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Serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil do estado de Sergipe: implantação, implementação e consolidação

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. GISELLE DE CARVALHO BRITO. SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS EM UNIDADES DO PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL DO ESTADO DE SERGIPE: IMPLANTAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO. ARACAJU 2015.

(2) GISELLE DE CARVALHO BRITO. SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS EM UNIDADES DO PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL DO ESTADO DE SERGIPE: IMPLANTAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO. Tese apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Doutora em Ciências da Saúde.. Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior. ARACAJU 2015.

(3) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Saúde/UFS. Brito, Giselle de Carvalho Serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil do estado de Sergipe: implantação, implementação e consolidação. 282f. Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, PróReitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. 1. Serviços Clínicos Farmacêuticos 2. Farmácia Comunitária 3. Implantação de Serviços em Saúde I. Serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil do estado de Sergipe: implantação, implementação e consolidação. CDU.

(4) GISELLE DE CARVALHO BRITO. SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS EM UNIDADES DO PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL DO ESTADO DE SERGIPE: IMPLANTAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO Tese apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Doutora em Ciências da Saúde. Aprovada em:__/__/__ _________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Divaldo Pereira de Lyra Júnior. _________________________________________ Examinador 1: Prof. Dr. Adriano Antunes de Souza Araújo _________________________________________ Examinador 2: Profa. Dra. Mairim Russo Serafini. _________________________________________ Examinador 3: Dra. Karen Sarmento Costa _________________________________________ Examinador 4: Prof. Dr. Mateus Rodrigues Alves PARECER ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________.

(5) Dedico esta tese aos farmacêuticos da Farmácia Popular do Brasil que construíram esta história, aos pacientes que são a verdadeira razão deste trabalho e aos meus queridos pais que sonharam comigo cada momento vivido..

(6) AGRADECIMENTOS Agradeço acima de tudo e de todos a Deus! Como sois bondoso comigo, Senhor! Ao me dar o dom da vida, me concedestes uma família linda, amigos maravilhosos, o trabalho que sempre sonhei e, acima de tudo, me destes força para não fraquejar diante de tantas provações. Aos meus queridos pais, Juceli e Paulo, vocês são a razão de tudo isso! Como tenho orgulho de ser filha de vocês. Obrigada por jamais podarem meus sonhos, mesmo quando eles pareciam impossíveis! Esse título de Doutora é de vocês. Aos meus amados irmãos Karol e João Paulo, sempre tive a responsabilidade de irmã mais velha ser exemplo para vocês e é por vocês que me motivo a ser uma pessoa melhor a cada dia. Nosso amor é imensurável! Ao primo-irmão Thalisson, ver você seguindo a mesma profissão que escolhi me enche de orgulho! A minha doce Belinha eu só tenho a agradecer pelo amor gratuito ofertado, não sei o que seria de mim sem o seu dengo, certamente não seria tão feliz quanto sou hoje! À minha Família, por compreender a minha louca rotina e vibrar a cada conquista! Dedico gratidão eterna aos meus queridos avós, João Pedro e Maria do Carmo, Antônio e Chiquinha, Genilda e João. Agradeço a confiança de meu Orientador Divaldo, por me aceitar como sua orientanda desde a iniciação científica. Você me mostrou o quanto é prazeroso aprender com os pacientes! Serei eternamente grata por cada oportunidade ofertada! À toda “família” do LEPFS. Vocês tornaram mais prazerosos o meu percurso acadêmico! Dentro desta “casa” fiz verdadeiros amigos: Daniel, Ana Patrícia, Carina, Genival, Carla Francisca, Tâmara, Luciana. Agradeço ao professor Wellington pelas reflexões profissionais, sempre instigando angústias positivas nesta cabeça inquieta. Aos que partilham esse título comigo: minhas eternas parceiras desbravadoras, Tatiane e Blície! Lincoln, Thays, Thelma e Chiara obrigada pelas colaborações valorosas em cada artigo. À minha querida Aline, essa tese não seria a mesma sem as suas contribuições, você não foi meu braço direito e esquerdo, você foi toda parte de mim! Hoje temos fruto esta NOSSA tese e nossa eterna amizade! À Patrícia, meu exemplo de pesquisadora e amiga fiel, obrigada por me ensinar a ser disciplinada e confiar de olhos fechados no meu trabalho!.

(7) Às amigas que partilho o lema “Nosso compromisso é com a felicidade”: Alessandra, Izadora, Tatiane, Chiara e Elisdete. Aos amigos cuja distância só fortalece os laços: Annalu, Jorge, Maísa, Flávio, Jefferson, Thalys, Jozimário e Ana Paula. Ao meu grande e melhor amigo, Paulo Victor. Seu companheirismo, paciência e dedicação ao nosso relacionamento me fazem ter a convicção que quero partilhar todos os dias da minha vida com você! Agradeço ainda a sua família por ter me acolhido de forma tão calorosa. Aos amigos mais parceiros mesmo diante das minhas ausências: Verena, Erica, Nizy, Geovanna, Simony, Rafael, Luciana, Mônica, Tatiane e Tâmara. À professora Débora Pimentel por nos aprofundar neste mundo maravilhoso da pesquisa qualitativa. A coordenação da Fundação Estadual de Saúde/ SES, especialmente Cristiane Trindade e Eulália Victor que possibilitaram a execução deste projeto, fazendo com que a parceria ensino e serviço se consolidasse. Aos grandes protagonistas desta tese, os Farmacêuticos que fizeram e fazem parte das Farmácias Populares do Brasil de Estância, Nossa Senhora da Gloria e Propriá. Agradeço ainda a todos os pacientes que fizeram cada segundo valer a pena! Agradeço aos companheiros de trabalho do DFAL/UFS e aos meus discentes queridos que me impulsionam a ser uma docente crítica e comprometida. Aos meus queridos residentes da SAI e da SF, com os quais partilhei cada alegria e angústia vivida. Aprendi tanto com vocês! À Universidade Federal de Sergipe, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES) e a FAPITEC pelo apoio concedido a esta pesquisa. Aos professores do Núcleo de Pós-Graduação em Ciências da Saúde por serem instrumentos na construção do conhecimento. Agradeço especialmente à Profa. Amélia de Jesus e à Isabella, por serem sempre solicitas nos momentos que precisei. Por fim, agradeço à minha banca de qualificação e defesa, pela disponibilidade e compreensão nos prazos estabelecidos..

(8) “Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha junto é o começo da realidade.”. Miguel de Cervantes.

(9) RESUMO SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS EM UNIDADES DO PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL DO ESTADO DE SERGIPE: IMPLANTAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO Giselle de Carvalho Brito, Aracaju, 2015. Objetivo: Implantar, implementar e consolidar serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil do Estado de Sergipe. Métodos: Inicialmente, foi realizada revisão sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, SCOPUS, EMBASE utilizando os descritores “community pharmacy services”, “quality assurance health care”, “outcome assessment”. Foi realizado um estudo longitudinal em três unidades da Farmácia Popular do Brasil do estado de Sergipe sobre a implantação (2012), implementação (2013) e consolidação dos serviços clínicos farmacêuticos (2014). Foi avaliada a estrutura das farmácias quanto à estrutura física, por meio da RDC 44/2009, e aos recursos humanos, pela técnica do paciente simulado. Em seguida, foram realizados três grupos focais (2012, 2013 e 2014) para obter as percepções dos farmacêuticos. Por fim, foi utilizada a técnica de coaching para a implantação, implementação e consolidação dos serviços de: dispensação, aferição da pressão arterial e glicemia capilar, revisão da farmacoterapia e seguimento da farmacoterapia. Resultados: Na revisão sistemática 42 artigos preencheram os critérios de inclusão. Observou-se que os resultados mais avaliados foram hemoglobina glicosilada (clínico), qualidade de vida (humanístico) e análise da relação custo-eficácia do serviço (econômico). Na avaliação da estrutura, as intervenções possibilitaram melhorias em todos os itens que foram considerados inconformes. No entanto, a impressão geral sobre as competências farmacêuticas para serviços clínicos foi considerada regular (3) numa escala de 1 a 5. Com relação aos grupos focais, os farmacêuticos relataram expectativas quanto ter suporte técnico para desenvolver habilidades, adquirir conhecimentos e ter um acompanhamento constante dos pesquisadores, além disso, identificaram 13 tipos de barreiras. Por fim, foram destinadas 520 horas de coaching in loco para implantação de fluxos e processos, elaboração de procedimentos operacionais padrão e elaboração de planos estratégicos situacionais. Na etapa de treinamento, os farmacêuticos foram submetidos a 176h de treinamento teórico-prático e os colaboradores a 24h. Após as intervenções do coaching os números dos serviços foram ampliados: obteve-se 767 atendimentos de dispensação em 2012, 1444 em 2013 e 2537 em 2014; 714 aferições da pressão arterial e glicemia capilar em 2012, 2375 em 2013 e 5039 em 2014; 49 consultas da revisão da farmacoterapia em 2012, 87 em 2013 e 355 em 2014; 15 consultas de seguimento da farmacoterapia em 2012, 33 em 2013 e 271 em 2014. Conclusão:. A partir de um bom diagnóstico situacional o coaching pode ser considerado uma técnica que auxilia nas etapas de implantação, implementação e consolidação de serviços clínicos farmacêuticos. Aliado a um treinanamento profissional, ele permite o acompanhamento individualizado em etapas como: definição dos serviços e processos, seleção de indicadores para a avaliação e elaboração de planos estratégicos situacionais. Nesta perspectiva, os resultados observados poderão embasar a construção de um modelo diferenciado e replicável de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias. Descritores: Serviços clínicos farmacêuticos, Farmácia Comunitária, Pesquisa Baseada na Prática, Implantação de Serviços de Saúde..

(10) ABSTRACT CLINICAL PHARMACY SERVICES IN UNITS OF FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL PROGRAM IN STATE OF SERGIPE: ESTABLISHMENT, IMPLEMENTATION AND CONSOLIDATION Giselle de Carvalho Brito, Aracaju, 2015. Objective: To establishing, implement and consolidate clinical pharmacy services in units of Farmácia Popular do Brasil program in state of Sergipe. Methods: Initially, systematic review was performed in the databases PubMed, Scopus, EMBASE using the key words "community pharmacy services", "quality assurance health care", "outcome assessment". A longitudinal study of three units of the Farmácia Popular do Brasil in the state of Sergipe on the establishment was carried out (2012), implementation (2013) and consolidation of clinical pharmacy services (2014). The structure of pharmacies was evaluated for physical structure, through the RDC 44/2009, and human resources, the technique of simulated patient. Then three focus groups were conducted (2012, 2013 and 2014) for the perceptions of pharmacists. Finally, we used the coaching technique for establishment, implementation and consolidation of services: dispensing, measurement of blood pressure and blood capillary glucose, medication review and medication therapy management. Results: In the systematic review 42 articles met the inclusion criteria. It was observed that the most valued results were glycosylated hemoglobin (clinical), quality of life (humanistic) and analysis of the cost-effectiveness of the service relationship (economic). In assessing the structure, interventions enabled improvements on all items that were considered non-compliant. However, the overall impression of the pharmaceutical skills for clinical services was considered regular (3) on a scale from 1 to 5. Regarding the focus groups, pharmacists reported expectations in technical support to develop skills, gain knowledge and have a constant monitoring of the researchers, also identified 13 types of barriers. Finally, was designed 520 hours of coaching in place to implement flows and processes, development of standard operating procedures and preparation of strategic plans. In the education training, pharmacists underwent 176 hours of theoretical and practical training and employees to 24h. After the coaching interventions the numbers of services were expanded: there was 767 dispensations in 2012, 1444 in 2013 and 2537 in 2014; 714 measurements of blood pressure and blood capillary glucose in 2012, 2375 in 2013 and 5039 to 2014; 49 consultations of medication review in 2012, 87 in 2013 and 355 in 2014; 15 consultations of medication therapy management in 2012, 33 in 2013 and 271 in 2014. Conclusion: From the good situational diagnosis, the coaching can be considered a technique that assists in establishment, implementation and consolidation of clinical pharmacy services. Combined with a professional training, it allows the individual follow-up in steps as: definition of services and processes, selection of indicators for the assessment and development of strategic plans. In this perspective, this results may support the construction of a differentiated and replicable model of clinical services in community pharmacies. Keywords: Clinical pharmacy services, Community Pharmacy, Research-Based Practice, Health services research..

(11) LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I Table 1: Characterization of the studies (n = 42) included in this systematic review……... 68. Table 2: Methodological design description of the studies (n = 42) included in this systematic review…………………………………………………………………………... 74. Table 3: Description of clinical, humanistic and economic results studies (n = 42) included in this systematic review.………………………………………………... 84. CAPÍTULO II Table 1 - Items not presented completeness in the evaluations of years 2012 and 2013 according to Brazilian Regulation. ……………………………............................................ 115. Table 2 - Distribution of pharmacotherapeutic recommendations and pharmacists’ communication skills during the interactions with simulated patients in 2012-2013 according to “Assesment of the Counseling Process” instrument………………………….. 119. Table 3 - Average performance (±SD) of pharmacotherapeutic recommendations and pharmacists’ communication skills during the interactions with simulated patients in 2012-2013 according to “Assesment of the Counseling Process” instrument.…………...... 122. CAPÍTULO III Table 1: Pharmacist perceptions during the beginning of establishment (2012), implementation (2013) and consolidation (2014) of clinical pharmacy services.................. 131. CAPÍTULO IV Table 1 - Pharmacist perceptions about barriers during the beginning of the establishment (2012) of clinical pharmacy services............................................................................................................... 177. Table 2 - Pharmacist perceptions about barriers during the implementation (2013) of clinical pharmacy services...…………...……………...…………..…….............................. 179.

(12) Table 3 - Pharmacist perceptions about barriers during the consolidation (2014) of clinical pharmacy services…………………...…………………………………………….. 180. CAPÍTULO IV Table 1 – Performande of clinical pharmacy services developed in the “Farmácia Popular do Brasil” Program in a State in Northeast of Brazil, 2012-2014........................... 208.

(13) LISTA DE QUADROS CAPÍTULO V Chart 1 - Structure of the training of pharmacist developed in the “Farmácia Popular do Brasil” Program in a State in Northeast of Brazil, 2012-2014.............................................. 192. Chart 2 – Clinical pharmacy services developed in the “Farmácia Popular do Brasil” Program in a State in Northeast of Brazil, 2012-2014 and their evaluation indicators......... 196.

(14) LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I Figure 1 - Flowchart of the steps of selecting the final sample of the systematic review..... 50. CAPÍTULO II Figure 1- Registration of Change of structured area of the Dispensation (Before and After) in 2012………………………………………………………………………………. 102. CAPÍTULO V Figure 1 - Stages of establishment, implementation and consolidation of clinical pharmacy services in the “Farmácia Popular do Brasil” Program in a State in Northeast of Brazil, 2012-2014.............................................................................................................. 186. Figure 2 – Instruments developed for clinical pharmacy services in the “Farmácia Popular do Brasil” Program in a State in Northeast of Brazil, 2012-2014........................... 195.

(15) SUMÁRIO 1.. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 17. 2.. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 24. 2.1. Histórico da Tese...................................................................................................... 25. 2.2. Serviços clínicos farmacêuticos............................................................................... 27. 2.3. Implantação. de. serviços. clínicos. e. definição. de. indicadores. de. qualidade................................................................................................................... 31. 2.4. Estratégias para a implementação de serviços clínicos farmacêuticos..................... 34. 2.5. A Farmácia Popular do Brasil e os serviços clínicos farmacêuticos no âmbito do SUS........................................................................................................................... 36. 3.. OBJETIVOS........................................................................................................... 41. 3.1. Objetivo geral........................................................................................................... 42. 3.2. Objetivos específicos................................................................................................ 42. 4.. RESULTADOS....................................................................................................... 43. 4.1. CAPÍTULO I – Profile of pharmaceutical services in community pharmacy: Systematic review.................................................................................................... 4.2. CAPÍTULO II – Clinical pharmacy services in brazilian public community pharmacies: A pilot structure’s quality assessment study……................................ 4.3. 44. 92. CAPÍTULO III – Establishment, implementation, and consolidation of clinical pharmacy services in community pharmacies: Perceptions of a group of. 4.4. pharmacists............................................................................................................... 125. CAPÍTULO IV – Overcoming barriers to implement clinical pharmacy services in community pharmacies: A qualitative study …………………………………. 149.

(16) 4.5. CAPÍTULO V – Clinical pharmacy services in the Farmácia Popular do Brasil program in northeast state of Brazil: Establishiment, implementation and consolidation............................................................................................................ 182. 5.. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 210. 5.1. Conclusão geral........................................................................................................ 211. 5.2. Perspectivas.............................................................................................................. 211. 6.. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 212. 7.. APÊNDICES........................................................................................................... 218. 7.1. Apêndice. A. –. Instrumentos. desenvolvidos:. 16. passos. para. boa. dispensação.............................................................................................................. 7.2. Apêndice B – Instrumentos desenvolvidos: Cartão de acompanhamento dos parâmetros clínicos................................................................................................... 7.3. 219. 220. Apêndice C – Instrumentos desenvolvidos: Controle de entrega e tipo de serviços..................................................................................................................... 221. 7.4. Apêndice D – Instrumentos desenvolvidos: Evolução farmacoterapêutica............. 222. 7.5. Apêndice E – Instrumentos desenvolvidos: Tabela de horário dos medicamentos. 223. 7.6. Apêndice F – Instrumentos desenvolvidos: Ficha de registro dos parâmetros clínicos...................................................................................................................... 7.7. 224. Apêndice G – Instrumentos desenvolvidos: Informações básicas para pacientes na dispensação.......................................................................................................... 225. 8.. ANEXOS................................................................................................................. 226. 8.1. ANEXO A – Regras de Publicação.......................................................................... 227.

(17) X 17 X. INTRODUÇÃO.

(18) 18 1. INTRODUÇÃO. No final da década de 1990, Holland e Nimmo refletiram sobre a perspectiva mutável da prática da Farmácia ao longo dos últimos 150 anos e afirmaram que o processo de mudança de paradigma é contínuo. Deste modo, ressaltam-se os esforços para reorientar o modelo de processos no ambiente da farmácia, a qual deixa de ser um posto de distribuição de medicamentos e passa a ser vista como um estabelecimento de saúde com a prestação de cuidados (HOLLAND; NIMMO, 1999).. No Reino Unido, por exemplo, esta reorientação do ambiente da farmácia comunitária e reprofissionalização do farmacêutico vêm ocorrendo desde a década de 1970. Tal fato é refletido pelos papéis/funções delineados e apoiados pelas políticas públicas do país, o que resulta na expansão de serviços clínicos, tais como, Dispensação, Monitoramento de Parâmetros Clínicos, Revisão da Farmacoterapia e Seguimento da Farmacoterapia (BUSH; LANGLEY; WILSON, 2009). Esta mudança da prática farmacêutica se tornou foco de pesquisas e resultaram em diversos estudos (AGUIAR et al., 2012, 2013; ANDERSON, 1998; BALISAROCHA et al., 2014; NIMMO; HOLLAND, 1999). Revisões Sistemáticas têm demostrado que a configuração da farmácia comunitária é extremamente favorável para implantação de cuidados à saúde, visto que é um ambiente que proporciona acesso facilitado a um profissional de saúde sem a necessidade de procedimentos burocráticos, como atendimento por hora marcada (BLENKINSOPP; ANDERSON; ARMSTRONG, 2003; MACHADO et al., 2007a, 2007b).. Neste cenário, os avanços em pesquisas sobre serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias não são acompanhados na mesma velocidade pela.

(19) 19 consolidação de políticas e pelo estabelecimento de modelos que podem dar subsídio ao farmacêutico na execução da sua prática (MOSSIALOS; NACI; COURTIN, 2013; PATWARDHAN; AMIN; CHEWNING, 2014). Tais modelos de serviço devem ser bem delineados para que possam ser passíveis de avaliação e acompanhamento. A abordagem conceitual para a avaliação dos serviços de saúde proposta por Donabedian (1988) é a mais difundida mundialmente e se baseia na tríade estrutura, processo e resultados, que consiste em um modelo sistêmico e com estreita relação de causa e efeito (DONABEDIAN, 1988).. Para Mullins e colaboradores (1996) compreender os aspectos da avaliação de qualidade dos serviços clínicos farmacêuticos, sob a ótica de Donabedian, irá preparar os farmacêuticos para mudanças no mercado, bem como ajudá-los a mensurar o impacto dos seus serviços. Para tanto, todas as três medidas de qualidade devem ser priorizadas. Assim, o melhor atendimento ao paciente virá de profissionais de saúde que documentam estrutura, processo e resultados e que avaliam estas medidas para prestar os cuidados adequados (MULLINS; BALDWIN; PERFETTO, 1996).. O farmacêutico não pode fornecer serviços clínicos sem insumos estruturais importantes como um inventário ou os perfis de pacientes. Do mesmo modo, as ações do farmacêutico são inviabilizadas caso não haja históricos farmacoterapêuticos, rotinas estabelecidas para o manejo da farmacoterapia e etapas de orientação ao paciente sobre o tratamento, visto que todas estas atividades são processos vitais. Os resultados, produto final da assistência prestada, irão demonstrar o sucesso das ações, como melhora nos padrões clínicos e na satisfação dos pacientes, redução dos custos ou no alerta para possíveis adequações das etapas que o antecedem, ou seja, adequações estruturais e de processos..

(20) 20 Uma etapa essencial para o delineamento dos serviços clínicos farmacêuticos, que subsidia as adequações de estrutura e o desenvolvimento dos processos, é a do conhecimento de percepção dos profissionais envolvidos. Neste contexto, conhecê-las pode ajudar a melhorar a qualidade dos estudos sobre os serviços de implementação, assim como valorizar o papel do farmacêutico na prestação de assistência ao paciente e antecipar ações para minimizar as barreiras apontadas. Logo, é possível revelar a partir do olhar das pessoas que trabalham na prática, questões sobre a estruturação dos serviços, processos de trabalho e as competências profissionais necessárias para o seu sucesso (EMMERTON et al., 2012; ERDOGAN et al., 2012; SARRIFF et al., 2010).. No panorama nacional, os avanços na prestação de serviços clínicos farmacêuticos são incipientes, mas nos últimos anos ganharam impulso por meio da publicação de diversas normativas. Em 2009, por exemplo, foi publicada a RDC 44/2009 que estabelece critérios e condições mínimas para prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias; em 2013, a Resolução CFF Nº 585 que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a Resolução CFF Nº 86/2013 que regula a prescrição Farmacêutica (BRASIL, 2009; CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013a, 2013b).. Nesta perspectiva, no âmbito do Projeto QualiSUS-Rede se desenvolve um estudo piloto para implementação de serviços clínicos. Um dos produtos do projeto foi a elaboração dos Cadernos de Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica, que possibilita visitar conceitos e, a partir da experimentação dos serviços, disponibiliza suporte teórico e metodológico a gestores e profissionais de saúde (BRASIL, 2014a, 2014b, 2014c)..

(21) 21 Anteriormente a tais resoluções, o programa Farmácia Popular do Brasil foi criado em 2004 como estratégia de reorientação da Assistência Farmacêutica da Política Nacional de Medicamentos e Política Nacional de Assistência Farmacêutica (BRASIL, 2004a, 2004b). As diretrizes deste programa preconizam a promoção do uso racional de medicamentos por meio do acesso qualificado ao tratamento, o que inclui a provisão de serviços clínicos farmacêuticos. No entanto, até o momento há registros escassos da implementação e do impacto de tais serviços, bem como ainda não há modelos bem definidos de serviços farmacêuticos no Brasil que possibilitem o atendimento destas políticas públicas (AGUIAR et al., 2013; BRITO, 2012; JUNGES, 2009).. Diante destas lacunas, com o intuito de aprofundar as discussões sobre a implantação e implementação de serviços clínicos farmacêuticos em farmácias comunitárias, o grupo de pesquisa do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS) da Universidade Federal de Sergipe - UFS desenvolveu sua primeira pesquisa nos moldes “practice-based research” para a implantação e implementação de serviços clínicos em unidades da Farmácia Popular do Brasil no Estado de Sergipe. Tal estudo teve como foco encontrar referenciais para elucidar o nível de desenvolvimento destas atividades, assim como descrever os resultados encontrados nas etapas de implantação, implementação e consolidação dos serviços clínicos farmacêuticos por meio de indicadores de estrutura, processos e resultados..

(22) 22. ESTRUTURA DA TESE. Esta tese foi estruturada seguindo a Instrução normativa Nº 02 do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde / NPGME / UFS. Este formato permite que as metodologias, resultados e discussões sejam organizados em formato de artigos científicos. Para tanto ela foi desenvolvida da seguinte forma: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – consistiu em um levantamento da literatura existente sobre os temas abordados no presente trabalho.. CAPÍTULO I - o capítulo 1 foi desenvolvido em formato de artigo intitulado como. “PROFILE. OF. PHARMACEUTICAL. SERVICES. IN. COMMUNITY. PHARMACY: SYSTEMATIC REVIEW”, submetido ao periódico científico Research in Social and Administrative Pharmacy (RSAP). O artigo apresenta dados referentes à descrição do perfil dos resultados (econômicos, clínicos e humanísticos) de serviços farmacêuticos em Farmácias Comunitárias. CAPÍTULO II – este capítulo é composto pelo artigo “CLINICAL PHARMACY SERVICES. IN. BRAZILIAN. PUBLIC. COMMUNITY. PHARMACIES:. A. PILOT. STRUCTURE’S QUALITY ASSESSMENT STUDY ”, a ser submetido ao periódico Health. Services Research. Neste capítulo foram apresentados os resultados da avaliação da estrutura das Farmácias Populares do Brasil geridas pela FUNESA/SE, bem como as principais intervenções realizadas frente os problemas observados. CAPÍTULO III – o capítulo 3 também foi desenvolvido em formato de artigo intitulado. como. “ESTABLISHMENT,. IMPLEMENTATION,. AND. CONSOLIDATION OF CLINICAL PHARMACY SERVICES IN COMMUNITY.

(23) 23 PHARMACIES: PERCEPTIONS OF A GROUP OF PHARMACISTS”, seguindo as normas do periódico científico Research in Social and Administrative Pharmacy (RSAP). Este artigo elucidou questões sobre as percepções dos farmacêuticos quanto as fases de implantação, implementação e consolidação de serviços clínicos farmacêuticos. .CAPÍTULO IV - o capítulo 4 é composto pelo artigo “OVERCOMING BARRIERS. TO. IMPLEMENT. CLINICAL. PHARMACY. SERVICES. IN. COMMUNITY PHARMACIES: A QUALITATIVE STUDY”, seguindo as normas do periódico científico Implementation Science. Neste capítulo foram apresentados os resultados da identificação das barreiras apontadas pelos farmacêuticos frente a implantação dos serviços clínicos em suas farmácias e as estratégias delineadas para superá-las.. CAPÍTULO V - o capítulo 5 também foi desenvolvido em formato de artigo intitulado como “CLINICAL PHARMACY SERVICES IN THE FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL PROGRAM IN NORTHEAST STATE OF BRAZIL: ESTABLISHIMENT, IMPLEMENTATION AND CONSOLIDATION”, seguindo as normas do periódico científico Research in Social and Administrative Pharmacy (RSAP). Neste capítulo foram apresentados os resultados das etapas de implantação, implementação e consolidação dos Serviços Clínicos Farmacêuticos nas unidades da Farmácia Popular do Brasil geridas pela FUNESA/SE..

(24) X 24 X. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

(25) 25 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. 2.1 HISTÓRICO DA TESE. O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social da Universidade Federal de Sergipe – Brasil (LEPFS/UFS) foi fundado no ano de 2007, focado no desenvolvimento das atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão e formar profissionais para a execução de estudos na área da Farmácia Social. Este laboratório tem como missão inovar e formar para o cuidado ao paciente e para promoção do uso racional dos medicamentos. Uma das principais características deste laboratório foi direcionar suas pesquisas para a mensuração do impacto de serviços clínicos farmacêuticos. Desde as primeiras monografias desenvolvidas no ano de 2007, avaliaram-se os resultados obtidos a partir da implantação dos serviços clínicos nos mais diversos ambientes (hospital, unidade básica de saúde, instituição de longa permanência para idosos) (AGUIAR et al., 2008; ANDRADE; JABBUR-LOPES; OLIVEIRA-FILHO, 2011; BRITO et al., 2009). Somente em 2009 essas pesquisas foram ampliadas para o ambiente da farmácia comunitária. As então mestrandas Blície Jennifer Balisa Rocha e Patrícia Melo Aguiar, nos anos de 2008-2009, e Giselle de Carvalho Brito, nos anos de 2010-2011 realizaram suas pesquisas de serviços clínicos farmacêuticos. Por meio da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, as pesquisadoras puderam implantar a prática do seguimento da Farmacoterapia em idosos portadores de diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica não controlados em uma unidade da Farmácia Popular do Brasil de Sergipe, com o objetivo de melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida destes pacientes (AGUIAR et al., 2012; BALISAROCHA et al., 2014; BRITO, 2012)..

(26) 26 Com a finalização dos estudos, em contrapartida ao apoio fornecido, houve a apresentação dos resultados obtidos às Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de Sergipe. Diante dos avanços obtidos com as pesquisas, ficou notória a necessidade de implantar os serviços clínicos para assegurar o maior entendimento do novo paradigma focado no cuidado ao paciente. Interessada em replicar o sucesso dos estudos no serviço público do estado, a coordenação da Fundação Estadual de Saúde de Sergipe convidou o O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social para iniciar o atual projeto de implantação de serviços clínicos farmacêuticos nas três unidades do programa Farmácia Popular do Brasil geridas por esta fundação que atende grande parte do estado de Sergipe. Durante a execução deste projeto, diversos produtos científicos foram gerados, como: 16 resumos em congressos nacionais e internacionais, um documentário “Somos parte do SUS que dá certo”. Em consequência, o estudo ficou como finalista do Prêmio Nacional de Incentivo à Promoção do uso racional de medicamentos “Lenita Wannmacher” (2013), recebeu o prêmio de melhor trabalho no I Congresso Brasileiro de farmácia comunitária (2012) e foi agraciado com auxílio financeiro no valor R$ 29.000,00 pelo EDITAL FAPITEC/SE/FUNTEC Nº 13/2012 (2013). O projeto é o pioneiro no país a propor um modelo de serviços clínicos farmacêuticos aplicados ao programa Farmácia Popular do Brasil. Deste modo, poderá servir como piloto e referência para otimização da qualidade de serviços farmacêuticos, bem como subsidiar demais unidades do programa que almejem reproduzir as ações desenvolvidas..

(27) 27. 2.2 SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS. O conceito atribuído aos serviços clínicos farmacêuticos contempla a variedade de intervenções desenvolvida pelo farmacêutico para otimizar a farmacoterapia do paciente. Tal serviço pode ser definido como "qualquer atividade em que os farmacêuticos usam seus conhecimentos e habilidades profissionais para melhorar farmacoterapia e gestão da doença, por meio da interação com o paciente ou com outro profissional de saúde“ (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 1998).. A Federação Internacional Farmacêutica e a Organização Mundial da Saúde em 2011 redefiniram os papéis principais que devem ser praticados pelos farmacêuticos, com a pretensão de abraçar as emergentes mudanças na profissão farmacêutica (INTERNATIONAL PHARMACEUTICAL FEDERATION; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011). Entretanto, não basta apenas os farmacêuticos conhecerem seus documentos para que a provisão de serviços clínicos seja bem sucedida, tais profissionais devem estar cientes dos diferentes componentes do sistema de trabalho na farmácia comunitária (CHUI; MOTT; MAXWELL, 2011). Além disso, devem conhecer os componentes que influenciam no fornecimento destes serviços.. A questão da prestação de serviços clínicos centrados no paciente, dentro de uma filosofia de cuidados farmacêuticos, exige novas competências ao profissional que se assume como clínico. Neste novo paradigma de atuação do farmacêutico, não basta conhecer o medicamento desde a sua formulação até à dispensação na farmácia comunitária. Agora, o farmacêutico se coloca como provedor de serviços ao paciente com o objetivo de melhorar os seus resultados clínicos, econômicos e humanísticos por meio da utilização de medicamentos (FIGUEIREDO; CARAMONA, 2014)..

(28) 28 Apesar de haver diversos estudos que apontem o impacto positivo dos serviços clínicos farmacêuticos na sociedade, ainda não há consenso sobre sua definição e nomenclatura (AGUIAR et al., 2014; BALISA-ROCHA et al., 2014; BRITO et al., 2009; HERNÁNDEZ ARROYO et al., 2013; LENANDER et al., 2014; MARGOLIS et al., 2013). No Brasil, o Conselho Federal de Farmácia, em 2012, evidenciou grande divergência na nomenclatura dos termos utilizados na regulação sanitária e profissional, e em diversas publicações de instituições oficiais. Porém, a descrição das atribuições clínicas desses diferentes serviços promove maior compreensão sobre os objetivos e níveis de complexidade de cada um deles (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014).. A criação da Lei nº 13.021/2014 passou a reconhecer a farmácia comunitária, como unidade de prestação de assistência à saúde, elencando diversas obrigações do farmacêutico no processo de cuidado, e a Resolução CFF nº 585/2013 regulamentou as atribuições clínicas do farmacêutico (BRASIL, 2004a; CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013a). Ambas motivaram o Conselho Federal de Farmácia a elaborar um documento, que propõe o alinhamento dos conceitos relacionados à prática clínica dos farmacêuticos. Tal documento visa subsidiar os gestores do sistema de saúde brasileiro, público e privado, bem como os responsáveis pelas políticas educacionais do país, quanto à necessidade de adequação na formação do farmacêutico e de maior valorização das potencialidades da sua força de trabalho.. A definição atualizada dos serviços clínicos farmacêuticos organizada pelo Conselho Federal de Farmácia que se encontra atualmente em consulta pública, definem os principais serviços clínicos da seguinte forma (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2014):.

(29) 29 - Dispensação de medicamentos: entrega de medicamentos, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado, com orientação sobre o seu uso adequado e intervenções educativas.. - Monitoramento de Parâmetros Clínicos ou Monitoring of Clinical Parameters: monitoramento da pressão arterial, glicemia capilar, peso, circunferência da cintura e índice de massa corporal, com intervenções educativas.. - Revisão da Farmacoterapia ou Medication Review: avaliação e ajuste da farmacoterapia (ajuste da dose, horário, frequência) e triagem de pacientes elegíveis a serviços de seguimento.. - Seguimento Farmacoterapêutico: também conhecido como Medication Therapy Management, Seguimiento Farmacoterapéutico ou Gestão da Farmacoterapia, este serviço visa garantir que os objetivos terapêuticos sejam alcançados com identificação, prevenção e resolução de problemas farmacoterapêuticos (HEPLER; STRAND, 1990).. Diante de tais descrições, percebe-se que o farmacêutico é chamado a assumir a responsabilidade do uso apropriado do medicamento por parte do paciente. Para tanto, o farmacêutico tem que identificar as necessidades farmacoterapêuticas do paciente, tomar decisões que se baseiam tanto em dados objetivos (relacionados com os problemas de saúde e com os medicamentos) como em subjetivos (relacionados com a experiência do profissional e com a experiência do doente) (FIGUEIREDO; CARAMONA, 2014).. No Brasil, historicamente a farmácia comunitária está caracterizada como estabelecimento comercial e o medicamento é visto como bem de consumo,.

(30) 30 desvinculado do processo de atenção à saúde. Aliado a isso, há décadas o farmacêutico sofre uma crise de identidade, que não representa para a sociedade um referencial de profissional da saúde. A formação clínica do farmacêutico é incipiente. Suas atividades estão ligadas à área administrativa, estão centradas no medicamento e na maioria das vezes ainda são exercidas com afastamento do paciente (FREITAS; RAMALHO-DEOLIVEIRA; PERINI, 2006).. É importante destacar que este cenário não se restringe ao Brasil. Kelly e colaboradores (2014), ao avaliarem a compreensão da população canadense quanto às funções assumidas pelos farmacêuticos e a probabilidade de uso de serviços de cuidados farmacêuticos, observaram que para a população a provisão destes ainda não é bem disseminada e conhecida, o que pode gerar resistência inicial (KELLY et al., 2014).. Na prática, os esforços futuros para garantir a ampliação dos serviços devem considerar as especificidades do ambiente da farmácia comunitária. O nível de mudança necessária neste cenário é complexo e exige apoio significativo das associações profissionais. Ademais, para consolidar tais serviços é necessário incorporar de forma gradual novas práticas de cuidado ao paciente (FELETTO et al., 2010).

(31) 31 2.3 IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS INDICADORES DE QUALIDADE. CLÍNICOS. E. DEFINIÇÃO. DE. Apesar de qualidade ser considerado um termo abstrato e imerso por questões subjetivas, a qualidade em saúde pode ser entendida como o grau em que os cuidados ao paciente aumentam a possibilidade de recuperação e reduzem a probabilidade da ocorrência de eventos indesejados (JOINT COMMISSION ON ACCREDITATION OF HEALTHCARE, 1989). Nesse contexto, uma das ferramentas destinadas a monitorar a qualidade de um serviço é o emprego de indicadores, visando o acesso à efetividade, eficiência, confiabilidade e completude dos processos de trabalho, constituindo-se em uma prática valiosa para avaliação dos serviços de saúde. Portanto, deve-se elaborar um conjunto de indicadores para cada componente da tríade estrutura, processo e resultado (DONABEDIAN, 1992). A estrutura pode ser entendida como o meio pelo qual o processo se desenvolve; o processo são os cuidados em saúde propriamente ditos; e os resultados, a consequência dos processos/cuidados recebidos.. A evidência em relação à qualidade dos cuidados de saúde é exigida nos mais diversos níveis, seja pelos consumidores, pelos provedores e pelas agências reguladoras, aumentando a demanda por processo de medidas de cuidado. Embora as medidas de resultados de qualidade representem os resultados finais, a validação dos seus processos é essencial para embasar as condutas aplicadas à melhoria da saúde. Esta validação esclarece qual etapa exata deve ser priorizada pelos provedores de saúde para otimização de resultados tangíveis aos pacientes (RUBIN; PRONOVOST; DIETTE, 2001).. A construção de um indicador se inicia pelo seu conceito, uma vez que se tornará uma medida empregada para descrever uma situação, avaliar mudanças ou.

(32) 32 tendências durante determinado tempo e as ações de saúde a serem executadas. Para conferir clareza ao que se pretende medir é necessário considerar: o objetivo, a equação, a população ou amostra, o tipo, a fonte de informação, o método para coletar dados, a frequência e os fatores avaliativos da variação dessa ferramenta (JOINT COMMISSION ON ACCREDITATION OF HEALTHCARE, 1989; MAINZ, 2003; TRONCHIN et al., 2009). A avaliação de indicadores no âmbito da saúde possibilita rever os processos empregados e o impacto nos resultados, no sentido de atingir padrões de excelência e no que tange ao ensino e pesquisa, possibilita a disponibilização de um instrumento válido para a comunidade científica, articulando interesses e demandas de serviços e de pesquisadores (TRONCHIN et al., 2009).. Quanto aos resultados mensurados, estes podem ser expressos como marcadores biológicos, indicadores comportamentais e indicadores de medidas de uso do serviço. Os marcadores biológicos comumente examinados incluem glicose sanguínea, pressões arteriais, níveis de colesterol, índice de massa corporal e medidas semelhantes. Quanto aos comportamentos de saúde, que são passíveis de intervenção, incluem, por exemplo, o uso de tabaco, atividade física, dieta e consumo de álcool. Quanto às medidas de uso de serviço em saúde podem incluir exames, internações hospitalares, encaminhamento para especialistas, polifarmácia e adesão aos protocolos. Entretanto, apesar desses indicadores de resultados serem bem definidos, as pesquisas devem ser impulsionadas, a fim de identificar potenciais medidas ainda inexploradas (ROHRER, 2014).. A gestão de processos pode ser considerada o cerne da gestão de qualidade, devido a sua eficiência na busca pela satisfação dos clientes e melhora contínua de suas tarefas de trabalho, administrando-as de modo a defini-las, descrevê-las, analisá-las, documentá-las e melhorá-las permanentemente e de maneira interligada. Para se tornar.

(33) 33 eficiente, as principais atividades e etapas do processo necessitam de constante avaliação, realizada por meio da utilização dos indicadores que traduzam a qualidade esperada nas tarefas de cada etapa do processo assistencial. (MENEZES; D’INNOCENZO, 2013; OLIVEIRA et al., 2006). No ambiente hospitalar esta avaliação da qualidade dos processos é averiguada pela acreditação hospitalar por meio de instituições avaliadoras certificadas pela Organização Nacional de Acreditação. Entretanto, no ambiente da farmácia comunitária ainda não há um modelo de acreditação que direcione os passos para provisão de tal qualidade.. A fim de compensar esta lacuna, algumas iniciativas foram feitas ao longo das ultimas décadas (AZZOPARDI et al., 2003; BILLUPS et al., 2000; BOYLE et al., 2012). Na Holanda, pesquisadores desenvolveram um instrumento, com 42 indicadores de qualidade para cuidados prestados em farmácias comunitárias que comtemplam os seguintes domínios: orientação ao paciente (6), manejo do risco clínico (10), manipulação de medicamentos personalizados (7), distribuição (3), o monitoramento do uso de medicamentos (11) e de gestão da qualidade (5) (DE BIE et al., 2011).. No Brasil, Silva (2003), desenvolveu de forma pioneira uma proposta de modelo de acreditação de farmácias comunitárias embasadas na provisão de serviços clínicos farmacêuticos. O autor propôs um modelo de avaliação de qualidade dos serviços, que tinha como núcleo temático o desenvolvimento de padrões de qualidade orientados pelos eixos de estrutura (11 domínios), processos (12 domínios) e resultados (cinco domínios) (SILVA, 2003). No entanto, tanto as iniciativas nacionais quanto internacionais, não são amplamente disponibilizadas e/ou difundidas, dificultando assim o acesso a estas informações e limitando a qualidade dos serviços prestados por estudos futuros..

(34) 34 2.4 ESTRATÉGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS. Apesar das pesquisas em serviços clínicos farmacêuticos terem demonstrado seu impacto (PATWARDHAN; AMIN; CHEWNING, 2014), a sustentabilidade do processo de implementação não é investigada (KAAE; CHRISTENSEN, 2012). A maioria dos estudos limita seus objetos de observação na efetividade das intervenções, não priorizando a investigação de aspectos que indiquem a consolidação do serviço após a pesquisa. Em contrapartida, existem modelos de pesquisas que podem atender tal demanda, como o practice-based research, que seria uma pesquisa inserida/baseada na prática. O practice-based research foi definido como um conjunto de práticas na atenção primária consagrada principalmente para o atendimento de pacientes, cujas questões investigadas são relacionadas com a prática e com a melhora da qualidade dos cuidados em saúde (AGENCY FOR HEALTHCARE RESEARCH AND QUALITY, 2011). Assim, neste modelo de pesquisa, o farmacêutico tem o potencial de construir conhecimentos no âmbito do uso de medicamentos e na provisão de cuidados colaborativos (FARLAND et al., 2012).. Nestes. moldes. de. investigação. em. serviços. clínicos. farmacêuticos,. pesquisadores com maior expertise, geralmente inseridos na academia, podem oferecer orientação aos membros menos experientes quanto à resolução das questões de pesquisa. Este modelo de investigação pode proporcionar um campo fértil de estudo para estudantes de Farmácia e pós-graduandos, potencialmente plantando as sementes para a próxima geração de pesquisadores com base na prática (FARLAND et al., 2012;.

(35) 35 HADI et al., 2014; SCHOMMER et al., 2010). Tais pesquisas podem fornecer evidências adicionais e resultados para apoiar os serviços de farmácia e lançar avanços na profissão.. Somado a esse modelo de pesquisa para a implantação de serviços clínicos, Roberts em 2006, elencou facilitadores potenciais que favorecem a implantação de tais serviços na farmácia comunitária. Estes foram divididos em duas categorias: facilitadores individuais e facilitadores organizacionais, os quais podem nortear os pontos a serem priorizados na implantação dos serviços (ROBERTS et al., 2006).. No que concerne os facilitadores individuais, se destaca: atitudes; autonomia; competência; motivação; confiança dos farmacêuticos na capacidade de fornecer os serviços clínicos; educação e formação para os farmacêuticos, com ênfase nos cuidados ao paciente; habilidades de comunicação e de liderança; satisfação dos profissionais; educação, formação e atitude dos técnicos da farmácia (ROBERTS et al., 2006).. Os facilitadores organizacionais contemplam os seguintes aspectos: ambiente físico (espaço adequado / privacidade e fluxo de trabalho); remuneração /incentivos; recursos humanos (pessoal suficiente e qualificado); a presença de técnicos de farmácia; a delegação de tarefas; orientação prática inovadora; demanda de pacientes; relacionamento com os médicos; equipamentos e tecnologia (computadores); acesso às informações do paciente (registros); sistema de documentação (prontuários).. Com o intuito de apoiar outras iniciativas de implementação de serviços clínicos no ambiente da farmácia comunitária, assim como minimizar esta carência existente na literatura, o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social se baseou do modelo.

(36) 36 practice-based research e se embasou nos facilitadores apresentados por Roberts (2006) para o desenvolvimento de estudos inseridos na prática.. 2.5 A FARMÁCIA POPULAR DO BRASIL E OS SERVIÇOS CLÍNICOS FARMACÊUTICOS NO ÂMBITO DO SUS. O Sistema Único de Saúde no Brasil, o SUS, é referenciado positivamente em todo mundo. Os seus princípios doutrinários e organizativos, como o atendimento integral voltado para prevenção, manutenção e promoção de saúde, descentralização politico-administrativa e participação ativa da população, é garantido por meio de políticas públicas que vem sendo desenvolvidas desde o início da década de 1990 (BRASIL, 1990). Dentro das ações preconizadas por estas novas políticas tem-se a implementação de um novo modelo de Assistência Farmacêutica básica, pautado no atendimento de necessidades e prioridades locais. Este modelo só pode ser concretizado graças a Política Nacional de Medicamentos, cuja operacionalização teve início no primeiro semestre de 1999 (BRASIL, 2001). A Assistência Farmacêutica foi reorientada de modo que o desenvolvimento das atividades relacionadas à promoção do acesso da população aos medicamentos essenciais contemplasse as três esferas do Sistema Único de Saúde, deste modo, as ações deixam de ser centralizadas apenas na aquisição e distribuição de medicamentos (BRASIL, 2001). O modelo adotado está fundamentado na descentralização da gestão, na otimização e na eficácia do sistema de abastecimento no setor público, e no desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução nos preços dos produtos. Viabilizando, deste modo, o acesso da população aos produtos no âmbito do setor.

(37) 37 privado e a promoção do uso racional de medicamentos (BRASIL, 2001; MARIN et al., 2003). Como parte essencial da Política Nacional de Saúde, a Política Nacional de Medicamentos tem como propósito garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, assim como a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Esta política exige, para a sua implantação, a definição ou redefinição de planos, programas e atividades específicas nas esferas federal, estadual e municipal (BRASIL, 2001). De forma complementar, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (2004) também é parte integrante da Política Nacional de Saúde. Esta política define a Assistência Farmacêutica como um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional (BRASIL, 2004b). A Política Nacional de Medicamentos conceitua o uso racional de medicamentos como sendo “o processo que compreende a prescrição apropriada; a disponibilidade oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em condições adequadas; e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade” (BRASIL, 2001). Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou utilizados de forma inapropriada (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010). Esta situação desencadeou ações em nível mundial que visam aumentar a segurança no uso dos medicamentos e mostra que a promoção do seu uso racional merece atenção especial por parte dos gestores e responsáveis pelo gerenciamento da Assistência Farmacêutica. Em consequência, a Política de Assistência.

(38) 38 Farmacêutica do Sistema Único de Saúde - Sergipe (2010) afirma que os Serviços Farmacêuticos devem contribuir para a efetividade, segurança e custo-benefício dos usuários que fazem uso de farmacoterapia no Estado, nos Municípios e Redes assistenciais (SERGIPE: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2010). Com a finalidade de por em prática estas políticas de saúde, a criação das fundações de saúde no estado de Sergipe ocorreu na perspectiva de reforma sanitária e gerencial implementada, sob a ótica de que a administração pública direta sozinha não consegue dar as respostas que o sistema de saúde precisa. Por isso, foi buscada uma alternativa dentro do próprio estado para tornar a administração dos serviços de saúde sob o controle da Secretaria de Estado da Saúde menos burocrática e mais ágil. Assim, a Fundação Estadual de Saúde teve por finalidade prestar serviços de saúde de atenção básica, de promoção, prevenção e proteção da saúde coletiva e individual, de formação profissional e educação permanente na área de saúde pública. Também está incluído nessa cartela de serviços o gerenciamento dos Centros de Especialidades Odontológicas e das Farmácias Populares do Brasil (SERGIPE: FUNDAÇÃO ESTADUAL DE SAÚDE, 2013). Neste contexto, o programa da Farmácia Popular do Brasil foi criado em 2004, por meio da Lei no 10.858, atendendo a diretriz de promoção do uso racional de medicamentos, visto que a mesma tinha como objetivo ampliar o acesso e qualificar o uso da farmacoterapia (BRASIL, 2004c). Além disso, o programa tem em sua essência a necessidade de atender as seguintes metas: implementar ações que promovam a universalização do acesso da população aos medicamentos; assegurar medicamentos básicos e essenciais a baixo custo, para os cidadãos que são assistidos pela rede privada;.

(39) 39 proporcionar diminuição do impacto causado pelos gastos com medicamentos no orçamento familiar, ampliando o acesso aos tratamentos (BRASIL, 2004a). Atualmente, o programa atua sobre dois eixos de ação: as unidades próprias, que são mantidas em parceria com municípios e estados e as unidades parceiras, por meio de convênios com farmácias e drogarias privadas, por meio do programa “Aqui tem Farmácia Popular¨. No país são mais de 500 unidades próprias difundidas, das quais nove estão distribuídas no Estado de Sergipe e seis são mantidas por alguns municípios. Em 2010, foi firmada a parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz para a criação de três Farmácias Populares gerenciadas no Estado pela Fundação Estadual de Saúde, nas cidades de Estância, Propriá e Nossa Senhora da Glória disponível a aproximadamente 125.000 pessoas em suas regiões. Apesar da Política de Assistência Farmacêutica do estado de Sergipe (2010) ressaltar a necessidade de se desenvolver o cuidado farmacoterapêutico individualizado e privativo, não há registro sobre o impacto social das atividades desenvolvidas pelos farmacêuticos da Farmácia Popular do Brasil no que concerne a promoção do uso racional de medicamentos. Ao contrário, os registros de atividades, até o ano de 2012, estão limitados apenas à cobertura da distribuição de medicamentos essenciais a população (SERGIPE: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2010). Diante deste cenário, a Coordenação da Assistência Farmacêutica da FUNESA/SE, a Coordenação das Farmácias Populares e ao Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social firmaram um convênio no ano de 2012 com o intuito de reverter este quadro. Desta forma será possível promover mudanças na abordagem de acesso à farmacoterapia, por meio do fornecimento qualificado de serviços clínicos farmacêuticos que irão atender as políticas públicas nacionais e regionais, bem como.

(40) 40 otimizar o uso racional dos medicamentos para parte da população de Sergipe. Ademais, será possível formular e descrever um modelo de serviço que possa ser incorporado e reproduzido nas demais unidades da Farmácia Popular do Brasil de todo o país..

(41) X 41 X. OBJETIVOS.

(42) 42 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Implantar, implementar e consolidar serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil do Estado de Sergipe.. 3.2. Objetivos específicos  Analisar a estrutura (recursos materiais e humanos) das Farmácias Populares do Brasil geridas pela FUNESA/SE para a execução de serviços clínicos farmacêuticos;  Realizar as intervenções para a melhoria dos indicadores de qualidade de estrutura nas Farmácias Populares do Brasil geridas pela FUNESA/SE;  Avaliar a percepção dos farmacêuticos comunitários sobre as etapas de implantação, implementação e consolidação de serviços clínicos em suas farmácias;  Conhecer as barreiras apontadas pelos farmacêuticos comunitários que passaram pelas etapas de implantação, implementação e consolidação de serviços clínicos em suas farmácias;  Delinear as etapas de Implantação, Implementação e Consolidação dos serviços clínicos farmacêuticos em unidades do programa Farmácia Popular do Brasil geridas pela FUNESA/SE.  Mensurar a performance dos serviços clínicos farmacêuticos por meio de indicadores de estrutura, processos e resultados..

(43) X 43 X. RESULTADOS.

(44) X 44 X. CAPÍTULO I.

(45) 45 4. RESULTADOS 4.1 CAPÍTULO I: PROFILE OF PHARMACEUTICAL SERVICES IN COMMUNITY. PHARMACY: SYSTEMATIC REVIEW Giselle de C. Brito M.Sc. a,b, Aline S. Dosea, M.Sc. Studant a, Blicie J. Balisa-Rocha, Ph.D. c , Divaldo P. Lyra Jr., Ph.D. a a. Teaching and Research Laboratory Social Pharmacy, Federal University of Sergipe, LEPFS-UFS, s/n, Avenida Marechal Rondon, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Brazil b Federal University of Sergipe, Lagarto, Brazil c Pharmacy Course, Faculty of Guanambi Corresponding author: +557991925577 E-mail address: lepfs.ufs@gmail.com Abstract Introduction: In recent years pharmaceutical services have gone through a process of improvement due to the increasing use of drugs and the expansion of the actions of the clinical pharmacist in direct patient care. However, for their quality be affirmed is important an assessment of clinical outcomes, humanistic and economic impacts. Objectives: To describe the profile the results (economic, clinical and humanistic) of Pharmaceutical Services in Community Pharmacies. Material and Methods: A systematic review was conducted into the databases EMBASE, MEDLINE, SCOPUS to track original articles using the following keywords: "community pharmacy services", "quality assurance health care," "outcome assessment." The resultant articles were reviewed manually and those who had their titles potentially relevant were reviewed and selected by the following criteria: articles published from January 1990 to March 2012 in the English language; availability of Abstract and articles which present results in context of Pharmaceutical Services in Community Pharmacy. We excluded letters to the editor, publications in congress systematic reviews. Results: The literature search identified 432 articles, which, 42 met the inclusion criteria. The studies were performed.

(46) 46 mainly in the United States (n = 13) and time Pharmaceutical most frequent intervention was 12 months (n = 13). Regarding the type of Pharmaceutical Service, most of the service was "Pharmaceutical Care" (14).As for methodological design, randomized controlled intervention study (16) was the most described. Result parameters more evaluated were glycosylated hemoglobin (clinical), quality of life (humanistic) and analysis of the cost-effectiveness of the service (economic). About methodological limitations described in most studies were lack of randomization and sample size calculation. Conclusion: Few studies showed clinical outcomes, humanistic outcomes and economic outcomes on the effectiveness of Pharmaceutical Services in Community Pharmacies simultaneously. Moreover, further research should be conducted to develop and standardize performance indicators specific to Pharmaceutical Services developed in Community Pharmacies. Keywords: Pharmaceutical Services, Community Pharmacy, Clinical Outcomes, Economic Outcomes, Humanities Outcomes..

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