícios resistidos são aliados na manutenção e melhora da qualidade de vida, especialmente no domínio relacionado à capacidade funcional (HAWERROTH; KULKAMP; WENTZ, 2010). Em seu estudo, Cipriano et al. (2011), concluiram que é de suma importância praticar exercício físico resistido, pois contribui com a qualidade de vida sadia das pessoas com idade avançada. Neste mesmo contexto, Simão (2003), indica para as pessoas que buscam uma vida saudável, praticar exercícios com pesos de forma orientada.

Mazo e colaboradores (2001) ressaltam que através de exercícios de treinamento de força pode-se impedir a perda da massa muscular, mesmo no processo de envelhecimento, além de melhorar a capacidade funcional, a manutenção e/ou melhorar a independência, e autonomia do idoso. Em uma mesma visão, Murer (2007) afirma que os exercícios de força estimulam o aumento da massa óssea e da massa muscular, e aumenta a proliferação do tecido

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conjuntivo elástico nos músculo, tendões, ligamentos e cápsula articular. Atualmente sabe-se que a musculação não auxilia apenas no aumento da massa óssea, mas também no aumento da massa e da força dos músculos esqueléticos. Com isso, proporciona a flexibilidade e coordenação do indivíduo praticante.

Estorck e outros (2012, p. 12), concluiram em seu estudo que:

A prática adequada da musculação para idosos tem implicações positivas sobre a qualidade e expectativa de vida, pois contribui para a prevenção de doenças, fator essencial para prolongação do tempo de vida, e ainda, repercute de maneira favorável no desenvolvimento, melhorando a saúde física e mental do idoso.

Cada vez mais os idosos aderem à musculação em sua vida, pois eles visam diminuir e estabilizar os problemas de saúde que apresentam nesta fase da vida (FERREIRA; JÚNIOR; NUNES, 2010).

Segundo o seu estudo, Macêdo e colaboradores (2008, p. 85) concluíram que:

A importância da prática da musculação é evidente na vida dos idosos, permitindo melhor desempenho físico, tornando-os suscetíveis às fraturas ósseas que geralmente acompanha a melhor idade. Com o passar dos anos a força vai decaindo cada vez mais e se não nos exercitarmos ficará cada vez mais difícil realizar uma atividade do dia-dia, pois a força é um fator importante para as capacidades funcionais como: subir e descer escada, sentar numa cadeira entre outras coisas. É importante manter a força conforme envelhecermos, pois ela é vital para a saúde.

Com a prática da modalidade pode-se evitar a perda muscular, pode-se também substituir o tecido muscular perdido com o avanço da idade (WESTCOTT; BAECHLE, 2001).

Pierine e colaboradores (2009) observaram que a sarcopenia afeta diretamente a capacidade funcional e possui uma grande consequência na saúde do idoso. Guedes (2005) afirma que para evitar os efeitos da sarcopenia é de suma importância ter um treinamento de força contínuo, praticando-a regularmente. A sarcopenia nada mais é do que a perda da massa muscular e força, ela está inteiramente associada ao envelhecimento (BERNARDI; REIS; LOPES, 2008).

Segundo Simão (2004), a osteoporose é uma doença caracterizada pela perda de massa óssea. É importante ressaltar que a condição muscular determina a condição óssea (WESTCOTT; BAECHLE, 2001). Por isso, Simão (2004, p. 135) ressalta que “existem fortes

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evidências de que atividades com pesos são preventivas e terapêuticas em relação á osteoporose”.

Os maiores impactos de um programa regular de força recaem sobre grupos musculares cujas funções dependem de quadros clínicos importantes para a manutenção da independência, da autonomia e da qualidade de vida dos idosos. Estamos nos referindo á instabilidade articular, particularmente dos joelhos, á dependência final e á osteoporose (OKUMA, 2002, p.61).

Segundo Simão (2004), o treinamento de força quando praticado na terceira idade diminuem a probabilidade do idoso desencadear uma lesão e tornam as tarefas habituais mais agradáveis. “A musculação é muito recomendada para a manutenção do nosso organismo e pode trazer ganhos para saúde e melhoria da qualidade de vida” (MURER, 2007, p. 34).

Devido á grandes mudanças que ocorrem na saúde musculoesquelética do idoso, a musculação pode ser um dos modos com maior benefício para este público, pois os idosos necessitam aumentar a força musculoesquelética, massa muscular, densidade mineral óssea e desempenhos relacionados á força (SIMÃO, 2004).

Segundo o estudo de Castro e colaboradores (2009), que verifica os níveis de qualidade de vida de idosas ativas praticantes de dança, meditação e musculação mostraram que as duas modalidades (dança e musculação) e a prática da meditação a prática contribui satisfatoriamente para um melhor nível de qualidade de vida quando comparados com as idosas sedentárias.

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3 MÉTODO

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa caracteriza-se quanto á natureza, como sendo básica, pois objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. A pesquisa caracteriza-se como sendo do tipo descritivo cuja premissa básica é buscar retratar a realidade de comportamentos, fenômenos e ou características de determinados contextos. Gil (2002) descreve que a pesquisa descritiva tem o objetivo de verificar as características de uma população ou fenômeno específico, ou seja, tem como ênfase estudar as características de um grupo.

Quanto á coleta de dados caracteriza-se como sendo de campo, quanto aos dados, como sendo de abordagem quantitativa. Conforme o autor acima, a abordagem quantitativa atua em níveis de realidade, e tem como objetivo revelar dados, indicadores e tendências observáveis.

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA

A população do estudo foi constituída por todos os idosos praticantes de musculação de duas academias existentes no bairro Carianos, localizadas no município de Florianópolis. Os critérios de inclusão foram estar devidamente matriculado em uma das academias, ter sessenta ou mais anos na data da coleta e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. As academias foram identificadas com uma numeração, ou seja, academia 1 (um) e 2 (dois). A academia 1 (um) possui 370 (trezentos e setenta) alunos ativos, em torno de 10% dos alunos são pertencentes ao público de idosos. E a academia 2 (dois) possui 320 (trezentos e vinte) alunos ativos, sendo que a porcentagem de alunos (idosos e jovens) é similar ao da academia 1(um). Portanto a população em estudo foi de aproximadamente 70 idosos. A amostra foi por conveniência no qual todos os indivíduos maiores de 60 anos que frequentam a musculação das respectivas academias receberam um convite para participar da pesquisa. A amostra final foi composta pelo número de idosos que aceitaram participar do estudo, ou seja, 18 idosos, sendo 10 homens e 8 oito mulheres com média de idade de 66,4±6,6 anos (60 a 86 anos).

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Foi utilizada uma ficha de identificação com dados sócio demográficos para traçar o perfil do aluno englobando a idade, sexo, estado civil e com quem mora atualmente. O instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário de Qualidade de Vida de Flanagan (FLANAGAN, 1989 apud GALISTEU, 2006), o qual é constituído por 15 questões que enfocam em 5 dimensões: desenvolvimento pessoal e realização, que corresponde aos itens autoconhecimento: reconhecer seus potenciais e limitações, trabalho (emprego ou em casa): atividade interessante, gratificante que vale a pena e comunicação criativa; relações com familiares, que corresponde aos itens relacionamento com pais, irmãos e outros parentes: comunicação visita e ajuda, contruir família: ter e criar filhos e relacionamento íntimo com esposo(a), namorado(a) ou outra pessoa relevante; participação social, que corresponde aos itens ajudar e apoiar as outras pessoas voluntariamente, participação em associações e atividades de interesse público, participação em recreação ativa e socialização: “fazer amigos”; amizade e recreação, que corresponde aos itens amigos próximos: compartilhar interesses, atividades e opiniões, aprendizagem: frequentar outros cursos para conhecimentos gerais e entretenimento: ouvir música, assistir TV ou cinema, leitura, entre outros entretenimentos ; e por fim a dimensão bem estar físico e mental, que correspondem ao item conforto material: casa, alimentação, situação financeira e saúde: fisicamente bem e vigoroso(a). Os valores de cada questão do questionário variam de 1 á 7, correspondendo respectivamente a: muito insatisfeito; insatisfeito; pouco insatisfeito; indiferente; pouco satisfeito; satisfeito; muito satisfeito, podendo atingir até 105 pontos cada questão (SANTOS et al., 2002).

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Inicialmente foram contatados os gestores das instituições selecionadas, explicando os objetivos do trabalho para o consentimento e concordância da participação das instituições no estudo.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Unisul e obteve aprovação, logo após os indivíduos foram contatados, os respectivos sujeitos receberam um convite para participar da pesquisa, anunciando os objetivos do estudo, e com a sua concordância, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida, foi agendado um período com cada academia para realizar a coleta de dados. Na data agendada foi entregue o questionário

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para os participantes da pesquisa. Os pesquisados foram orientados para o preenchimento pelo pesquisador que quando necessário tirou dúvidas, porém não interferiu nas respostas.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise dos dados foi construído um banco de dados no Microsoft Excel 2010. Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva (frequência simples, frequência relativa e média) e apresentados por meio de tabelas para melhor visualização.

É importante ressaltar que para a análise de dados os participantes da pesquisa tiveram a identidade preservada.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados da coleta de dados realizada com 18 idosos, sendo 10 homens e 8 mulheres com idade de 60 a 86 anos. Na pesquisa, houve uma taxa de retorno de aproximadamente 25% do total da população estimada.

Embora realizado com esmero, algumas limitações deste trabalho devem ser consideradas. A baixa taxa de retorno (25%) e as características sócio demográficas muito similares da amostra trazem particularidades relativas aos resultados. Desta forma, os achados dizem respeito a um universo distinto e sugere-se cautela ao extrapolar os mesmos.

A tabela 1 mostra os dados referentes ás características sócio demográficos dos idosos.

Tabela 1: Descrição da amostra, Florianópolis, SC, 2012.

Participantes Participantes

F f (%) F f (%)

Estado Civil Tempo de prática

Casado 12 67,7 Menos de 3 meses 0 0,0

Viúvo 3 16,7 De 3 a 6 meses 2 11,1

Solteiro 2 11,1 Mais de 6 meses 16 88,9

Divorciado 1 5,6

Convivência Com quem mora

Mora só 2 11,1 Esposa/esposo e filho 2 12,5

Não mora só 16 88,9 Esposa/Esposo e neto 1 6,3

Esposa/esposo 9 56,3

Filho/os 4 25,0

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Fica evidente que a maioria dos idosos são casados (67,7%) e não moram sozinhos, convivendo com algum familiar, esposa/o e filhos. De acordo com o estudo de Pedrazzi e Colaboradores (2010), devido á necessidade que os idosos têm, física, afetiva e até mesmo financeira, faz com que muitos deixem de viver só para residir com familiares.

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Os dados revelam que 88,9% dos idosos praticam musculação há mais de 6 meses, fato este que nos reporta a uma frequência assidua. A cada dia vem crescendo mais e mais a aderência dos idosos nesta modalidade, diante disto, Estorck e Colaboradores (2012) ressaltam que a com a prática regular dos exercícios com pesos os idosos podem melhorar a sua qualidade e expectativa de vida, ou seja melhorando a sua saúde física e mental.

O questionário de Flanagan contempla 5 dimensões que avaliam o grau de satisfação dos indivíduos com relação ao bem estar físico e material; relacionamentos; atividades sociais, comunitárias e cívicas; desenvolvimento e realização pessoal e recreação. É importante ressaltar que os valores de cada questão do questionário variam de 1 á 7, correspondendo respectivamente a: muito insatisfeito, insatisfeito, pouco insatisfeito; indiferente; pouco satisfeito; satisfeito e muito satisfeito (SANTOS et al., 2002).

Para Neri (2000), a satisfação, a longevidade, uma boa saúde física e mental, controle cognitivo, competência social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de papéis familiares e ocupacionais e continuidade das redes de relações informais, são aspectos fundamentais para a qualidade de vida do idoso. Para o mesmo autor, deve haver uma junção dos fatores individuais e socioculturais, não dependendo apenas do indivíduo isolado.

Atualmente está ocorre uma busca contínua do ser humano por um estilo de vida mais saudável, modificando o seu modo de viver, incluindo desde a saúde, moradia, educação, lazer, transporte, liberdade, trabalho, autoestima, entre outros fatores (SANTOS et al. , 2002). É importante ressaltar que, a qualidade de vida é a condição humana resultante de um conjunto de parâmetros que podem ser individuais e socioambientais, sendo modificáveis ou não (NAHAS, 2001). Ou seja, os estados físico, psicológico, social, cultural, mental e espiritual são fatores que influenciam na qualidade de vida do idoso (DOIOMO; DERNTL, 2006).

A partir dos dados coletados a tabela 2 apresenta os resultados relativos á satisfação em relação ao desenvolvimento pessoal e realização. Vale ressalta que estes indicadores são constantemente citados na literatura como importantes no contexto da qualidade de vida em idosos.

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Tabela 2: Resultados relativos ao domínio “desenvolvimento pessoal e realização”, Florianópolis, SC, 2012.

Desenvolvimento pessoal e realização Homens Mulheres Total H/M

Autoconhecimento 6 5,9 6

Trabalho 6 6,9 6,5

Comunicação 5,9 6,4 6,2

TOTAL 6 6,4 6,2

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

As mulheres em relação ao trabalho demostraram que estão muito satisfeitas e os homens estão apenas satisfeitos, sendo este trabalho em casa ou até mesmo no seu emprego. A aposentadoria traz inúmeras mudanças, pois é a partir daí que o indivíduo se afasta dos seus afazeres profissionais fazendo com que o próprio idoso passe a se sentir excluído da sociedade, consequentemente interferindo na sua relação social (MAZO; LOPEZ; BENEDETTI, 2001). Neste mesmo contexto, Pereira (2006), a aposentadoria passa a desempenhar papel fundamental na renda do idoso, sendo que cada vez mais os idosos passam depender dos seus familiares para sobreviver, podendo manter o seu padrão de vida. No caso dos idosos entrevistados, eles continuam se satisfazendo com algo de seu interesse, sendo no seu próprio serviço ou até mesmo em casa. No estudo, a maioria dos idosos mostrou-se satisfeita com a vida pessoal.

A seguir, são apresentados os resultados da tabela 3 que corresponde á satisfação dos idosos com os seus familiares envolvendo pais, irmãos, esposo/a e outros parentes que seja relevante.

Tabela 3: Resultados relativos ao domínio “relação com familiares”, Florianópolis, SC, 2012.

Relação com familiares Homens Mulheres Total H/M

Relacionamento com pais, irmãos e outros parentes 6,3 6,1 6,2

Construir Família 6,3 6,3 6,3

Relacionamento Íntimo 6,7 6 6,4

TOTAL 6,4 6,1 6,3

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Os resultados da tabela mostram que em relação á relacionamento íntimo com esposo(a), namorado(a) ou outra pessoa relevante, os homens se mostram entre satisfeitos e

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muito satisfeitos, já as mulheres se sentem apenas satisfeitas em relação á este item. No total da dimensão os homens estão mais satisfeitos (6,4) do que as mulheres (6,1).

É importante lembrar que a presença da família é crucial no processo de envelhecimento, pois o lado afetivo é muito significativo para nós seres humanos. A convivência pode ser um modo de desenvolver e conservar o equilíbrio afetivo entre o idoso e sua família (ESPITIA; MARTINS, 2006). Por isso, é necessário que os idosos vivam integrados á sociedade e a família, propiciando estabilidade e apoios necessários para idoso viver com mais qualidade (MOTA, 2002).

A tabela 4 apresenta resultados referentes a satisfação em relação a participação social. Percebe-se, neste quesito, que as mulheres estão entre satisfeitas e muito satisfeitas em relação a “fazer amigos”, enquanto os homens entre pouco satisfeito e satisfeito. Ambos os sexos estão pouco satisfeito em relação á participação em associações entre outras atividades.

Tabela 4: Resultados relativos ao domínio “participação social”, Florianópolis, SC, 2012.

Participação social Homens Mulheres Total H/M

Ajudar e apoiar as outras pessoas 6,6 5,9 6,3

Participação em associação e outras atividades 5,1 5,1 5,1

Participação em recreação 5,2 5,5 5,4

Socialização: “fazer amigos” 5,8 6,8 6,3

TOTAL 5,7 5,8 5,8

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Segundo Dantas e Colaboradores (2009, p.302) “O homem é um animal social e não pode sobreviver sem estar integrado a um grupo”. Segundo o autor o ser humano necessita de afeto, realização e integração. É importante ressaltar, o lazer pode influenciar de maneira positiva ou negativa nas atividades sociais, comunitárias e cívicas, através de uma atividade física que o indivíduo venha a praticar.

Segundo Mazo e Colaboradores (2001), na terceira idade é de suma importância integrar-se á sociedade, tendo seus direitos e deveres á cumprir. É essencial participar e se socializar com outras pessoas, ter garantido segurança, renda própria e cuidado. Também é necessário que o idoso quebre sua rotina, fazendo o que gosta (algo de seu interesse), proporcionando benefícios para a sua saúde mental. Segundo o autor, para que tenha benefícios mais significativos é necessário aderir à atividade física em seu cotidiano (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009).

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Em relação á amizade e recreação, a tabela 5 mostra os resultados desta dimensão para homens e mulheres.

Tabela 5: Resultados relativos ao domínio “amizade e recreação”, Florianópolis, SC, 2012.

Amizade e recreação Homens Mulheres Total H/M

Amigos próximos 5,7 5,8 5,8

Aprendizagem 5,5 5,6 5,6

Entretenimentos 6,5 6,5 6,5

TOTAL 5,9 6 6

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

A maior parte homens e mulheres estão muito satisfeitos em relação á entretenimentos, que é nada mais do que ouvir música, assistir televisão, ou até mesmo ir ao cinema e ler livros

de seu interesse. No total desta dimensão a média de escore foi 6, indicando satisfação em relação a amizade e recreação.

Segundo Antunes (2006), o lado psicológico é estimulado positivamente pela convivência com os amigos juntamente com prática de atividades recreativa, proporcionando prazer e independência na vida dos idosos. A própria frequência na academia, além dos exercícios físicos, pode trazer componentes de amizade e entretenimento o que torna ainda mais relevante o estimulo as atividades físicas.

Em relação á bem estar físico e mental, a seguir são apresentados os resultados referente á satisfação deste domínio.

Tabela 6: Resultados relativos ao domínio “bem estar físico e mental”, Florianópolis, SC, 2012.

Bem estar físico e mental Homens Mulheres Total H/M

Conforto Material 6,3 6,5 6,4

Saúde 5,7 5,3 5,5

TOTAL 6 5,9 6

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Neste domínio as mulheres se sentem menos satisfeitas em relação á sua saúde do que os homens, já na questão do conforto material percebe-se o inverso, pois os homens que se sentem menos satisfeitos que as mulheres neste aspecto. Os dados corroboram com o fato de

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que o universo da saúde é mais latente e preventivo entre as mulheres, fato este observado em menor proporção entre os homens.

Na velhice, ocorrem mudanças intrínsecas (NAHAS, 2001) e extrínsecas, diante disto, Neri (2000) afirma através de suas pesquisas que na velhice ocorre perdas na memória e na comunicação, que podem ser pioradas por causa dos fatores orgânicos e psicológicos. O mesmo autor afirma que a aproximação da morte, a insegurança em relação a doenças e o risco de dependência são aspectos determinantes das perdas e do seu próprio desempenho em realizar as suas tarefas.

“Ao considerar a expectativa de vida de um indivíduo, deve-se analisar não somente a longevidade, mas também a sobrevida na ausência de doenças” (DANTAS; BEZERRA; MELLO, 2009, p.319).

Por fim, a seguir na tabela 7 são apresentadas as médias para todas as dimensões de homens e mulheres. Nesta tabela nota-se que a média em todas as dimensões da escala de Flanagan de homens e mulheres é superior ou próxima a 6. Porém destaca-se valores menores para os itens de participação social, amizade e recreação e bem estar físico e mental.

Tabela 7: Resultados relativos aos domínios da Escala de Flanagan, Florianópolis, SC, 2012.

Dimensões Homens Mulheres Total

Desenvolvimento pessoal e realização 6 6,4 6,2

Relação com familiares 6,4 6,1 6,3

Participação social 5,7 5,8 5,8

Amizade e recreação 5,9 6 6

Bem estar físico e mental 6 5,9 6

TOTAL 6 6 6

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Segundo Neri (1995), para o individuo viver com qualidade, há premissas básicas para ele viver bem, entre eles: a educação, urbanização, habitação, saúde e trabalho. Estes fatores são essenciais para determinar a saúde (a real e a percebida) e da longevidade; a produtividade e a satisfação; a eficácia cognitiva e a competência social; a capacidade de manter papéis familiares e uma rede de relações informais; as capacidades de autorregulação da personalidade, o nível de motivação individual para a busca de informação e para a interação social.

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Diante disto, deve-se levar em conta que o estilo de vida determina positivamente ou negativamente a qualidade de vida do indivíduo. Ao adotar um estilo de vida saudável, o ser humano passa a ter melhoras na sua vida, entre os benefícios: autonomia física, mental e social, auxiliando na parte fisiológica do ser humano, contribuindo com as tarefas diárias que devem ser realizadas pelas pessoas (CIPRIANO et al., 2011). Civinski e colaboradores (2011) afirmam a velhice traz um desgaste natural no corpo, com isso diminui as capacidades físicas, consequentemente afetando o desenvolvimento nas atividades da vida diária.

É de suma importância ressaltar, que não somente a musculação, mas exercícios físicos em geral podem influenciar na qualidade de vida dos idosos. Rocha e colaboradores (2009) recomendam exercícios físicos para os idosos, pois afirmam que é nesta fase há uma perda da força muscular, podendo interferir na qualidade de vida do idoso.

Em seu estudo, Estorck e colaboradores (2012), concluíram que a aderência da musculação influencia positivamente na qualidade e na expectativa de vida do idoso, prevenindo doenças, melhorando seu desenvolvimento, a saúde física e mental do idoso. Neste mesmo contexto, Cipriano e colaboradores (2011), concluíram que é importante praticar exercício físico resistido, pois contribui com a qualidade de vida da pessoa idosa.

Prado e colaboradores (2010) ressaltam que o programa de exercícios resistidos utilizado no estudo foi eficaz no aumento do equilíbrio, mobilidade funcional, domínio físico e psicológico da qualidade de vida das idosas, não tendo muito impacto nos domínios social e ambiental.

Enfim, diversos estudos sustentam a hipótese de que a prática de atividades físicas regulares, incluso a musculação, oferece inúmeros benefícios os quais se traduzem em melhores indicadores de qualidade de vida entre idosos. Convém ressaltar que a prática de exercícios resistidos a partir da quarta década de vida potencializa seus efeitos benéficos na terceira idade. Assim, o incentivo e a percepção das atividades físicas enquanto processo devem ser prospectadas e incentivadas ao longo de todo o ciclo vital.

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5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES

A partir dos resultados expostos algumas conclusões podem ser elaboradas no que concerne aos objetivos propostos. Relativo à satisfação dos idosos em relação desenvolvimento pessoal e realização, os homens sentem-se satisfeitos enquanto as mulheres estão entre satisfeitas e muito satisfeitas. Quanto às relações familiares, os homens acenam com indicadores ligeiramente melhores do que as mulheres. Um item que se destaca nesta dimensão entre os homens é que estão entre satisfeitos e muito satisfeitos em relação á relacionamento íntimo com sua esposo/a ou até mesmo outra pessoa que seja relevante, como o namorado/a.

Na dimensão participação social, que corresponde á participação em atividades sociais, comunitárias e cívicas, ambos os sexos estão entre pouco satisfeitos e satisfeitos. Observou-se que os idosos, de ambos os sexos, frequentam pouco associações e outras atividades relacionadas á sociedade. Por outro lado o estudo mostrou que os idosos estão fazendo o que gostam, ou seja, se satisfazendo em relação á amizade e a recreação. Notou-se que os mesmos estão se entretendo, porém procurando pouco novas experiências.

Em relação ao bem estar físico e mental os homens e as mulheres estão satisfeitos. No item conforto material os idosos do sexo masculino sentem se menos satisfeitos comparado ás mulheres, mas em relação á saúde os homens apresentam grau de satisfação maior que as mulheres.

De modo geral, concluiu-se que nas dimensões “participação social”, “amizade e recreação” e “bem estar físico e mental” os idosos possuem grau de satisfação menores quando comparados aos demais itens avaliados. Estes indicativos podem ser considerados normais a medida que estas dimensões tem alta correlação com demandas de saúde, as quais naturalmente são mais frágeis nesta faixa etária.

Portanto, é necessário demonstrar através da nossa atuação, a real importância da pratica de exercícios físicos para os idosos, pois com um estilo de vida mais saudável, o indivíduo pode melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida, melhorando os aspectos sociais, mentais e físicos.

Diante das dificuldades encontradas ao longo da realização desta investigação e tendo como base os resultados encontrados, cabe aqui ressaltar a importância da continuidade de pesquisas nesse campo de estudo com uma amostra maior e com diferentes características sociodemográficas.

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Conclui-se que o estudo por meio dos resultados alcançados, possibilitam conhecer a satisfação da qualidade de vida dos idosos que frequentam duas academias do bairro Carianos, SC, objetivo geral desta investigação. Nossos achados indicam níveis elevados de qualidade de vida na amostra investigada.

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