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CAMILLEFRANCINEMODENA

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Academic year: 2021

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUSUNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CAMILLE FRANCINE MODENA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA AIDS NOTIFICADOS NA REGIONAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NO PERÍODO DE 2000 A 2009

TANGARÁ DA SERRA – MT, JULHO – 2010.

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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUSUNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CAMILLE FRANCINE MODENA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA AIDS NOTIFICADOS NA REGIONAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NO PERÍODO DE 2000 A 2009

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem, sob a orientação do Professor Me. Regis Queiroz Gonçalves.

TANGARÁ DA SERRA – MT, JULHO – 2010.

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CAMILLE FRANCINE MODENA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA AIDS NOTIFICADOS NA REGIONAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA NO PERÍODO DE 2000 A 2009

Monografia apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, para obtenção do título de Bacharelado em Enfermagem, sob a orientação do Professor Ms. Regis

Queiroz Gonçalves.

BANCA EXAMINADORA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

___________________________________________________________________________ Me. Regis Queiroz Gonçalves

(Orientador)

___________________________________________________________________________ Me. Ana Lúcia Andruchak

(Professora da Disciplina de TCC)

___________________________________________________________________________ Fernanda Luiza de Mattos Silvestre

(Enfermeira)

CONCEITO FINAL: ______________________ DATA DE APROVAÇÃO: _____/_____/_____

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DEDICATÓRIA

AOS MEUS PAIS

Pelo apoio, dedicação e ensinamentos compartilhados, meus grandes companheiros em todos os momentos. Meus exemplos, eles que me ensinaram a enfrentar as dificuldades e acreditar em mim mesmo, são minha força nos momentos de dúvida e de dificuldades.

A MINHA IRMÃ

Pela paciência e compreensão em todos os instantes, por ter sido amiga e companheira, me incentivar e ajudar no que foi preciso.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo que representa em minha vida e por ter me concedido a capacidade e força para concretizar mais essa etapa, por me acompanhar por todos os caminhos sem o qual não teria concretizado este sonho.

A UNEMAT, que me proporcionou realizar este curso e concluí-lo com qualidade ampliando meus conhecimentos e proporcionando iniciar minha vida profissional.

Ao professor Regis Queiroz Gonçalves, meu orientador, por compartilhar comigo seus conhecimentos e conduzir com profissionalismo e paciência a orientação desde estudo.

A professora Ana Lúcia Andruchak, pela competência mostrada e pelo auxilio a turma, sempre torcendo pelo nosso sucesso.

Aos examinadores da banca, Ms. Regis Queiroz Gonçalves, Ms. Ana Lúcia Andruchak e Fernanda Luiza de Mattos Silvestre, elas preciosas contribuições.

Ao professor Carlos Edinei, pela disposição e pela ajuda na concretização deste estudo, disponibilizando seu tempo em me ajudar.

À equipe da Regional de Saúde do município de Tangará da Serra, pela paciência e auxilio na realização da coleta de dados.

A Juliana Frederici, pelo apoio, incentivo e compreensão que muito me ensinou e ajudou durante a realização deste estudo, sempre com muita ternura e dedicação.

A todos os meus professores da graduação, que de uma maneira ou de outra foram imprescindíveis para meu desenvolvimento e formação profissional e pessoal.

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A minha turma, companheiros de caminhada, que mesmo diante das dificuldades impostas, conseguimos cumprir nossa meta e concretizar mais esse objetivo. A todos vocês que em algum momento desses quatro anos marcaram presença em minha vida o meu: muito obrigado. Conviver com vocês enriqueceu meu aprendizado, foram amizades cultivadas.

A todos os meus amigos, presentes, ausentes, alegres, tristes, parceiros, confidentes, de longos anos ou recentes, que me apoiaram e compartilharam comigo as incertezas desta caminhada, essa vitória pertence a cada um de vocês. Minha vida não seria a mesma sem cada um de vocês.

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RESUMO

O HIV/AIDS configura-se como uma pandemia no mundo, sendo no Brasil uma epidemia de proporções preocupantes, atingindo nos dias atuais a população de forma geral. Considerando toda a relevância que as DST’s e principalmente o HIV e a AIDS possuem nos dias atuais, buscou-se com a pesquisa identificar os fatores contribuintes para o desenvolvimento da doença no município de Tangará da Serra e nos demais municípios circunvizinhos da região no período de 2000 a 2009, com intuito de traçar a população de risco encontrado nestes locais. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e quantitativa, pois além de ser realizado o levantamento de dados através de diferentes variáveis e a análise desses resultados ainda foi realizada uma pesquisa bibliográfica buscando diferentes referências que abordem o tema tratado. Os dados para a pesquisa foram obtidos junto a Regional de Saúde do município de Tangará da Serra, local responsável pelas notificações dos casos de AIDS. Com a realização da pesquisa nota-se que nesses municípios a realidade da doença acompanha as características atuais da epidemia no Brasil, atingindo homens e mulheres em proporções semelhantes, com faixas etárias que variam de 20 a 49 anos, com escolaridade de 1 a 7 anos e predominante na população heterossexual. Mostrando que a epidemia não está mais restrita aos grupos anteriormente considerados de risco, mas atingindo a população de maneira geral e mostrando novas tendências.

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ABSTRACT

HIV/AIDS presents itself as a worldwide pandemic, with an epidemic in Brazil causes concern, reaching today the population in general. Considering all the relevance that STDs and especially HIV and AIDS are today, we sought to research to identify factors contributing to the development of disease in the city of Tangara da Serra and the other surrounding municipalities in the region from 2000 to 2009, aiming to trace the population at risk found in these locations. The research is characterized as qualitative and quantitative, as well as being held data collection by different variables and analysis of these results, yet a survey was conducted looking for different bibliographic references that address the theme. Data for the study were obtained from the Health Regional municipality of Tangara da Serra, local responsible reporting of AIDS cases. In the research note that these municipalities the reality of the disease follows the current characteristics of the epidemic in Brazil, affecting men and women in similar proportions, with ages ranging 20-49 years, with education of 1 to 7 years and prevalent in the heterosexual population. Showing that the epidemic is no longer confined to those previously considered at risk, but reaching the population in general and showing trends.

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SIGLAS E ABREVIATURAS

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ARV – anti-retrovirais

CTA – Centros de Testagem e Aconselhamento DST – Doença Sexualmente Transmissível

HAART – Terapia Antiretroviral Altamente Eficaz. HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana.

HSH– Homens que fazem sexo com homens PNDST/AIDS–Programa Nacional de DST/AIDS SINAN–Sistema Nacional de Agravos de Notificação UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas em AIDS

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Casos da AIDS notificados na Regional de Saúde segundo os municípios no período de 2000 a 2009

Gráfico 2. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo o gênero.

Gráfico 3. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a raça.

Gráfico 4. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a faixa etária.

Gráfico 5. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a escolaridade.

Gráfico 6. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a categoria de exposição.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 11

1. REFERENCIAL TEÓRICO... 13

1.1. Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS... 13 1.2. Origem do HIV ... 15 1.3. O vírus HIV... 16 1.4. Transmissão... 17 1.5. Manifestação da Doença ... 18 1.6. Diagnóstico... 19 1.7. Tratamento ... 19 1.8. Tendências da Epidemia ... 21 1.9. Qualidade de Vida ... 24 1.10. Prevenção ... 24

1.11. Programa Nacional de DST/AIDS... 25

1.12. O Papel do Enfermeiro e os Cuidados com o paciente portador de HIV... 26

2. METODOLOGIA ... 28 2.1. Tipo de Pesquisa... 28 2.2. Caracterização da Pesquisa...28 2.3. Procedimento...29 2.4. Local...29 2.5. População ...29

3. ANÁLISE DOS DADOS ... 30

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 40

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INTRODUÇÃO

A Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS) ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, pode se manifestar no organismo humano após este ser infectado pelo HIV (Human Immunodeficiency Vírus) ou Vírus da Imunodeficiência Humana.

A AIDS é uma doença bastante complexa, destacando-se como uma síndrome tendo, portanto a manifestação de vários sintomas. O vírus HIV destrói as células de defesa do organismo humano, os linfócitos, o que torna a pessoa infectada mais vulnerável a infecções e doenças oportunistas que surgem quando o sistema imunológico está deficiente. (BRASIL, 2007)

Atualmente a doença configura-se como uma pandemia no mundo, sendo no Brasil uma epidemia de proporções alarmantes. Vários estudos realizados na área alertam a população sobre a ocorrência desta Doença Sexualmente Transmissível (DST) bastante preocupante em nosso país e no mundo. O levantamento de dados nacionais mostra que o número de casos de HIV e da AIDS tem crescido nos últimos anos sendo considerados como um problema de saúde pública.

Inicialmente a epidemia atingia uma população composta principalmente por homens, homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas injetáveis; sendo estes os considerados grupos de risco. No entanto, sabe-se que nos dias de hoje a epidemia atinge a população de forma geral, afetando homens e mulheres em proporções semelhantes. De modo que o aumento da transmissão na população heterossexual e o crescimento de casos em mulheres levam ao aumento de casos em crianças, sendo esta uma das mais importantes características do atual quadro da AIDS no Brasil e no mundo.

A observação do quadro atual da AIDS instigou a realização de um levantamento de dados analisando a evolução da doença no período de 2000 a 2009, referentes ao município de Tangará da Serra e aos demais municípios circunvizinhos compostos por Arenápolis, Barra do Bugres, Brasnorte, Campo Novo dos Parecis, Denise, Nova Marilândia, Nova Olímpia, Santo Afonso e Sapezal. O município de Tangará da Serra serve como referência por ser Pólo Regional de Saúde, de modo que este recebe as notificações desses municípios e participa da oferta de medicamentos para o tratamento dos pacientes infectados.

Portanto, esta pesquisa evidencia os casos de AIDS notificados na Regional de Saúde em Tangará da Serra, bem como identifica os grupos que são acometidos pela doença e apresenta uma análise da real situação da AIDS nesses municípios comparando esses dados

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com estudos realizados em nosso país. Ainda a mesma analisa as características socioeconômicas e comportamentais que constituem o fator de risco nos municípios pertencentes a Regional.

Ao se considerar que a doença depende de uma atuação individual e a única maneira de evitar é através da prevenção, percebe-se que a realização de pesquisas nessa área tem ajudado a evidenciar a situação da doença no município de Tangará da Serra e nestes demais municípios pertencentes ao pólo. Portanto essa pesquisa procura identificar e analisar o quão preocupante é a situação da doença nesses locais tendo como intuito sensibilizar o poder público para que tome atitudes preventivas e estimule a realização de campanhas nesta região.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS

Segundo BRASIL (2007) a Acquired Immune Deficiency Syndrome (AIDS) também conhecida como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, pode se manifestar no organismo humano após a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou HIV (Human Immunodeficiency Vírus). Destacando-se, nos dias atuais, como uma das mais impressionantes Doenças Sexualmente Transmissíveis – DSTs.

Conforme afirma REIS e GIR (2002) esta síndrome é a mais recente entre as DSTs, e desde a sua identificação, na década de 80, representa um significativo problema de saúde pública mundial, tornando a doença um marco na história da humanidade.

Dentre as DSTs, a AIDS é a única de notificação compulsória. Em 1993, o Ministério da Saúde implantou o Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN, como ferramenta de coleta e processamento de dados dos agravos de notificação compulsória em todo o território nacional. A AIDS tornou-se uma doença de notificação compulsória em 1986. O SINAN-AIDS é um sistema alimentado a partir da notificação de casos confirmados de AIDS, seguindo-se os critérios de definição de casos ditados pelo Ministério da Saúde.

Na saúde pública, os temas HIV e AIDS são considerados como grandes problemas, isso por ocasionar implicações para a sociedade em diversas dimensões. Quando se aborda este tema deve-se perceber que existem duas epidemias distintas, porém que se relacionam. A princípio tem-se o HIV, de maior magnitude, caracterizado pela sua invisibilidade e em seguida tem-se a AIDS, destacada pela sua magnitude quando se trata de danos e impacto social (OLIVEIRA et al., 2006).

Segundo os autores CARVALHO et al. (2007) & REIS e GIR (2005) estas epidemias (HIV/AIDS) alcançaram o estágio de pandemia no mundo, manifestando-se no Brasil como epidemias de proporções preocupantes.

Como afirmam PARKER (1997 apud CASTRO; REMOR 2004) no Brasil assim como em todo mundo, a epidemia da AIDS ocorre como um expressivo problema de saúde pública. Ainda segundo PINTO et al. (2007) a AIDS apresenta-se como epidemias regionais com características e determinantes próprios.

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Segundo GABRIEL et al. (2005); FABBRO et al. (2005) a atual situação do HIV no país é resultante de profundas desigualdades da sociedade brasileira, isso tem resultado numa epidemia com múltiplas dimensões com notável transformação no perfil epidemiológico.

De acordo com os autores BRITO et al. (2001); GRIEP et al. (2005); GABRIEL et al. (2005) a AIDS representa um fenômeno global, complexo, dinâmico e instável, cujo acontecimento nas diferentes regiões do mundo está relacionado com o comportamento humano individual e coletivo.

Segundo PINTO et al. (2007) a AIDS aparece como um ícone de questões importantes que afligem o planeta podendo destacar os direitos humanos, qualidade de vida e bem estar.

Sua rápida disseminação leva ao pânico e a uma série de problemas sociais e psicológicos graves, afligindo não somente a população em geral, mas principalmente os portadores do HIV (LOPES e FRAGA, 1998).

De acordo com MALTA (2008), mesmo passada três décadas desde o aparecimento dos primeiros casos de pacientes com a infecção pelo HIV, esta epidemia continua como um grave problema e sem sinais de mudanças ou melhorias breves, o que promove dia após dia novos desafios.

Conforme destaca CANINI et al. (2004) mesmo sendo este um curto período de tempo as pessoas infectadas e doentes só tem aumentado.

Segundo REIS e GIR (2002) as pessoas portadoras do HIV/AIDS são vítimas de implicações físicas e biológicas devastadoras, bem como sociais, espirituais e emocionais. Principalmente por enfrentar o caráter estigmatizante de uma infecção que envolve a questão comportamental do indivíduo.

A AIDS configura-se como uma enfermidade infecciosa emergente devido a magnitude e a proporção dos danos que causa à população, e desde a sua origem, suas características e repercussões no Brasil e no mundo são bastante discutidas pela sociedade em geral e pela científica (BRITO et al., 2001).

De acordo com PINTO et al. (2007) por reunir o comportamento sexual e por realizar mudanças significantes em variadas áreas e não exclusivamente a saúde, a AIDS gera desafios para a sociedade científica, por afligir as diversas populações em proporção geométrica, sem qualquer distinção social, econômica, racial, cultural ou política.

Após esses 30 anos de descoberta da epidemia, os mais variados avanços referentes ao tratamento e prevenção têm sido implantados, mesmo assim esta questão parece longe de ser resolvida e muitos desafios ainda instigam pesquisadores em relação ao tema (CASTRO e REMOR, 2004).

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Conforme revela REIS e GIR (2002), estas duas epidemias servem de objeto de freqüentes estudos e esforços, que buscam oferecer a prevenção e o controle da infecção/doença, melhor assistência aos portadores e a descoberta de tratamentos eficazes.

A epidemia de AIDS constitui um desafio sem precedentes para a saúde global, sendo que o HIV já causou cerca de 25 milhões de mortes e provocou profundas mudanças demográficas, econômicas e sociais na maioria dos países mais afetados. A cada dia, estima-se que cerca de 6.800 pessoas são infectadas pelo HIV e 5.700 morrem em decorrência da AIDS em todo o mundo, em sua maioria devido ao acesso inadequado aos serviços de tratamento e atenção (UNAIDS, 2008).

De acordo com estimativas recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas em AIDS (UNAIDS), o número de pessoas vivendo com HIV mundialmente cresceu em 2008, chegando a estimados 33,4 milhões. O número total de pessoas vivendo com o vírus em 2008 foi mais de 20% maior que no ano 2000, e a prevalência foi aproximadamente três vezes maior que em 1990 (UNAIDS/WHO, 2009).

No Brasil aproximadamente 630 mil pessoas vivem com HIV e, segundo parâmetros internacionais, o Brasil apresenta uma epidemia concentrada. Em média, cerca de 30 mil novos casos de AIDS são identificados a cada ano. Apesar da tendência à estabilidade, a epidemia afeta de maneira diferenciada as diversas regiões do país (UNAIDS, 2008).

1.2. Origem do HIV

De acordo com o Programa Nacional de AIDS, a infecção pelo HIV começou a ser analisada na metade do século XX, onde os relatos iniciais demonstram que a doença surgiu na África Central e, provavelmente, pela mutação do vírus do macaco (PINTO, 2007).

De acordo com SOUZA (2004), acredita-se que o HIV é um novo patógeno para a raça humana, provavelmente resultante de um retrovírus não patogênico dos primatas (macacos-verdes). Há uma evidência difundida de que os macacos-verdes tenham sido infectados por um vírus similar ao HIV durante muito tempo, embora ele não cause nenhuma doença nesses animais.

Conforme afirma PINTO (2007) experiências comprovam que o elo perdido na passagem dos primatas para o homem pode estar relacionado com a questão da manipulação da carne de chimpanzés infectados, admitindo que o vírus da AIDS tivesse passado do macaco para o homem pelo contato íntimo desses animais com os nativos africanos, seja por

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arranhaduras ou mordidas, ou pelo hábito das populações de ingerir a carne de macaco mal cozida, contendo em seus tecidos e fluidos (sangue, secreções) do vírus causal da doença. Desta forma então a doença foi levada para pequenas comunidades da região central e disseminou pelo mundo todo.

A AIDS foi inicialmente reconhecida em 1981, nos Estados Unidos, com a identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino e homossexuais, que apresentaram sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune, características hoje conhecidas como típicas da AIDS (PINTO, 2007). Segundo TOLEDO (2008) este é, portanto o primeiro relato da infecção pelo HIV, constituindo um marco na história da humanidade.

Segundo SADALA (2006) no Brasil, o primeiro caso clínico de AIDS ocorreu em 1983 em um paciente portador de sarcoma de Kaposi, de modo que se pode apontar a existência de casos no período 1980-1982. Na primeira metade da década de 80, a identificação de novos casos manteve-se restrita aos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e em grandes centros urbanos. Mesmo transcorridas três décadas desde o seu inicio, o controle e a prevenção da epidemia ainda são desafios.

1.3. O vírus HIV

O HIV é um retrovírus da subfamília Lentivirinae. Em 1983, em Paris, foi denominado LAV; em 1984, nos EUA, HTLV-III. Em maio de 1986, uma subcomissão do comitê internacional sobre a taxonomia dos vírus propôs que os retrovírus da AIDS fossem oficialmente denominado HIV. Atualmente se conhecem dois tipos de HIV: o HIV-1, prevalente em nosso meio, e o HIV-2, encontrado principalmente em algumas regiões da África e da Península Ibérica. (SOUZA, 2004)

Segundo BRASIL (2007) o vírus HIV ao entrar em um organismo infecta os linfócitos, células diferenciadas que são responsáveis pelas reações de defesa específicas, com a função de organizar e comandar a resposta de defesa do corpo. Podem ser do tipo B ou do tipo T. Os linfócitos T são “treinados” no Timo e os linfócitos B, no Baço.

O vírus ataca especialmente os linfócitos T, pois ele tem a capacidade de se conectar a um componente existente na membrana dessas células, o CD4. Uma vez no interior dos linfócitos, o HIV se multiplica, destrói a célula e cai novamente na corrente sanguínea, infectando outros linfócitos e aumentando quantidade de vírus. (BRASIL, 2007)

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Ainda conforme destaca BRASIL (2007) após estarem infectadas, as células do sistema imunológico do organismo começam a funcionar de maneira deficiente o que diminui a capacidade do mesmo em combater doenças comuns, desta forma a pessoa infectada fica sujeita ao aparecimento de várias doenças e infecções.

De acordo com LOPES e FRAGA (1998) após o organismo ser infectado, a imunodeficiência causada pelo vírus passa a ser crônica e progressiva.

Toda essa disfunção do sistema imune deve-se a diminuição dos níveis dos linfócitos T CD4, ressaltando que quanto mais baixo for esse índice, maior é o risco de se desenvolver a AIDS pela disfunção na defesa do organismo (CANINI et al., 2004).

Como afirmam COSTA (1992, apud LOPES e FRAGA, 1998) a AIDS é caracterizada por causar um quadro de deteriorização profunda, progressiva e irreversível levando assim ao surgimento de infecções oportunistas, assim chamadas por se aproveitarem do comprometimento do sistema imune para afetar um organismo.

Segundo FERNANDES et al. (2005) a AIDS atualmente é descrita como a mais grave manifestação no espectro clínico de doenças, seguida pelo seu agente causador, o HIV.

1.4. Transmissão

De acordo com BRASIL (2007) a transmissão ocorre por meio do contato com sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno da pessoa doente. Vale destacar que suor, lágrima, beijo no rosto ou na boca e uso comum de sabonete, toalha, copos ou talhares, entre outros, não transmitem a doença. Lembrando que o HIV só consegue viver no corpo humano e morre rapidamente em contato com o ar, luz solar ou detergentes.

Segundo SOUZA (2004) a doença atinge indivíduos de qualquer idade, sexo e raça que apresentam comportamento ou situação de risco e comunicantes. A transmissão pode ser: Transmissão sexual; Transmissão sanguínea; pelo uso de drogas injetáveis; Transmissão vertical (transplacentária e vertical); Transplante de órgãos e inseminação artificial.

Segundo o mesmo autor, alguns comportamentos ou situações de risco para a transmissão da doença incluem: Multiplicidade de parceiros sexuais; Sexo anal; Consumo de drogas injetáveis através de seringas e agulhas de uso coletivo; Hemofilia.

Vale ressaltar que hemofílicos e indivíduos que receberam transfusão de sangue, eram intensamente atingidos no início da epidemia e apresentaram importante declínio ao longo do

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tempo. Isso devido ao controle do sangue e hemoderivados com a disponibilidade dos testes laboratoriais para detecção de anticorpos anti-HIV (BRITO et al., 2001).

1.5. Manifestação da Doença

Nos indivíduos portadores do HIV o tempo de progressão para a AIDS é bastante variado. A grande maioria vem a desenvolver a doença 10 anos após a infecção e cerca de 1-5% permanecem saudáveis e assintomáticos por longos períodos. Aqueles que desenvolvem a síndrome acima de 10 anos são considerados como não-progressores ou lentos progressores, apresentando geralmente níveis normais de células CD4+, mesmo que não estejam recebendo tratamento. No entanto, existem casos de indivíduos que desenvolvem a doença nos primeiros 2-3 anos da infecção sendo considerados como rápidos progressores. (FERNANDES et al., 2005).

Como afirma CARVALHO et al. (2007), as pessoas infectadas geralmente desenvolvem os sintomas entre 5 a 8 anos, porém existem casos de pessoas infectadas há 15 anos ou mais, e que nunca manifestaram complicações por causa do HIV ou da AIDS.

Conforme afirma BRASIL (2007), o HIV pode levar vários anos, entre o momento da infecção até o surgimento dos primeiros sintomas, este período entre a infecção pelo HIV e a manifestação dos primeiros sintomas da AIDS irá depender, principalmente, do estado de saúde da pessoa.

Segundo BRASIL (2007), a pessoa conhecida como portadora de HIV é aquela que está na fase assintomática da doença; já a pessoa com AIDS é aquela que já apresenta os sintomas característicos da doença, fase marcada pelo início do tratamento com os anti-retrovirais.

De acordo com CANINI et al. (2004), o período entre a aquisição do HIV e a manifestação da AIDS, é bastante difícil e improvável de ser definido, porém mesmo estando assintomático e saudável, o individuo portador pode manifestar transtornos notáveis no sentido psicossocial assim que descobre o seu diagnóstico. Principalmente devido às dificuldades do enfrentamento de uma doença que existe tratamento, mas que não há cura.

De acordo com BRASIL (2007) na fase sintomática da doença ocorre a redução crítica de células T, tipo CD4, que chegam abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Adultos saudáveis possuem de 800 a 1200 unidades. Onde começam a surgem os sintomas típicos da AIDS.

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A AIDS não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas, porém geralmente os sintomas iniciais são semelhantes: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer. (BRASIL, 2007)

Segundo o mesmo autor, com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como: tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e meningite, por exemplo).

1.6. Diagnóstico

Conforme afirma SEIDL (2005) o diagnóstico da infecção pelo HIV tem inúmeras implicações sendo elas médicas, psicológicas e sociais, impondo esforços adaptativos por parte dos indivíduos diagnosticados como portadores. Ainda sem cura, a AIDS tem tratamento e possibilidades de controle, gerando assim novos desafios para os pacientes e para os profissionais de saúde que lidam com essa doença.

Segundo relata BRASIL (2007) há alguns anos, receber o diagnóstico era quase uma sentença de morte. Atualmente a AIDS pode ser considerada uma doença de perfil crônico, sendo que uma pessoa infectada pelo vírus pode viver com o mesmo por um longo período sem apresentar nenhum sintoma ou sinal.

De acordo com BRASIL (2007) esse diagnóstico é feito por meio de testes, que são realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. Podendo ser realizados em laboratórios de saúde pública, por meio do atendimento do usuário nas unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou em laboratórios particulares.

1.7. Tratamento

Segundo CASTRO e REMOR (2004) a revolução na intervenção no âmbito da AIDS está ligada à mudança que houve no tratamento a partir 1996; isso devido à introdução de uma nova geração de medicamentos antiretrovirais de inibidores de protease e de sua combinação com os inibidores da transcriptase, junção conhecida como Highly Active Antiretroviral Therapy – HAART ou Terapia Antiretroviral Altamente Eficaz.

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Ainda de acordo com o mesmo autor, essa revolução no tratamento reduziu significativamente a mortalidade dos portadores, mesmo que para isso seja necessária a ingestão rigorosa de múltiplos medicamentos por um tempo indeterminado.

No entanto essa nova era no tratamento da AIDS tem repercutido no comportamento de risco dos indivíduos e conseqüentemente na prevenção da infecção, pois tem verificado que esses avanços no tratamento podem reduzir a carga viral do paciente a níveis indetectáveis, o que pode estar levando os indivíduos a diminuírem os cuidados nas relações sexuais. Fato este bastante importante, pois embora o tratamento possa reduzir a quantidade de vírus a níveis baixos, o risco de contágio permanece (CASTRO e REMOR, 2004).

Conforme afirma CARVALHO et al. (2007) com os avanços referentes ao diagnóstico e ao tratamento da AIDS, a doença vem se tornando cada dia mais semelhante às doenças conhecidas como crônicas. Ainda segundo COLOMBRINI et al. (2006), isso torna fundamental a existência de uma interação entre o paciente portador e a equipe prestadora dos cuidados, para favorecer na complexidade que está ligada ao tratamento, evitando problemas relacionados a não adesão do paciente.

Se ao longo dos anos houve a disseminação da infecção na população, aliado a isso foi sendo desenvolvidas novas opções de tratamento o que tem aumentado a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Se no inicio da descoberta do vírus a grande preocupação era o iminente risco de morte, atualmente acrescenta-se a esse medo a necessidade de reestruturar a vida, para conviver com a presença do vírus no organismo (CARVALHO et al., 2007).

Conforme SIEGEL & LEKAS (2002, apud CARVALHO et al., 2007), todos esses avanços geram impacto na vida dos portadores, diminuindo o medo da morte e possibilitando a permanência de relações sociais, de trabalho, de lazer e afetivas na vida.

As intervenções para promover o enfrentamento com os avanços da terapia anti-retroviral, fortalecimento social, vivência da sexualidade, adesão ao tratamento e concretização de objetivos na vida são alguns pontos bastante interessantes e relevantes diante da perspectiva de uma vida longa e com qualidade das pessoas soropositivas (SEIDL, 2005).

Segundo SEIDL (2005) pode-se identificar uma mudança no enfoque sobre o enfrentamento do HIV e da AIDS, desde o momento em que a enfermidade não tinha tratamento eficaz e tinha altos índices de letalidade, até o momento quando a terapia antiretroviral foi disponibilizada.

De acordo com COLOMBRINI (2006) no Brasil, desde o início da epidemia da AIDS até hoje, muito tem sido feito para proporcionar melhor qualidade de vida aos portadores do

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HIV e, dentre outras ações, está a distribuição universal de medicamentos, ressaltando-se que o Brasil foi o primeiro país do terceiro mundo a adotar tal medida.

Segundo os autores SADALA (2006) & MALTA (2008) a partir de 1996, a nova proposta terapêutica denominada de HAART veio proporcionar grande aumento na sobrevida aos pacientes soropositivos. A disponibilidade dessa terapia anti-retroviral de alta potência, gratuitamente, para todas as pessoas com HIV-positivo, causou impacto notável na realidade da epidemia no Brasil, com redução da morbi-mortalidade, diminuição das internações hospitalares e progressiva mudança na maneira da sociedade e dos profissionais da saúde em se relacionar com pacientes.

Segundo PINTO (2007) a distribuição dos anti-retrovirais (ARV) permitiu reduzir em 50% a mortalidade por aids no Brasil, e aumentou em 80% o tratamento para as doenças oportunistas, o que reflete melhor qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS.

A produção de medicamentos para AIDS tornou o programa brasileiro de distribuição de medicamentos auto-sustentável. Hoje são distribuídos 16 anti-retrovirais diferentes pelo Ministério da Saúde, conferindo uma diminuição drástica das infecções oportunistas (PINTO, 2007).

Conforme relata MALTA (2008) o Brasil foi capaz de estabelecer o acesso universal, em parte, a partir da produção de suas próprias versões genéricas de medicamentos ARV.

1.8. Tendências da Epidemia

Segundo concordam os autores SIGNORINI et al. (2007) & CASTILHO et al. (2000) nessa terceira década a evolução da AIDS é caracterizada por uma dinâmica de contínua transformação. Como resultado das desigualdades da sociedade brasileira, a disseminação da infecção pelo HIV revela uma epidemia de múltiplas dimensões que, ao longo do tempo, sofreu transformações relevantes no seu perfil epidemiológico (CARVALHO et al., 2007).

Caracterizada como uma epidemia que se iniciou nos estratos sociais de maior escolaridade disseminando-se para os estratos de menor escolaridade e também dos centros urbanos para os municípios de menor população. Da mesma forma, a epidemia inicialmente vinculada a homens que fazem sexo com homens (HSH) tem atingido de forma crescente homens com comportamento heterossexual, mulheres e crianças (SIGNORINI et al., 2007) & (CASTILHO et al., 2000).

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De acordo com CARVALHO et al. (2007) todas essas alterações no perfil da doença demonstram que a infecção não está mais restrita ao que se considerava como grupos de risco (homossexuais, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo, por exemplo), atingindo a população de forma geral.

Segundo vários autores, no Brasil, a propagação da infecção pelo HIV sofre estas mesmas transformações no perfil epidemiológico. Podendo ser identificado um quadro marcado pelos processos de heterossexualização, feminização, interiorização e pauperização. (BRITO et al., 2001) (PINTO et al., 2007) (GABRIEL et al., 2005) (SADALA e MARQUES, 2006) (GRIEP et al., 2005).

De acordo com PINTO et al. (2007) inicialmente, há relativa tendência de expansão do número de casos entre as populações com baixo nível de renda e escolaridade, atingindo camadas sociais sem ou quase nenhuma proteção social, esta tendência é denominada como pauperização da epidemia brasileira.

Ocorre assim acentuado aumento de casos na população com menor grau de escolaridade. Enquanto que nos anos iniciai, as pessoas infectadas apresentavam maior nível de escolaridade sendo que essa inversão ocorre desde a década passada (PRAÇA e GUALDA, 2003).

Além disso, apesar da maioria dos casos se concentrarem nas áreas urbanas e regiões metropolitanas, verifica-se um processo de interiorização da infecção. (PINTO et al., 2007) Essas transformações, embora com dinâmicas regionais e populacionais distintas deve-se a difusão geográfica da doença a partir dos grandes centros urbanos em direção aos municípios de médio e pequeno porte do interior do país (BRITO et al., 2001).

Segundo BRITO et al. (2001) ocorrendo em quase todo o território nacional, a distribuição da AIDS, não se mostra homogênea quanto às regiões de residência, sexo, idade, grau de escolaridade.

O aumento da transmissão por contato heterossexual, também conhecido como heterossexualizacão resulta no crescimento substancial de casos em mulheres, sendo apontado como o mais importante fenômeno para o atual momento da epidemia. Essa via de transmissão surge como a mais importante característica da dinâmica da epidemia (BRITO et al., 2001).

De acordo com PINTO et al. (2007) outra característica da doença e talvez a mais grave, é definida como feminização da epidemia, sendo identificada pelo crescimento significativo no número de mulheres infectadas pelo HIV, isso ocorre pelo fato das mulheres serem biológica, epidemiológica e socialmente mais vulneráveis. Esse crescimento de casos

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em mulheres leva, conseqüentemente, ao aumento de casos em crianças (FABBRO et al., 2005).

Conforme REIS e GIR (2005) além das tendências de interiorização, heterossexualização, feminização e pauperização, é possível perceber crescente aumento da sobrevida dos casos de AIDS no país. Mesmo a AIDS sendo uma doença incurável, todos os avanços referentes ao diagnóstico precoce e ao tratamento, conferiram inúmeros e importantes benefícios na expectativa de vida dos portadores da infecção.

Os avanços científicos e tecnológicos aliados ao melhor conhecimento da etiopatogenia da doença possibilitaram a descoberta de novas intervenções diagnósticas, profiláticas e terapêuticas, às quais podem estar contribuindo para esse aumento da sobrevida dos doentes. Além disso, a evolução dos conhecimentos e do uso de tecnologias eficazes mudou a história natural da doença (BRITO et al., 2001). Aos poucos essas mudanças fazem com que a vida dos que vivem e convivem com a AIDS seja alterada, gerando desafios na sua compreensão e no seu enfrentamento (REIS e GIR, 2005).

Segundo BRITO et al. (2001) caracterizada em anos anteriores pela sua rápida letalidade, aos poucos a doença assumiu caráter crônico, tendo sua evolução prolongada, de modo que os longos períodos assintomáticos são interrompidos quando aparece algum tipo de infecção oportunista.

No Brasil, o tempo médio de sobrevida dos pacientes foi sofrendo alterações, ao longo do tempo. Sendo que na década de 80 e início dos anos 90, a média de sobrevida era de cinco meses; já em 1995 e 1996, essa média aumentou para 18 e para 58 meses; e em 2002, a média foi de sete anos (FERNANDES et al., 2005).

Alguns fatores são importantes para a determinação dessa progressão da doença e da sobrevida dos pacientes, são fatores relacionados ao comportamento sexual dos mesmos, como as atitudes, percepções e crenças diante de sua condição (FERNANDES et al., 2005).

Segundo CANINI et al. (2004) além disso, as diversas alterações que ocorrem no sistema nervoso dos pacientes associadas à depressão e ao estresse influenciam no quadro evolutivo da doença. De maneira que essas alterações no estado psicológico e social contribuem podendo aumentar a vulnerabilidade biológica do paciente.

A doença assumiu um caráter crônico que tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. E também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde que possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade de vida (BRASIL, 2007).

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1.9. Qualidade de Vida

De acordo com CANINI et al. (2004) a qualidade de vida relacionada à saúde possui um conceito muito amplo, pois aborda tanto a qualidade de vida global como aquela relacionada ao estado de saúde.

Segundo o mesmo autor, a inexistência da cura para a AIDS e para a maioria das doenças crônicas, mostra que a luta pela qualidade de vida é imprescindível para implementação de estratégias de tratamento, sendo uma importante ferramenta na distribuição de recursos e na implementação de programas de saúde.

Essa busca pela qualidade de vida deve levar em conta não só a dimensão física, mas, também, aspectos psicossociais e emocionais, buscando estratégias de tratamento que atuem nesses aspectos e proporcionem melhorias na vida dessas pessoas (CANINI et al., 2004).

Segundo CASTRO e REMOR (2004) depois das modificações no quadro dos pacientes com HIV e AIDS deve-se estar alerta para essas mudanças na expectativa de vida e nas perspectivas de futuro; pois os pacientes precisam focar em redefinir seus objetivos pessoais, investir na situação profissional e nos relacionamentos, reavaliar as expectativas, crenças e benefícios em relação ao tratamento e manter os vínculos afetivos e as relações sexuais.

1.10. Prevenção

Conforme relata PAIVA et al. (2002) todas as abordagens implantadas na tentativa de conter novas infecções pelo HIV, prevenir a infecção ou o adoecimento dos infectados deixaram de ser restritas ao risco individual. Estratégias mais bem sucedidas passaram a ser direcionadas a princípios de promoção e proteção de direitos individuais e sociais, com propostas que apontam que a vulnerabilidade a epidemia (HIV e AIDS) são no âmbito individual e coletivo.

De modo que o controle da epidemia não depende somente da divulgação de informações corretas, mas também da possibilidade dos indivíduos se encontrarem nelas e usá-las para sua proteção, o que não acontece independentemente das culturas, do contexto sociopolítico de cada país e comunidade e dos programas de saúde, desenvolvimento e educação locais (PAIVA et al., 2002).

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Ainda segundo GRECO (2008) o Brasil tem enfrentado a epidemia, realizando a distribuição de preservativos, a produção e distribuição de medicamentos anti-retrovirais, a implantação de laboratórios para diagnóstico e para o acompanhamento dos pacientes. Se essas medidas implantadas não são suficientes para acabar com a disseminação da epidemia, elas pelo menos têm sido capazes de aumentar a sobrevida e de melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com HIV e AIDS.

A prevenção da epidemia tem sido executada na união do governo e da sociedade civil no intuito de superar os obstáculos impostos pela doença, desde a sua descoberta até os dias de hoje (PINTO et al., 2007).

1.11. Programa Nacional de DST/AIDS

O Programa Nacional de DST e AIDS - PNDST/AIDS, atua nos 27 estados da Federação, no Distrito Federal e em 390 municípios, que apresentam 80% do número de casos de AIDS no país. Os objetivos do Programa Nacional de DST e AIDS são: reduzir a incidência da infecção pelo HIV/AIDS e outras DST; ampliar o acesso e melhorar a qualidade do diagnóstico, tratamento e assistência aos portadores do HIV/AIDS e outras DST; e fortalecer as instituições públicas e privadas responsáveis pelo controle das DST/HIV/AIDS (PINTO et al., 2007).

Segundo TOLEDO (2008) desde a consolidação do PNDST/AIDS em 1988, o Governo Brasileiro vem desenvolvendo importantes medidas de prevenção e combate a infecção e adoecimento pelo HIV. Entre os exemplos destacam-se a obrigatoriedade da testagem para o HIV nos bancos de sangue do País, assim como a distribuição gratuita e universal do primeiro anti-retroviral – Zidovudina, a partir de 1996, que resultou na melhora da qualidade e aumento na expectativa de vida das pessoas infectadas pelo HIV.

Além disso, com a finalidade de fortalecer os serviços de saúde disponíveis, em termos de maior resolutividade diagnóstica e terapêutica, foram criadas diversas modalidades de assistência especializada em DST/AIDS, como o Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), os Hospitais-dia, os Serviços de Assistência Domiciliar Terapêutica (SADT), os Centros de Testagem e Aconselhamento Sorológico (CTA). Embora com finalidades distintas, estes serviços articularam-se aos serviços de atenção básica e aos serviços de prevenção e controle das DST. Todas essas ações contribuíram para o reconhecimento internacional do PNDST/AIDS. (TOLEDO, 2008)

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1.12. O Papel do Enfermeiro e os Cuidados com o paciente portador de HIV

Ao decorrer desses 30 anos (1980-2010), diversos estudos sobre o HIV e a AIDS têm sido desenvolvidos e divulgados em diversas áreas do conhecimento, e entre elas a enfermagem também esta incluída. Nessa área a epidemia influi em diferentes aspectos no processo de trabalho e no cuidado prestado às pessoas portadoras, sendo um tema bastante interessante para esta profissão (OLIVEIRA et al., 2006).

A enfermagem enquanto profissão tem um papel fundamental no controle do HIV e da AIDS, esse papel por estar relacionado ao desenvolvimento de atividades de promoção e prevenção, ou até mesmo nas intervenções individuais, na família ou na comunidade, na detecção de situações de risco, na promoção de educação em saúde, na contribuição do diagnóstico precoce, na adesão do tratamento do paciente e de seu parceiro sexual. Além disso, a maioria dos profissionais é responsável pelo acolhimento do paciente, seja na prestação do cuidado ou coordenando na prestação dessa assistência (REIS e GIR, 2002).

Segundo CASTILHO et al. (2000) enquanto profissionais de saúde, cabe ao enfermeiro monitorar e analisar todas as modificações que ocorrem estando alerta para as novas tendências da epidemia, de modo a rever e propor estratégias preventivas.

De acordo com REIS e GIR (2002) através das ações educativas (educação em saúde) pode-se educar a população sobre a prevenção e os riscos do HIV e da AIDS, além de estar estimulando a procura pelo serviço de saúde.

Segundo o BRASIL (2007), ação educativa é um processo de capacitação de indivíduos e de grupos para assumir a solução de problemas de saúde, processo este que inclui o crescimento dos profissionais de saúde, através de reflexão conjunta sobre o trabalho que desenvolvem e suas relações com a melhoria das condições de saúde da população.

Todas essas experiências educativas devem ser estimuladas, incluindo abordagens referente a percepção de risco, mudanças no comportamento sexual e a adoção de métodos seguros. Esse envolvimento dos enfermeiros contribui também para a detecção de situações de risco e na promoção de saúde dos indivíduos portadores (REIS e GIR, 2002).

Conforme afirma GIR et al. (1999) para que o enfermeiro esteja apto e consiga realizar estas ações é importante a capacitação desses profissionais, de modo que estes adotem medidas de auto proteção, e estejam capacitados para evitar atitudes preconceituosas e estigmatizantes diante dos pacientes portadores.

Apesar de todos os avanços conseguidos durante esses anos de epidemia, na questão do tratamento, melhora da qualidade de vida e prognóstico, vale sempre lembrar que a AIDS

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continua sendo uma doença incurável. A descoberta tardia da infecção, além de piorar o prognóstico, causa danos irreversíveis em termos de não-prevenção, de forma que o indivíduo infectado pode passar anos transmitindo o HIV sem estar ciente de sua situação, expondo a risco um número considerável de pessoas (GABRIEL; BARBOSA; VIANNA, 2005).

A relação sujeito-profissional torna-se evidente, pautada no direito à cidadania, na escuta adequada, na reflexão a respeito dos riscos e comportamentos sob o enfoque da prevenção das DST/AIDS e promoção da saúde. (GRIEP, 2005)

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2. METODOLOGIA

2.1. Tipo de Pesquisa

O estudo desenvolvido é uma pesquisa bibliográfica, que segundo GIL (1991) envolve a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou fotocopiados, mapas, fotografias, manuscritos, e outros. Foi desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente em livros e artigos científicos.

Pesquisa descritiva, onde os dados coletados foram analisados, classificados e interpretados (POLIT, 2004). Ainda se caracteriza como documental, pois trabalha com base de dados.

Sendo que durante todo o desenvolvimento da pesquisa foram realizadas leituras de livros e artigos científicos sobre as concepções de HIV e AIDS, bem como atualidades sobre o tema e características da epidemia, no intuito de montar a base teórica da pesquisa.

2.2. Caracterização da Pesquisa

A pesquisa se caracteriza como qualitativa e quantitativa, pois segundo ROESCH (2007) a qualitativa e seus métodos de coleta e analise de dados são apropriados para uma fase exploratória da pesquisa. É apropriada para avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos. O mesmo autor ainda define como quantitativa aquela pesquisa que implica em medir relações entre variáveis (associação ou causa-efeito), em avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomendando utilizar preferencialmente o enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar o melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados.

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2.3. Procedimento

A pesquisa foi realizada através de um levantamento dos dados na Regional de Saúde do município de Tangará da Serra, dados estes disponíveis no Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN, a partir dos quais foi desenvolvida a coleta referente aos municípios que pertencem a esse pólo.

Este estudo permitiu identificar os fatores contribuintes para o desenvolvimento da doença através da análise das variáveis: faixa etária, raça, gênero, escolaridade e categoria de exposição, traçando a população de risco dos municípios pertencentes ao pólo. Além de traçar a evolução da doença no período de 2000 a 2009, isso foi realizado através da construção de gráficos.

2.4. Local

A coleta de dados foi realizada na Regional de Saúde do município de Tangará da Serra, localizada na Rua Júlio Martinez Benevides, 73, Centro.

2.5. População

Este estudo teve como base a população de pacientes com AIDS notificados no período de 2000 a 2009, nos municípios pertencentes ao pólo Regional de Saúde.

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3. ANÁLISE DE DADOS

Para critério de análise foram agrupados alguns municípios pertencentes a Regional de Saúde e que possuem número de casos baixos. Sendo assim, foram mantidos os municípios que apresentam números de casos significativos, sendo estes os municípios de Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis e Nova Olímpia e foram agrupados os demais municípios compostos por: Arenápolis, Barra do Bugres, Brasnorte, Denise, Nova Marilândia, Santo Afonso e Sapezal.

O perfil epidemiológico dos pacientes notificados com AIDS na Regional de Saúde do município de Tangará da Serra, no período de 2000 a 2009, acompanhou a evolução da epidemia no País, por apresentar as mesmas características, quais sejam marcadas pelos processos de heterossexualização, feminização e pauperização.

Gráfico 1. Casos da AIDS notificados na Regional de Saúde segundo os municípios no período de 2000 a 2009 0 5 10 15 20 25 30 35 40 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Anos C as os

Nova Olímpia Outros Campo Novo do Parecis Tangará da Serra

Fonte: Regional de Saúde – Tangará da Serra-MT.

Ao longo desses 10 anos, nota-se que o município de Tangará da Serra teve um número baixo de casos notificados nos 4 primeiros anos de estudo, tendo o pico no ano de 2004. Nos anos seguintes observa-se uma redução no número de casos, porém não retornando as baixas notificações dos anos iniciais, sendo que nos anos de 2007 e 2008 o número de casos permaneceu constante, voltando a crescer em 2009.

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O município de Nova Olímpia, no inicio dos 10 anos teve um número considerável de casos nos anos iniciais, esse número ao longo dos anos vai diminuindo, sendo que nos anos de 2006 até 2009 não teve registro de nenhum caso de AIDS nesse município.

No município de Campo Novo do Parecis ao longo dos anos, o número de casos foi aumentando atingindo seu pico no ano de 2005, sendo que após esse anos os números de casos voltaram a cair.

Nos demais municípios representados por “outros”, nota-se que ao longo dos anos o número de casos foi crescendo, atingindo seu pico no ano de 2009.

Em análise geral, pode-se perceber que ao longo dos 10 anos estudados houve períodos de picos em alguns anos, porém ao se analisar o ano de 2000 em relação ao de 2009, houve aumento no número de casos ao longo dos anos em todos os municípios, exceto o de Nova Olímpia. Na Regional de Saúde ao longo desses 10 anos foram registrados 173 casos de AIDS.

Vale ressaltar que embora o número de casos de pacientes notificados ao longo desses 10 anos possa parecer um número baixo sabe-se que o número de pessoas infectadas pelo HIV é maior, isso porque nem todos os pacientes infectados pelo vírus chegam a desenvolver a síndrome.

Gráfico 2. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo o gênero. 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Tangará da Serra Campo Novo do Parecis

Nova Olímpia Outros Municipios C as os Masculino Feminino Ignorado

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Durante a coleta de dados foram evidenciados problemas de falha na notificação, onde é escolha do paciente informar ou não seu sexo, bem como outras informações; e falha na atenção dos responsáveis por preencher os formulários de notificação, de modo que o número de casos do total encontrado ao longo dos anos não é compatível com o encontrado na variável gênero.

Assim devido ao grande número de pacientes que optou por não informar o sexo ou pela falta de atenção do profissional de saúde no momento de preencher o formulário, nota-se grande número de casos classificados como “ignorado”, não possibilitando identificar e separar segundo o gênero.

No município de Tangará da Serra pode-se perceber que prevalece maior número de casos no sexo masculino, seguido pelo sexo feminino.

Já nos municípios de Campo Novo do Parecis e nos Outros prevalece o sexo feminino, sendo identificados maior número de casos em mulheres.

No município de Nova Olímpia devido aos problemas referentes a notificação não há registros separados de sexo feminino e masculino, sendo ambos identificados como “ignorado”.

Em sua totalidade foram identificados ao longo de 10 anos, 30 casos em homens e 29 casos em mulheres mostrando uma igualdade no número de casos segundo o gênero. Podendo assim identificar uma das características atuais da epidemia, o processo chamado de feminização, havendo a igualdade no risco entre homens e mulheres em desenvolver a doença.

De acordo com BRASIL (2005) uma conseqüência do aumento da transmissão heterossexual é o aumento dos casos em mulheres. Desde o início da epidemia, esse tipo de transmissão sexual vem representando mais de 75% dos casos de AIDS em mulheres, chegando, em 2004, a 95%.

Segundo o estudo de PINTO (2007) sobre o tema, a razão de casos entre homens e mulheres variou ao longo dos anos podendo chegar aos dados identificados na tabela abaixo:

Ano 1980 – 1990 1999 2007

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Gráfico 3. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a raça. 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Tangará da Serra Campo Novo do Parecis

Nova Olímpia Outros Municipios C as os Branca Negra Parda Indigena Amarela Ignorado

Fonte: Regional de Saúde – Tangará da Serra-MT.

Nos municípios de Tangará da Serra e Nova Olímpia, ao longo dos 10 anos, houve predomínio do número de casos na população branca, seguida pela população parda.

Já nos municípios de Campo Novo do Parecis e nos demais municípios (Outros) houve predomínio da população identificada como parda, seguida pela raça branca.

Na população indígena ao longo desses 10 anos tem-se o registro de 2 casos de AIDS, 1 caso em cada município (Tangará da Serra e Nova Olímpia).

Analisando o total geral é possível identificar o predomínio da população parda, seguido pela população branca e posteriormente pela negra. Quanto ao dado evidenciado respectivo a população indígena, acredita-se que a incidência é menor pois a população indígena presente nessa região é estatisticamente inferior se considerarmos a população branca, negra e parda.

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Gráfico 4. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a faixa etária.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Tangará da Serra Campo Novo do Parecis

Nova Olímpia Outros

Municipios C as os 10-14 15-19 20-34 35-49 50-64

Fonte: Regional de Saúde – Tangará da Serra-MT.

Nos municípios de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis analisando as idades, pode-se notar que prevalece aqueles com idade entre 35-49 anos e posteriormente de 20-34 anos.

Nos municípios de Nova Olímpia e os demais, prevalece as faixas etárias de 20-34 anos, seguido pela de 35-49 anos, havendo uma inversão com os municípios anteriormente citados.

Na análise da totalidade, nota-se alguns casos na faixa etária de 15 a 19 anos podendo sugerir uma infecção pelo vírus enquanto criança ou uma evolução rápida da doença. Ainda é relevante o número de casos encontrados na população da faixa etária de 50 a 64 anos, podendo apontar também que a doença demorou a se desenvolver no paciente mostrando mais uma vez a eficácia no tratamento com os anti-retrovirais.

Segundo afirma GRIEP (2005) estudos já realizados no país, desde o início da epidemia, o grupo etário de 20 a 39 anos tem sido o mais atingido. Se levar em conta que a pessoa infectada pelo HIV leva cerca de dez anos, em média, para evoluir para AIDS, pode-se inferir que esses adultos tenham-se infectado quando adolescentes ou adultos jovens.

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Gráfico 5. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a escolaridade. 0 5 10 15 20 25 30 35 40

Tangará da Serra Campo Novo do Parecis

Nova Olímpia Outros Municipios C as os Nenhuma De 1 a 3 De 4 a 7 De 8 a 11 De 12 e mais Ignorado

Fonte: Regional de Saúde – Tangará da Serra-MT.

Ao longo desses 10 anos, nota-se que o município de Tangara da Serra prevaleceu os casos onde os pacientes estudaram de 4 a 7 anos, seguido pelos que estudaram de 8 a 11 anos e após os que estudaram de 1 a 3 anos.

No município de Campo Novo do Parecis prevaleceu aqueles com escolaridade de 4 a 7 anos, seguido pelos que não possuíam nenhuma e depois aqueles com 1 a 3 anos de estudo.

O município de Nova Olímpia, apresentou igualdade no número de casos de pessoas que estudaram de 1 a 3 anos e de 4 a 7 anos, seguido por aqueles sem nenhuma escolaridade.

Nos demais municípios representados por “outros”, nota-se que teve uma igualdade nos que estudaram de 4 a 7 anos e de 8 a 11 anos, seguido pelos que estudaram de 1 a 3 anos.

No geral houve predomínio nas escolaridades de 4 a 7 anos, seguido pela de 1 a 3 anos e posteriormente de 8 a 11 anos. Sendo que a de 12 ou mais anos foi a que apresentou menor número de casos. Mostrando mais uma vez as características da epidemia atingindo a população de menor escolaridade fenômeno conhecido como pauperização.

Os dados levantados nesta pesquisa vêm de encontro com dados já evidenciados por PINTO (2007) ao analisar sobre a variável escolaridade. Segundo este autor ao analisar a essa variável, observa-se que a epidemia de AIDS no Brasil se iniciou na população de maior condição sócio-econômica, em indivíduos de mais de oito anos de escolaridade, mas atualmente, o maior número de casos se encontra em indivíduos com menor escolaridade.

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Segundo BRASIL (2005) no caso dos homens, no início da década de 90, observa-se redução na incidência para aqueles com maior grau de escolaridade e crescimento importante entre aqueles com menos de 8 anos de estudo. Já entre as mulheres, a epidemia cresce independente da escolaridade, porém com maior intensidade entre aquelas com menos de 8 anos de estudo, desde meados da década de 80.

Gráfico 6. Casos de AIDS notificados na Regional de Saúde no período de 2000 a 2009, segundo a categoria de exposição.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Tangará da Serra Campo Novo do Parecis

Nova Olímpia Outros

Municipios

C

as

os

Bissexual Homossexual

Heterossexual Hetero parc.de risco

Drogas Transfusão

Perinatal Ignorado

Fonte: Regional de Saúde – Tangará da Serra-MT.

No município de Tangará da Serra, nota-se maior número de casos na categoria dos heterossexuais e heterossexuais com parceiro de risco indefinido, seguido pela categoria dos homossexuais e depois dos bissexuais.

Nos demais municípios percebe-se maior número de casos nas categorias dos heterossexuais, seguido pelos homossexuais e posteriormente pelos usuários de drogas.

Analisando a totalidade segundo cada categoria, nota-se maior número de casos em heterossexuais, seguido pelos homossexuais e posteriormente pelos usuários de drogas. A transmissão perinatal só foi encontrado registro de 3 casos ao longo desses 10 anos, mostrando a eficiência no diagnóstico e nas intervenções adequadas.

Essa análise mostra novamente uma característica importante da epidemia de AIDS: a heterossexualização.

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A relação heterossexual é a forma de transmissão que mais tem contribuído para a feminização da epidemia em nosso País, a incidência de casos entre os heterossexuais foi a que mostrou o maior aumento, influenciando de forma decisiva a expansão da epidemia entre as mulheres. (GABRIEL; BARBOSA; VIANNA, 2005)

De acordo com BRASIL (2005), observa-se crescimento progressivo de casos na transmissão heterossexual que, desde final da década de 90, vêm superando os casos na exposição homo/bissexual e usuários de drogas injetáveis, chegando, em 2003, a representar 61% dos casos na transmissão sexual.

A população de homens que fazem sexo com outros homens, mais atingida no início da epidemia, que chegou a representar mais de 50% dos casos. A partir do início da década de 90, observa-se uma estabilização dos casos nesta categoria. (BRASIL, 2005)

Conforme BRASIL (2005), em relação aos casos de AIDS em crianças causada pela transmissão vertical do HIV, nota-se que o número de casos que aumentou até meados da década de 90, teve importante redução após a instituição de protocolos para diagnóstico e tratamento das gestantes soropositivas para o HIV, reduzindo as taxas de transmissão vertical.

Do mesmo modo com a implantação de medidas de controle da qualidade do sangue e hemoderivados nos hemocentros do país, observou-se redução importante nos casos de transfusão, a partir da segunda metade da década de 90. (BRASIL, 2005)

A população de usuários de drogas injetáveis, uma das mais atingidas pela epidemia de AIDS no Brasil, passou a partir da segunda metade da década de 90, a ser observado redução consistente na proporção de casos por esta categoria de exposição. (BRASIL, 2005)

Conforme a análise dos dados e diante do que foi exposto, o perfil epidemiológico dos pacientes com AIDS notificados na Regional de Saúde concorda com a nova realidade da AIDS no país. Atingindo atualmente homens e mulheres em proporções semelhantes; de acordo com os dados da pesquisa a raça predominante é a parda e a branca; destacando-se populações com faixas etárias de 20 a 49 anos e a escolaridade variando de 1 a 7 anos; sendo a principal categoria de transmissão a heterossexual e a homossexual, maior do que a dos usuários de drogas injetáveis.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término da pesquisa foram atingidos os objetivos propostos para o trabalho, sendo que foi observado o perfil dos pacientes identificados com AIDS na Regional de Saúde de Tangará da Serra, bem como foram apontados os fatores e as tendências relacionadas a epidemia. Com base na análise dos gráficos foi possível ainda identificar e analisar as características socioeconômicas e comportamentais que constituem o fator de risco nesses municípios que pertencem a Regional.

A relevância em desenvolver esta pesquisa deve-se ao fato da doença estar tão presente nos dias atuais, ter assumido tamanha dimensão e ser um assunto bastante delicado principalmente por envolver o comportamento humano.

A pesquisa revela a importância de estar atuando junto a grupos que anteriormente não recebiam tantos investimentos, atentando-se ao número de casos de mulheres encontradas, o que pode levar ao número elevado de crianças com a doença. Além disso, deve-se buscar sempre investimentos para os adolescentes que estão cada vez mais susceptíveis a infecção e a doença devido, principalmente ao início precoce da vida sexual, muitas vezes sem a proteção adequada e sem orientações, o que leva a um aumento de casos nessa população mais jovem.

Quando se trata de HIV e da AIDS, a medida mais eficiente a ser tomada é prevenir a transmissão do vírus, e isso deve ser feito através de campanhas e incentivos tentando mostrar para população que depende da atuação de cada um para se evitar a doença.

Sabe-se que apesar de todos os avanços científicos, a AIDS é uma doença incurável e seus números atuais são alarmantes, tornando de grande importância o desenvolvimento desta pesquisa, para que os conhecimentos gerados sejam divulgados e aplicados tanto no ensino quanto na assistência, visando melhorar principalmente a qualidade de vida dos portadores de HIV/AIDS.

O impacto que a epidemia tem causado na sociedade desde o início propicia intensa mobilização a favor da prevenção, luta pelos diretos dos pacientes e particularmente contra o preconceito e a favor do acesso ao tratamento.

Espera-se que esta pesquisa sirva de inspiração para que unidades de saúde, organizações governamentais e não-governamentais preocupadas com o bem-estar da comunidade desenvolvam novas propostas e programas voltados à prevenção e ao tratamento das pessoas vivendo com HIV e AIDS, e para que sempre haja investimentos nessas áreas objetivando sempre buscar novas tecnologias e meios de melhoria de diagnóstico e

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tratamento. E para que seja ampliado as áreas de atuação e de prevenção com intuito de conscientizar a população para que esta mude suas atitudes e procure se proteger evitando a disseminação da doença.

Em se tratando dos profissionais da saúde, cabe assistir aos portadores de HIV/AIDS e enquanto prestadores de cuidados se faz necessário profissionais críticos, com competência técnica e conhecimento da saúde para lutar pelos direitos desses cidadãos.

A enfermagem enquanto profissão e prestadora de cuidados ao paciente, precisa estar atenta para atuar nas campanhas de prevenção evitando a transmissão da doença, assim como precisa estar pronta para atender as necessidades dos pacientes enquanto portadores da doença contribuindo para uma assistência de qualidade e de forma mais humanizada e integral.

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