Campinas
Instituto deMatemáti a,Estatísti a e Computação Cientí a
Departamento de Matemáti a
Tese de Doutorado
Sistemas de Filippov em Variedades
Tridimensionais
por
Durval José Tonon
DoutoradoemMatemáti a - Campinas-SP
Orientador: Prof. Dr. Mar o Antonio Teixeira
Campinas-Março de 2010.
Este trabalho ontou om apoio nan eiro daFAPESP, pro esso n
◦
Sistemas de Filippov em Variedades Tridimensiona
i
Banca
examinadora
.
Prof.
Dr. Marco Antonio Teixeira.
Profa. Dra. Kettv Abaroa de Rezende.
Prof.
Dr. Mario .Jorr;e
Carneiro.
Prof. Dr. Paulo Ricardo da Silva.
Prof. Dr. Ronaldo Alves Garcia.
Este
exemplar corTesponde à redação
final da tese devidamente corrigida
e
defendida
por
Dur
v
al
Jo
sé
Tonon
e
aprovada pela comissão julgadora.
Campinas.
22
de Março de
2010.
Prof. Dr.
Tese
apresentada ao Instituto de
:\[aternática.
Estatíst
i
ca e Comp
u
tação
Científica.
UN
I
CAMP como requisito
1
>arctal
para obtenção do títu
l
o de
FICHA CA TALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO IMECC DA
UNICAMP
Bibliotecária: Miriam Cristina Alves-
CRB8
I
5089
Tonon,
Durval Jo
sé
T61 s
Sistemas
de
Filippov
em var
i
e
dades
tridimensionais/Durval José
Tonon-- Campinas,
[S.P.
: s.n
.
],
2010.
Orientador
:
Marco Antonio Teixeira
Tese (doutorado)
-
Universidade
Estadual de
Campinas,
In
s
tituto
de
Matemática,
Esta
tística
e
Computação Científica.
I.
Sistemas
dinâmicos. 2.
Campos vetoriais. 3. Sistemas
de
Filippov
.
4
.
Estabilidade estrutural. 5
.
Estabilidade
.
I.
Teixeira
,
Marco
Antonio
.
11
.
Universidade Estadual
de
Campinas.
Instituto de
Matemática
,
Esta
tística
e
Computação Científica.
III.
T
ítulo.
Título
em
ingl
ês:
Filippov systems
in tridimensional manifolds
Palavras-chave em
inglês
(Keywords):
Dynamical
sys
tem
s.
2. Vector fields. 3
.
F
ilippov
systems
.
4.
Strucutural stability
.
5
.
Stability
.
Área
de
concentração: Sistemas
din
â
micos
Titulação:
Doutor
em Matemática
Banca examinadora: Prof
.
Dr.
Marco Antonio
Teixeira
(IMECC-UNICAMP)
Profa
.
Dra
.
Ketty
Abaroa
de Rezende
(IMECC-UNICAMP)
Prof
.
Dr. Ronaldo
Garcia (IME-UFG)
Prof.
Dr.
Paulo Ricardo
da
Silva (IBII.CE-UNESP)
Prof.
Dr.
Mario
Jorge
Carneiro (UFMG)
Data
da
defesa
:
17
/
03
/
20
I
O
Tese de Doutorado defendida em 17 de março de 2010 e aprovada
Pela Banca Examinadora composta pelos Profs. Drs.
Prof(a). Dr(a).
Prof(a). Dr(a).
TY ABAROA DE
-
. ZENDE
Prof(a). Dr(a). RONALDO ALVES GAR
C
IA
Prof(a). Dr(a). PAULO RICARDO DA SILVA
À minha família, minha
Se
Se és apazdemantertua alma,quando,
todomundoao redorjá aperdeue te ulpa.
De rerem tiquandoestão todosduvidando,
e para essesnoentanto a har umades ulpa.
Se és apazdeesperarsem tedesesperares,
ou,enganado, nãomentirao mentiroso.
Ou, sendoodiado, sempreao ódio te esquivares,
e nãopare er bom demais,nem pretensioso.
Se és apazdepensar- sem quea issosóteatires,
de sonhar- sem fazerdossonhosteus senhores.
Se,en ontrando aDesgraça eo Triunfo, onseguires,
tratar damesma formaa essesdoisimpostores.
Se és apazdesofrer a dor devermudadas,
emarmadilhasasverdadesquedisseste.
Eas oisas, por que destea vidaestraçalhadas,
e refazê-las omobempou o que te reste.
Se és apazdearris ar numaúni aparada,
tudo quanto ganhaste emtoda atua vida.
Eperdere,ao perder, semnun a dizernada,
resignado, tornarao ponto de partida.
Deforçar oração, nervos, mús ulos, tudo,
a darseja oquefor queneles aindaexiste.
Ea persistir assimquando, exausto, ontudo,
resta avontadeemti, queainda te ordena: Persiste!
Se és apazde,entrea plebe,não te orromperes,
e,entreReis,não perder anaturalidade.
Ede amigos, querbons,quer maus,te defenderes,
seatodospodes serde algumautilidade.
Se és apazdedar, segundopor segundo,
ao minuto fatal todo valore brilho.
Tua é aTerra omtudo o queexiste nomundo,
e -o queaindaé muito mais-és umHomem, meulho!
Aprendi durante esse período de doutorado que em alguns momentos de nossa vida a
úni a forçaque nos moveé avontade de perseverar. É porissoqueaquiagradeço aDeus
porme on eber todos os meios para on luir mais essa etapa de minhavida.
Muitas pessoas ontribuíram para que eu estivesse apto a es rever essa tese. Infeliz
mentenão poderei itar todas, ontudo gostariade agrade er algumas delas.
AoMar o pora reditarem minhas apa idades,pelapa iên ia,porme orientarnesse
doutorado, pela ompreensão duranteesses três anos dodoutorado, muito obrigado!
Aos professores e fun ionários do IMECC pelos ensinamentos e por tornarem os
trâmitesburo ráti os maissimples.
Aos professores daUNESP de São José doRioPreto, em espe ial aoClaudioBuzzi e
ao Paulo Ri ardo pelaatenção om que sempre me atendem.
Aosmeus pais,DurvalTonon eApare idaBatistaTonon,peloapoio,amor,porse
sa- ri aremfazendodetudoparamepropor ionarasoportunidadesquenun ativeram. Por
me ensinaremtodasaslições,asvezes omlágrimasnosolhos,para queme transformasse
em um homemde aráter. Com palavras somente posso dizer: muito obrigado!
Àminha irmã Néiae minha tiaWandira muito obrigadopelo arinhoe atenção.
Aos meus avós(inmemorian) José Tonon eZuleikaCorrêa Tonon.
À Izilda, João, Laira e Thalissa por me a olherem no omeço dessa jornada. Muito
obrigado!
Aomeu diretoreamigoprofessor AmaralCrepaldiFilhopelos seus sábios onselhos e
porenxergarem nós qualidadese apa idades quedes onhe íamos.
À minha noiva Nadia por sempre estar ao meu lado e ser uma ompanheira
Ao pessoal do predinho e aos amigos do IMECC por tornarem nosso ambiente de
trabalho mais agradável e um pou o menos áspero, em espe ial ao Lino, Luis Almeida,
Anderson D'uazeite, Ri ardo, Chorão (Welington), Fernando, Ferraiol, Félix Maranhão,
Biste a (Rodrigo Lambert), Gra, Ariane Bahianese, Janete, Luis Miranda, Casagrande,
Bambila, Dirso, Luix,Ivane Jota.
Nestetrabalhosistemasdinâmi osdes ontínuosemvariedadestridimensionaissãoestuda
dos. Des revemosuma lassedetaissistemasquesão lo almenteestruturalmenteestáveis
em uma vizinhançade uma singularidadetípi a. Exibimos nessa etapa uma sub-família
de amposdo tipodobra-dobraque éestruturalmenteestável. Introduzimosos on eitos
de A e L-estabilidade, que são pequenas generalizações dos on eitos lássi os de esta
bilidade assintóti a e estabilidade no sentido de Lyapunov, respe tivamente. Através de
formas normais paraas famíliasde amposdes ontínuos de odimensão zero eum, exibi
mos ossub onjuntos de sistemasdes ontínuos que são A eL-estáveis emuma vizinhança
da origem. Desta amos um dos prin ipais objetos de estudo desse trabalho: a
singu-laridade dobra-dobra aso elípti o (T-singularidade). Dis utimos algumas propriedades
de sua dinâmi a omo a A-estabilidade para ampos do tipo dobra-dobra de odimen
são zero, um e dois. Investigamostambém a presença de alguns invariantes topológi os,
omo separatrizes e famílias de órbitas periódi as. Finalmente, analisamos os hamados
In this work non-smooth dynami al systems in
IR
3
are onsidered. We des ribe a lass
of su h systems that are lo allystru turally stable around a typi al singularity. One of
our ontributions is to exhibit within these lass of fold-foldsystems a sub lass whi h is
stru turalstable. Wealsointrodu ethe on eptofAandL-stabilitywhi hgeneralizesthe
lassi al on ept of asymptoti and Lyapunov stability, respe tively. Usingnormalforms
for families of non smooth dynami alsystems of odimension zero and one we exhibited
subsets ofnon smoothdynami alsystems whi hare A andL-stableina neighborhoodof
the origin. We emphasize that the main obje t of study within this work is the fold-fold
singularityintheellipti al ase(T-singularity). Wedis usssomeofitsdynami al
proper-ties su h as A-stability for odimension zero, one and two systems. We also investigate
the presen e of topologi al invariantssu h asseparatri es and familiesof periodi orbits.
Agrade imentos vii
Resumo ix
Abstra t xi
Introdução 1
1 Con eitos Preliminares 7
1.1 Campos Denidosem Variedades om Bordo . . . 7
1.2 Campos Des ontínuos . . . 13
2 EstabilidadeEstrutural para Sistemas Des ontínuos 23 2.1 Estabilidade Estrutural . . . 23
3 A-Estabilidade 33 3.1 Exemplos eDenições . . . 34
3.2 A-Estabilidade de SistemasDes ontínuos em
Ω
0
. . . 383.2.1 Caso Regular-regular
Z
∈ Ω
0
(a)
. . . 383.2.2 Caso Dobra-regular
Z
∈ Ω
0
(b)
. . . 393.2.3 Caso Cúspide-regular
Z
∈ Ω
0
(c)
. . . 403.2.4 Caso Dobra-dobra
Z
∈ Ω
0
(d)
. . . 413.3 A-Estabilidade de SistemasDes ontínuos em
Ω
1
. . . 463.3.2 Caso Be toBe -regular
Z
0
∈ Ω
1
(a.2)
. . . 493.3.3 Caso Dove's tail-regular
Z
0
∈ Ω
1
(a.3)
. . . 513.3.4 Caso Dobra-dobra 1-degenerada
Z
0
∈ Ω
1
(b)
. . . 523.3.5 Caso Dobra- úspide
Z
0
∈ Ω
1
(c)
. . . 553.3.6 Caso Ponto ríti o-regular
Z
0
∈ Ω
1
(d)
. . . 583.3.7 Caso Dobra-dobra-sela-nó
Z
0
∈ Ω
1
(e)
. . . 633.3.8 Caso Dobra-dobra-nilpotente
Z
0
∈ Ω
1
(f )
. . . 704 A-Estabilidade em Sistemas Dobra-dobra Degenerados 73 4.1 A-Estabilidadeem Sistemas dotipo Dobra-dobra . . . 74
5 Propriedades da T-Singularidade 79 5.1 T-singularidadeonde
ϕ
Z
édo TipoSela . . . 805.2 Existên iade Separatrizespara T-singularidade . . . 80
5.3 ÓrbitaPseudo Periódi a . . . 82
5.4 Reversibilidade ek- i los para CamposdoTipo Dobra-dobra . . . 85
5.4.1 Perturbaçõesdo ampo
Z
0
R-reversível . . . 886 Sistemas om Relê 91 6.1 Análise qualitativade dois sistemas om relê a oplados . . . 92
Nestetrabalhoabordamosalgunsaspe tosqualitativosegeométri osdateoriadesistemas
dinâmi os des ontínuos. Esta teoriatem tido nos últimos anos um grandeavançodevido
a diversos fatores: a estreita relação om outros ramos da iên ia omo a engenharia e
a físi a, a beleza matemáti a e o desao de estabele er de forma onsistente denições e
onvenções.
Nos últimos anos, muitos autores ontribuírampara o desenvolvimento e amadure i
mento do estudo de sistemas Filippov, veja por exemplo, [F, K℄ e para mais referên ias
[T2℄.
Opontobase para oestudo de sistemasdes ontínuos em dimensãotrês foi otrabalho
[S-T1℄deJ.SotomayoreM.A.Teixeiraque onsidera amposdevetoresdenidosem
va-riedades ombordo,denotadopor
χ
. Nestetrabalho,seguindooprogramade Thom-Sma-le,estão ara terizadosos onjuntosde amposestruturalmenteestáveis,Σ
0
, Σ
1
,relativos aχ, χ
1
, respe tivamente, ondeχ
1
= χ
− Σ
0
. Contudo o estudo da estabilidade para sistemasdes ontínuos exigeque onsideremosalémdosingredientesen ontradosemvarie-dades ombordooutros provenientes dadinâmi ados ampos
X
eY
, omoporexemplo apli ação de primeiro retorno asso iada, ampo deslizante, entre outros, tornando esseestudo uma fonte profí uade fenmenosinteressantes. Veja [J,Ku-R-G℄, por exemplo.
Oiní iodoestudoda A-estabilidadeem sistemasdes ontínuos foi otrabalhode M.A.
Teixeira [T1 ℄ eposteriormente[T6℄. Neste texto generalizamosos resultadosen ontrados
em [T1, T6℄ sobre a estabilidadeassintóti a. A primeira tentativa de ata ar o problema
sobre a ara terização daestabilidadeassintóti afoi utilizarmoso pro esso de regulariza
ção desenvolvido pelo Mar o Teixeira e por Jorge Sotomayor em [S-T2℄. Contudo esse
de ada um dos ingredientes envolvidos no ampo des ontínuo: apli açãode primeiro re
torno, ampo deslizante, dinâmi a dos ampos
X
eY
e o tipo de ontato entreX, Y
e a variedade de des ontinuidade. Desta forma, generalizaremos os resultados obtidos em[T1 , T6℄ sobre a estabilidadepara as famíliasde amposde odimensão zero e um.
Umdosobjetivosdessateseéestudaraestabilidadeestruturaldos amposdeFilippov.
Este é um dos problemas mais relevantes na teoria qualitativa das equações diferen iais
ordinárias, visto que nos forne e não só informações sobre a dinâmi a de um sistema
on reto omo também a dinâmi ade todos os sistemas próximos dele.
Expli itaremososhomeomorsmosque onjugamoselementosde adafamíliade am
posde Filippovquesão estruturalmenteestáveis. Em[T1℄ foi ara terizadoum onjunto
aberto de ampos des ontínuos do tipo dobra-dobra que não é estruturalmente estável.
Apresentaremos aqui uma subfamília de ampos do tipo dobra-dobra que é estrutural
menteestável.
Importantes noçõesde estabilidadeparasistemasde Filippovsãoa A-estabilidadeea
L-estabilidadelo al. Maisgeralmente, o on eito de estabilidade signi aque trajetórias
omeçando próximas de um onjunto invariantepermane erãopróximas a esta por todo
tempo.
Introduziremos o on eito de A e L-estabilidade para sistemas Filippov, que são pe
quenas variações dos on eitos de estabilidade assintóti a e da estabilidade no sentido
de Lyapunov, respe tivamente. Realizamos uma pré- lassi ação dos sistemas de odi
mensão
k
, ondek = 0, 1
e através dessa lassi ação determinamos ondições para que um sistema seja A ou L-estável em uma vizinhança de uma singularidade típi a.Mais pre isamente, nos on entramos em sistemas do tipo Filippov (veja [F℄) modela
dos por equações diferen iais no
IR
3
ujo onjunto de des ontinuidade é uma superfí ie
2-dimensional
M
. É bem onhe ido que muitos modelos de sistemas des ontínuos (veja [J-C,J,C ,T3,M-T, C-B-F-J℄)quesurgemde problemasemsistemasme âni osouelétrios o orremem dimensão três generi amente auma famíliade parâmetros,istoé, geram
bifur ações de odimensão um.
Em[B-B-C-K℄éapresentado diversos exemploseapli açõesinteressantes nateoriade
sistemasdes ontínuos.
Os on eitos de A e L-estabilidadedizem que pequenas mudanças na ondição ini ial
não alteram a dinâmi a do sistema. Para ara terizarmos a estabilidade de sistemas de
Filippov
Z = (X, Y )
temos que onsiderar as dinâmi as deX, Y
, do ampo deslizanteF
Z
asso iado e em alguns asos a dinâmi a da apli açãode primeiro retornoϕ
Z
, dando origem auma dinâmi ari a, omplexaque difere em muitos aspe tosdo aso regular.as de odimensão
k, (k = 0, 1)
de um sistema dinâmi odes ontínuoZ = (X, Y )
. Desta forma, identi amosas lasses de ampos quesurgem generi amenteem famíliasa1-pa-râmetro de sistemasdes ontínuos em
IR
3
.
Como já dissemos, em [T1℄ foramdadas ondiçõesne essárias para a estabilidade es
truturalde amposFilippov
Z = (X, Y )
emIR
3
. Um aso ousem resposta: onde
X, Y
são dotipo dobra invisívele a apli açãode primeiro retornoé hiperbóli a. A bus a pelaresposta para este aso tem sido objeto de pesquisa atualmente ([J-C, J, C , C-B-F-J℄).
Utilizando as idéias introduzidas em [T1℄ en ontramos di uldades semelhantes para es
tabele er a estabilidade estrutural nos asos dobra-dobra invisível (onde a apli ação de
primeiroretornoédotiposela)edobra-dobrainvisível1-degenerada,asquaissãodenidas
no texto.
Comoo omportamentodeumsistemadeFilippovdotipodobra-dobraaindanãoestá
ompletamente ara terizadoe om intuitode forne er omáximo de informaçãopossível
sobreeste modelo, ara terizamosalgumaspropriedadesde sua dinâmi a omoexistên ia
de separatrizes ( onexão entre os onjuntos de tangên ia) e a A-estabilidade, as quais
poderão ser úteis no estudo da estabilidade estrutural. No trabalho [J-T℄ o on eito de
reversibilidadeparasistemasdes ontínuos édis utido. Usandoesse on eitoexpli itamos
uma famíliade ampos dobra-dobrareversívele investigamosa respeito daexistên ia de
k- i los para essa família, isto é, órbitas de
Z
que inter eptam k vezes a variedade de des ontinuidadeM
antes de fe har.Muitosfenmenosemme âni a omimpa toesistemaseletrome âni ossãomodelados
porequaçõesqueapresentam des ontinuidadesemum hiperplano. Umadessas lassesde
ampossãoos hamadossistemas om relê,osquaisforamestudadosem [A,B, Z-B℄,por
exemplo. Existem alguns resultados (veja [J-P-T, J-P℄) tratando da análise qualitativa
de sistemas om relê, um dos objetivos desses trabalhos é en ontrar famílias de órbitas
periódi as. Finalizando nosso trabalho, e na tentativa de ontribuirmos nessa análise
qualitativa, onsideramos um modelo om dois sistemas om relê a oplados. A idéia é
respondermos a questão sobre a existên ia de famílias de órbitas periódi as para esse
modelo.
Apresentaremos agora de uma maneira su inta um resumo do onteúdo de ada um
dos apítulos subsequentes.
Introdução Neste apítulo damos uma motivação do problema abordado e
ontex-tualizamos nosso trabalho.
Con eitos PreliminaresIntroduzimosos on eitos primordiais aodesenvolvimento
mensãozero e um, seguindo o programa de Thom-Smale.
Estabilidade Estrutural para Sistemas Des ontínuos Exibimos uma lasse de
ampos de Filippov que é estruturalmenteestável via homeomorsmos
M
−
invariantes e além disso expli itamosasformas normaistopológi aspara ada aso.A-Estabilidade Neste apítulo, utilizando a pré- lassi ação dos ampos
des ontí-nuosde odimensãozeroeumfeitanoCapítuloCon eitosPreliminares, ara terizamosos
sub onjuntos que são A e L-estáveis (pequenas variaçõesdos on eitos assintoti amente
estável e Lyapunov estável, respe tivamente, para ampos suave). Além disso, quando
possível exibimos para ada aso a apli ação de primeiro retorno asso iada ao ampo
des ontínuo ( omposição dos uxos do ampo
Y
om o uxo do ampoX
) bem omo a região de retorno.A-Estabilidade em Sistemas Dobra-dobra Degenerados Atualmente tem tido
um res ente interesseem entendera dinâmi ade uma lasse espe ial de ampos des on
tínuos: ampos
Z = (X, Y )
dotipodobra-dobra. Natentativade ooperarmosde alguma forma nessa linha, onsideramos os ampos dobra-dobrade odimensão zero, um e dois.Dentro desse onjunto exibiremos os sub onjuntos que são A ou L-estáveis bem omo a
dinâmi adaapli açãode primeiroretorno.
Propriedade da T-Singularidade Considerando a lasse de ampos dobra-dobra
invisíveis, a hamadadobra-dobradistinguida ouT-singularidade,exibimos algumaspro
priedades da sua dinâmi a omo: existên ia de separatrizes, existên ia de órbitas pseu
do-periódi as(veja denição 3.1.2),reversibilidade e existên iade k- i los.
Sistemas omRelêNesse apítulo,trabalhamos omaanálisedeummodelodedois
sistemas om relê a oplados. O objetivo será en ontrar famíliasde órbitas periódi as.
Dentre os resultados obtidos nessa tese, alguns deles mere em um destaque maior,
os quais hamamos de Teoremas A,B,C e o resultado D, que na verdade trata-se de
umasériede proposiçõesqueforne eminformaçõessobreadinâmi aonde
Z
éum ampo des ontínuodotipodobra-dobraelípti o. Apresentemosaseguirdeumamaneirainformalessesresultados. Aidéiaémostraranossa ontribuiçãoparaodesenvolvimentodateoria.
Teorema A: Exibimos as formas normais topológi as dos sistemas de Filippov que
o orremgeneri amenteemumavariedadetridimensionale ara terizamosossub onjuntos
de amposque são lo almenteestruturalmenteestáveisem
Ω
. Veja página 25.Teoremas B e C: Considerando os amposde odimensão
k(k = 0, 1)
, des revemos uma lassede amposquesãoAouL-estáveisemumavizinhançadaorigem. OsTeoremasResultado D Apresentamos algumaspropriedades do ampo des ontínuo
Z
do tipo dobra-dobra elípti a (T-singularidade) omo: A-estabilidade deZ
onde a apli ação de primeiro retornoϕ
Z
é do tipo sela, proposição 5.1.1, existên ia de separatrizes paraZ
(proposição 5.2.1), não existên ia de pseudo órbitas periódi as e existên ia de famíliasde órbitas periódi as (proposição 5.3.1), reversibilidade (proposição 5.4.1), existên ia so
mentede 1- i los(órbitasperiódi asdeperíodo1)enãoexistên iade
k
- i losparak
6= 1
(proposição 5.4.2) e nalmente a não robustez da família de órbitas periódi as 1- i los(proposição5.4.3).
Finalizando esta tese realizamos um estudo de um modelo para sistemas om relê
a oplados. A idéia desse estudo é exibir famílias de órbitas periódi as, usando pro
CONCEITOS PRELIMINARES
Neste apítulo vamos introduzir alguns on eitos bási os e denições os quais nos serão
úteis no de orrer dotexto.
Comentamos alguns on eitos rela ionados a estabilidade estrutural de ampos de
vetores denidos em variedades om bordo,seguindo a linha dos trabalhos
[
P1]
e[
P3]
de Peixoto em 1959.Posteriormente introduzimos o on eito de ampos des ontínuos e alguns resultados
preliminares.
1.1 Campos Denidos em Variedades om Bordo
Consideremos
N
uma variedade ompa taC
∞
orientávelde dimensão três om fronteira
∂N
. Denotemos porχ
r
(n)
o espaço de todos os germes de ampos de vetores de lasse
C
r
em
(IR
n
, 0)
om a topologia
C
r
, onde
r
é grande o su iente para nossos propósitose
n = 2, 3
. Para maiores detalhes om relação a estabilidade estrutural de ampos devetores denidos em variedades om bordo remetemos o leitor aos trabalhos
[
T4,
T7]
. Por simpli idade vamos onsiderarN
mergulhada em uma variedade tridimensionalN
e
sem fronteira.Denição 1.1.1 Dois ampos de vetores
Z
eZ são ditos germe equivalentes se eles
oin idem em uma vizinhança não vazia de
N
.As lasses de equivalên iapara esta relaçãode equivalên ia são hamados de germes
de vetores
X
emN
é por denição um representante da lasse de ampos de vetores tangentes aN
, denidos emN
e
. Sejaφ
X
o uxo do representanteX
dos ampos de vetores denidos em um onjuntoD(X) =
{(x, t) ∈ e
N
× IR : t ∈ I
X
}
, ondeI
X
é o intervalo maximal aberto om extremosα(x)
eβ(x)
ontendo0 (φ
X
(0, x) = x)
para oqual
φ
X
(t, x)
∈ N
, para todot
∈ I
X
. Podemos terα(x), β(x)
innito e o uxoφ
X
nãodepende daparti ular es olhado representante da lasse de ampos.
A órbita
γ(x)
deX
passando porx
∈ N
é por denição a imagem deI
X
pela urva integralφ
X
(., x) : t
7→ φ
X
(t, x)
. Órbitas são orientadas pela orientação induzidapor essa apli açãovia orientação positivadeI
X
.O estudo qualitativo de uma equação diferen ial onsiste na des rição geométri a de
seu espaçode órbitas. É então naturalperguntar-se quandoéque doisespaços de órbitas
têm a mesmades rição, ouseja, orresponde a estabele ermos uma relação de equivalên
ia entre equações diferen iais. Uma relação de equivalên ia que exprime a estrutura
geométri a das órbitasé a equivalên iatopológi a.
Denição 1.1.2 Dois ampos de vetores
X, Y
emN
são ditos topologi amente equi-valentes se existe um homeomorsmoh : N
→ N
levando órbitas deX
em órbitas deY
, preservando a orientação,isto é, dadosp
∈ N
eδ > 0
, existeε > 0
tal que0 < t < δ
entãoh(φ
X
(t, p)) = φ
Y
(t
′
, h(p))
para algum
0 < t
′
< ε
.
Dizemos que
h
é uma equivalên ia topológi a entreX
eY
. Desta forma, denimos uma relação de equivalên iaemχ
r
.
Um relação mais forte é a onjugação entre os uxos dos ampos de vetores. Dois
ampos
X
eY
sãotopologi amente onjugados seexistirumaequivalên iatopológi a que preservao parâmetrot
, istoé,h(φ
X
(t, p)) = φ
Y
(t, h(p))
para todop
∈ N
et
∈ IR
. Denição 1.1.3 Dizemos queX
∈ χ
r
é estruturalmente estável emχ
r
se existe uma vizinhançaB
⊂ χ
r
de
X
tal que para todoY
∈ B
é onjugadoaX
.Faremos a seguir um resumo dos resultados sobre estabilidade estrutural para
varie-dades de dimensão dois. Sabemos dos trabalhos [P1, P2, P3℄de Peixoto, queo onjunto
dos ampos estruturalmente estáveis em
IR
2
, o qual denotaremos por
Σ
0
(2)
é aberto e denso emχ
r
(2)
e oin ide om a oleçãode amposde vetores
X
taisque:Ω
1
:X
possui todos os pontos ríti os genéri os (hiperbóli os);Ω
2
:X
possui todas as trajetórias periódi as genéri as (hiperbóli as);Ω
4
:X
não possui trajetórias re orrentes não triviais;B
1
:X
possui todos os pontos ríti os nointerior deN
;B
2
:X
possui todas as trajetórias periódi as nointerior deN
;B
3
: qualquer trajetória deX
possui nomáximo um ponto de tangên ia om∂N
;B
4
: qualquer separatriz de sela deX
étransversal a∂N
;B
5
: se uma trajetória deX
é tangente a∂N
emp
, temos que o ontato entre essas duas urvasemp
é de ordem 2;B
6
: existe nomáximo um número nito de pontos de tangên ia deX
e∂N
.Notrabalho
[
S]
deSotomayorprova-sequeas ondiçõesB
1
, . . . , B
5
impli ama ondiçãoB
6
.PSfrag repla ements
N
∂N
Figura1.1: Exemplo de ampo estruturalmente estável.
O onjunto limite de uma órbita
γ(p)
deX
é o onjunto de pontosy
∈ N
que são pontoslimites dasequên iadaformaφ
X
(t
n
, p)
omt
n
→ ω(p)
. Denotamosesse onjunto porL
+
(p)
. O onjuntolimitenegativo
L
−
(p)
édenidodemaneirasimilarpara
t
n
→ α(p)
.Se
ω(p) < +
∞
, respe tivamenteα(p) >
−∞
, temosL
+
(p)
, respe tivamente
L
−
(p)
é um
úni o ponto
φ
X
(ω(p), p)(φ
X
(α(p), p))
eperten e a∂N
. Notrabalho[
T4]
de Teixeira está provado oseguinte resultado:Teorema 1.1.1 Para
r > 3
, existe umaC
r−1
subvariedadeΣ
1
(2)
de odimensão um imersa emχ
r
(2)
que satisfaz(a) Σ
1
(2)
é densa emχ
r
1
(2) = χ
r
(2)
− Σ
0
(2)
, ambos om a topologia relativa;(b)
Para todoX
∈ Σ
1
existe uma vizinhançaB
om a topologia deΣ
1
(2)
tal que para todoY
∈ B
é topologi amente equivalente aX
.Notação: Vamos denotar a fronteira da variedade ompa ta
N
porM
, a qual será uma subvariedade ompa ta deN
.A seguir, seguindo a linha do trabalho [V℄ de Vishik (1972) denimos os tipos de
ontato genéri o para uma variedade de dimensão
n
.Observação 1.1.1 Suponhamos que
M
ontém a origem e é dada impli itamente pela imagem inversaf
−1
(0)
, onde
f : (IR
n
, 0)
→ (IR, 0)
é o germe de uma apli açãoC
∞
que
possui
0
omo valor regular.Neste ontexto de ampos denidos em variedades de dimensão
n + 1
, onden
≥ 1
, denotemosporΣ
0
(n + 1)
o onjuntodos elementos emχ(n + 1)
satisfazendo asseguintes ondições:(1)
(X.f )(0)
6= 0
(0
é pontoregular deX
). Neste asoX
é transversal aM
em0
;(2)
(X.f )(0) = 0
e(X
2
.f )(0) = X.(
∇X.f) 6= 0
(0
é um ponto de dobra deX
); (3)(X.f )(0) = 0, (X
2
.f )(0) = 0
e(X
3
.f )(0)
6= 0
e o onjunto{df(0), d(X.f)(0),
d(X
2
.f )(0)
}
é linearmenteindependente(
0
éum pontode úspidedeX
);. . . (n)
(X.f )(0) = (X
2
.f )(0) = . . . = (X
n
.f )(0) = 0
e(X
n+1
.f )(0)
6= 0
e o onjunto{df(0), d(X.f)(0), . . . , d(X
n
.f )(0)
}
é linearmente independente e
0
é um ponto re-gular daapli açãoX.f
|
M
onded(.)
denotao operador diferen ial.PSfrag repla ements
Regular
Dobra
Cúspide
Figura1.2: A lasse
Σ
0
(3)
de amposem variedades om bordo.Seja
S
X
=
{x ∈ N; f(x) = (X.f)(x) = 0}
o onjunto dasM
−
singularidades deX
∈ χ(n + 1)
. Generi amentetemos quetodas asdobras onstituem um onjuntoabertoedensode
S
X
. NotequeseX(0) = 0
entãoX /
∈ Σ
0
(n+1)
. O onjuntodasM
−
bifur ações é ara terizadoporχ
1
(n + 1) = χ(n + 1)
− Σ
0
(n + 1)
. Vishik em seu trabalho[
V]
exibiu as formas normaisdasM
−
singularidadesde odimensão zero:Fluxo tubular:
X = (1, 0, . . . , 0)
ef (x) = x
k+1
PSfrag repla ements
Fluxo tubular
Fronteira plana
M
M
Figura 1.3: Formasnormais de Vishik.
Fronteiraplana:
X = (x
2
, x
3
, . . . , x
k+1
, 1, 0, . . . , 0)
ef (x) = x
1
,ondek = 0, 1, . . . , n
−
1
.Fo alizemosnossaatenção agora nos asos onde adimensão davariedade
N
é2 ou3.Para
n = 3
, notrabalho[
S-T1]
SotomayoreTeixeira estudaramo onjuntode bifur açãoque o orre em
M
. Neste trabalhoesta ara terizadoo onjunto de amposemχ(3)
que é estruturalmenteestável, denotado porΣ
0
(3)
.Teorema 1.1.2 Um ampo
X
∈ χ(3)
é estruturalmente estável se e somente se(1) X(p)
6= 0,
para todop
∈ S
;(2)
Para toda denição lo alf
deS
emp
, uma das seguintes ondições é satisfeita:(b.1)
Caso regular:(X.f )(p)
6= 0
;(b.2)
Caso dobra:(X.f )(p) = 0
e(X
2
.f )(p)
6= 0
;(b.3)
Caso úspide:(X.f )(p) = 0 = (X
2
.f )(p), (X
3
.f )(p)
6= 0
eo onjuntodevetores{df(p), d(X.f)(p), d(X
2
.F )(p)
}
é linearmenteindependente;Alémdisso,xando
f (u, v, w) = w
, asformasnormaisdos amposdevetoresemΣ
0
(3)
são dadas por:(1)
Caso regular:X(u, v, w) = (0, 0, 1);
(2)
Caso dobra:X(u, v, w) = (1, 0, u);
(3)
Caso úspide:X(u, v, w) = (1, 0, u
2
+ v)
e
Σ
0
(3)
é denso emχ(3)
.Observeque
0
éumaM
-singularidadede odimensãozeroseX
∈ Σ
0
(3)
. Consideremos os onjuntosχ
1
(3) = χ(3)
− Σ
0
(3)
eΣ
1
(3)
o onjunto dos ampos de vetores estrutural mente estáveis relativamente aχ
1
(3)
. DadoX = (f
1
, f
2
, g)
(i) (f
1
(0), f
2
(0))
6= (0, 0)
;
(ii) (f
1
(0), f
2
(0)) = (0, 0)
.
Parao aso
(i)
,todasasformasnormaisestáveisdesingularidadesgenéri aspodemser obtidasdoLema das formasnormais deVishikoqualestá provadoem[
V]
. Observemos que o aso(ii)
não o orre em odimensão0
. Considere asseguintes denições:Denição 1.1.4 Dizemosque
X
está emΣ
1
(a)
⊂ χ
1
(3)
se as seguintes ondições valem:(1) 0
é um ponto ríti o hiperbóli o (ousingularidade) deX
;(2)
os autovalores deDX(0)
são dois a dois distintos e os autovalores orrespondentes são transversais àM
em0
;(3)
adapar deautovalores omplexosnão onjugadosdeDX(0)
têmpartereal distinta. Denição 1.1.5 Dizemos queX
está emΣ
1
(b)
seX(0)
6= 0, (X.f)(0) = 0 = (X
2
.f )(0)
e vale uma das seguintes ondições:
(b.1) (X
3
.f )(0)
6= 0
, posto
{df(0), d(X.f)(0), d(X
2
.f )(0)
} = 2
e a função
X.f
|
M
têm em0
um ponto ríti o não degenerado (Morse);(b.2) (X
3
.f )(0) = 0, (X
4
.f )(0)
6= 0
e0
é um ponto regular deX.f
|
M
.O resultado a seguirestá provado em
[
S-T1]
e nos forne e as ondiçõesintrínse as de uma ampode odimensão um denido em uma variedade de dimensão três om bordo.Teorema 1.1.3 As seguintes armações valem
(1) Σ
1
(3) = Σ
1
(a)
S
Σ
1
(b)
;(2) Σ
1
(3)
é uma subvariedade de odimensão1
deχ
1
(3)
;(3) Σ
1
(3)
é aberto e denso emχ
1
(3)
na topologia induzida deχ(3)
.(4)
Para um onjunto residual de urvas suavesγ : IR
→ χ(3), γ
inter eptaΣ
1
(3)
transversalmente eγ
−1
(χ
2
(3)) =
∅
ondeχ
2
(3) = χ
1
(3)
− Σ
1
(3)
.Observação 1.1.2 Ressaltamos aqui que todos os resultados e denições não dependem
Denotemospor
H(f )
aHessiana de uma funçãof
.Denição 1.1.6
(1)
Os elementos deΣ
1
(a)
são lassi ados por:(a.1.1)
Nó:X(0) = 0
, os autovalores deDX(0), λ
j
, j = 1, 2, 3
são reais distintos,λ
1
λ
j
> 0, j = 2, 3
e os autoespaços são transversais àM
em0
;(a.1.2)
Sela:X(0) = 0
, os autovalores deDX(0), λ
j
, j = 1, 2, 3
são reais distintos,λ
1
λ
j
< 0, j = 2, 3
e os autoespaços são transversais àM
em0
;(a.1.3)
Fo o:X(0) = 0
,0
é ponto ríti o hiperbóli o deX
, os autovalores deDX(0)
são
λ
12
= a
±bi, λ
3
= c
oma, b, c
nãonulos,a
6= c
eosautoespaçostransversaisà
M
em0
;(2)
Os elementos deΣ
1
(b)
são lassi ados por:(b.1.1)
Lips denido em 1.1.5(b1)
omdet(H(X.f
|
M
(0))) > 0
, veja gura 1.4;(b.1.2)
Be to Be denido em 1.1.5(b1)
omdet(H(X.f
|
M
(0))) < 0
;(b.1.3)
Dove's tail denido em 1.1.5(b2)
.PSfrag repla ements
λ < 0
λ < 0
λ < 0
λ = 0
λ = 0
λ = 0
λ > 0
λ > 0
λ > 0
Be tobe Lips Dove's tailS
X
S
X
S
X
S
X
S
X
S
X
S
X
S
X
M
M
M
M
M
M
M
M
M
Figura1.4: Oselementos deΣ
1
(b).
1.2 Campos Des ontínuosNestaseçãointroduziremosalgumasdeniçõeseresultadospreliminaresa er adesistemas
des ontínuos, quenosserãoúteis. Seja
f : (IR
3
, 0)
→ IR
umaapli açãode lasseC
que possui aorigem omo valorregular. Consideremos
Ω(3)
o espaçode todos os germes de amposde vetoresZ
em(IR
3
, 0)
taisqueZ(q) =
X(q), f (q) > 0
Y (q), f (q) < 0,
ondef : (IR
3
, 0)
→ IR
é a representação implí ita deM
,M
+
= f
−1
(0,
∞)
eM
−
=
f
−1
(
−∞, 0)
. Quando es revemos
Z = (X, Y )
estamos assumindo que o ampoX
está denidoeésuaveemM
+
e
Y
está denidoeésuaveemM
−
. Denotamospor
Z(X, Y )
ou simplesmenteZ
quando não tivermos problema de ambiguidade. ConsideremosΩ(3) =
χ(3)
× χ(3)
, om a topologia produto. Órbitas soluções deZ
sobre os pontos deM
serão onsideradas através da onvenção de Filippov estabele idas em [F℄, as quaisserão
dis utidas a seguir. A uni idade das soluçõesnão é requerida.
Denição 1.2.1 Dois ampos de vetores
Z
eZ
e
sãoC
0
M
−
equivalentes se existe um
homeomorsmo
M
−
invarianteh : IR
3
→ IR
3
que leva órbitas deZ
em órbitas deZ,
preservando a orientação.
Denição 1.2.2 Dizemos que
Z
∈ Ω(3)
é M-estruturalmente estável, ou simplesmente estruturalmente estável, se existe uma vizinhançaU
deZ
emΩ(3)
tal que todoZ
e
∈ U
éC
0
equivalente a
Z
.Observação 1.2.1 Sobre a variedade de des ontinuidade podemos deniras soluções de
˙
Z = Z(q)
segundo algumas onvenções,visto que as soluções sobreM
podem sermultiva-luadas. Adotaremosaqui a onvenção estabele ida por Gantmaher e Filippov.
Denição 1.2.3 Distinguiremosas seguintes regiões abertas em
M
:Região de Costura
(SwR)
- Cara terizada por(X.f )(Y.f ) > 0
, onde(X.f )(p) =
X(p).
∇f(p)
. Quando onveniente, denotamosSwR
↑= {p ∈ M; (X.f)(p) > 0,
(Y.f )(p) > 0
}
eSwR
↓= {p ∈ M; (X.f)(p) < 0, (Y.f)(p) < 0}
.Região de Es ape
(EscR)
- Cara terizada por(X.f ) > 0
e(Y.f ) < 0
.Região de Deslize
(SlR)
- Cara terizada por(X.f ) < 0
e(Y.f ) > 0
.Consideremos
O = SlR ∪ EscR ∪ SwR
, temosque generi amenteO
éaberto edenso emM
. Observemos que dadop
∈ O
temos queX(p)
6= 0
eY (p)
6= 0
.Denição 1.2.4 Na região de deslize deniremoso ampo deslizante
F (X, Y )
asso iado a
Z = (X, Y )
da seguintemaneira: sep
∈ SlR
entãoF (X, Y )
denotao one geradopor
X(p)
eY (p)
tangente aM
, isto é,F (X, Y ) = m
− p
, ondem
é o ponto onde osegmento ligando
p + X(p)
ep + Y (p)
é tangenteaM
. PSfrag repla ementsM
X
Y
F
Figura1.5: O ampodeslizante
F
Z
.Observação 1.2.2 Se
p
∈ EscR
entãop
∈ SlR
para−Z
e assim denimos um ampo de vetores naEscR
porF
E
(X, Y ) =
−F (−Z)
. Para ambos os asos, denotemos apenaspor
F (X, Y ) = F (Z)
.O ampodeslizante
F
Z
é denido omoo ampoobtidoda ombinaçãolinearentreX
eY
,tangentea variedade de des ontinuidadeM
, aqualé dada impli itamentepelaapli açãof
. Es revermosF
Z
= (1
− λ)X + λY
juntamente om a ondiçãoF
Z
.
∇f = 0
, obte mosλ =
X.
∇f
(X
− Y ).∇f
. Notequenaregiãodedeslizeédenida omoo onjuntodepontos(x, y, z)
∈ M
tais queX.
∇f(x, y, z) < 0
eY.
∇f(x, y, z) > 0
. Assim,1
(Y
− X)∇f
> 0
.Podemos es rever o ampo deslizantedaseguinteforma
F
Z
=
1
(Y
− X)∇f
(Y.
∇f.X − X.∇f.Y ).
Desta forma, o ampo deslizante têm a expressão
F
Z
(x, y) =
1
g(x,y)
G(x, y)
, assim a órbita futura dep
0
∈ SlR
pelo ampo des ontínuoZ = (X, Y )
oin ide om a órbita futura do ampoG = (Y.
∇f.X − X.∇f.Y )
.Observação 1.2.3 Sexarmos umsistemade oordenadas lo al
(x, y, z)
emIR
3
em uma
vizinhança de
p
∈ SlR
tal quea apli açãof : (IR
3
, p)
→ (IR, 0)
é dada porf (x, y, z) = z
.Neste sistema de oordenadas temos que a expressão do ampo deslizante é dada por:
(Y
3
− X
3
)
−1
(X
1
Y
3
− Y
1
X
3
, X
2
Y
3
− Y
2
X
3
)
, ondeX = (X
1
, X
2
, X
3
)
eY = (Y
1
, Y
2
, Y
3
)
.O ampodeslizanteétopologi amenteequivalenteao ampo
(X
1
Y
3
−Y
1
X
3
, X
2
Y
3
−Y
2
X
3
)
,
restrito a região de deslize dada por
Y
3
(x, y, z) > 0
e
X
3
(x, y, z) < 0
F
Z
= F (X, Y ) = (X
1
Y
3
− Y
1
X
3
, X
2
Y
3
− Y
2
X
3
),
(1.1) que pode serC
r
estendida a umavizinhança da origem em
M
.Denição 1.2.5 1- Um ponto
p
éM
-regular deZ
se pelo umas das ondições se veri a:(a) (X.f )(p)(Y.f )(p) > 0(p
∈ RC)
;(b) (X.f )(p)(Y.f )(p) < 0
masdet[X, Y ](p)
6= 0
. Neste asop
∈ RD
oup
∈ RE
masnão é ponto ríti o para
F (Z)
.PSfrag repla ements
Exemplode ponto regular
Sela (repsulsor)
Figura 1.6: Exemplo de ponto
M
-regular2- Dizemos que
p
∈ M
é um pontoM
-singular elementar deZ = (X, Y )
se uma das ondições é satisfeita:(a) p
épontodedobradeZ
. Istosigni aquep
é pontodedobradeX
((X.f )(p) =
0
e(X
2
.f )(p)
6= 0
) e regular de
Y
ou vi e-versa,veja gura 1.7;(b) p
épontode úspidedeZ
. Istosigni aquep
épontode úspidedeX((X.f )(p)
= 0 = (X
2
.f )(p), (X
3
.f )(p)
6= 0
e
{df(p), d(X.f)(p), d(X
2
.f )(p)
}
élinearmente
independente) e regular de
Y
ou vi e-versa;(c) (X.f )(p).(Y.f )(p) < 0, det[X, Y ](p) = 0
masd
dt
(det[X, Y ](p))
6= 0
. Estaondição é equivalente a
p
ser um ponto ríti o hiperbóli o deF
Z
. PSfrag repla ements(a)
(b)
(c)
Figura 1.7: Alguns exemplos de ampos des ontínuos que são
M
-singulares elementares em uma singularidade típi a.Na gura 1.7 temos: em
(a)
representa a dinâmi ade um ampo des ontínuoonde a origem é ponto ríti o hiperbóli o para o ampo deslizanteF
Z
, em(b)
temos um ampo des ontínuodo tipo dobrae em(c)
representaum ampo des ontínuodo tipo úspide.Se
p
∈ SlR ∪ EscR
eX(p), Y (p)
são linearmentedependentes entãop
éponto ríti o deF
Z
. Neste asop
é hamadade pseudo singularidadedeZ
.Conven ionamosqueaórbita futura de
Z
porum pontop
∈ SlR
édada pelaórbita do ampodeslizanteF
Z
porp
. Seguiremos essa onvenção am de evitarmos fenmenos patológi os desinteressantes para nosso ontexto.Nossoobjetodetrabalhoseráo onjunto
Ω(3)
de amposdeFilippovdenidosemuma variedadededimensão três,oqualdenotemossomenteporΩ
. Nadenição seguinte, para simpli armos anotação, falamos que os amposX, Y
são regulares, dobras ou úspides em0
∈ M
. Denimosos seguintes onjuntos:Denição 1.2.6 Consideremos os onjuntos
Ω
0
(a) =
{Z = (X, Y ); X, Y
são regulares} (
aso regular-regular)
;Ω
0
(b) =
{Z = (X, Y ); X
é dobra eY
é regular(
ou vi e-versa)
} (
aso dobra-regular)
;Ω
0
(c) =
{Z = (X, Y ); X
é úspide eY
é regular(
ou vi e-versa)
} (
aso úspide-re-gular
)
;Ω
0
(d) =
{Z = (X, Y ); X, Y
são dobras,S
X
é transversal aS
Y
, os autovetores deDF
Z
(0)
são transversais aS
X
, S
Y
e0
é ponto ríti o hiperbóli o paraF
Z
} (
aso dobra-dobra)
. Nesse aso distinguimos os sub onjuntos:Caso elípti o:
Ω
0
(d.1) =
{Z ∈ Ω
0
(d); X
2
.f (p) < 0
e
Y
2
.f (p) > 0
}
. Temos
duastangen ias invisíveis (dobra-dobra invisível);
Caso parabóli o:
Ω
0
(d.2) =
{Z ∈ Ω
0
(d); X
2
.f (p) > 0, Y
2
.f (p) > 0
ou
X
2
.f (p) < 0, Y
2
.f (p) < 0
}
(dobra visível-dobra invisível);
Caso hiperbóli o:
Ω
0
(d.3) =
{Z ∈ Ω
0
(d); X
2
.f (p) > 0, Y
2
.f (p) < 0
}
(dobra-
dobra visível).
Seja
Ω
0
= Ω
0
(a)
∪ Ω
0
(b)
∪ Ω
0
(c)
∪ Ω
0
(d)
. Segue do teorema 1.1.2 e das ondições de transversalidade queΩ
0
⊂ Ω
é sub onjunto aberto e denso deΩ
, relativo a topologia deΩ
.Denição 1.2.7 Seja
Z
∈ Ω
0
(d.1)
, dizemos neste aso quep
é T-singularidade deZ
. 11
Esta nomen latura é em homenagem aM.A. Teixeira que no trabalho [T1℄ de 1990 estudou pela
primeiravez,peloquesabemos,estasingularidadeexibindoalgumaspropriedades omoaL-estabilidade
PSfrag repla ements
X
X
X
X
Y
Y
Y
Y
M
M
M
M
Casod.1
Casod.2
Casod.2
Casod.3
Figura1.8: Tipos de tangen ia.
Re entemente muitos trabalhos visam um entendimento total da dinâmi adesta sin
gularidade [J-C, J, C , C-B-F-J℄. Futuramente dedi aremos um apítulo ao estudo da
T-singularidade. A estabilidade estrutural para a T-singularidadeainda não é onhe ida
ompletamente. No apítulo estabilidade estrutural para sistemas des ontínuos provare
mos que
Ω
0
(i)
parai = a, b, c
é estruturalmente estável e exibiremos um sub onjuntode
Ω
0
(d)
que também goza desta propriedade. Apresentemos agora alguns exemplos de sistemasdes ontínuos.Exemplo 1.2.1 Apresentemos um modelo que pode ser en ontrado na teoria lássi ado
eletromagnetismo,veja por exemplo [A-V-K℄:
¨
x
−
...x + αsign(x) = 0,
om
α > 0
. Asso iado a estaequaçãotemos os ampos:X(x, y, z) = (y, z, z + α)
sex > 0
e
Y (x, y, z) = (y, z, z
− α)
sex < 0
.Tomemos
f (x, y, z) = x
. As regiões na variedade de des ontinuidade são dadas por:SwR
↑= {(0, y, z); y > 0}, SwR ↓= {(0, y, z); y < 0}, SlR = ∅ = EscR
.Exemplo 1.2.2 Outro exemplo de sistemas des ontínuo são Sistemas om Relê, os
quais são da seguinte forma:
X(x) = A.x + sgn(x)k
, ondex = (x
1
, . . . , x
n
), A
∈ M
n
ek = (k
1
, . . . , k
n
)
.Exemplo 1.2.3 Consideremos o ampo
Z
λ,µ
= (X
λ,µ
, Y
λ,µ
)
ondeX
λ,µ
forne e uma bifur açãodeHopfemIR
3
e
Y
λ,µ
éregular,sendooparâmetroλ
responsávelpelodesdobramento da bifur ação de Hopf eµ
forne e o deslo amento da singularidade:X
λ,µ
(x + µ, y, z) =
(
−y + (x + µ)(λ − ((x + µ)
2
+ y
2
)), x + µ + y(λ
− ((x + µ)
2
+ y
2
)), x + y + z + µ)
e
PSfrag repla ements
Hopf-Regular
M
N
Figura1.9: Campodes ontínuo Hopf-regular.
Analisando o ampo des ontínuo, obtemos a urva de dobras
c =
{(λ, µ); µy
2
+ y +
µ
3
− µλ = 0}
do ampo
X
λ,µ
. Na gura 1.10 apresentamos o espaço de parâmetros(λ, µ)
onde damos uma idéia qualitativa de omo a dinâmi adeZ
λ,µ
varia.PSfrag repla ements
c
λ
µ
M
M
M
M
M
Espaço de parâmetroFigura1.10: Espaço de parâmetro para Hopf-regular.
Exemplo 1.2.4 Consideremos as auto-os ilações de um gerador elétri o valvulado om
rederessonanteno ir uitoemgradeouno ir uitoânodo,dadonagura1.11. Modelando
o problema matemati amente, obtemos
X(x, y) = (y,
−x − 2h
1
y)
sex <
−1
eY (x, y) =
(y,
−x + 2h
2
y)
sex >
−1
. Obtemos o retrato de faseexpli itado na gura 1.12.Consideremos agora
Ω
e
1
= Ω
− Ω
0
. Denimos o onjuntoΩ
1
de ampos des ontínuosL
PSfrag repla ementsE
d
+
i
a
+
−
u
C
M
R
Figura 1.11: Gerador elétri ovalvulado.
PSfrag repla ements
x
x
y
y
−1
−1
0 < h
2
< 1
h
2
> 1
Figura 1.12: Retrato de fase.
Ω
1
(a.1)
−
Lips-regular, istoé, a origem é uma singularidade do tipoLips para o ampoX
0
e regularpara
Y
0
(vejagura 1.13);Ω
1
(a.2)
−
Be to Be -regular;Ω
1
(a.3)
−
Dove's tail-regular;Ω
1
(b)
−
Dobra-dobra 1-degenerada onde ontato entre os onjuntos de tangên iaS
X
eS
Y
é de ordem2
. Para algumarepresentaçãof
deM
temosqueX
2
0
f (0)
6= Y
0
2
f (0)
. Podemos he arqueessas ondiçõesimpli amqueaorigemépontode sela-nóparaF
Z
e a variedade entral é tangente ( om ontato de ordem dois) aS
X
eS
Y
na origem. Para maioresdetalhes veja[
T3]
, página 449;Ω
1
(c)
−
Dobra- úspideondeS
X
eS
Y
sãotransversaiseexigimosqueY
0
X
0
f (0)+X
0
Y
0
f (0)
6=
0
(paraevitarmos pseudosingularidades);Ω
1
(d)
−
Ponto ríti o-regularaorigemépontoregulardeY
0
eumponto ríti ohiperbóli o deX
0
, os autovalores asso iados ao ampo deslizante na origem são dois a dois distintos, osautoespaçossão transversais aS
X
;Ω
1
(e)
−
Dobra-dobra-sela-nóaorigemépontode dobradeX
0
eY
0
,S
X
eS
Y
sãotransver sais, a origem é um ponto de sela-nó do ampo deslizanteF
Z
, os autoespaços deDF
Z
(0)
sãotransversaisaS
X
eS
Y
,avariedade entralinter eptaaregiãodedeslize;Ω
1
(f )
−
Dobra-dobra-nilpotente a origem é ponto de dobra deX
0
eY
0
,S
X
eS
Y
são transversais, a origem é um ponto ríti o hiperbóli o deF
Z
, os autovalores deDF
Z
(0)
são iguais,DF
Z
(0)
não é diagonalizável e os autoespaços inter eptam a região de deslize.Ilustramosos elementos de
Ω
1
(i)
nagura 1.13. Notrabalho[
T3]
mostra-se que(i) Ω
1
é uma subvariedade de odimensão um deΩ
. Além disso, ada sub onjuntoΩ
1
(i)
⊂ Ω
é uma subvariedade de odimensão um, parai = a, b, c, d, e, f
;(ii) Ω
1
éabertoe denso emΩ
e
1
om atopologia induzidadeΩ
.Com essa notação, vamos ara terizar os sub onjuntos
Ω
0
, Ω
1
deΩ
. ConsidereC
o espaço das apli açõesf : I
→ Ω
de lasseC
1
om a topologia
C
1
. Introduzimos o
on eito de valorde bifur açãoevalorordinário.
Denição 1.2.8 Seja
I = [
−ε, ε]
um intervalo fe hado. Dizemos queλ
0
∈ I
é um valor ordinário def
se existe uma vizinhançaV
deλ
0
tal quef (λ)
éC
0
equivalente a
f (λ
0
)
para todoλ
∈ V
. Seλ
0
não é um valor ordinário então dizemos que é um valor de bifur ação def
.Coma notaçãodadenição anterior, temoso on eito de
C
0
−
equivalên iaentre apli
ações:
Denição 1.2.9 Dizemos que
f
1
ef
2
emC
sãoC
0
-equivalentes se existe um home
omorsmo
h : I
→ I
e uma apli açãoH : I
→ Homeo(M)
tal queH(λ)
é umaC
0
equivalên iaentre
f
1
(λ)
ef
2
(h(λ))
.Observação 1.2.4 Considerando
Z
0
∈ Ω
1
, para ada aso, denotemos seus desdobra mentos porΩ
e
1
(.) = Ω
1
(.)
× (−ε, ε) ⊂ Ω
, omε > 0
. Sejaf (λ) = Z
λ
, o desdobramento universal do ampo des ontínuoZ
0
. Denotemos porA
r
a oleção dos elementos
f
∈ C
tais que:(i) f (I)
⊂ Ω
0
∪ Ω
1
;(ii) f
é transversal aΩ
1
emλ = 0
;PSfrag repla ements
SlR
SlR
SlR
SlR
SlR
SlR
SlR
SlR
SlR
EscR
EscR
EscR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
SwR
X
X
X
X
X
X
X
X
F
Z
F
Z
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Y
Z
0
∈ Ω
1
(a.1)
Z
0
∈ Ω
1
(a.2)
Z
0
∈ Ω
1
(a.3)
Z
0
∈ Ω
1
(b)
Z
0
∈ Ω
1
(c)
Z
0
∈ Ω
1
(d)
Z
0
∈ Ω
1
(e)
Z
0
∈ Ω
1
(f )
Figura1.13: Elementos de
Ω
1
.No apítuloseguinteabordaremosumdostemasmaisre orrentesnateoriaqualitativa
das EDO's: a estabilidade estrutural para sistemas de Filippov. Exibiremos uma lasse
ESTABILIDADE ESTRUTURAL
PARA SISTEMAS DESCONTÍNUOS
No Capítulo 1 Con eitos Preliminares realizamos uma pré- lassi ação dos sistemas de
ampos des ontínuos exibindo a lista dos ampos de odimensão zero e um. Tendo em
menteessa pré- lassi ação ara terizaremos nesse apítulouma lasse de amposde
Fi-lippovem uma variedade de dimensão três que é estruturalmenteestável e em ada aso
exibiremos a respe tiva forma normal. Quando falamos de forma normal, a subenten
dido que estamos onsiderando
C
0
−
formas normais, isto é, formas normais obtidas via
onjugação porhomeomorsmos
M
−
invariantes.2.1 Estabilidade Estrutural
Da denição 1.2.6, doteorema 1.1.2 e das ondiçõesde transversalidade obtemosa lista
dos amposde odimensão zero:
Ω
0
(a) =
{Z = (X, Y ); X, Y
são regulares} (
aso regular-regular)
;Ω
0
(b) =
{Z = (X, Y ); X
édobraeY
éregular(
ouvi e-versa)
} (
asodobra-regular)
;Ω
0
(c) =
{Z = (X, Y ); X
é úspideeY
éregular(
ouvi e-versa)
} (
aso úspide-regular)
;Ω
0
(d) =
{Z = (X, Y ); X, Y
são dobras,S
X
é transversal aS
Y
, os autovalores deDF
Z
(0)
são transversais aS
X
, S
Y
e0
é ponto ríti o hiperbóli o paraF
Z
} (
aso dobra-dobra)
.Nosso objetivo nessa seção é estudaro omportamento lo alde sistemasde Filippov,
lassi ando os onjuntos de ampos que são estruturalmente estáveis. Em ada aso
vamos exibir as
C
0
−
formas normais e onstruiremos o homeomorsmo que forne e a
equivalên iatopológi a. Essaequivalên iatopológi adivideo onjuntodos amposde
Fi-lippov
Ω(3)
em lassesdeequivalên iaequando onsideramosaformasnormaistomamos o representante mais simplespossíveldessas lasses de equivalên ia.Consideremos ini ialmenteo aso
Z
∈ Ω
0
(a)
regular-regular. Em uma vizinhança de pontos regulares que não perten em a variedade de des ontinuidadeM
podemos apli ar diretamente o Teorema do Fluxo Tubular. Salvo menção ao ontrário, assumimos queM = f
−1
(0)
om
f (x, y, z) = z
.Proposição 2.1.1 Considere o sistema de Filippov
Z = (X, Y )
∈ Ω
0
(a)
regular-regulare
(0, 0, 0)
∈ M
, temos:1 -Se
(0, 0, 0)
∈ SwR
então em uma vizinhança da origem0
∈ U
o ampoZ
étopologi amente equivalente a
Z = ( e
e
X, e
Y )
, omX(x, y, z) = (0, 0, ε), e
e
Y (x, y, z) =
(0, 0, ε)
eε = sgn(X.f (0))
.2 -Se
(0, 0, 0)
∈ SlR
eX(0) ∦ Y (0)
então em uma vizinhança da origem0
∈ U
oampo
Z
é topologi amente equivalente aZ = ( e
e
X, e
Y )
, omX(x, y, z) = (0, 1,
e
−1),
e
Y (x, y, z) = (0, 1, 1)
.3 -Se
(0, 0, 0)
∈ EscR
eX(0) ∦ Y (0)
então em uma vizinhança da origem0
∈ U
oampo
Z
é topologi amente equivalente aZ = ( e
e
X, e
Y )
, omX(x, y, z) = (0, 1, 1),
e
e
Y (x, y, z) = (0, 1,
−1)
.4 - Se
(0, 0, 0)
∈ SlR ∪ EscR
é ponto ríti o hiperbóli o para o ampo deslizanteF
Z
(
isto é,X(0)
k Y (0))
então em uma vizinhança da origem0
∈ U
o ampoZ
étopologi amente equivalente a
Z = ( e
e
X, e
Y )
, om(i) e
X(x, y, z) = (ax, by, c)
eY (x, y, z) = (0, 0,
e
−c)
sea = λ
1
eb = λ
2
são osautovalores reaisnão nulos distintos de
DF
Z
(0)
,(ii) e
X(x, y, z) = (ax, ay, c)
eY (x, y, z) = (0, x,
e
−c)
sea = λ
1
é autovalor real nãonuloduplo de
DF
Z
(0)
,(iii) e
X(x, y, z) = (ax, bx, c)
eY (x, y, z) = (
e
−by, ay, −c)
sea + ib = λ
1
, a
− ib = λ
2
são os autovalores omplexos onjugados não nulos de