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LOGISTICA REVERSA UM COLABORADOR PARA O MEIO AMBIENTE RESUMO

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LOGISTICA REVERSA UM COLABORADOR PARA O MEIO AMBIENTE

Fernanda Furio Crivellaro – fercrivellaro@hotmail.com Fernanda Teixeira de Sousa – fernanda_tsousa@yahoo.com

RESUMO

A logística é uma vantagem competitiva, na qual é muito utilizada como estratégia competitiva no mercado, dentro desta há a logística reversa área da logística na qual trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. A logística reversa também pode ser um componente potencial no que tange à pós-venda no aprimoramento da satisfação do cliente, agregando valor ao produto. Este estudo visa apresentar a logística e a logística reversa, não somente como um centro de custos, necessário quando se refere à preservação do meio-ambiente, mas também como um diferencial estratégico que pode trazer benefícios para clientes e empresas.

Palavras - chave: Logística; Logística reversa; meio-ambiente.

1. INTRODUÇÃO

Com a globalização do mundo e as constantes mudanças vividas pelas empresas, à implementação de um sistema logístico é de extrema importância para sobreviver em cenários com maior competitividade, maior desempenho tecnológico, maior oferta de produtos e serviços.

A logística vem ganhando continuamente destaque dentro das organizações, pois ajuda a compreender bem todas as mudanças e a enfrentá-las rapidamente e a custos contidos. (KOBAYASHI, 2000)

Com um mercado competitivo, as empresas buscam um diferencial e assumem um papel importante na sociedade podendo oferecer serviços ecologicamente corretos.

As empresas estão buscando realizar suas operações logísticas de maneira mais amigável possível com o meio ambiente. No entanto seu objetivo é facilitar o fluxo de produtos, economizando e poluindo menos. A logística reversa idealiza uma maneira de reaver o material distribuído, ou seja, é a parte da logística que se preocupa com os aspectos e impactos ambientais, é a área que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.

Diante dos problemas que a falta de cuidado com o meio ambiente está trazendo, o trabalho tem como objetivo mostrar que a logística reversa não é só um meio lucrativo com reaproveitamento de materiais, mas também é uma preocupação

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com o que os seus consumidores fazem com esses resíduos e embalagens quando não são usados, materiais esses no qual jogados erroneamente prejudicam muito a saúde do ambiente.

O artigo foi elaborado através do método de revisão bibliográfica onde foram abordadas as seguintes fontes e autores: Revista INTRA LOGISTICA, HSM Management, RACI, RAUSP e GEPROS, Leite(2003), Kobayashi(2000), Donato(2008), Alvarenga(2000), Bowersox(2001), entre outros.

2. LOGÍSTICA

Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, se origina do francês Logistique e tem como uma definição “a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos”. A palavra tem suas raízes provenientes do verbo “loger” (alojar).

Para Bussinger (2003– apud Artigo FADEP), a logística existe desde os tempos bíblicos, onde os líderes militares já se utilizavam dessa ferramenta na preparação das guerras. Como os combates eram longos e nem sempre ocorriam próximo às localidades, isto exigia que as tropas carregassem tudo o que iria ser empregado, necessitando de grandes deslocamentos de um lugar para outro.

Alt & Martins (2003) relatam que: “no Brasil, a logística apareceu nos anos 1970, por meio de um de seus aspectos: a distribuição física, tanto interna quanto externa”. Dadas as dimensões continentais do Brasil passou-se a perceber que as empresas precisariam ter um gerenciamento logístico eficaz.

A logística era considerada geradora de custos e sem influência direta no planejamento estratégico organizacional. Alt & Martins (2003) evidenciam que até poucos anos atrás, “o termo logística continuava associado a transportes, depósitos regionais e atividades ligadas a vendas”. “Hoje, as empresas brasileiras já se deram conta do imenso potencial implícito nas atividades integradas de um sistema logístico”.

Segundo Hong (1999), ‘’ O conceito logístico, existe desde a década de 40, foi utilizado pelas forças armadas norte-americanas. Ela relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a segunda Guerra mundial, e foi utilizado por militares americanos para atender a todos os objetivos de combate da época.”

2.1. Conceito

Ballou (1995 – apud CAIXETA e MARTINS 2007) Define Logística como: “A Logística trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produção desde o ponto de aquisição de matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de satisfazer níveis de serviços adequados aos clientes a um custo específico”.

Já a Council of Logistic Management, define logística como processo de elaboração, implementação e controle de um plano que serve para maximizar, da produção ao consumo, enfrentando custos, a eficiência e a eficácia do fluxo e da

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gestão das matérias primas, semi acabados, produtos acabados e informações; tudo isso deve ser conforme ás exigências dos clientes. (KOBAYASHI, 2000)

Rodrigues (apud Revista RACI), pode ser entendida como “um conjunto de atividades direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de materiais, desde a fonte produtora até o distribuidor final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível, atendendo as necessidades do cliente”.

Moura, (1998) afirma que o principal enfoque da logística consiste em fazer chegar à quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo; a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem.

Alt & Martins (2003) afirmam que “a logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor”.

De acordo com Kotler e Armstrong (2003), as funções mais importantes da logística incluem processamento de pedidos, armazenagem, manuseio de materiais, gerenciamento de estoques e transportes. Podem-se incluir ainda os sistemas de informação.

2.2. Objetivo e benefício

Segundo a Society of logistic Engineers (KOBAYASHI, 2000), o objetivo da logistica pode ser compreendidas nos “8 R” seguintes:

• Right Materials (materiais justos) • Right Quantity (na quantidade justa) • Right Quality (de justa qualidade) • Right Place (no lugar justo) • Right Time (no tempo justo) • Right Method (método justo) • Right Cost ( custo justo)

• Right Impression (com uma boa impressão)

De acordo com Bowersox e Closs (apud SILVA e D’ANDREA, 2009) a logística existe para atende às necessidades dos clientes, de modo a facilitar as operações relevantes de produção e marketing. O desafio é equiparar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negocio.

Segundo Guimarães e Jardim (apud SILVA, ALVES e JUNIOR, 2007), a utilização da logística pode permitir a uma empresa:

a) penetrar rapidamente em novos mercados; b) dividir custos e riscos;

c) ter acesso a soluções inovadoras, com a utilização de tecnologia da informação, através de hardware e software, para o gerenciamento e controle de centros de distribuição.

Christopher (1997 – apud PUC/RIO) visualiza a gestão da logística sob a ótica da geração de vantagem competitiva, afirmando que:

[...] o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva – em outras palavras, uma posição de

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superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente, pode ser alcançada através da logística.

2.3. Importância

Para Ching, (1999), “esse agrupamento vai permitir à empresa melhor controle e maior integração dos diferentes departamentos, que originalmente tinham a visão limitada de sua área de atividade. Muitas vezes, prevaleciam os interesses individuais, não importando o envolvimento que cada departamento tinha sobre a distribuição dos produtos finais e conseqüente influência em toda a empresa”.

Em Salamoni, Beuren, e Costa (2005) entende-se que a competência administrativa se torna a cada dia mais importante para que a empresa consiga manter-se diante do mercado competitivo no qual está inserida. A abrangência do gerenciamento vai da compra ou produção da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente. Nesta perspectiva, a logística não pode mais ser vista apenas como uma atividade relacionada ao transporte, mas também voltada para a indústria, comércio, prestação de serviços, entre outros ramos.

Para Salamoni, Beuren, e Costa (2005), a empresa que não acompanhar a dinâmica das necessidades do consumidor e da tecnologia, através da aplicação de um sistema logístico, que busca garantir a confiabilidade dos produtos e processos, e atender às expectativas do cliente, tem grandes probabilidades de ser excluída do mercado por seus concorrentes.

3. LOGISTICA REVERSA

A logística Reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. (DONATO, 2008)

Atualmente, muito se fala em logística reversa sob o prisma de uma crescente conscientização ecológica relativa aos impactos que os resíduos dos produtos, originados a partir do descarte de pós-consumo, podem causar no meio ambiente. O destino dos mesmos, segundo Leite (2003), está gerando fortes preocupações por parte das empresas, governo e sociedade, visto que a questão dos impactos ambientais é um fator de extrema importância que pode afetar o equilíbrio ecológico.

A logística reversa pode ser definida como o processo inverso da logística (Luttwak, 1971). Porém, o conceito de logística reversa pode variar muito. Na visão de diferentes segmentos, tem-se diferente conceituação, por exemplo, empresas distribuidoras podem conceituar a logística reversa como o retorno de mercadorias vendidas, já as indústrias podem conceituar a logística reversa como o retorno de produtos com defeitos (Buxbaum, 1998).

Para Rogers e Tibben-Lembke (1998), a logística reversa é um processo de planejamento, implementação e controle eficiente do fluxo de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações correspondentes, do ponto de consumo para o local de origem, com a finalidade de recapturar valor.

O movimento inverso, ou seja, a logística reversa é considerada por muitos gestores como apenas um processo de reciclagem de embalagens que, na maioria das vezes, pela limitação de planejamento reverso, acaba sendo um grande gerador de custos (COTTRILL, 2000).

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A logística reversa, segundo Leite (2003), divide-se em duas grandes áreas. A primeira área compreende a logística reversa de pós-consumo, onde se operacionaliza o fluxo físico de partes de produtos originados após o fim de sua vida útil, tais produtos poderão ser desmanchados e reciclados, destinando-se para o mercado secundário de matérias-primas, ou desmanchados e remanufaturados, seguindo para o mercado de componentes secundários e, também, os bens de pós-consumo que ainda apresentam condições de uso e serão destinados a mercados de segunda mão.

A segunda área compreende a logística reversa de pós-venda, onde se operacionaliza o fluxo físico de bens sem uso ou com pouco uso, os quais retornam pelos mais variados motivos, para os elos da cadeia de distribuição direta.

Leite (2003) lembra que a logística reversa de pós-venda pode ser acionada para desenvolver as atividades e processos (motivados pela observação da garantia e qualidade dos produtos), acordos comerciais de devolução de excesso de estoques e, também, pela necessidade de substituição de componentes.

3.1. Conceito

Logística reversa, fluxo de retorno de embalagens, resíduos de consumo ou produtos não entregues. (ELLRAM e COOPER, 1994)

Gomes e Ribeiro (2004), afirmam que a logística de fluxos de retorno, ou logística reversa, visa à eficiente execução da recuperação de produtos. A logística reversa tem como propósitos a redução, a disposição e o gerenciamento de resíduos tóxicos e não tóxicos. Para Ballou (2001), embora seja fácil pensar em logística como o gerenciamento do fluxo de produtos dos pontos de aquisição até os clientes, para muitas empresas há um canal logístico reverso que deve ser gerenciado também. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com a sua entrega ao cliente. Os produtos tornam-se obsoletos, danificam-se ou deterioram-se e são levados para seus pontos de origem para conserto ou descarte.

As necessidades da logística reversa também decorrem do crescente número de leis que proíbem o descarte indiscriminado e incentivam a reciclagem de recipientes de bebidas e materiais de embalagem, de acordo com Bowersox e Closs (2001), que salientam também que o aspecto mais significativo da logística reversa é a necessidade de um máximo controle quando existe uma possível responsabilidade por danos à saúde. Nesse sentido, um programa de retirada do mercado é semelhante a uma estratégia de serviço máximo ao cliente, que deve ser executado independente do custo.

Uma visão moderna e contemporânea de marketing social, ambiental e principalmente de responsabilidade ética empresarial, segundo Leite (2003), se adotada por empresas dos diversos elos da cadeia produtiva de bens em geral e demais envolvidos na geração de problemas ecológicos resultará em imagens corporativas cada vez mais comprometidas com questões de preservação ambiental e responsabilidade social.

Pode-se então definir logística reversa, conforme Rogers e Tibben-Lembke (1999), como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processamento e produtos acabados e de informações, do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado.

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A logística reversa trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. Esse processo já ocorre a alguns anos nas industrias de bebidas (retorno de vasilhames de vidro) e distribuição de gás de cozinha com a reutilização de seus vasilhames, isto é, o produto chega ao consumidor e a embalagem retorna ao seu centro produtivo para que seja reutilizada e volte ao consumidor final em um ciclo continuo, (DONATO, 2008).

De acordo com Lacerda (2002), o processo de logística reverso tem trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa. Também não podemos ignorar os custos que o processo de logística reversa pode acarretar para as empresas, quando não é feito de forma intencional, isto é, muita das vezes a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa. Acontece que o contrário também pode acontecer, e é o que notamos com mais freqüência, materiais que voltam aos seus centros produtivos devido às falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo com aquilo que o cliente não queria, troca de embalagens, entre outros. Este tipo de processo reverso da logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que processos como armazenagem, separação, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados.

De forma mais abrangente, Leite (2003) conceitua logística reversa da seguinte maneira. A logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo, aos centros produtivos e de negócios, por meio dos canais reversos de distribuição agregando valor aos mesmos.

Uma empresa que recebe um produto como conseqüência de devolução, por qualquer motivo, já esta aplicando conceitos de logística reversa, bem como aquele que compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima, (DONATO, 2008, p 19).

Em Stock (1998) encontra-se a definição: “ Logística Reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e re-manufatura....”

Segundo LACERDA (2004), os processos de Logística Reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de Logística Reversa.

Com base na definição de logística, logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle, eficiente e eficaz, do fluxo de matérias primas, estoque em processamento e produtos acabados, assim como do fluxo da informação, desde o ponto de consumo até ao ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte final adequado. (Rogers et al., 1998).

De acordo com Santos (2007), enquanto a Logística Tradicional trata do fluxo dos produtos fábrica x cliente, a Logística Reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa. Devido à severa legislação ambiental e também por grande influência da sociedade e

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organizações não governamentais, as empresas estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu processo produtivo, assim como passaram a adotar procedimentos para o correto descarte dos produtos que não possam ser reutilizados ou reciclados.

3.2. Logística Reversa de Pós-consumo

Leite (2003), afirma que esses bens ou materiais transformam-se em produtos denominados de pós-consumo e podem ser enviados a destinos finais tradicionais, como a incineração ou os aterros sanitários, considerados meios seguros de estocagem e eliminação, ou retornar ao ciclo produtivo por meio de canais de desmanche, reciclagem ou reuso em uma extensão de sua vida útil. Essas alternativas de retorno ao ciclo produtivo, constituem-se na principal preocupação do estudo da logística reversa e dos canais de distribuição reversos de pós-consumo.

Os resíduos industriais possuem na maioria das vezes, constância nas quantidades geradas, o que permite previsões de sua utilização como fonte de matéria-prima secundária de maior confiabilidade, aspectos estes, difíceis de serem obtidos nas cadeias reversas em geral e importantes para rentabilizar os negócios na economia reversa (LEITE, 2003).

Existem diversos meios de recuperação e de agregação de valor econômico e ambiental aos bens de pós-consumo: reuso, reciclagem de materiais e incineração. Na visão de Leite (2003), o sistema de reciclagem agrega valor econômico, ecológico e logístico aos bens de pós-consumo, criando condições para que o material seja reintegrado ao ciclo produtivo e substituindo as matérias-primas novas, gerando uma economia reversa; o sistema de reuso agrega valor de reutilização ao bem de pós-consumo; e o sistema de incineração agrega valor econômico, pela transformação dos resíduos em energia elétrica.

Analogamente a logística reversa de pós-consumo é segundo LEITE (2003), “a específica área de atuação que equaciona e operacionaliza igualmente o fluxo físico e das informações correspondentes de bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral, que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio de canais de distribuição reversos específicos. Seu objetivo estratégico é agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original, (...) classificados, em função de seu estado de vida e origem em: em condições de uso; fim de vida útil; resíduos industriais. Esses produtos de pós-consumo poderá se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluir por canais reversos de reuso, desmanche reciclagem até a destinação final”.

3.3. Processo de Logística Reversa

Segundo Donato (2008), o processo da logística reversa movimenta materiais reaproveitados que retornam ao processo tradicional de suprimentos, produção e distribuição. A logística reversa é composta por uma serie de atividades que a empresa tem que realizar para atendê-lo, como exemplo, coletas, embalagens, separações, expedições até locais de reprocessamento dos materiais quando necessário.

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Donato (2008) também relata que o processo de logística reversa, tem que ser sustentável, pois se trata de questões muito mais amplas que simples devoluções. Os materiais envolvidos nesse processo geralmente retornam ao fornecedor, são revendidos, recondicionados, reciclados ou simplesmente são descartados e substituídos.

Segundo Barbieri e Dias (2002), a logística reversa deve ser concebida como um dos instrumentos de uma proposta de produção e consumo sustentável, por exemplo, se o setor responsável desenvolver critérios de avaliação ficará mais fácil recuperar peças, componentes, matérias e embalagens reutilizáveis e reciclá-las.

3.4. Importância

Segundo Donato (2008) a logística reversa é uma importante ferramenta operacional, no sentido de minimizar o impacto ambiental, não só dos resíduos na esfera da produção do pós-consumo, mas de todos os impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos, já que a logística reversa viabiliza a devolução para a produção, materiais que serão reaproveitados.

De acordo com Caixeta e Martins (2007), a logística reversa tem como prioridade minimizar o impacto ambiental, e para isso é produzido bens de consumo que apresentam vida útil determinada, sendo descartados após esse período.

3.5. Benefícios Ambientais e econômicos

A preocupação com a logística reversa tem aumentado dentro do gerenciamento da logística. As corporações estão se especializando nos processos reversos e transformando isso num diferencial competitivo, no que tange a produtos retornáveis, reciclagem e destinação final de material. A logística reversa tem uma interface com áreas ligadas até mesmo fora das corporações, por exemplo, na manufatura, marketing, compras, engenharia de embalagens, conseguindo através dessa integração transformar metas em geração de recursos (SINNECKER, 2007).

Conforme Campos (2006) um processo de retorno altamente custoso e complexo pode ser revertido em vantagem competitiva através da aplicação de um sistema eficiente de logística reversa.

Chaves e Batalha (2006) afirmam que as vantagens competitivas podem ser alcançadas pela adoção de políticas reversa, sendo elas:

a. Restrições ambientais: a conscientização sobre a preservação ambiental esta promovendo uma crescente mudança da produção e do consumo no sentido de fomentar o desenvolvimento sustentável. A logística necessita a diminuição do impacto ambiental, não só dos resíduos procedentes das fases de produção e do pós- consumo, mas dos impactos ao longo de tido ciclo de vida dos produtos;

b. Redução de custo: os ganhos obtidos com o reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis estimulam o desenvolvimento e melhorias do processos de logística reversa. Com isso as empresas podem produzir matéria-prima através da reciclagem de produtos descartados, conseguindo processá-los a custos menores do que se fosse extrair da natureza o mesmo material;

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c. Razões competitivas: uma forma de aumento de vantagem competitiva frente aos adversários é a utilização de estratégias que minimizem os obstáculos no retorno e troca de produtos, fidelizando assim os clientes. Com isso as empresas podem se sobressair no mercado, pelo fato de proporcionarem atendimento diferenciado dos seus concorrentes.

d. Diferenciação da imagem corporativa: posicionar-se como empresa cidadã utilizando estrategicamente a logística reversa no auxilio ao menos favorecidos (a exemplo das cooperativas de catadores de material reciclável), conseguindo com isso agregar valor à sua marca, e também aos seus produtos.

Destacam-se ainda os seguintes benefícios (LEITE, 2003):

a. Consolidação da imagem corporativa;

b. Responsabilidade social: geração de novas atividades

econômicas, empregos e renda; incentivo à pesquisa de desenvolvimento de tecnologias de materiais, de reuso e reciclagem;

c. Responsabilidade ambiental: diminuição do volume de deposição final de produtos que possam ser re-valorizados; redução do consumo de matérias-primas virgens;

d. Retornos financeiros apreciáveis;

e. Melhoria da competitividade devido ao nível de serviço diferenciado.

3.6. Logística Reversa – Motivos e causas

De acordo com o grupo RevLog (um grupo de trabalho internacional para o estudo da Logística Reversa, envolvendo pesquisadores de várias Universidades em todo o mundo e sob a coordenação da Erasmus University Rotterdam, na Holanda), as principais razões que levam as empresas a atuarem mais fortemente na Logística Reversa são:

a. Legislação Ambiental, que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário;

b. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;

c. A crescente conscientização ambiental dos consumidores.

Além destas razões, Rogers e Tibben-Lembke (1999) ainda apontam motivos estratégicos, tais como:

a. Razões competitivas – Diferenciação por serviço; b. Limpeza do canal de distribuição;

c. Proteção de Margem de Lucro;

d. Recaptura de valor e recuperação de ativos.

Quaisquer que sejam os motivos que levam uma empresa qualquer a se preocupar com o retorno de seus produtos e/ou materiais e a tentar administrar este fluxo de maneira científica, isto é a prática de Logística Reversa. (BOWERSOX, 2001)

Bowersox (2001) coloca a importância de também olharmos o fluxo reverso. Quer seja devido a 'recalls' efetuados pela própria empresa, vencimento de produtos, responsabilidade pelo correto descarte de produtos perigosos após seu

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uso, produtos defeituosos e devolvidos para troca, desistência da compra por parte do cliente ou legislação, o fato é que o fluxo reverso é um fator comum.

“A Logística Reversa não serve necessariamente para aprimorar a produtividade logística. No entanto, o movimento reverso é justificado sobre uma base social e deve ser acomodado no planejamento do sistema logístico. [...]. O ponto importante é que a estratégia logística não poderá ser formulada sem uma consideração cuidadosa dos requerimentos da logística reversa”. (BOWERSOX, 2001).

4. CONCLUSÃO

A revalorização legal dos resíduos de pós-consumo, operacionalizada pela logística reversa, resolve o problema da destinação dos resíduos garantindo o seu retorno ao ciclo produtivo e de negócios e, ao mesmo tempo, obedece às legislações vigentes, além de considerar a obtenção de competitividade através da otimização dos recursos naturais, transformando resíduos em matéria-prima novamente.

De acordo com a afirmação de Leite (2003), empresas fabricantes de produtos que impactem negativamente o meio ambiente serão, afetadas por legislações restritivas às suas operações e oneradas em custos que podem ser evitados, tendo também sua imagem corporativa prejudicada perante a sociedade. Este problema pode ser evitado se as empresas anteciparem-se e adotarem em suas operações a logística reversa. Esta pode ser viabilizada estabelecendo-se parcerias para constituir redes logísticas reversas, reaproveitando recursos existentes, projetando novos produtos que utilizem resíduos, agregando valor aos resíduos e comercializando-os no mercado secundário.

5. REFERÊNCIAS Sites

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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65132005000300012&script=sci_arttext (acesso em: 03/06)

http://www.e-commerce.org.br/artigos/logistica.php (acesso em: 03/06)

http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artpdr7_logistica_estrategia_competitivida de.htm (acesso em: 03/06)

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http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/logistica-reversa-um-interesse-crescente/25164/ (acesso em: 03/06)

http://www.ppgep.ct.ufsm.br/sistemas/updown.public/arquivos/arq_Armando_Staudt_ Mantroi_32.pdf (acesso em: 03/06)

http://www.pcc.usp.br/fcardoso/Artigo%20Marcondes%20Cardoso%20LogReversa% 20Sibragec%202005.pdf (acesso em: 03/06)

http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR560372_8550.pdf (acesso em: 03/06)

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http://www.jotmi.org/index.php/GT/article/viewFile/cas2/47 (acesso em: 03/06) http://www.bbronline.com.br/upld/trabalhos/pdf/32_pt.pdf (acesso em: 03/06)

Livros

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HONG, Yuh Ching. Gestão de estoques na cadeia de Logística Integrada. São Paulo: Atlas. 1999.

KOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

BARBIERI, José Carlos., DIAS, Marcio. Logística Reversa como instrumento de programas de produção e consumo sustentáveis. Revista Tecnologística, São Paulo, Ano VI, nº 77. Abril 2002

BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4ª ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001.

COOPER, D.R.; SCHINDLER, P.S. Métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2003.

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DONATO V.; Logística Verde: Uma abordagem sócio-ambiental, Rio de Janeiro, Editora Ciência Moderna, 2008

KOBAYASHI, S. – Renovação da logistica: como definir estratégias de distribuição física global. Editora Atlas, 2000

CAIXETA, José Vicente; MARTINS Ricardo S. – Gestão logistica do transporte de cargas. Editora Atlas, 2001.

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Monografia

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Revista

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Revista INTRA LOGISTICA: movimentação e armazenagem de materiais. Ano XXIX, nº219 – Dezembro, 2008

Revista INTRA LOGISTICA: movimentação e armazenagem de materiais. Ano XXX , nº220 – Janeiro, 2009

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Referências

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