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Doação de sangue: um gesto que salva vidas

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Academic year: 2021

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1 Doação de sangue: um gesto que salva vidas

Cecília Maria BOEIRA

Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, SC

RESUMO

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) destaca a importância da doação de sangue. A grande reportagem divulga exemplos de doadores ativos e inativos, histórias de pacientes que recebem sangue e, também, em meio à pandemia de Covid-19, traz as mudanças na vida de jornalistas que tiveram que se reinventar para manter a rotina de trabalho. Um blog jornalístico foi criado para que o público possa ter acesso ao material final (ceciliaboeirajornalista.wordpress.com).

PALAVRAS-CHAVE: doação de sangue; solidariedade; pandemia; jornalismo.

1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso produziu, em formato de grande reportagem, uma campanha de comunicação pública para o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, HEMOSC, para que possa atrair mais doadores para o Hemocentro da Capital e, quem sabe, alcançar possíveis doadores para outras cidades.

Essa proposta teve baixo custo pelo fato de ser um material escrito. A grande reportagem apresenta informações sobre a doação de sangue, divulga histórias e depoimentos de doadores e receptores. Além, claro, das mudanças que a pandemia de Covid-19 efetuou na vida profissional dos jornalistas.

A escolha do tema partiu através da minha própria experiência, pois sou doadora de sangue há 11 anos. Sempre pensei em uma maneira de fazer algo positivo pelo próximo e tinha muita vontade de doar sangue, mas não pesava os 50 quilos necessários. Até que no dia 19 de janeiro de 2009, em uma tarde de verão bem abafada na Capital Catarinense, fui até o Hemocentro e fiz mais uma tentativa. Dessa vez deu tudo certo, finalmente consegui concretizar algo que tanto almejei.

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Com o surgimento da pandemia ficou ainda mais em evidência que doar sangue é mais que importante, é vital. Em março deste ano o Ministério da Saúde chegou a orientar a população para que continuassem doando sangue durante a pandemia. O coordenador de Sangue e Hemoderivados da pasta, Rodolfo Duarte Firmino, falou que o Ministério está incentivando o doador a sair de casa para realizar esse ato heroico. “As cidades e transportes estão mais vazios, tornando o acesso aos pontos de coleta de sangue mais seguro e confortável. A população brasileira é reconhecida por sua postura solidária e certamente dará mais este bom exemplo ao mundo.”

A campanha de comunicação pública ao HEMOSC é importante porque tira algumas dúvidas que a população ainda tem referente à doação de sangue. Como é um material escrito, ele tem um bom alcance para as pessoas que são adeptas da leitura e gostam de estar bem informadas. O produto final está disponível em um blog jornalístico que foi criado pela acadêmica. Na página, esta grande reportagem é o primeiro material publicado. O espaço concentra matérias que a aluna produzirá ao longo de sua carreira. Também pode ser veiculado em espaços específicos de sites que envolvem assuntos relacionados à saúde dos catarinenses. Nesse caso, após a repercussão da grande reportagem, será sugerido ao HEMOSC, a criação de um QR Code (Código de Resposta Rápida, em inglês) para que os visitantes da página da instituição sejam direcionados para o blog.

Com a execução desta proposta, a sociedade catarinense está ainda mais segura, em se tratando de doação de sangue. Pois, quanto mais pessoas se conscientizarem da importância da doação de sangue, menos defasado os bancos de sangue do HEMOSC ficarão. Dessa maneira, as pessoas podem ficar um pouco mais "tranquilas" se algum dia precisarem de sangue. O Hemocentro está pronto para ajudá-las.

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Produzir uma grande reportagem veiculada à criação de um blog jornalístico para divulgação de uma campanha de comunicação pública para o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, HEMOSC.

Este projeto tem ainda o objetivo de esclarecer os catarinenses e moradores da região, que realizar a doação de sangue é seguro e pode beneficiar até quatro vidas, segundo o Ministério da Saúde.

3 JUSTIFICATIVA

Um dos motivos mais importantes de se manter os estoques de sangue nos Hemocentros em nível ideal é para que cirurgias e transfusões de sangue não deixem de ocorrer. No ano de 2001, o Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), precisou cancelar cirurgias que já estavam programadas porque não havia sangue suficiente. À época, a unidade de saúde precisava de 70 doadores por dia, mas uma semana antes dos cancelamentos estava recebendo 25 doadores apenas (REDUÇÃO..., 2001).

No parágrafo acima está uma das importâncias desta campanha de comunicação pública. Se o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, HEMOSC, mantiver os estoques no nível ideal, sempre estará pronto para abastecer as unidades que necessitam de sangue. Atualmente o Hemocentro é responsável por 99% do sangue utilizado em transfusões no Estado.

Conforme informa Ferreira (2019), a média mensal do HEMOSC da Capital é de 12 mil doadores. De 21/12/18 a 02/09/19, a instituição atendeu 104.484 candidatos à doação de sangue. Desses, 86.662 efetivaram a doação.

Um Hemocentro que atualmente necessita de sangue é a Fundação Pró-Estado de São Paulo e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de SP. Na página do órgão na internet também é disponibilizado diariamente a situação do nível do estoque de sangue.

Como vemos na ilustração abaixo, apenas três tipagens sanguíneas estavam com o nível estável. São elas: A+, AB+ e AB-.

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Figura 1 – Posição Estoque de Sangue Pró-Sangue/SP

Fonte: www.prosangue.sp.gov.br/home/Default.html

Naquele Estado, campanhas estão sendo realizadas para mudar esse panorama preocupante. Conforme Silva, Pereira e Lopes Filho:

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue, quando o ideal é chegar à faixa de 3% a 5% preconizada pela Organização Mundial de Saúde. O objetivo das campanhas e ações empreendidas pelas instituições públicas envolvidas é fazer crescer esse número. É nesse ponto que os veículos de comunicação, principalmente por meio do jornalismo, aparecem como mediadores dos discursos acionados pelos hemocentros públicos e pelo Ministério da Saúde para levar o tema até a sociedade, na busca de um diálogo que provoque o debate e a mobilização em torno da doação de sangue. (SILVA, PEREIRA e LOPES FILHO, 2015, p. 4).

Ainda de acordo com esses autores, apenas 1,8% dos brasileiros doavam sangue, porcentagem essa que caiu. Em 2019, 1,6% da população nacional realiza a doação. É válido que todos os meios de comunicação conscientizem a população sobre a importância de doar sangue regularmente.

Alguns autores citam o altruísmo como um dos principais motivos para a realização de uma doação.

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Em geral, o altruísmo emerge como umas das características centrais dos doadores de sangue. O comportamento altruísta é próprio do ato de doar sangue, uma vez que esta ação presume impessoalidade, pois na maioria das vezes se desconhece quem é o doador e o receptor. Outros motivadores para a doação de sangue são recorrentemente citados, como a consciência da necessidade de sangue dos familiares e amigos, proporcionada pela distribuição eficaz e pelo acesso à informação sobre o assunto (BARBOZA; COSTA, 2014, p. 1465).

Segundo Hansen:

[...] saúde e comunicação precisam caminhar juntas, para dar à comunidade o bem-estar físico, mental e social que a Organização Mundial de Saúde tem como referência. A informação repassada por meio das ferramentas de comunicação é instrumento para dar ao cidadão o conhecimento necessário para que ele possa cuidar de sua saúde. Trata-se da utilização das tecnologias da comunicação em prol da educação em saúde. (HANSEN apud SILVA; PEREIRA; LOPES FILHO, 2015, p. 8).

Portanto, as campanhas de divulgação sobre a importância da doação de sangue fortalecem ainda mais o lado humano e solidário dos indivíduos. Faz com que eles pensem um pouco mais no próximo, sem interesse de retorno.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS

Esta grande reportagem produziu uma campanha de comunicação pública que mostrou histórias de doadores que podem chamar atenção de outras possíveis pessoas interessadas em começar a doar sangue.

Foram entrevistados funcionários do HEMOSC, doadores de sangue, pessoas que fazem transfusões de sangue e jornalistas que tiveram que se reinventar por causa da Covid-19.

As entrevistas foram realizadas via ligações telefônicas, e-mail, por videochamadas e, por mensagens instantâneas/áudios, via WhatsApp.

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Como o material final está disponível em um blog jornalístico, o link pode ser enviado por mídias sociais, o aplicativo WhatsApp é uma das opções. Sites com espaços específicos que envolvem assuntos relacionados à saúde dos catarinenses também podem utilizar o produto final. Nesse caso, após a repercussão da grande reportagem, será sugerido aos administradores, a criação de um QR Code (Código de Resposta Rápida, em inglês) para que os visitantes da página da instituição em questão sejam direcionados para o blog da acadêmica.

Todos os cuidados éticos foram devidamente tomados com os entrevistados. Tanto com os doadores, receptadores, funcionários/gestores do HEMOSC e, os jornalistas ouvidos. Uma declaração autorizando o direito de divulgação de depoimentos e imagens foi enviada eletronicamente, para cada um dos entrevistados, foi assinada e enviada para a acadêmica digitalmente.

5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO

A primeira etapa da grande reportagem foi decidir qual seria o tema abordado, o qual deveria impactar a vida das pessoas. Um tema com envolvimento pessoal seria mais interessante e bem mais produtivo, já que a acadêmica teria um pouco de bagagem para lidar com ele. Daí então a decisão de abordar o assunto doação de sangue.

Tema decidido, depois veio a definição de qual formato. O primeiro formato escolhido seria em áudio, mas, depois teve que ser alterado devido a pandemia de Covid-19. Chegou-se a definição que fazer em formato de grande reportagem seria mais viável pelo momento delicado que todos passam.

Como o tema envolve um órgão público, a acadêmica entrou em contato com duas pessoas do setor de Ensino e Pesquisa da instituição para informá-las sobre o interesse de uma parceria para produzir uma campanha de comunicação pública junto ao órgão.

Foi solicitado que a aluna fosse até o HEMOSC para explicar melhor como se daria o projeto. Na reunião com a gerente de Ensino e Pesquisa do Hemocentro,

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Jussara Cargnin Ferreira, a acadêmica deu todas as informações necessárias e o aceite da instituição foi sinalizado.

A gerente de Ensino e Pesquisa solicitou que a universitária lhe enviasse um Plano de Estudos com os detalhes do trabalho. No encontro, Jussara também comentou sobre as autorizações necessárias que deveriam constar para a conclusão do TCC.

Após este momento, a aluna enviou via e-mail todas as informações que precisaria do Hemocentro. Solicitou contatos telefônicos de doadores ativos, de doador inativo e de pacientes que recebem sangue.

Enquanto esperava o retorno do e-mail, a acadêmica já foi adiantando a grande reportagem e entrou em contato com outros entrevistados que havia conseguido por conta própria. Por meio de videoconferência e também por mensagens instantâneas, via WhatsApp, ela entrevistou as jornalistas Viviani Oliveira e Rafaela Arns. As duas profissionais foram perguntadas sobre as mudanças na rotina de trabalho que a pandemia havia causado.

Em uma ligação telefônica para a Câmara de Vereadores da Capital, a universitária precisava saber se o local realizava alguma campanha de conscientização para doação de sangue. Teve a resposta que precisava, e descobriu que o chefe de gabinete com quem falava era doador. Fez o convite a ele e este foi mais um de seus personagens.

Depois de alguns dias, parte dos questionamentos foi respondido pelo HEMOSC e a aluna começou a entrar em contato com outros entrevistados.

As entrevistas foram realizadas por ligações telefônicas, via mensagens instantâneas e também por áudios. Todo material foi digitado e as partes mais importantes foram selecionadas. Todos os personagens foram orientados a assinar uma declaração de autorização de uso de depoimento e imagem. Esse documento foi enviado digitalmente, por e-mail e WhatsApp, para a acadêmica.

Os doadores foram perguntados sobre os motivos que os levaram a serem doadores, sobre o que sentem realizando esse ato de solidariedade, se mais pessoas de suas famílias também doam, foram indagados sobre suas vidas pessoais e etc..

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Já para os receptores foi perguntado sobre o que eles sentem ao receber sangue de pessoas que nem conhecem, sobre o que sentem em relação a esses doadores, sobre suas enfermidades e detalhes da vida pessoal.

Após todas as entrevistas feitas, o blog jornalístico foi criado para armazenar a reportagem. Com a divulgação da matéria, mais pessoas podem se conscientizar sobre a importância da doação de sangue.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A execução deste TCC foi importante para que a sociedade se conscientize que a doação de sangue é vital. Quanto mais pessoas souberem sobre esse tema, as chances de os bancos de sangue ficarem sempre em nível “ideal” é maior.

Com os exemplos apresentados de doadores ativos e pacientes que necessitam de transfusão de sangue mais indivíduos podem se sensibilizar e começar a realizar as doações regularmente.

Até a finalização deste projeto muitas mudanças foram necessárias. Desde a alteração de formato até a maneira de entrevistar os personagens. Dificuldades técnicas também surgiram. Desafios apareceram, mas tudo resolvido com a finalidade de entregar um material que pudesse fazer um pouco de diferença na vida da população.

O tema doação de sangue sempre teve ligação pessoal com a autora e, isso, facilitou um pouco o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso.

O resultado de toda pesquisa foi à criação de um Blog Jornalístico que poderá ser acessado pelas pessoas interessadas em colaborar com a saúde do próximo. O link do blog é ceciliaboeirajornalista.wordpress.com.

REFERÊNCIAS

ALVIM SILVA, Ana Eliza Ferreira; PEREIRA, José Roberto; LOPES FILHO, Boanerges Balbino. Doação de sangue: a cobertura do jornalismo local e sua contribuição para a formação da opinião pública. Revista Eletrônica de

Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, [S.l.], v. 9, n. 4, dez. 2015.

Disponível em: <https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1001>. Acesso em: 19 nov. 2019.

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BARBOZA, Stephanie Ingrid Souza; COSTA, Francisco José da Marketing social para doação de sangue: análise da predisposição de novos doadores. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 30, n. 7, p. 1463-1474, jul. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2014000701463& lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 17 nov. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Doação de Sangue 2019. Brasília, DF: Ministério da

Saúde, 2019. Disponível em:

<http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doesangue/index.html#campanha>. Acesso em: 15 nov.2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde reforça campanha para incentivar doação de sangue. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44728-saude-reforca-campanha-para-incentivar-doacao-de-sangue>. Acesso em: 18 out.2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Doação de sangue não pode parar com pandemia, orienta Ministério da Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46611-doacao-de-sangue-nao-pode-parar-com-pandemia-orienta-ministerio-da-saude>. Acesso em: 31 jul.2020.

FERREIRA, Jussara Cargnin. Solicitação de informações para TCC. Destinatário: Cecília Maria Boeira. [Florianópolis], 14 ago.2019. 1 mensagem eletrônica.

PRÓ-SANGUE HEMOCENTRO DE SÃO PAULO. Posição de Estoque. São Paulo,

SP: Pró-Sangue, 2019. Disponível em:

<http://www.prosangue.sp.gov.br/home/Default.html>. Acesso em: 11 nov.2019.

REDUÇÃO nos estoques de sangue exige cancelamentos de cirurgias no Rio. Boa Saúde, Belo Horizonte, 22 nov. 2001. Disponível em: <http://www.boasaude.com.br/noticias/3728/reducao-nos-estoques-de-sangue-exige-cancelamento-de-cirurgias-no-rio.htm>l. Acesso em: 02 nov.2019.

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