NÚMEROS COMPLEXOS
INTRODUÇÃO: Os números complexos foram desenvolvidos pelo matemático K. Gauss, a partir dos estudos da transformação de Laplace, com o único objetivo de solucionar problemas em circuitos elétricos.
CONSIDERAÇÃO INICIAL:
• DEFI NIÇÃO FUNDAMENTAL: UNIDADE I MAGINÁRIA “j”
Definimos a unidade imaginária “j” , como sendo um número não real de tal forma que: 1 j2 − = PROPRIEDADES: j0 = 1 ; j1 = j ; j2 = -1 (por definição) ; j3 = j2 x j = -1 x j = -j ; j4 = j2 x j2 = ( -1) x ( -1) = 1 ; j5 = j4 x j1 = 1 x j = j ; j6 = j4 x j2 = 1 x (-1) = -1 ; j7 = j4 x j3 = 1 x (-j ) = -j
CONCLUSÃO: (com N inteiro)
j4 N = 1 ; j4 N + 1 = j ; j4 N + 2 = -1 ; j4 N + 3 = -j
1 - CONCEITO BÁSICO:
DEFINIÇÃO FUNDAMENTAL: NÚMERO COMPLEXO “Z ” •
Definimos número complexo ( Indicado por “Z ” ) como sendo qualquer número • que possa ser colocado na seguinte forma:
b j a
Z = +
Onde : a é Denominado de Coeficiente Real e b é denominado de Coeficiente Imaginário.
Note-se então que um número complexo é definido por um par de valores, ao passo que um número real é definido por um único valor ; o que nos faz concluir que se um número real é um ponto numa reta ordenada, um número complexo será um ponto num plano imaginário. Visualizando:
Pelo acima exposto, podemos concluir que :
a) Não existe sentido na comparação de dois Números Complexos, já que os mesmos não podem ser entendidos como pontos numa reta orientada, mas sim como pontos de um plano Imaginário;
b) Números Complexos devem ser entendidos como ferramentas da matemática pura , sendo números não Reais ; razão pela qual não existe sentido em atribuir uma unidade aos mesmos
2 - NOTAÇÕES DE UM NÚMERO COMPLEXO: Como já explicado, um par de valores se faz necessário, para a determinação de um número complexo; poderemos ter este par de valores em coordenadas cartesianas, ou em coordenadas polar es. Em Co orde nad a s cartes iana s, nec e ssitaremo s do par d e valores “a” e “b” , para localizarmos um complexo. Em coordenadas polares necessitaremos de um ângulo αααα ( Med id o p ela co nvenç ão d o c ircu lo trigonométrico) e de um Comprimento llll (Que será a distância do número complexo até a origem do sistema de Coordenadas) Visualizando:
a) Coordenadas Cartesianas b) Coordenadas Polares
-1 -2 0 1 2 Im Re Re ia Ib
Número Real Número Complexo
Im Im
Re Re
ia Ib
Número
Complexo Número Complexo
i
α
ilPelo fato do comprimento “llll” ser um número real essencialmente positivo, costumamos denominar o mesmo de “módulo do número complexo”, e ainda costumamos denominar o ângulo αααα de “f ase do número c omple xo” . No noss o curso utilizaremos a notação de Kennelly, ou seja:
•
Z = M ' α (Lê-se: “Módulo” , “Fase α” )
Que deve ser assim interpretada para caracterizar um número complexo: O ângulo ααα med ido a partir do eixo rea l com o s entido anti – horár io e o α comprimento l l l l = M ; Visualizando a seguir :
a) Coordenadas Cartesianas b) Coordenadas Polares ou Retangulares (Notação de Kennelly)
Im Im Re Re ia Ib i
α
iα
Z = a + jb.
.
M Z =Nota: Embora os Números Complexos não sejam vetores (mas sim Fasores) eles possuem algumas propriedades vetoriais, razão pela qual é usual apresentarmos o seu módulo como sendo um vetor orientado da origem até o pont o: i
α
.
M Z = Im Re iα
3 - TRANSFORMAÇÕES DE UM NÚMERO COMPLEXO DE UM SISTEMA DE COORDENADAS PARA OUTRO:
a) Transformação de um Número Complexo dado em Coordenadas Cartesianas para Coordenadas Polares:
Sendo dado um Número Complexo da forma : Z = a + jb •
• Constru ir o s eu es bo ço g ráf ico; Note q ue af ora os eixos pr in cip ais s omente existem quatro possibilidades:
1a : 2a : Im Im Re Re ia ia Ib Ib Iβ Iα Iβ Iα
.
.
Z Z Ia > 0 Ia < 0 Ib > 0 Ib > 0 3a : 4a : Im Im Re Re ia ia Ib Ib Iβ Iβ Iα Iα.
Z Ia < 0 Ia > 0 Ib < 0 Ib < 0• Determine: M = a2 + b2 para qualquer uma das quatro possibilidades (Teorema de Pitágoras) . Note que os sinais de “a” e de “b” não tem a mínima importância na determinação deste módulo
• Determ ine β (Menor âng ulo f orm ado com o eixo R ea l) : β =arctg a
b ; Note que em qualquer uma das possibilidade acima: 0 < β < 900
• Determ ine α (Âng ulo do n0 complexo), por mera inspeção visual do gráfico; por exemplo, na 1a possibilidade: α = β ; na 2a : α = 1800 - β ; na 3a : α = 1800 + β ; na 4a : α = 3600 - β , ou simplesmente: α = - β
• Escre va e ntão o N0 complexo na forma polar: •
b) Transformação de um Número Complexo dado em Coordenadas Polares Coordenadas para Cartesianas:
Sendo dado um Número Complexo da forma : Z = M ' α , recomenda-se: •
• Constru ir o s eu es bo ço g ráf ico; Note q ue af ora os eixos pr in cip ais s om ente existem quatro possibilidades:
1a : 2a : Im Im Re Re ia ia Ib Ib Iβ Iα Iβ Iα
.
.
Z Z 0 < < 90α 0 900 < < 180α 0 3a : 4a : Im Im Re Re ia Ib Ib Iβ Iβ Iα Iα.
Z 1800 < < 270α 0 2700 < < 360α 0• Determ ine β (Menor âng ulo f orm ado com o eixo Re al) ; O bser ve q ue em qualquer caso: 0 < β < 900 . Note que na 1a possibilidade β = α ; na 2a : β = 1800 - α ; na 3a : β = α - 1800 ; na 4a : β = 3600 - α, ou simplesmente: β = - α
• Q ualq uer q ue seja o caso an alis ado, d ete rm ine: a = M . cos β ; b = M . sen β
• Determ ine os s in ais de “a” e de “b” pela sim p les ins pe ção visua l do gráfico. Observe por exemplo que no 10 caso temos: a > 0 e b > 0 ; já no 20 caso tem-se: a < 0 e b > 0 ; no 30 caso tem-se: a < 0 e b < 0, e finalmente no 40 caso tem-se: a > 0 e b < 0.
Escreva o N0 complexo na forma cartesiana: Z = M ' α = a + jb •
4 - NOTAÇÃO DE EULER: Embora tal notação não seja muito usual, a mesma torna-se imprescindível, na demonstração de propriedades fundamentais dos Números Complexos . Demonstra-se pela teoria das séries que :
ϕ + ϕ = ϕ cos jsen ej
Suponhamos então agora que temos um Número Complexo da forma Z = M ' α • ; vamos proceder à representação do mesmo em coordenadas cartesianas:
Im Re i
α
.
Z Ia = M .cos α M.sen α b =Nestas condições podemos escrever que: Z = a + jb = M.cosα + j.M.senα •
ou ainda: Z = M . ( cosα + j senα ) ∴ • Z = M ' α = M . e• j α
PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS :
a) Negativo de um Número complexo: Citamos anteriormente que os Números Complexos não são vetores mas que possuem algumas propriedades vetoriais ,
particularmente para soma e subtração . Visualizemos então o diagrama Fasorial de : M ' α e - M ' α ; teremos:
i i
α
α
M M Im Re Iα Iα+ 1 80 0 Iα−18 00-Pela mera observação do diagrama acima : M ' α = M ' α ± 180°
b) Número Complexo Conjugado:
• Na forma Cartes ian a : Sendo dad o •
Z na forma: Z = a + jb, define-se como • sendo Z•* o Número Complexo Conjugado de Z , como sendo: • Z•* = a - jb
• Na forma Po lar : Se ndo d ado •
Z na forma: Z = M ' α , define-se como sendo • *
Z• o Número Complexo Conjugado de Z , como sendo: • Z•* = M '- α Em Coordenadas Cartesianas: Em Coordenadas polares:
Im Im Re Re ia Ib I-b Iα - α
.
.
.
.
Z = a + jb Z = M α Z = M - α Z = a - jb* *OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS
1) Adição e subtração:Recomendamos que tais operações sejam feitas na forma cartesiana; entretanto, também, poderão ser executadas na forma polar, como veremos a seguir.
1.1) Adição
Sendo dados: &
Z1 = a1 + j.b1 ; e Z& 2 = a2 + j.b2 Teremos : & Za = Z& 1 +Z& 2 = (a1 + j.b1) + (a2 + j.b2) = (a1+a2)+j.(b1+b2) sendo: a = a1+a2 e b = b1+b2 ⇒ Z& a = a + j.b
onde notamos que Z& a é um novo complexo cujo “a”(parte real) vale a1+a2; e cujo “b”(parte imaginária) vale b1+b2 .
1.2) Subtração temos ainda :
&
Zs = Z& 1 - Z& 2 = (a1 + j. b1) - (a2 +j.b2) = (a1 - a2) + j. (b1 - b2). = a + j.b
onde notamos que Z& s é um novo complexo cujo “a” (parte real) vale a1 - a2; e cujo “b” (parte imaginária) vale b1 - b2.
Se, porventura, forem dados dois números complexo na forma polar temos duas opções :
Dados : Z& 1 = | Z& 1| ' θ1 Z& 2 = |Z& 2| ' θ2
10) Convertemos cada um dos complexos para a forma cartesiana e executamos a adição ou a subtração como anteriormente explicado, e transformamos novamente o complexo obtido em coordenadas para polares, se for necessário.
20) Considerando-se que os números complexos possuem algumas propriedades vetoriais (no que se diz a respeito à adição e a subtração basicamente.), podemos obter a soma e a diferença das mesmas pela aplicação das propriedades da análise vetorial.
2) Produto e Quociente : 2.1) Produto:
O produto de dois números complexos poderá ser executado na forma polar, como na forma cartesiana, dependendo da conveniência.
Sendo dados : Z& 1 = a1 + j.b1 e Z& 2 = a2 + j.b2 Temos : & Zp = & Z1 • & Z2 = (a1 + j.b1) (a2 + j.b2) = a1a2 + j a1b2 + j a2b1 - b1b2
Onde notamos que Z& p é um novo complexo cujo “a ”(parte real) vale (a1a2 - b1b2) e cujo “b” (parte imaginária) vale (a1b2 +a2b 1).
ainda temos : &
Zp = a1a2 - b1b2 +j (a1b2 + a2b1) Entretanto, se forem dados : Z& 1 = |
&
Z1| ' θ1 Z& 2 = |Z& 2| ' θ2
Teremos: Z& p = Z& 1 • Z& 2 = |Z& 1| ' θ1 • |Z& 2| ' θ2 = |Z& 1| • |Z& 2| ' θ1 + θ2 sendo: |Z& p| = |Z& 1| • |Z& 2| e
θ
P =θ
1 +θ
2 ⇒ Z& p = |Z& p| ' θp Conclusão :Para multiplicarmos dois números complexos dados em coordenadas polares, o módulo do número complexo resultante, será dado pelo produto dos módulos de cada um dos respectivos complexos, e a fase do número complexo resultante será obtida pela soma das fases de cada número complexo do produto.
2.2) Quociente:
O quociente de dois números complexos pode ser executada tanto na forma cartesiana, como na forma polar, analogamente ao produto, dependendo da conveniência. Sendo dados: & Z1 = & Z1 ' α1 & Z2 = Z& 2' α2 Temos :
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Z
Q==
∠
∠
=
∠
− ∠
1 2 1 1 2 2 1 2 1 2α
α
α
α
Conclusão : Para dividirmos dois números complexos dados em coordenadas polares, o módulo do número complexo resultante será obtido pelo quociente dos módulos de cada um dos respectivos complexos, e a fase do número complexo resultante será obtida pela diferença das fases de cada número complexo do quociente.
Entretanto, se forem dados: Z1 = a1+j.b1 Z2 = a2+j.b2 e for pedido : ZQ a j b a j b = + + 1 1 2 2 .
. poderemos proceder de duas maneiras a
saber:
1- Convertemos Z1 e Z2 para coordenadas polares e executemos o quociente como exposto anteriormente.
2- Podemos calcular ZQ a j b a j b = + + 1 1 2 2 .
. a partir do seguinte artifício:
multiplicaremos o numerador eo denominador de ZQ por a2- .j b2;
Como foi anteriormente mencionado, a resolução de um quociente em coordenadas cartesianas, torna-se um tanto artificiosa, não sendo recomendada, salvo em casos excepcionais.
3) Outras operações: potenciação, radiciação e número complexo conjugado
3.1) Potenciação
Sendo Z& = |Z& | '
α
, temos :(
Z&)
n =(
|Z& | 'α
)
n = |Z& |n ' n.
α
3.2) RadiciaçãoSendo Z& = |Z& | '
α
, temos : n(
Z&)
= n(
| Z& | 'α
)
= n(
|Z& |)
'α/
n ou:(
Z&)
1/n =(
|Z& | 'α
)
1/n = |Z& |1/n 'α/
n3.3) Número complexo conjugado
Dado um número complexo na forma Z& = |Z& | |
α
, definimos como sendo o seu número complexo conjugado Z&*
, um número complexo que tenha o mesmo módulo e fase simétrica em relação ao eixo real, ou seja:se Z& = |Z& | '